Número desconhecido. escrita por Lux Herondale, WicoMayne


Capítulo 9
Nunca irrite um Lightwood.




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Alec se remexia na cama, estava inquieto demais para dormir. Os meninos tentavam fazer o mesmo, mas só tentavam mesmo. Simon jogava em seu celular deitado na parte de baixo da beliche, e na de cima se encontrava Raphael, que desde de que voltou de " sabe lá onde" estava calado e parecia triste, Alec até tentou conversar com o amigo, porém não deu certo.

Na beliche de cima, se encontrava Jordan. Diferente os outros, Kyle dormia igual a uma pedra e até roncava baixinho. Alec estava inquieto e nervoso por causa de amanhã, milhares de coisas se passavam pela sua cabeça, e ele tinha medo de Magnus acabar achando que ele era chato e se desinteressar, como todo mundo fazia com ele.

O Lightwood suspirou pesadamente.

De repente a porta do quarto, dos garotos se abre com um estrondo forte, interrompendo o garoto de seus pensamentos, e fazendo com que Alec, Raphael e Simon olhassem para a porta assustados, podia-se ver apenas uma silhueta por conta da escuridão do recinto.

– Eu voltei vadias!

Gritou a tal pessoa, da qual todos reconheceram pela voz. Simon bufou e voltou a se deitar como se nada tivesse acontecido, enquanto Alec e Raphael se levantaram e correram até a pessoa, o abraçando.

– Por que não me disse que voltaria hoje? - perguntou o Lightwood.

– Nem eu sabia que voltaria hoje - Jace riu - gostaram da minha entrada triunfal?

– Sua entrada não foi triunfal, apenas nos deu um susto - zombou Raphael, e Jace fez bico.

– Era de se esperar de um retardado igual a ele. - disse Simon, com um tom cínico.

– Eu sei que você me ama Lewis, não precisa negar - Jace sorriu, e o moreno bufou.

– De qualquer forma, como foi a viagem?

Raphael perguntou ao amigo. Santiago voltou-se para sua cama, ficando sentado e escutando as histórias loucas que Jace teve ao visitar seu pai, contou que tinha conhecido uma garota ruiva muito bonita que morava no mesmo prédio que seu pai Stephen Herondale.

Alec também contou suas novidades, dizendo que tinha começado a falar com um homem chamado Magnus Bane. Raphael e Jace trocaram olhares cúmplices, pois eram os culpados do " número desconhecido", também disse que o encontraria amanhã e estava muito nervoso com isso.

– E você Rapha? - Jace olhou para o amigo, assim como Alec. - Quais a novidades?

– Eu fiz uma coisa que não deveria hoje. - o rosto do espanhol ficou corado, e os dois garotos o olharam como se pedisse para prosseguir. - Eu beijei o Ragnor, agora ele sabe o que eu sinto por ele.

– O que?! - Alec, Jace e Simon perguntaram ao mesmo tempo, surpresos com isso.

– Eu o beijei, e depois sai correndo feito um idiota - suspirou - joguei anos de amizade no ralo, ele deve sentir nojo de mim e me odiar agora.

– Isso não é verdade, Rapha. - Alec foi até o amigo, e o abraçou de lado. - Ragnor te ama, mesmo que como amigo, ele nunca vai te odiar nem sentir nojo de você por isso.

– Você está parecendo uma menininha. - disse Jace - uma garota do colegial apaixonada pelo veterano, isso é patético Santiago.

– Jace! - Alec o repreendeu - Isso lá é coisa que se diga em um momento desses?

– Só estou sendo sincero - ele riu - amor não existe, pelo menos não para mim.

– Sem coração - Alec riu, em seguida pelo loiro.

– Já sei o que vamos fazer ! - gritou Jace, com um brilho assustador nos olhos - Vamos a balada!

– Opa! - Jordan acordou em um pulo e olhou para todos, atordoado - Alguém disse balada?

– Eu disse! - gritou Jace, e só então Jordan o notou ali, levando um leve susto.

– Jace! - ele gritou e desceu da beliche, correndo para dar um abraço no amigo - nem tinha te visto, cara.

– Deve ser por que ele é 'flopado. - murmurou Simon, alto o suficiente para todos ouvirem e rirem da cara de indignado do loiro.

– Gente acho que não vou dessa vez - começou Raphael - não estou no clima.

– Nada disse seu espanhol rabugento e fofo - brigou, Jace - Vamos beber, pegar algumas pessoas, e dançar até não aguentarmos mais, vamos comemorar a minha memorável volta.

– Jace Herondale, nem um pouco convencido. - Os quatro falaram ao mesmo tempo,e o loiro voltou a fazer bico.

{...}

Os cinco chegaram a balada, já se passavam das onze e meia da noite. A boate estava lotada de pessoas, dançando, bebendo ou se comendo por algum canto. Simon e Jordan foram os primeiros a pedir uma bebida, ou melhor, Jordan a pedir e depois arrastou o pobre Lewis para a pista de dança.

Jace sumiu de vista, provavelmente tentando achar alguém para ficar essa noite , só sobraram Santiago e o Lightwood, que estavam sentados no banco do bar, o mais novo bebia um copo de Whisky enquanto o mais velho apenas ficava com um copo d'agua.

