PEV - Pokémon Estilo de Vida escrita por Kevin


Capítulo 25
Capítulo 24 – Instintos


Notas iniciais do capítulo

E hoje um capítulo que trás uma mistura de vários ares e estilos.



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Pokémon Estilo de Vida
Saga 02 – Fantasmas do Passado
Etapa 06 – Laços

"Às vezes somos forçados a driblar a verdade,
transformá-la,
porque somos colocados à frente de coisas que não foram criadas por nós.
E às vezes, as coisas simplesmente chegam até nós."

Capítulo 24 – Instintos

– Idiota! -

Foi um berro alto que ecoou pela clareira e talvez por toda a floresta. Juliana geralmente irritava-se com muita coisa, mas nunca ao alimentar os pokémon. Afinal, a menina dos cabelos e olhos castanhos com traços laranjas, em ambos, tinha muita habilidade com o trato de todos os pokémon do seu time e também dos do time de Kevin e Amanda. Significava que seu grito era bem mais do que uma simples raiva momentânea.

Amanda correu, com seus cabelos longos, presos em um rabo de cabelo, a balançar até o local onde os pokémon estavam recebendo o café da manhã das mãos da jovem Pendraco. A jovem Gutmore imaginava encontrar uma cena para lá de engraçada, mas o que viu foi um palco de guerra onde todos os pokémon estavam na frente de Juliana defendendo-a de Luxray que olhava-a de forma agressiva, pronto para atacá-la.

– De novo? - Amanda suspirou. - Por que você insiste em tirá-lo da pokebola se sabe que ele não escuta ninguém além do Kevin? -

Juliana pensou em responder, mas envergonhou-se. Sabia que Luxray havia resolvido seguir com Kevin a pouco mais de duas semanas e que ainda possuía um instinto de atacar a qualquer humano que se aproxima-se. Mas, viu Kevin e ele treinarem sozinhas exaustivamente uma técnica nova nas últimas noites e imaginou que ele gostaria de comer e socializar ao menos com os pokémon. Ledo engano. Esperava que aquilo mostrasse que ela tinha boas habilidades e a fizesse Kevin a olhar com outros olhos, mas o que ganhou foi um choque elétrico matinal e uma tentativa de mordida que foi impedida apenas porque os pokémon saltaram sobre o pokémon elétrico enfurecido.

– Onde está o Kevin para colocá-lo de volta na pokebola? - Questionou Juliana vendo que o pokémon não parecia interessado em baixar a guarda.

– Dormindo. - Amanda parou pensativa. - Que curioso que ele não tenha acordo com seus gritos. - Amanda sorriu debochosa com quem insinuava algo. - Enfim, ele vai voltar para a pokebola mesmo que seja você. É básico. -

– Então faça você. - Juliana sorriu triunfante apontando para a pokebola que estava atrás de Luxray, longe do alcance das duas. - É só ir ali e pegar! É básico! -

As duas se encararam enquanto só pokémon se encaravam. Era como se duas guerras estivessem para acontecer. De fato Amanda Gutmore e Juliana Pendraco não se davam bem, apesar de já terem mais de um ano de convivência. Faziam da briga delas um momento a parte, onde quase esqueciam do mundo a sua volta.

– Em casa depois de um show geralmente vocês não me deixavam dormir, na estrada vocês não me deixam dormir... - A voz de Kevin chamou a atenção das duas. Ele passou pelas duas e pelos pokémon como se arrastando. - Imagino que se eu fossem dormir na mesma cama que vocês eu também não conseguiria dormir. -

As duas ficaram vermelhas com aquilo e Kevin parou por alguns instantes compreendendo a besteira que havia falado.

– Não era bem nisso que eu estava me referindo. - Ele riu e sentou-se em frente a Luxray após pegar a pokebola dele, caída atrás dele. - Mas, a piada tem sua graça. -

As meninas esboçaram um sorriso e foram para perto de Kevin. Os demais pokémon voltaram a catar a comida que estava espalhada pelo local, devido a confusão.

– Que técnica nova está ensinando a ele? - Perguntou Amanda.

– Não estou ensinando. Estamos desenvolvendo. - Disse Kevin que pegava algumas das rações espalhadas no chçao e estendia para o pokémon que demorava algum tempo examinando antes de comer. -

– Desenvolvendo? - Juliana piscou aturdida. - Vai usá-lo numa apresentação de concurso? -

– Não esse tipo de técnica. - Kevin riu. Realmente era muito perigoso colocar Luxray no meio de vários humanos. A plateia certamente o desnortearia. - Luxray tem muita energia e habilidade para fazer a maioria das técnicas elétricas e noturnas com facilidade. Por isso, estamos treinando ele concentrar a energia em um foco e tentar... moldá-la. Isso vai ensiná-lo disciplina e paciência a ponto de talvez acalmá-lo. Além disso, vai consumir muita energia dele fazendo-o ficar mais... - Kevin percebeu que o pokémon o olhava. - … Mais fácil de se controlar! É para escutar mesmo seu esquentadinho. - Kevin e provocou o pokémon que pareceu ignorar o que ele havia dito.

Ensinar um pokémon assassino a moldar a energia? Como isso pode parecer algo bom? Na verdade, nem sei como um pokémon poderia moldar energia. Só você mesmo! Amanda sorria enquanto pensava na ideia que Kevin tinha para treinar o pokémon. Mas, no fundo estava preocupada com o tipo de nova técnica que surgiria dessa combinação.

– Como consegue fazer com que ele confie em você? - Perguntou Juliana. - Ele tem esse olhar e instinto assassino latente nele. -

– Não acredito que ainda não sabe. - Amanda revirou os olhos. - Ele olha dentro da alma do pokémon e permite que o pokémon olhe dentro de sua alma por meio de uma técnica antiga dos Rangers Pokémon. -

Era uma coisa antiga que treinadores da atualidade não conseguiam mais fazer e poucos eram os Rangers Pokémon que tinha tal habilidade hoje em dia. Um Ranger pokémon possuia um aparelho que permitia fazer o pokémon selvagem a sua escolha, conectar a ele, por algum tempo. Compreendendo os desejo de seu coração em ajudar a aquele pokémon ou algum outro necessitado. No entanto, antigamente o ranger fazia isso sem aparelho. Olhar nos olhos do pokémon e abrir sua alma para ele para que ele visse suas reais intensões, sua história e julgasse se aquele humano era merecedor de sua confiança, de sua ajuda.

Acreditava-se que apenas aqueles que estivessem com os sentimentos a flor da pele podiam fazer isso e era uma técnica ensinada apenas aos rangers, como um segredo da profissão para os rangers de elite. Mas, alguns treinadores também conseguiam tais façanhas, pois nenhum segredo realmente era bem guardado.

Dizia-se que também dava-se para se usar com pessoas, mas os relatos eram muito poucos e muitos confundiam com telepatia ou qualquer outra vertente psíquica e nunca com o enxergar da alma da pessoa.

Kevin aprendeu tal técnica enquanto estava tentando se recuperar da morte de seu melhor amigo. Ele fazia isso bem com os pokémon e Amanda e Juliana já haviam-no visto, naquela jornada por Sinoh, fazer com um humano.

– Isso eu sei! - Juliana fez uma careta para Amanda. - Estou tentando entender é que se Kevin expõem a alma para ele e o pokémon expõem sua alma para Kevin para que os dois se entendam... - Juliana encarou Kevin. - Como é que o instinto assassino dele aceita seu jeito doce? -

– Bem... - O sorriso de Kevin se desfez por alguns instantes. O pokémon deitado ficou em alerta. - Eu tenho um instinto assassino também. Controlo-o, oculto-o. Mas, não sou tão diferente de Luxray. O que me diferencia dele é que aprendi a manifestá-lo quando realmente minha vida correr perigo. Ao lado de vocês eu não corro perigo, então posso ser como vocês me conhecem. -

As meninas escutaram aquilo sem saber o que dizer. Nunca imaginaram Kevin com um instinto assassino. Sempre sorria, sempre atencioso e prestativo. Não havia chances de alguém como ele estar disposto a matar alguém. Ao menos era o que elas imaginavam.

– Também não diria que é um instinto assassino e sim instinto. Puro e simples instinto. - Kevin sorriu. - Existe instinto para doçura, instinto para análises, instinto para os negócios, instinto para o amor e alguns desenvolvem instinto para saber quando... - Kevin não completou ao perceber que as meninas estavam olhando-o assustadas.

Elas sorriram ao perceber que o fizeram calar-se. Simplesmente não conseguiam imaginá-lo da forma que ele dizia. Cada uma a sua maneira conhecia o lado herói e não acreditava que o herói fosse capaz de se vestir de vilão, mesmo que fosse o único jeito de ser herói.

– Então deixo Luxray ver exatamente esse lado para que ele possa confiar em mim e saber que sei o que ele está passando, mostrando a ele meu lado que vocês não conhecem. - Kevin estendeu a mão direita para o pokémon. - As duas são minhas amigas, você sabe disso. Logo são suas amigas. Não precisa obedecê-las e nem confiar nelas, apenas não as ataque quando eu precisar que elas te alimentem ou te limpem. Afinal, eu não dou conta do mundo todo sozinho. -

O pokémon ficou encarando Kevin por um longo periodo enquanto ele mantinha a mão estendida para o pokémon. Finalmente Luxray levou a cabeça até a mão grunhiu algo que parecia ser um algo feliz.

“Um dia você entenderá que por mais que nossos instintos assassinos combinem, terão horas que eu vou querer salvar vidas e não tirar.”

Luxray pode escutar Kevin mesmo sem ele falar. Aquilo talvez nunca fosse fazer sentido para o pokémon, afinal se havia instinto assassino era para matar. Era por raiva e não por proteção.

<><><><> 1 Ano Depois – Batalha de Razor e Kevin em Khubar <><><><>

– Golpe Cortante de Ar e mantenha-o! -

Luxray viu o que viria a seguir. Já havia enfrentado aquele tipo de ataque outras vezes e sabia que onde estava Kevin seria acertado bem como as pessoas que tentava defender. A batalha era de vida ou morte e Kevin estava disposto a matar seu adversário e pokémon, bem como Luxray entendia ser necessário em todas as batalhas

Desde que fora abandonado, muito novo, sempre era maltratado por humanos que passavam treinando contra os pokémon selvagem ele entendia que era necessário ser forte. Sempre que era atacado por outros pokémon selvagem aprendia que era necessário abater completamente seu adversário, pois ele sempre voltava querendo mais ou em busca de uma revanche, caso milagrosamente ele tivesse vencido.

Viu os amigos serem eliminados pelos humanos e assim vida ou morte em cada batalha parecia ser a explicação lógica e natural das coisas. Quando conheceu Kevin estava em uma batalha de vida ou morte contra vários pokémon e vários humanos. Mas, Kevin não deixou que o matassem e o ajudou a vencer a batalha que certamente poria fim a sua vida.

Naquela luta contra quele jovem chamado Razor e Scyther, após muito tempo, Kevin estava apresentando um instinto assassino permitindo que as vontades de ambos fossem a mesma. Mas, Luxray desde o primeiro momento podia ver a alma de Kevin pensando em Riley e Maya. As duas meninas pareciam importantes demais. Tão importantes que Kevin estava disposto a matar e a morrer por causa das duas.

Era um sentimento diferente para Luxray, pois somente sentiu aquilo uma vez e foi quando viu a alma de Kevin pela primeira vez, quando Kevin parecia disposto a qualquer coisa para ajudá-lo. Mas, naquela época achava que Kevin estava disposto a qualquer coisa para salvar os outros e não a ele. Só agora, muito tempo depois, conseguia ver que Kevin arriscou sua vida para salvar um pokémon que mal conhecia e que tinha a fama de assassino de humanos.

Luxray poderia ficar parado e receber ao taque que ele continuaria vivo. Mas, Kevin sairia gravemente ferido e os outros caídos atrás dele provavelmente não resistiriam. Aquela luta não era para matar os adversários, era para salvar os caídos.

De forma instintiva o Luxray partiu para cima e começou a ser retalhado pelo ataque. Ele ficou posição mais a frente, sendo cortado diversas vezes. Mas, foi um instinto de proteger a seu treinador e as pessoas atrás de si. Se ele tivesse ficado onde estava, ou esperado pelo comando de Kevin, todos seriam acertados. De forma que defendendo-se mais a frente, criava um funil no vento que ia se alargando.

– Luxray... - Balbuciou Kevin surpreso com o pokémon.

Aquele pokémon era sempre letal em tudo que fazia. Era preciso ele próprio tomar cuidado para não ficar na direção de um de seus ataques e agora que Kevin emanava aquela aula assassina era para o pokémon estar quase fora de controle, mas atento aos comandos por acreditar que ele e Kevin estavam em sintonia.

“Vai ficar tudo bem!”

Kevin arregalou os olhos. Sentia seu pokémon ali, conectado a ele. Quando atendeu aos apelos de morte do pokémon o pokémon entendeu que era um apelo de vida para aquelas pessoas que Kevin tentava defender. Havia uma conexão de mão dupla ali. O pokémon estava tentando defender o que o treinador acreditava, mesmo sem pedir.

– Eu consigo te sentir Luxray! Acabe com eles com o ataque que desenvolvemos! -

Um urro animalesco foi escutado de Luxray. Desenvolveram uma técnica que usaram cerca de quatro ou cinco vezes em batalhas reais. Era perigosa demais e Luxray sempre se empolgava e acaba ferindo gravemente o adversário. Mas, hoje Kevin queria força total no golpe e sem receios do que viria acontecer. Era assim que Luxray gostava de lutar. O pokémon brilhou emanando eletricidade por todo o corpo, enquanto todos podiam ver o pokémon sangrar e sua pata direita ser o ponto e maior concentração de eletricidade.

– Garras do Trovão! -

Luxray deu um passo firme enfrentando o vento que o atingia. Após deu um segundo e terceiro passo, mais fáceis e rápidos e logo estava correndo enquanto sua pata direita ganhava extensas garras elétricas. Saltou e desapareceu como um raio, aparecendo depois de Razor.

O golpe era finalizador. O pokémon era acertado por uma corrente elétrica que afetava todo o corpo causando paralisia, quase certa. A eletricidade queimava o local onde as garras de energia elétrica passavam e criavam grandes rasgos na pele, como se realmente uma garra houvesse cartado o lugar. Dado a velocidade, o pokémon realmente parecia um relâmpago transpassando o adversário.

Ninguém mais fez um movimento ou voltou a dizer algo. Nenhum barulho foi emitido e Riley e Cody tentavam entender o que havia acontecido.

– Lux! - O pokémon rosnou efetuando light e iluminando o ambiente por conta própria.

De repente o braço direito junto a uma parte da asa do Scyther despencaram começando a encharcar o local com o sangue do pokémon amputado. O pokémon sequer guinchou de dor, apenas caiu para o lado com os olhos abertos e sem vida. A corrente elétrica que percorreu seu corpo o matara antes mesmo de a amputação de seu membro acontecer.

Riley gritou horrorizada fechando os olhos e escondendo o rosto no peito do pai. Cody acolheu a filha nos braços, mas antes pudesse desviar o olhar da cena do pokémon morto e amputado, viu que um filete de sangue surgiu no pescoço de Razor. O corpo desmoronou fazendo com que a cabeça rolasse por alguns centímetros.

– K... Ke... -

Mevoj ficou em estado de choque enquanto Kevin e Luxray encaravam-se. Treinador e pokémon haviam quebrado a barreira. O instinto assassino dos dois combinou-se para salvarem as próprias vidas e as vidas dos Mevojs. Estavam preparados pra os Fantasmas, mas e quanto aos que viriam atrás deles por causa de Razor? No que Kevin havia acabado de se meter?

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– Se aprova de amanhã estiver como essa estou lascado! -

John resmungava na mesa do almoço. Eram duas da tarde e por pouco ele e Lívia não perderam o horário da comida. O local ainda estava cheio, mas as refeições já estavam sendo paradas de serem servidas. Acabaram sentando juntos para falarem da prova do dia. Ao contrário do que esperavam, uma prova para cada matéria que estudaram e assim teriam que fazer duas provas por dia na última bateria. Mas, foram surpreendidos por uma única prova com as duas matérias do dia fundidas.

A prova começava a ser aplicada as nove da manhã e tinha duração de seis horas, para quem quisesse levar todo esse tempo. A maioria dos alunos ainda faziam as provas e da turma do primeiro semestre de medicina pokémon apenas três alunos haviam saído, sendo dois deles John e Lívia.

– Fomos os primeiros a terminar. Achei que tinha feito-a toda. - Comentou Lívia. - Nessas matérias eu estava melhor. Meu problema é que vão querer fundir as de quinta que vou mal em ambas. -

– Eu saí porque estava morrendo de fome. - Disse John. - Não deixei nada em branco, mas não tenho certeza do que fiz na última hora. Eu estava no instinto de sobrevivência. - John já estava acabando sua refeição, enquanto Lívia ainda estava no começo. - Mas, não fomos os primeiros a sair. -

– Como não? - Questionou Lívia. - Todos estavam na sala quando saímos, exceto o Kevin que não apareceu. -

– Você estava sentada na frente, ele chegou cinco minutos, atrasado. - Comentou John vendo que Lívia parou de comer e ficou olhando para ele surpresa. - Ele chegou e sentou na última cadeira enquanto o professor terminava as explicações. Acabou a prova era meio dia, eu acho. Estava sentado do meu lado. -

Ele ainda está vivo então! Não era dele o corpo carbonizado. Significa que ele carbonizou o corpo. Lívia não conseguiu esconder uma tensão e dividida entre estar aliviada por ele estar vivo e por saber que de alguma forma ele havia matado alguém na noite passada.

– Decepcionada por não ver o Kevin? - John brincou. - Esse instinto por se machucar que as garotas têm é mesmo interessante. Bem que reparei que está abatida desde que sentamos para almoçar, mas achei que fosse fome. -

– Bem... - Ela tentou disfarçar. Mas, lembrou-se bem do Adeus. Realmente mesmo ele estando no mesmo lugar que ela, ela não o viu ou sequer o percebeu. - É que estou assustada! - Disse ela por fim resolvendo contar meias verdades. - Um professor é decapitado durante o final de semana e hoje de manhã a polícia encontrou dois corpos carbonizados na praia. - Ela demostrou realmente estar assustada. - O que está acontecendo em Khubar? -

John parou de comer por alguns instantes. Ele havia visto a reportagem e pretendia averiguar aquilo após a prova. Era uma série de crimes brutais que certamente teriam de ter uma conexão e ele poderia ser tido como um dos suspeitos pelo seu passado. Mais do que isso, ele poderia vir a ser um dos alvos. Apesar de pensar que tudo era por causa de Kevin, não podia simplesmente baixar a guarda.

– Não era o corpo de Kevin. - Disse John e viu que Lívia apenas acenou com a cabeça. - Mas, seja o que for que esteja acontecendo... É melhor ficar fora disso e com atenção redobrada. Eu soube que você e sua irmã moram no centro, sozinhas, né? -

– Sim... Mas, minha irmã resolveu sair em jornada relâmpago durante as férias da escola. -

Aquele era outro motivo para ela estar cabisbaixa. A irmã havia ido enquanto ela estava na faculdade, no dia anterior. Saiu sem avisar, deixando apenas um bilhete que dizia que Kevin havia inspirado-a a testar seus limites e que ela faria isso durante as férias e que não precisava se preocupar que os pais estavam viajando a negócios por Westeros e lá não teriam como contatá-las. Além disso parecia ter arrastado consigo o jovem Mordecai para não estar totalmente sozinha.

– Núbia me convidou para ficar com ela e Sarah pelas próximas duas semanas. Inicialmente era para estudar, mas agora virou, para mim, uma questão de segurança. - Comentou Lívia voltando a comer.

