Pura Confusão - Cobrina escrita por LabWriter


Capítulo 28
Pura Confusão - 4


Notas iniciais do capítulo

Oiie!!!
Mil desculpas pela demora para postar, as últimas semanas foram muito cheias e eu sempre tinha algum compromisso. Só pra vocês terem uma ideia, esse capítulo estava na metade há mais de um mês, mas eu nunca tinha tempo de terminar. Agora as coisas se tranquilizaram um pouco e eu consegui. Yaay.
Queria agradecer a todo mundo que comentou no capítulo anterior e também as pessoas bonitas que favoritaram a fic. Muito obrigada Jônatas da novela das 7 (adorei), Micheli e Valentina B.



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KARINA

Sábado enfim chegou. Meu pai estava na sala me esperando para sair. Dessa vez eu não vou fugir, é melhor acabar com tudo de uma vez, já cansei dessa história me perseguindo. Saí do quarto decidida, e vi a mesma coisa no olhar do meu pai.

— Vamos? — perguntei respirando fundo.

— Vamos.

Ele pegou as chaves do carro e saiu, sendo acompanhado por mim. A praça está meio movimentada, Nando inventou de dar uma festa na Ribalta e o pessoal está organizando tudo. Como já era costume, passei os olhos pelo QG a procura de Cobra. Ele está no computador, parece concentrado. Acho que fico olhando tempo demais, pois seus olhos logo encontram os meus.

Tudo ao meu redor para, e é como se nada tivesse acontecido entre nós. Durante aqueles segundos, somos só eu e ele, mergulhando no olhar um do outro. Mas isso dura pouco tempo. Ele volta ao que estava fazendo e percebo que está chateado com a nossa situação. Se ele ao menos entendesse…

— Quer ir falar com ele?

— O que? — pergunto surpresa.

— Quer ir falar com o Cobra?

Será que é uma boa ideia? Já fazem semanas que a gente não se fala, tanto eu quanto ele levamos a sério o negócio de se afastar. Mas e se fosse só pra dar uma olhada, ver como ele está? Não pode fazer tão mal.

Antes que pudesse perceber, estou batendo no batente da porta para chamar sua atenção. Ele me olha e larga o computador.

— Oi.

— Oi. — ele responde seco.

Ótimo, começamos bem.

— Como você está? — não sabia bem o que falar, então perguntei a primeira coisa que me veio a cabeça.

— Você se importa?

Ai, essa doeu.

— Você sabe que sim. — respondi e ele riu.

— O que você quer, Karina? — ele perguntou, dando a volta no balcão.

Em nenhum momento ele parou de olhar nos meus olhos, e isso me intimida um pouco.

— Só vim ver você.

— O que aconteceu com todo aquele papo de se afastar?

— Não faz isso, por favor.

— Isso o que?

— Jogar isso na minha cara.

Ele me encarou em silêncio por alguns segundos

— Foi sua decisão. — ele diz.

— Eu sei.

— Então por que você está aqui?

Novamente, silêncio.

— Porque eu ainda me importo.

— Karina… — ele começou, se aproximando. — depois de um mês me evitando… — ele me encosta com delicadeza na parede. — você vem me dizer que se importa comigo. — ele chega bem perto meu ouvido. — Eu não poderia acreditar menos em você.

Eu podia sentir seu perfume e, mesmo com a situação, sentia um impulso de agarrá-lo. Mas não o fiz.

— Por que tá dizendo isso? — perguntei, me afastando antes que fizesse alguma coisa da qual pudesse me arrepender depois.

— Porque é a verdade. E eu tô cansado de você.

— Cansado de mim?!

— É. Cansado. Você só me procura quando alguma coisa acontece e foi só se acertar com a sua família que já desapareceu. Espero que esteja feliz com a sua vida.

Eu não sabia o que dizer. Cobra nunca tinha sido tão sincero e tão cruel comigo ao mesmo tempo, e eu sei que tudo o que ele disse é verdade. Nunca foi minha intenção magoar ele, tanto que nos afastamos por causa disso, mas agora, olhando desse jeito, parece que não foi uma escolha tão boa assim.

— Cobra...você ainda é meu melhor amigo. Eu só precisava de um tempo pra não confundir as coisas. — tentei explicar, e ele me encarou, dessa vez com um olhar triste.

— Eu sinto sua falta, sabia? — o que? Ricardo Cobreloa estava dizendo isso? — Ainda acha que está gostando de mim?

Era impossível não notar que ele estava se esforçando para dizer aquilo. Esse não é o tipo de assunto que o Cobra gosta de conversar, muito pelo contrário.

— Eu não quero me machucar. — respondi, por fim, e ele olhou para baixo.

— Você sabe que eu não posso te prometer nada.

— Exatamente. Você não tem que prometer. Nós nunca fomos oficiais nem nada assim.

Ele assentiu, parecendo entender o que eu queria dizer, mesmo que nem eu mesma consiga. O ambiente ficou silencioso, ninguém dizia nada, mesmo havendo muito há ser dito.

— Você me disse que estava gostando de mim e foi embora. Mas você não me deu a oportunidade de dizer o que eu sinto.

Meu corpo congelou. A possibilidade de ele gostar de mim...não, é impossível. Estava prestes a perguntar o que aquilo queria dizer, quando ouvimos batidas na porta. Meu pai estava ali, meio sem jeito de interromper.

— Desculpa atrapalhar a conversa, mas a gente realmente precisa ir.

Ótimo, mais um dia sem respostas. Mas não tinha o que fazer. A audiência é importante, é o que vai decidir se as coisas vão finalmente começar a se ajeitar, ou se só vão surgir mais problemas.

Me despedi do Cobra e fui para o carro. Meu pai estava claramente nervoso, batia os dedos no volante e olhava para mim a todo momento. Eu entendia o que ele estava sentindo, mas não estava ajudando muito. O lugar não era tão longe e logo chegamos.

O que eu achei que ia ser demorado, demorou muito mais do que eu pensava. O juíz ouviu a Bianca, a Bete e alguns “amigos” do Lobão, que mentiram descaradamente. Não precisava de muito esforço para perceber que nós estávamos em desvantagem. Já tinham se passado três horas quando a última pessoa foi chamada. Quase caí da cadeira quando o Cobra entrou pela porta, com as mãos no bolso e os olhos correndo por toda a sala.

Ele era o único que podia dizer a verdade. Eu só esperava que ele fizesse isso.

COBRA

Fiquei um pouco surpreso quando o Lobão me chamou para depor ao seu favor. Ele sabia que eu era amigo da Ka, que eu queria ajudá-la. Aceitei de qualquer forma, era o melhor a se fazer. Sei que ela nunca vai me perdoar, mas eu nem sei o que pode acontecer comigo caso eu faça alguma bobagem. Não contei nada para ninguém, nem pra ela.

Tudo o que eu tinha que fazer era entra lá, falar bem do Lobão e sair. Parecia muito simples. Porém, todos os meus planos mudaram quando meu olhar encontrou o dela. Aqueles olhos azuis praticamente falaram comigo, me imploraram, para dizer a verdade. Ela parecia tão cansada de toda essa história, de todos esses conflitos que apareceram tão de repente quanto ela podia esperar.

O que eu não faço por ela?

Quinze minutos. Foi tudo o que eu precisei.

Quinze minutos falando tudo o que eu descobri na Khan. O olhar do Lobão era de quem poderia me matar a qualquer momento. O juíz ficou surpreso, aparentemente, ele já tinha tomado uma decisão quando eu entrei na sala. Finalmente, foi declarado que a Karina ficaria com o Gael e a prisão preventiva do meu Mestre. Nunca vi a loirinha tão feliz. Tudo acabara bem, para eles.

Esperei todo mundo sair, para ir depois. Do lado de fora todos comemoravam. Pai e filha abraçados e sorrisos por todo lado, valeu a pena mudar de ideia. Fui embora antes que ela me visse, seria melhor conversar depois, não queria estragar a felicidade de ninguém.

Na mesma noite eu ouvi as comemorações no Perfeitão, todos estavam aliviados. A cada momento eu pensava que tinha tomado as decisões certas, seria melhor para ela. Já passava da meia noite quando eu ouvi batidas na porta. Não precisei nem olhar para saber quem era. Assim que abri a porta recebi o melhor abraço da minha vida, parecia que todo aquele tempo sem se falar tinha sumido. Nós éramos os mesmo de novo. Mas não por muito tempo.

Seu sorriso era lindo e seus olhos brilhavam de uma forma que eu não via há muito tempo, desde que eu acordei no hospital. Era hora de contar. Depois de me agradecer pela terceira vez, recebi mais um abraço e resolvi falar antes que perdesse a coragem.

— Eu vou embora, Ka.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Honestamente, eu não sei se ficou muito bom. É péssimo escrever em pedaços, você acaba perdendo a linha de raciocínio e acho que isso aconteceu algumas vezes. Se ficou confuso, por favor, me avisem que eu reescrevo e ajeito tudo.
Aliás, a fic já está nos últimos capítulos e não deve demorar a acabar.
Comentem, por favor!!!!
Beijos e até o próximo capítulo!!!