O tempo estava nublado e o ventava ferozmente, o que fez Hinata puxar mais um pouco o agasalho que tinha sobre si, saíra do trabalho tarde mais uma vez e para piorar seu dia amanhecera com dores de cabeça terríveis, mas isso não a faria faltar, mas agora além das dores sentia também os olhos arderem, teria febre? Sem ter muito tempo para pensar sobre, há um quarteirão de distância de seu apartamento, uma chuva torrencial caiu sobre si, sem ter opções começou a correr o caminho restante.

Muito ensopada e agora tonta ela entrou no elevador e apertou no botão do último andar, um pouco irritada devido a sua condição se xingou por ter escolhido o último andar para morar, antes de o elevador fechar uma mão parou-o e um homem entrou no mesmo, ensopado igualmente a ela, reconheceu ser o seu vizinho da frente, homem bonito, centrado no trabalho e um tanto sério, mas naquele momento ela não estava nem ligado para ele, pela educação desejou boa noite e não proferiu mais nenhuma palavra.

Sasuke estava irritado por não ter conseguido sair da reunião mais cedo e ter evitado pegar aquela chuva, ao entrar no elevador de seu apartamento reconheceu a sua vizinha, sentiu a irritação sumir, ela também estava molhada, ouviu o seu boa noite e respondeu, apesar de eles nunca terem conversado muito, as poucas vezes que haviam trocado algumas palavras ele já sabia que a moça era animada, alegre e apesar de as vezes tímida era sempre muito educada, via felicidade em tudo, cada simples ato, sabia por que várias vezes já tinha reparado na mesma, então estranhou o fato de ela parecer muito pálida, estar quieta demais com um olhar fundo, tinha algo errado, teve certeza disso ao vê-la saindo do elevador cambaleando e tropeçando no primeiro vaso do corredor.

“Droga, será que nem andar mais direito conseguia?” Hinata pensava angustiada, quando chegou em frente a sua porta procurou dentro da bolsa a chave, demorou um tempo, mas a achou, mas ela não estava entrando na fechadura de jeito algum, parou ao sentir uma mão em sua testa, se virou e ficou de frente para seu vizinho.

– está queimando em febre Hinata – ele puxou o braço da mesma e a levou pra a porta certa de seu apartamento – como foi já que ficou assim?

– não faço ideia, mas nem me importo, vou tomar uns analgésicos e me deitar, obrigada Sasuke – respondeu com o pouco de sanidade que ainda tinha, segundos depois de falar isso se sentiu desfalecer.

Sasuke suspirou e deu um sorriso de lado ao segurar a moça desmaiada em seus braços – não acredito que é desse jeito que eu vou ter uma oportunidade de conversar um pouco com você Hyuuga.

Ele a levou para dentro de seu próprio apartamento, já que ela já havia aberto o, tinha a estrutura idêntica ao seu, mas o dela tinha muito mais a cara de um lar, resolveu cuidar da mulher logo antes que piorasse.

Hinata abriu os olhos devagar, olhou ao redor, estava em sua cama, o que tinha acontecido? Se sentou na cama tentando lembrar, não estava com a roupa que havia saído para trabalhar, usava uma de suas camisolas de dormir, ainda pensava no ocorrido quando viu Sasuke entrando em seu quarto com uma bandeja.

– ah que bom que já acordou – quando ele proferiu essas palavras se lembrou, de tudo, até o momento que desfalecera, corou, olhou para si de novo e corou mais ainda – desculpas ter lhe trocado, fiz sem lhe olhar o máximo que pude, não podia deixa-la molhada, aqui tem uma sopa, que não vou mentir, não fui eu que fiz, comprei no restaurante ao lado.

Ela estava delirando, era isso, tinha certeza, seu vizinho, era sério, muito ocupado, nunca iria parar para ajudar, muito menos se daria ao trabalho de cuidar dela, ainda mais de uma forma tão atenciosa assim.

– devo estar com febre, tenho certeza que estou delirando – falou seu pensamento em voz alta e tocando sua testa, estava incrédula demais de que aquilo era real.

Ele sorriu, agora ela acreditava estar sonhando, nunca o vira sorrindo – sei que parece surreal já que nunca tivemos oportunidade de nos falarmos direito, mas você não está delirando – ele tirou o termômetro debaixo do braço dela, que a mesma não havia percebido – até por que sua febre já passou, se recupera rápido.

Ela corou, agora estava envergonhada – obrigada por ter cuidado de mim, na verdade é raro eu ficar doente – ela abaixou a cabeça e falou baixo – e desculpa por ter achado que estava delirando, é que você sempre parece tão sério e ocupado que não imaginei que faria algo assim.

– isso é por que ainda não me conhece direito senhorita Hinata – ele deu outro sorriso – e eu não esperava que minha oportunidade de conversar com você fosse assim, mas já que é, vou aproveitar para dizer que pretendo fazê-la me conhecer melhor e se não se importar gostaria de saber mais sobre você também – ele falou como se fosse a coisa mais natural do mundo – agora coma antes que esfrie, precisa se recuperar por completo.

Ela pegou a sopa ainda surpresa com as palavras dita pelo moreno, será que não estava mesmo delirando?