Carta escrita por Ingrid-chan


Capítulo 1
Oneshot




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O cenário já não era mais o mesmo, com certeza. A casa nº 4 da Rua dos Alfeneiros já não fazia mais parte da vida de Harry James Potter, e nem ele teria que ir até lá novamente. Mas quando Minerva reservou parte do seu ocupado tempo como diretora de Hogwarts para lhe mostrar uma pequena carta, ele não quis deixar mais ninguém tomar esse lugar.
Segurava com certa firmeza a mão de Gina, sua esposa. No inicio pensou ser melhor ir sozinho, mas viu que, se tratando de família, os Weasley podiam saber uma coisa ou outra a mais que ele, que fora criado sem pais e por tios que sempre deixavam claro que ele não era desejado, o filho de bruxos e com uma cicatriz que sempre lembrava sua tia Petúnia que sua irmã estava morta por causa dele. Mas isso ficou no tempo, muitos anos atrás, e não seria agora que essas memórias iriam atrapalhar algo.
Tocou a campainha, a casa com o jardim bem cuidado e um carro grande e perfeitamente encerado estacionado em frente à garagem. Claro que esse carro não era de Harry, de fato, ele mesmo nunca aprendera a dirigir, pelo menos não um carro. Sendo um bruxo ele podia viajar para onde quisesse, contando que soubesse exatamente para onde queria ir. Todos os pensamentos que passavam por sua cabeça se voltaram para o local novamente quando a porta foi aberta por uma mulher loura e muito magra, do tipo que geralmente se vê nas revistas trouxas.
- Quem são vocês? - ela perguntou, ponto a mão na cintura enquanto já se preparava para ouvir alguma coisa de vendedor ou de religiosos, mesmo que a roupa do casal a sua frente não indicasse nada do tipo. Se lembrava com clareza de McGonagall indicando que o nome dela era Margret.
- Estou aqui para ver Dudley Dursley... Pode avisar que é seu primo? Harry.
O olhar da mulher mudou, mas não muito. Pouco havia ouvido sobre Harry, o marido tocara no nome dele poucas vezes, apenas quando mencionava alguma história sobre a infância, mas sempre parava quando ia contar algo sobre o primo que viveu na casa dele por muitos anos.
Os convidou para entrar, pedindo para esperarem na sala enquanto ia chamar o marido. A mão de Gina foi até o ombro de Harry, o incentivando a entrar e se sentar no grande sofá. Não tiveram que esperar muito até um Dudley ofegante viesse descendo as escadas, meio afobado por Harry estar ali sem seu conhecimento prévio.
As rixas com o primo haviam se passado a muito tempo, ainda no seu quinto ano em Hogwarts quando fora atacado por dementadores e Harry salvou a vida de Duda. Mas aquilo não queria dizer que a relação entre os dois havia melhorado muito, apenas entraram em um acordo nunca falado de um não encher mais o outro, e era por isso que Duda estava tão confuso, sem saber o que Harry queria ali depois de anos, e ainda assim tendo uma vaga ideia.
Harry se levantou do sofá em respeito ao dono da casa, se sentando novamente quando Dudley se acomodou em sua poltrona.
- Então... o que quer? - ele não parecia ter a exata intenção de ser grosso, ainda que tenha soado como tal. Mas era o que se esperava quando um parente bate à sua porta depois de 13 anos.
- Precisamos conversar. - Harry enfiou a mão no paletó, retirando a carta com o selo vermelho feito de cera. - Eu deveria entregar essa carta diretamente à dona, mas acho que você já sabe do que estamos falando, certo?
Dudley começou a suar frio, enquanto sua esposa perto dele parecia não entender sore o que estavam falando. Se perguntando o que aquela carta significava e, mais ainda, porque seus olhos de águia viram de relance o nome de sua filha nela.
- O que Harry está tentando falar. - começou Gina, ao notar que o marido iria continuar calado, esperando Dudley pegar a carta. - É que sua filha, Anne, é uma bruxa.
- Mas como? - Duda perguntou. - Tanto eu quanto Meg somos perfeitamente normais. - Foi nesse momento que a Margret ficou ainda mais confusa, se perguntando o porque de estarem falando sobre contos de fada e coisas do tipo, envolvendo sua preciosa filhinha que sempre se mantinha tão trancada em seu próprio quarto.
- Bom... minha mãe também era filha de pais trouxas. - Começou Harry. - E hoje foi comprovado que um nascido trouxa tem em algum momento da história um antecessor bruxo... Não é tão improvável assim que tenha acontecido... - ele era calmo ao falar, ponderando cada palavra para não assustar ainda mais Duda, ou deixar Margret ainda mais confusa, ela era uma das que precisaria passar a saber sobre aquele mundo.
Dudley pegou a carta devagar, como se ela pudesse morde-lo a qualquer momento. A muito já não pensava mais em magia como algo abominável, digno de nojo, como seus pais o haviam ensinado. E de fato, ter aquela informação naquele momento explicava muita coisa sobre sua filha, sempre tão reclusa e envolta em pequenos acidentes sem explicação, assim como Harry sempre esteve durante a infância.
- Eu... não vou saber o que fazer. - Disse por fim, se vendo que nunca se interessara em onde Harry havia comprado suas coisas ou qualquer coisa que envolvesse aquele mundo de magia.
- Pode deixar, eu vou estar aqui para ajudar.


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Notas finais do capítulo

Essa ideia estava na minha cabeça a tantos anos que eu não podia mais contar. E acabou não ficando como eu esperava, mas tomara que você tenha gostado. :)