– É bom ficar dentro do campus mesmo. - John sorriu. - Penso que não haja lugar mais seguro em Khubar que a UPK no momento. -

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– Gosto muito de você! Mas, o regulamento deste Centro Pokémon foi feito em parceria com a prefeitura de Khubar e a universidade. Não posso hospedar universitários durante o período de letivo para que aqui não vire albergue, republica ou coisas desse gênero. - A enfermeira parecia sem graça ao dizer aquilo, talvez pelo não que estava dando a Kevin ou talvez por já ser a quinta vez que explicava isso a ele. - Sei que quer apenas até o final de semana, mas enquanto as aulas estiverem acontecendo não pode passar uma única noite alojado aqui. -

Kevin suspirou tentando manter o sorriso para a enfermeira. Ele estava exausto e implorava por um local para descansar. Havia sido expulso do alojamento por ter sido pego com um pokémon a solta, o que era proibido para o prédio em que ele dormia. O curto tempo que teve para procurar um lugar foi usado inicialmente para ficar no velório de Brock e em sequência para se preparar para enfrentar os Fantasmas, seu grupo de inimigos misteriosos.

A batalha contra Razor foi cansativa e penosa, mas dar um jeito no corpo, sem deixar rastros havia sido mais exaustivo do que ele imaginara. Sem contar com a ajuda dos Mevoj, em choque com tudo aquilo, ele precisou enviar Pidgeot, após ele ter retornado da casa de Lívia, até o campus e chamar Gengar para que o corpo fosse erguido por levitação e depositado dentro de um navio que já havia saído.

Quando descobrissem o corpo demorariam para identificar o rapaz, mas isso garantiria que ele teria um enterro justo, dentro de alguns dias. Mas, ficou alarmado quando pela manhã, enquanto conversava com algumas pessoas em busca de um apartamento para alugar, soube que em uma das praias de Khubar um corpo foi encontrado carbonizado. Até pensou em ir até o local investigar, mas a quantidade de policiais que a reportagem mostrava tirava qualquer hipótese de levar a ideia a frente.

Após a prova o que restou a Kevin foi continuar sua busca que infelizmente fracassara. Não havia casa, apartamento ou qualquer coisa solitária para ser alugada naquele momento e ele não podia simplesmente dividir o quarto com alguém pois sabia que a pessoa estaria sendo alvo dos próximos ataques. Restou o Centro Pokémon. Não era ideal, mas por aquela semana, onde ele faria ainda mais três provas, teria que servir e rezar para que o local não viesse a ser alvo de uma ataque. Mas, foi surpreendido com a resposta da enfermeira.

O pior era saber que a enfermeira era uma velha conhecida, que veio de Jotho transferida recentemente. Significava que a moça poderia se tornar um alvo tão logo descobrissem esse fato. As vezes, não ficar ali era até mais seguro para ela.

– Sabe que sou sua fã, a maioria das Joys te adoram. - A enfermeira sorriu esticando para ele um grande envelope. - Mas, sou novata nesta cidade. Transferiram-me de Jotho justamente por não gostarem que ando quebrando o galho dos treinadores, quebrando as regras. -

Kevin pegou o envelope sem entender e tentando manter-se calmo diante a Joy. Sabia que se insistisse um pouco mais ela arrumaria um jeitinho para ajudá-lo, mas estava claro que ela estava preocupada com o emprego e ele não queria causar mais problemas a ninguém. Acenou com a cabeça agradecendo e saiu pela por lateral levando sua grande mochila, nas costas e mala de rodinhas.

Sentou-se no banco do lado de fora olhando a praça que tinha um pequeno movimento naquele horário. Apenas um dos colégios havia encerrado as aulas e justamente o colégio particular, com isso a maioria que estava de férias havia viajado.

Aproveitou a calmaria e abriu o envelope, curioso sobre o que seria. Observou algumas das folhas do grosso documento e identificou que tratava-se do relatório de estágio que continha suas atividades desempenhadas no evento que organizou junto ao Mejov. Basicamente era para ter uma quantidade de horas pequena, mas ali haviam mais de trezentas horas registradas. Mevoj parecia ter detalhado cada atividade como se elas tivessem sido realizadas em momentos diferentes e com isso a correria de uma semana parecia um evento organizado durante meses.

Uma folha caiu do meio do relatório e ele pode perceber que era um bilhete, pois estava escrita a mão. Pegou-o, antes guardando o relatório no envelope. Reconheceu a letra de Mejov e achou graça de como o bilhete começava.

Querido amigo,

Quero chamá-lo assim, porque se o título não for esse eu não sei como tratá-lo. