Pov Leah

Silêncio.

Era a única coisa que senti à minha volta. Estava deitada algures, sentia frio e desamparo, mas nada me conseguia mover daquele estado de solidão profunda.

Não me consegui mover, quanto mais levantar. Era como se o meu coração estivesse preso ali e o vazio estivesse mais profundo. O sentimento de solidão abateu sobre mim inabalável.

Mesmo que me quisesse levantar era impossível; a força em mim extinguira-se naquele reino de silêncio.

De alguma forma senti que devia abrir os olhos.

Estava bastante escuro e nem a lua iluminava a imagem que me rodeava. Estava coberta por nuvens escuras e pesadas que anunciavam tempestade.

Estava num sítio desconcertante, rodeado de muros de arbustos que me impediam de olhar além deles devido à sua grande altura.

Não havia um único movimento ou sinal de vida. Senti um calafrio e o desconforto mental que sentia aumentou ainda mais, dilacerando a minha mente lentamente com perguntas sem resposta dada. Onde estava? Porque? Não haveria mais ninguém?

De repente...

- A taa... tata...

Uma voz melodiosa e suave ressoou no silêncio, sobressaltando-me. Sentei-me de repente e olhei à minha volta mais objectivamente.

Estava no meu pior pesadelo... Um Labirinto. O local, em que, a saída é tão procurada que enlouquecemos senão o fizermos rapidamente.

Agora a minha mente, que por momentos com aquele som havia levitado, perguntava a mim mesma senão teria sido consumida pela insanidade.

Será que ouvi mesmo? Donde veio aquela voz? Quem era? Onde estava? Porque?

Respirei fundo para clarear os meus pensamentos, ou iria ser levada à loucura muito rapidamente. Eu tinha de sair dali e encontrar aquela voz se ela existia porque de alguma forma sabia que estava ligada a mim.

Olhei ao meu redor, e comecei a andar em frente. Tinha dois caminhos. Fechei os olhos e segui o meu instinto, seguindo pela direita.

Continuei caminho, e mais uma vez tive de fazer uma escolha, que desta vez me levou a um caminho errado, indo de encontro a uma parede. Como é que um sonho se assemelhava tanto à nossa vida...

Voltei para trás seguindo o outro e fiz outra escolha acertada destas vez. Continuei e fui obrigada a tentar acertar outra vez, errando.

Sentia-me exausta, física e psicologicamente. Deixei-me escorregar pelo muro de encontro ao chão.

Do meio do silêncio e da morte que inspirava aquele sítio, a voz que me guiava acordou-me da minha loucura.

-Mã.. Mã

Levantei-me e comecei a andar mais rápido, tentando raciocinar ao mesmo tempo. Eu precisava de encontrar aquele ser que me mantinha viva e consciente.

Não conseguia ver nada, ouvir anda, sentir mais nada. Apenas encontrava muros a barrar-me e caminhos impedidos.

A exaustão tomou conta de mim e cai no chão húmido.

A minha respiração estava acelerada e sentia-me desfalecer, quando um choro gritou do nada. Um choro dum bebé, uma criança.

-Ma-Mã ... Ahh buaaa buaa...

Só me senti a correr. Corri por todos os caminhos, voltei para trás, esbarrei-me contra os caminhos proibidos. Estava a dar em doida, apensas continuava a correr em busca duma saída, a correr a correr a correr....

- Ahhhhhhhhhhhhhhh!!!

- Leah? Leah fala comigo. Leah fala comigo por favor. Estás bem? Olha para mim!!