P.D.V- Taylor

Acordei sobressaltada. Me lembrava com exatidão da conversa que havia tido com meu odiado irmão Lúcifer. Sabia exatamente o que deveria fazer, mas eu simplesmente não poderia executar as ordens dele.

Eram duas da manhã. Todos ainda dormiam sem saber da notícia deplorável que os aguardava.  Mariana, que já tinha sido apresentada a mim não estava lá. Talvez ela não precise dormir, pensei.

Fiquei algum tempo sentada sem ter o que fazer. Resolvi levantar-me e dar uma volta.

A cidade estava parcialmente vazia. Apesar de ser um ponto turístico muito visitado, estávamos em Janeiro, na baixa temporada. Havia apenas alguns policiais fazendo a sua ronda noturna. Dei um aceno discreto para eles e fui andando pelas redondezas. Após algum tempo, cheguei a uma parte vazia da cidade.

Era isso o que eu precisava. Ficar completamente sozinha.

Sentei-me na calçada. Eu conseguia enxergar razoavelmente bem o ambiente a minha volta apesar da única iluminação disponível vir de algumas lâmpadas incandescentes dos postes.

De repente, essas luzes tremularam e se apagaram. Agora eu estava totalmente imersa na penumbra. Não conseguia literalmente enxergar um palmo na frente do meu nariz.

Decidi sair daquele lugar, pois não ia confiar na segurança de algo que eu nem podia ver.

Antes que eu conseguisse distanciar-me cinco metros, dois vultos surgiram do escuro. Um homem careca, que tinha uma expressão semelhante a que  Dean normalmente tinha em seu semblante – sarcasmo – e uma mulher ruiva, que parecia ser eficiente no que ela normalmente fazia. O homem falou:

- Que prazer finalmente conhecer a famosa Taylor Winchester! – ele deu um sorriso sarcástico e estendeu a mão como um cumprimento. Afastei-me da mão dele. A mulher sorriu tranquilamente e disse:

-Não tem porque se preocupar. Está tudo bem. Apenas viemos lhe dar um aviso. Eu sou Anna e este é Zacarias. Nós somos anjos.

- O que vocês querem comigo? Já estou de saco cheio de pessoas que eu mal conheço querendo se intrometer em minhas decisões.

- Como Anna já disse, apenas queremos dar um aviso. Ficamos sabendo do “acordo” que você fez com seu irmão, Lúcifer. Queremos que você faça o que ele pediu.

- Como vocês souberam disso?

- Não importa, mas uma coisa eu posso lhe dizer: as notícias correm muito mais rápido do que você imagina. Cumpra o acordo. Eu estarei vigiando e posso usar de violência para garantir que você faça isso.

Após dizer isso, eles desapareceram. Resolvi voltar para o hotel, pois já estava amanhecendo. Meus irmãos iriam acordar em algumas horas. Já estava abrindo as portas do hall, quando uma mão segurou meu pulso.

Me virei para ver quem era.

- Castiel, que susto!

- Desculpe-me Taylor, não tive a intenção de assustá-la.

Perguntei para ele:

- Você também não vai me dizer para seguir as ordens de Lúcifer, não é?

– ele negou com um aceno de cabeça.

- Taylor, eu quero lhe dar um conselho. Não confie nas pessoas que você irá encontrar no quarto do hotel.

- Cas, o que você quer dizer com isso? – ele já havia desaparecido.

Não entendi absolutamente nada do que ele havia dito. Como eu não poderia confiar nos meus amigos e na minha família? Isso era absurdo. Mas não havia motivos para ele mentir para mim, afinal, eu poderia ser considerada uma amiga dele.

Mas eu tinha que verificar com os meus próprios olhos. Fui de elevador, já que estava um pouco cansada. A porta do quarto estava aberta para minha surpresa.

Eram quatro e meia da manhã. Até Sam, que era o que acordava mais cedo nunca se levantaria nesse horário. Definitivamente, tinha algo muito estranho acontecendo.

E eu não sabia o que era. Espiei pela porta do quarto sem fazer barulho e entrar. Dean, Sam e Mariana estavam procurando por mim.

 Cameron não estava lá e Lise e Ralph pareciam ter ido embora. Por que eles ainda não tinham ligado para mim? Era a coisa mais óbvia a fazer.  Dei leves batidas na porta e entrei. Dean e Sammy pareciam muito aliviados em me ver.

Aliviados até demais.

Infelizmente, Castiel estava certo. Mas eu piorei tudo. Fiz “as coisas” descobrirem que eu sabia que eles não eram meus irmãos. Falei a frase errada na hora errada.

- Cas estava certo. – todos olharam para mim tentando entender o que eu havia dito.

De repente, eles compreenderam. Sam disse em um tom de voz determinado para Dean:

- Irmão, ela já sabe de tudo. Aquele anjo contou para ela. É hora de agir.

 Após dizerem isso, eles tentaram me imobilizar. Quase conseguiram, mas com muito esforço, eu me livrei deles. Mariana havia bloqueado a porta. Ela me arremessou contra a parede. Por pouco eu não fui jogada através da janela.

O falso Sam falou:

- Temos que nos livrar dela de uma vez por todas. Jogue-a pela janela, Mariana.

Então, eu fui arremessada em direção a janela. Inicialmente, não houve nenhum impacto. Mas existe a lei da gravidade então eu não demorei muito a cair no chão. Rapidamente, minha visão escureceu.

Acordei. Dean estava ao meu lado. Ele falou:

- Sou eu, Miguel.

- Eu estou morta?

- Depende.

- Depende do quê?

- Da sua resposta para a minha pergunta.

- Vá em frente, faça a sua pergunta.

- Você aceita ser meu vassalo?

- Sim

P.D.V – Narrador Desconhecido

Lúcifer saiu do quarto no qual ele estava. Já era hora de “recuperar” seu serviçal. Foi até a pequena prisão que ele havia instalado. Abriu a porta e falou:

- Cameron?

- Sim, mestre?

- Você cumpriu excelentemente as minhas ordens. Pode ir.

Após dizer isso, ele liberou o jovem e calmamente os dois saíram daquele lugar.

Isso não tem nada a ver com a história, mas para os adoradores da Saga Crepúsculo, eu fiz um poster de Eclipse para vocês, espero que gostem: