PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 38
Capítulo 37 – Encontro de Família


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pelo atraso.
Problemas com a internet. Até tentei uma lan house, mas na hora das postagens perdia a formatação.

Enfim... Vamos lá!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/587879/chapter/38

Pokémon Estilo de Vida
Saga 03 – Guerra
Etapa 07 – Kevin



"Nunca vi nada selvagem sentir pena de si mesmo.
Um pássaro vai morrer de tanto gritar antes de sentir pena de si mesmo."



Capítulo 37 – Encontro de Família





– Por favor Rodolfo, pare com isso! -



Riley e Maya estavam paradas diante a mira de uma arma. A parede estava atrás delas e Presa Selvagem estava caído em meia a uma poça de sangue que aumentava a cada instante.

Chegar a escola, a pé, não havia sido tão difícil, mas a quantidade de vezes que tiveram que mudar de rua, esconder-se e contar com a sorte tirou a calma das duas. Presa selvagem também havia abatido muitas pessoas pelo caminho, algumas que Riley acreditava que eram apenas cidadãos fugindo do terror, assim como elas.

Tremiam, Maya sequer conseguia tentar sacar seus pokémon e Riley segurava na mão da prima, apertando com força, temendo que algo acontecesse. Após quase cinco horas de toda aquela situação a calma ia dando lugar ao desespero.

Mas, entre tranco e barrancos chegaram a escola onde algumas pessoas estavam tentando se esconder. Eram a maioria pessoas ligadas a escola, dentre alunos com seus familiares, professores e outros funcionários. Foram acolhidas rapidamente por eles e logo a escola parecia não ter mais ninguém, voltaram a escuridão e silêncio que havia antes.

Maya contou cerca de cinquenta pessoas ali e não demorou em aliviar-se percebendo que os mais chegados não estavam ali. Talvez, se estivessem, seria difícil fugir sem pensar neles, caso viesse a ser necessário. O único conhecido era Rodolfo que parecia muito agitado desde o momento em que as meninas chegaram.

Riley sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao vê-lo. As coisas na última vez que o viu simplesmente saíram do controle e o jovem cortês e amigável que parecia querer seduzi-la tornou-se um verdadeiro cafageste. Ela admitia que sua reação final, do todo, era um pouco demais, mas diante de todo contexto que ela vivia sobre estar com alguém, esperava que alguém entendesse. Quando olhou para ele sentiu que tudo ia voltar a sua mente, mas ele simplesmente desviou o olhar e pouco deu atenção para ela.

As primas procuraram um lugar junto aos demais e ali ficaram para descansar da corrida noturna e perigosa que fizeram. Maya estava suada e parecia mais cansada que Riley, talvez porque a Loira corria quase que puxando a morena, e assim esforçava-se mais. Quase tomou um banho no bebedouro quando ali chegou, mas preferiu não se demorar em se refazer, muita água no estômago apenas aumentaria a fadiga e as pessoas na escola poderiam querer começar a questionar porque elas estariam tão cansadas.

Foi nesse momento de descanso que dois homens surgiram com roupas táticas e muitas armas. Olharam para todos e Rodolfo se ergueu em meio a todos que tremiam. Chegava a parecer um heroi de tão confiante diante a pose que fazia. Caminhou na frente de todos e sorriu. Os dois homens jogaram armas e uma roupa tática para eles e todos ficaram sem entender o que estava acontecendo. “Escória”! Foi a palavra escutada quando os três alinharam-se e começaram a atirar em todos.

Presa Selvagem havia ficado escondido após chegarem a escola. Era muita gente e de alguma forma as meninas sabiam que ele causaria alguma confusão, já que seus pelos já estavam sujos e tinham a impressão de terem até sangue. Pediram para ele se esconder enquanto entravam na escola e ficar de olho.

Talvez tenha sido providencial a decisão das meninas pois Raticate apareceu do nada mordendo um deles no pescoço e Maya aproveitou que Rodolfo e o outro assustaram-se com a situação e correu puxando Riley. Rodolfo identificou o pokémon como o Raticate de Kevin, ele virou-se de automático para as meninas e as viu correndo. Seu pior erro foi tirar os olhos do pokémon que saltou sobre o segundo cara.

Rodolfo tentou acertar o pokémon, acertandoo o próprio parceiro e então resolveu correr atrás das meninas, parecia mais interessante. O pokémon era imprevisível e as meninas mais controláveis. Se o pokémon estava ali teria de enfrentar Kevin e ele não tinha habilidades para aquilo, mas tendo as meninas na mira de uma arma, certamente Kevin poderia recuar tempo o suficiente para outros Fantasmas chegarem.



– Por que está fazendo isso? -



Ficaram presas num corredor. As portas das salas se aula estavam fechadas e a porta para o refeitório estava trancada. Estavam tentando argumentar, ou ao menos entender o motivo daquilo. Ele se mostrou até muito rápido em atirar em Raticate a queima roupa. Maya viu o pokémon cair e sangrar e teve quase certeza de que não era um dos seus fingimentos ou aquele pokémon deveria ir para a televisão.



– Kevin! - Disse ele irritado. - Eu não estava realmente interessado em você. Mas, fui obrigado porque todos queria detonar Kevin. -



As meninas pareceram não compreender. Chegaram a se olhar para entender o que estava acontecendo realmente.



– Eu era um dançarino de Marjori Star, o dançarino principal. Quatro anos dançando para aquela vadia aguentando gritos, insutos e muitos outros. Mas, a Estrela dos Palcos decidiu ajudar o Maerd a conseguir dinheiro para o curso de Medicina Pokémon e então me demitiu. - Ele sacudiu a arma. - Não me rebaixou ou me colocou no nível dos outros dançarinos, ela realmente me chutou, do nada! -



Riley ainda tentava entender o que aquilo tinha haver com elas. Via o quanto o rapaz de olhos amendoados parecia irritado e não parava de gesticular com a arma. Não parecia que ele queria matá-las realmente. Parecia esperar por algo.



– Então umas duas semanas depois os Fantasmas me encontraram. Falaram do plano deles e tudo mais. Eu disse que apesar de querer ajudar, não tinha treinamento militar ou habilidade para com armas, mas eles disseram que precisavam do meu poder de sedução para acabar com o futuro de Kevin. - Ele encarou Riley. - Precisavam que eu seduzisse você. -



– Eu? -



– Está louco? - Maya questionou. - Seduzir Riley para afetar Kevin? Quando conhecemos você nem sabíamos da existencia de Kevin e ele não sabia que nós existiamos. -



Dois tiros. As meninas se encolheram. Rodolfo percebeu que enquanto elas tentavam entender iam se movendo para mais perto dele. Certamente ele era mais forte, mas as duas juntas e quem sabe com algum pokémon que elas pudessem liberar seria um problema. Ele poderia ser dominado. Atirou para o chão fazendo as se encolherem e recuarem.



– Ele certamente não sabia de vocês, mas vocês sabíam dele. - Ele sorriu de forma debochada. - Ao menos que sua mãe conheceu uma estrangeira a qual um acordo foi feito e o filho das duas deveriam se casar. - Ele encarou Riley. - Não me diga que não sabia que era a mãe de Kevin. -



Maya piscou algumas vezes e olhou para Riley que estava com os olhos arregalados e estática. Ela parecia surpresa. A conversa com a mãe não envolveu nomes ou qualquer outro tipo de coisa. Riley estava abalada demais para compreender o que estava sendo dito e não pediu nomes na época, bem como Cody não o fez. Agora Maya entendia o que Barreira estava tentando dizer anteriormente, que tudo ficaria bem quanto a morte de Razor por que Kevin era o prometido de Riley e o Imperador queria o casamento. Mas, ao que parecia nem todos sabiam da identidade do prometido e se aquilo não fosse revelado antes que o Lord Empalador chegasse a Kevin, ou qualquer outro soldado de guerra, ele certamente morreria.



A mãe de Kevin é a estrangeira? Kevin é o filho da estrangeira? Kevin é o meu prometido? Kevin é o meu prometido! Riley parou estática compreendendo aquela história e juntando com tudo o que aprendera sobre Kevin até ali. Avia se apaixonado pela pessoa com quem deveria se casar e não sabia.



A morena abriu a boca para perguntar como ele poderia saber daquilo. Ao que parecia poucos eram o que sabiam. Mas, sangue espirrou em seu rosto. Ela tremeu diante ao sentir o liquido banhando seu rosto e assustada com a cena. A garganta de Rodolfo era transpassada pela calda ferrão de Noivern.

Tentaram ir mais para trás, mas a parede não deixou. O corpo de Rofolfo foi puxado para trás e lançado pelo corredor. As meninas então virão caminhando pelo corredor, Roger. Suas olheiras apreciam acentuadas, um pouco sujo e alguns machucados, mas nada que falasse que ele não estava bem.



– Fiquei surpreso que Noivern conseguisse entrar num corredor como esse. - Disse Roger que parou bem antes de chegar as meninas. - Desculpe por matá-lo na frente de vocês, desta forma, mas não temos muito tempo. Outros desses caras logo chegaram. Não imaginei que fossem haver tantas pessoas refugiadas aqui e com isso estariam atraindo atenção para cá. -



Riley não disse nada. Estava tentando limpar o rosto, o sangue parecia tão pegajoso que ela as vezes se irritava com aquilo, mas acabava se contendo. Tentando processar que viu uma pessoa ser morta de forma brutal levando consigo a informação sobre seu prometido.



– Não precisava tê-lo matado. - Maya encarou o irmão dando alguns passos a frente. - Podíamos tê-lo interrogado. Ele estava falando sobre o Kevin ser a pessoa com quem Riley deveria se casar. -



Riley olhou Maya. Havia aquela informação na sua cabeça dando esperanças de que tudo fosse acabar bem. Dando a ela, em meio a toda aquela violência, a sensação de que tudo parecia escrito.



– Sério que vamos conversar sobre isso aqui e agora? - Roger pareceu ficar desanimado. - Acha que vai importar ser ele se morrermos aqui? -



Maya escutou a voz do irmão sair como quando eles eram mais novos. Ele nunca fora muito forte, nunca fora muito esperto, era na verdade muito medroso. Mas, ser medroso fazia-o ter questionamentos como aquele. Do que adiantaria qualquer coisa que conversassem se morressem? Parecia ser uma desculpa, uma tentativa de fuga, mas era a realidade do momento. Corriam risco e por mais que o irmão estivesse em um momento destemido, era nítido que ele receava ter que conversar em um lugar tão perigoso.

Maya compreendia aquilo, estava a tanto tempo sem ver o irmão e tanto havia acontecido que sabia que ao iniciarem a conversa, qualquer conversa, uma coisa puxaria outra e acabaria levando muito mais tempo do que dispunham.



– Você está certo. -



Maya deu alguns passos para frente e então olhou para trás e viu Riley ainda se limpando e olhando para Presa Selvagem, que já não se mexia.



– Podemos procurar uma mochila para levar o corpo dele. - Comentou Maya olhando o pokémon a quem ela aprendeu admirar. Aquele tipo de pokémon era único, cheio de vida, personalidade e ela não gostava de admitir, muito mais inteligente do que ela. - Certo? - Maya olhou para Roger que apenas acentiu.



– O que aconteceu com Barreira? - Perguntou Riley surpreendendo Maya. - Ele estava falando sobre salvar Kevin e que ele tinha uma missão do Imperador e por isso Kevin poderia ser salvo. -



Roger observou aquela pergunta inusitada. Tinha atacado barreira na casa justamente por medo que ele revelasse a identidade de Kevin como o prometido de Riley. Mas, aquele tal do Rodolfo parecia saber de tudo e contou. Ele matou-o justamente para poder dizer que tudo era mentira, mas parecia que Riley queria realmente acreditar naquilo.



– Eu... - Roger hesitou por alguns instantes. Era proposital, já havia sentido que as meninas estavam temerosas quando a ele, sua postura violenta não agradava e compreendia que para que elas fossem com ele teria que ser como o menino inseguro que era antes. - Não tive escolha. -



Riley deu alguns passos e pegou o corpo de Presa Selvagem no colo e começou a caminhar pelo corredor e passou por Roger sem dizer nada. Maya viu aquilo e por alguns segundos ficou pensando no que se passava na cabeça da amiga. Os irmãos Neet saíram de sua inercia e apertaram o passo alcançando Riley já na entrada do ginásio.

Os três pararam. Demoraram demais para sair e naquele momento estavam cercados. Eram seis e não havia a menor possibilidade de lutarem contra eles, além de armas apontadas existia um olhar de que eles morreriam ali.



– Diga-me que não pensou realmente em trair o Império. -



A voz era tão forte que fez Maya encolher-se. Não era difícil olhar para aquele homem e compreender o que estava por vir, Conde Veneno de Cobra iria dar uma surra nos dois filhos e na sobrinha para eles aprenderem a não fugirem de casa.



– Pai! - Roger deu um passo a frente e Noivern abriu asas entrando na frente de seu treinador. - Você não vai encostar nelas. Lembre-se que o Imperador... -



– Cale a boca! - Gritou Veneno de Cobra. - Encontramos Barreira agonizando e ele contou que você está tentando fugir com as meninas. O que na verdade só confirmou o que vimos na cabeça de Mevoj. Que você tentou convencê-lo a contar onde as meninas estavam para poder fugir com elas. -



Roger fechou os punhos irritado. Seu pai poderia ser tudo, mas era muito orgulhoso para aceitar que seus filhos traíssem o império. Admitia a fuga, porque no final era uma ofensa a ele e não ao país, mas ir contra o Imperador era demais. Ele seria capturado e executado, com certeza.



– Vocês três, levem as meninas até Lord Empalador e conte o que aconteceu. - Uma pokebola foi sacada. - Diga que eu invoquei o direito de ver meu filho cair com honra. - O olhar ficou-se em Roger. - Pelas minhas próprias mãos. -



Roger deu um sorriso e começou a gargalhar. As meninas ficaram sem entender e deram alguns passos para trás. Os três que deveriam pegar as meninas ficaram apenas olhando tentando entender a graça, bem como os demais. Apenas Conde Veneno de Cobra não ria.



– Você é uma vergonha para a família. - Disse o pai.



– As meninas não vão a canto algum! -



Roger virou e as empurrou para dentro do corredor, as duas caíram e ele puxou as portas e saltou para o lado. Um jato de fogo foi contra as barras da porta derretendo-as e trancando as meninas no corredor pela qual vieram.

Quando se virou viu que o pai já havia liberado seu pokémon para o duelo final entre eles. Um Seviper negro, com alguns detalhes roxos e amarelos. Mas, o que mais chamava a atenção era o ferrão vermelho na ponta da calda que quase parecia uma lamina. Nem mesmo as presas eram tão chamativas.

Noivern encarava seu adversário do alto. Levantou voo assim que a serpente adversária foi liberada, sabendo que aquilo diminuiria o alcance adversário. Os pokémon pareciam se encarar sabendo que a batalha era a última que um dos lados faria.



– Dois permaneçam como testemunhas e os demais tentem dar a volta. - Disse o Conde.



Roger observou os soldados saírem do ginásio de esportes, onde a maioria se refugiou, sem poder fazer nada para impedi-los. Agora a batalha tinha limite de tempo além de ser de vida ou morte. Se demorasse demais, acabaria recebendo a infeliz visita de seu tio Lord Empalador, e isso significava certamente sua morte. Mas, deixar que as meninas fossem levadas significava quase a mesma coisa.



– Algo a dizer antes da sua morte, filho? - Questionou o pai.



– Vou te mandar pro inferno por ser um péssimo pai. -



Os dois se encararam enquanto os dois soldados se afastarem o suficiente para não serem vitimas de ataques perdidos.



– Tóxico! - Pai e filho gritaram.



Os dois pokémon cuspiram seus jatos tóxicos que colidiram em pleno ar ar e espalhou o liquido venenoso pelo local. Roger sorriu, imaginando que aquilo impediria os movimentos de seu adversário, afinal o líquido iria envenenar qualquer um que tocasse. Ao menos deveria.



– Mude sua posição e use Lança Chamas! -



Roger escutou seu pai comandar e arregalou seus olhos ao ver o movimentar da serpente pela poça de veneno como se fosse apenas água. A velocidade também impressionar e a verdade foi que não esperava um ataque de fogo ser lançado, Noivern fora acertado de raspão, já que o próprio fora esperto em desviar por conta própria.



– Por que essa cara de surpreso? - Conde sorriu. - Estava imaginando que poderia envenenar meu pokémon? - Percebeu que Roger ficou tenso. - Ou imagina que as alturas lhe protegerão? Pulsação das Sombras! -



Noivern foi acertado por uma massa de ar escura que surgiu acima dele o fazendo perder altitude.



– Meteoro do Dragão! - Comandou Roger.



– Você é fraco mesmo! Proteção! - Comandou o Conde Veneno de Cobra.



O ataque foi executado com perfeição. Noivern cuspiu uma massa de energia para cima que logo se dividiu em várias esferas e todas foram contra a Serpente de pele negra que levantou sua redoma de proteção e apenas observou as explosões que aconteciam em sua defesa, sem se preocupar.



– Quando tive noticiais suas como um assassino achei que havia realmente se tornado forte, mas fiquei decepcionado que não tenha vencido de verdade nenhuma batalha honrosa. Sempre trapaceando, enganando e deixando armadilhas. -



– Não me venha dar lições de moral! - Gritou Roger. - Ventos cortantes. -



O dragão com jeitão de morcego agitou suas asas por duas vezes e na terceira vez os ventos vieram brilhantes e foi em direção a serpente.



– Cavar! -



Conde Veneno de Cobra comandou calmamente viu seu pokémon esconder-se durante antes de ser acertado. Olhou de forma debochosa e viu que seu filho parecia ter gostado do que ocorreu.



– Hiper Raio! - Comandou Roger.



O Conde viu o ataque acertar o chão e tudo tremer, sem a nenhum momento perder a pose.



– Seu problema, senhor Conde, é que todas essas coisas que você citou aprendi com o senhor. - Ele encarou o pai. - O que aprendi depois que sai de casa foi que você pode imitar ataques, gerando seus efeitos, mesmo que não possa dá-los. Por exemplo, esse abalo que sentiu, se assemelhou bastante a um abalo sísmico, ou até a terremoto e que conveniente que seu pokémon estivesse debaixo da terra. -



Seviper saiu do buraco, visivelmente abatido. Talvez estivesse mais abatido que seu adversário, já que os meros golpes que conseguiu dar em seu adversário não eram efetivos.



– Desde o começo eu esperava que você tentasse esse ataque de cavar, ou se refugiar no subsolo. Por isso quando passou pela poça de veneno, fiquei desapontado. Achei que iria tentar ir ao subsolo naquele momento. Mas, esperar calmamente ajuda, né? -



– Então você virou um bom estrategista. Por exemplo, nesse momento está dando um tempo ara que seu pokémon se recupere do ataque que usou, com toda essa conversa. - Conde gargalhou. - Mas, não consegue perceber que enquanto me enrola, eu também o enrolo. -



Roger observou que sei pokémon adversário estava bem melhor do que quando saiu do buraco e tentou ocultar que por aquilo ele não esperava. Os Neet eram orgulhosos e aquilo parecia que iria longe, não apenas a batalha, mas todo o jogo de egos que começava a querer rolar.



– O que foi isso? - Ele virou-se para trás, escutando algo atrás da porta que lacrara.



– As meninas não vão sofrer nada, mas você... - O pai encarou-o. - Rabo do Dragão. -



O pokémon esticou seu corpo indo de um lado para o outro e saltou. Girou o rabo, várias vezes, e acertou o pokémon voador que tentava desviar. O ataque era de um tipo dragão e isso fazia ser super efetivo. Foi tão imprevisível que Noivern desviou por instinto, mas teve sua asa esquerda acertada caindo no chão.



– Droga! -



Tenho que dar um jeito nessa luta. Achei que um ataque imitação de terremoto iria ser o suficiente para esgotar o pokémon guia dele, mas acho que calculei mal o poder do adversário. Calculei em cima do poder dos pokémon de Misty, mas meu pai é muito mais forte comprado a ela. Bem... do jeito que está, vou morrer mesmo. Roger suspirou, seu pokémon não conseguiria lutar de igual para igual. Ele apenas precisava esperar pelo momento certo.



Seviper virou-se e tentou usar a ferrão para finalizar com o adversário, mas Noivern não se rendeu e virou-se usando o rabo de ferro.



– Seu pokémon é muito inteligente. - Disse Conde. - Mesmo sem você ter a ideia resolveu usar um golpe de ataque para fazer a defesa contra o envenenamento. -



O Rabo de Ferro era um movimento de aço forte e comum, mas poucos eram os que entendiam que usá-lo para se defender de um ataque venenoso era possível, pois o poder do aço era uma defesa natural contra o veneno. A parte do corpo que usava um movimento do tipo aço ficava, momentaneamente, revestida de aço e assim aquele local imune contra o veneno.

Os rabos dos dois pokémon iam para todos os lados, em um combate estranho, quase como chicotes gigantes e grossos se batendo a todo momento. Noivern sabia que ele iria morrer se vacilasse por um instante e que seu treinador não tinha habilidade para ajudá-lo dentro daquela batalha. Mas, somente com algo fora.



– Pai! -



Berrou Roger em meio a um estrondo fazendo o Conde desviar o olhar da luta para ele. A porta estava aberta, ou acabando de seu aberta, em meio a alguma fumaça. Mas, o que mais chamava a atenção era que havia uma pistola apontada para ele e o dedo no gatilho não vacilou, parecendo só esperar que ele o visse para ter certeza que foi ele quem o matou.

Roger desde que escutara o barulho vindo do corredor sabia que a batalha não poderia ser honrosa, ainda mais que suas habilidades se mostraram inferiores desde o começo. Não conseguiu calcular a força exata do pokémon adversário, sua imitação de golpe não fora o suficiente e estava em estratégia, muito atrás de seu pai.

Seu pokémon sabia disso e ele sentia que precisaria ajudá-lo em breve e na verdade, desde que escutara o barulho tinha certeza que precisaria ajudar a si mesmo. Os soldados estavam tão interessados na batalha que um se encostara na parede, desleixadamente e outro filmava. Ambos estavam sem as armas a postos. Seu pai estava com uma única arma no coldre e aquilo parecia ser sua resposta.

Pegou a arma em silêncio enquanto o pai estava elogiando Noivern e então apontou-a. Sentiu um tremer no seu corpo junto a um estrondo que veio junto com seu grito. Sempre imaginou o momento em que fosse matar algumas pessoas chaves na sua vida, por isso entendia que aquele tremor era seu corpo reagindo ao momento. Afinal, de todos que matou o único que teria grande importância era seu pai. Não matou Razor e não viu Barreira morrer, seu pai seria o primeiro.

Um disparo que foi direto na cabeça. Queria que a bala fosse entre os dois olhos. A mira foi para que fosse entre os dois olhos, ele queria que a bala pegasse entre os dois olhos. Esqueceu do ricochete da arma, conhecia o ricochete pois treinara bastante antes de ir para a guerra. Sua mira era boa e teve tempo o suficiente para preparar a mira, no entanto não conseguiu preparar o próprio corpo que vinha acumulando a fadiga das últimas horas. A testa não era o alvo, mas servia para tirar a vida de Conde Veneno de Cobra.

O general de guerra caiu para trás, com a última imagem sendo o filho. Seviper desviou o olhar jogando-se para trás. O corpo caído de seu treinador pareceu despertar algo no pokémon que simplesmente jogou-se contra Roger.

Roger que ainda tinha a arma erguida simplesmente moveu a direção dela e atirou algumas vezes enquanto Noivern disparava um forte Lança Chamas na direção de Seviper e Roger.

Os dois soldados perceberam que precisavam reagir quando Roger gritou pelo pai. Eles viram a porta de trás ser arrombada e não queriam saber o que sairia dali. O que estava encostado de forma desleixada caiu, na tentativa de pegar a arma e o que filmara estancou por um instante ao ver que Roger disparara contra o pai. O que caíra levantará e pegara a arma, enquanto o que filmava apertou alguns botões enviando o vídeo para alguém.

Quando finalmente o que cairá apontara a arma levou dois tiros, um no ombro e outro no pescoço. Roger tinha atirado bem. Aquele que filmava mirou Noivern, mas acabou recebendo uma bala no olho e caindo na hora. Roger sabia que precisava proteger seu pokémon e a si mesmo, porque ele não conseguiria se defender naquela distancia.

Acertar Seviper foi o mais fácil para ele. O pokémon crescia em sua direção e tornou-se um alvo fácil. Ele caiu fazendo barulho metálico no chão e abriu os olhos assutado, principalmente porque o lança chamas de seu pokémon passara por ele e do alvo.

Noivern não tinha chances de se defender ou parar Seviper. Mas, seu treinador estava atento e ciente daquilo tudo, apenas não estava ciente do que havia atrás dele. Escolheu um ataque colocou tudo o que possuía nele na melhor mira que pode fazer e acertou o que iria matar seu treinador.

Roger virou-se para ver o que Noivern havia acertado. Ainda estava em chamas, sem emitir mais nenhum som, mas era grande e metálico.



– Você o matou? -



Foi por instinto. Apenas ergueu a arma e preparou-se para atirar. Estancou ao perceber que a porta realmente havia sido arrombada e Kevin estava ali parado a poucos passos dele com Riley nos braços.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Morreu? Presa Selvagem morreu?
O episódio deveria se chamar chacina?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "PEV - Pokémon Estilo de Vida" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.