Matt, o bar man que os servia, tentava de todas as formas chamar atenção de Raphael, que ignorava, mas isso não durou muito tempo. O espanhol e o bar man ruivo gato, começaram a flertar e o efeito da bebida só ajudava.

Alec virou-se para trás e escorou-se na bancada, tendo a vista da pista de dança. Observou Jordan tirando sua blusa branca e rodando em suas mãos, completamente bêbado , em cima de uma mesa atraindo a atenção de muitas pessoas ali.

Simon dançava com uma garota morena, muito bonita. Não conseguia ver direito o seu rosto, mas parecia ser linda e Lewis praticamente babava por ela, dançando de um jeito engraçado por conta do nervosismo.

– Noite chata, amigo?

Ouviu uma voz feminina perto de si, e virou seu rosto rapidamente, dando de cara com uma garota com traços asiáticos, cabelos negros curtos, e vestindo roupas pretas. Ela era muito bonita e tinha um rosto familiar por alguma razão.

– Pois é, meus amigos se divertem e eu fico no tédio - eles riram - eu não te conheço de nenhum lugar?

– Não sei - ela sorriu - meu nome é Aline. Aline Penhallow.

– Alec Lightwood. - deram um breve aperto de mãos.

– Lightwood? - ela perguntou e ele afirmou com a cabeça - você por acaso é irmão da Isabelle Lightwood?

– Sim - a olhou surpreso - como conhece a minha irmã?

– Estudamos juntas - ela riu - quer dançar comigo, Alec?

– Olha, você é linda mas eu não gosto de mulheres - disse calteloso, não queria que ela criasse esperanças com ele, mas a garota apenas riu.

– Sou lesbica, relaxa - suspirou aliviado, e acabou rindo junto a morena. - Então, vamos?

– Vamos.

Alec e Aline se dirigiram até a pista de dança, que estava lotada de pessoas. Eles dançavam feito loucos em meio a multidão ao som de um mix desnecessário da música I love it da Icona Pop. Alec estava completamente sóbrio, e mesmo assim conseguiu se soltar ao dançar com a garota.

Sentia seu corpo flutuando, se sentia um tanto leve, coisa que nunca aconteceu antes. Sempre tendo que ser responsável, sempre tirando as notas mais altas da turma, passando horas estudando em vez de se divertir como as pessoas da sua idade, e agora ele está fazendo algo que seus pais odiariam que ele fizesse: estar agindo como um garoto da sua idade.

Mas toda essa suavidade durou por pouco tempo. Um pouco longe deles, em meio a multidão ele avistou uma pessoa. Magnus Bane.

Magnus bebia com seu amigo Ragnor Fell, ao seu lado havia uma mulher loira muito bonita, do tipo que chama atenção por onde passa. Alec sorriu. Ele queria correr até Magnus e dizer " Oi, não acredito que você está aqui", e ele até faria isso...

Aline acompanhou seu olhar, e deu um incentivo ao novo amigo, que fosse falar com o Bane. Alec sorriu agradecido e começou a andar no meio da multidão, ele estava muito perto de falar com Magnus, até que algo que ele não esperava aconteceu.

A loira puxou Magnus para um beijo ardente. Alec correu para longe, correu até o banheiro. Não sabia para onde ir ou o que fazer nesse momento. Se sentia estúpido por isso, parou em frente a pia do banheiro imundo da boate.

"Magnus não é nada seu, idiota " - falava para si mesmo - " ele é livre, e você também, então pare de dar chilique!"

Alec lavou seu rosto, logo o secando depois e saiu do banheiro, ainda triste e enfurecido. Se direcionou até o bar e pediu a bebida mais forte que eles tinham. Pela primeira vez irei beber. Matt olhou assustado para o rapaz e lhe entregou a bebida, o líquido saiu rasgando pela sua garganta, mas ele não parou.

– Acho que deveria maneirar - alertou Matt.

– Cala a boca - resmungou Alec, e o ruivo revirou os olhos - até que você é bonitinho.

– Obrigado?

Matt riu sem jeito. Raphael observava tudo estranhando o comportamento do amigo, nesse momentos os dois estavam completamente bêbados. Raphael se levantou do banco e parou de frente para o mais velho.

– Alec, é melhor nós irmos para casa - avisou - você está bebendo demais, e amanhã vai se arrepender disso.

– Por que? - perguntou confuso, também se levantando, ficando cara a cara com o amigo.

– Você não bebe,Alec - murmurou - você é a cabeça do grupo, nunca fez uma coisa dessas.

– Talvez eu não queria mais ser a cabeça do grupo.

– Alec...

– Talvez eu queira fazer coisas mais divertidas - sorriu maliciosamente, e o moreno o olhou assustado. Aquele não era o Alec que conhecia.

– Como por exemplo, o quê?

– Isso, Santiago.

Alec em um ato rápido, capturou os lábios de Raphael com voracidade, e para sua surpresa foi correspondido, levando suas mãos aos cabelos do moreno, puxando levemente, enquanto tinha sua cintura envolvida pelos braços do mais novo.

Alec não sabia se era raiva ou a bebida que o fez fazer isso, mas ele estava fora de si assim como o moreno que o beijava, os dois se arrependeriam amargamente pelo ocorrido no dia seguinte, e o que eles não sabiam é que estavam sendo observados por olhos negros raivosos.

Ragnor estava a ponto de dar um soco em Alec por isso.


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