Mérope escrita por Simmons


Capítulo 1
Memórias de um passado doloroso (capítulo único)




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/588208/chapter/1

CAPÍTULO ÚNICO - MÉROPE

Por: Cravina

Mérope sentia uma dor insuportável que tão rápido como chegava, ia. Com o tempo que passava os intervalos dos surtos de dor sumiam e poucos minutos depois voltavam tão ou mais fortes quanto antes. A verdade era que não eram dores normais. Mérope estava prestes a dar a luz a um pequeno garoto, e ela não tinha como saber simplesmente sabia, mal ou bem ainda era uma bruxa e saberia dizer o sexo da criança.

Ela se arrastou inutilmente pela rua pouco movimentada, e mesmo que houvesse pessoas na rua, ninguém se importaria com ela. Afinal, ninguém sequer olharia para uma mulher grávida, pobre e feia. E miseravelmente, naquele momento eram os únicos pensamentos que passavam pela cabeça da mulher.

Por sorte, destino ou qualquer crença idiota uma mulher de idade e com sorriso bondoso apareceu nos portões de um prédio e logo percebeu a presença de outra pessoa na rua.

Afinal, era 31 de dezembro. Véspera de ano novo, e ninguém ficariam em uma rua pouco movimentada de um orfanato, não?

– Mérope, – dizia pausadamente uma das mulheres do Orfanato Wool’s – Mais força, não pare!

– Eu não irei aguentar! – choramingava Mérope, que não queria usar a magia para se salvar. Seu filho nasceria como o pai dele nasceu, por métodos trouxas. E enquanto ela ouvia gritarem seu nome e pedirem para que fizesse mais força, ela apenas entrou em um estado absoluto de choque.

Onde apenas suas memórias reinavam.

“– Eu não irei aguentar! – disse a pequena jovem Mérope Gaunt quando seu irmão, Morfin ordenava que trouxesse baldes de água do poço para dentro de casa. Nessa época do passado, seu maior desejo era poder praticar sua magia em paz.

“Pelo menos ainda posso fazer minhas poções” se consolou Mérope enquanto trazia os baldes para dentro do casebre.

– Seu aborto inútil – resmungou Morfin – traga-me um copo, estou com sede.

Mérope pegou um copo da pia e o lavou, trazendo-o (agora cheio de água) para seu irmão. Quando acabou foi para seu quarto e olhou para o caldeirão de terceira mão vazio, não teve a mínima ideia do que poderia fazer.

Oras! Já havia feito de tudo. Mérope abriu um livro de capa empoeirada e páginas desbotadas e abriu em um capitulo que chamou sua atenção: Amortentia.

Seu coração deu um salto e soltou um leve suspiro. Foi até a janela e olhou mais adiante, via uma casa grande com todo luxo e pompa e pensou no dono de seus pensamentos diários e momentâneos. Tom Riddle. Como ela o amava, seu sentimento era o mais verdadeiro e poderia gritar mil vezes ao mundo que amava um trouxa e que estava pouco se importando com as consequências.

Infelizmente, seu sentimento não era correspondido pelo jovem de olhos azuis e cabelo estupidamente preto e um belo rosto anguloso. Ah, ela estava suspirando novamente.

Ele fazia questão de andar com Celina, era esse o nome dela? Não, Cecília. Como Mérope a odiava, com sua soberania e sua classe, Tom nunca olharia para ela que possuía um rosto comum, pálido e feioso.

Isso deveria ser obra do destino.”

– É um garoto! – sorriu a mulher simpática trazendo-o para o perto do rosto dela – Como se chamará?

– Chame-o de Tom – falou com a voz fraca – Tom Marvolo Riddle. Marvolo era o nome de meu pai.

“E Tom, Tom Riddle, era o nome do pai dele. Não o deixe esquecer isso. Merlin, ele puxou ao pai”.

A mulher a olhava como se Mérope fosse louca, e de fato era. O garoto era um recém-nascido, seus olhos ainda não estavam abertos. Como poderia dizer que ele era parecido com alguém se nem parecia um bebê ainda?

– Ele é tão parecido com o pai – delirava a mulher – Deixe-me segurar.

Ela ninou a criança no colo enquanto sentia as dores aumentando, seu coração frágil não aguentaria muito além.

– Você será grande meu Tom, meu lindo Tom ­­– sussurrou para que ninguém ouvisse em ofidioglossia – Você será grande como eu não fui, e dará muito orgulho ao seu pai entende?

E enquanto se sentia morrer, Mérope não resistia. E foi quando seu corpo faleceu com seu filho nos braços chorando.

Seu ultimo pensamento foi que ele era estupidamente igual a Tom, seu eterno e amado Tom.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mérope" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.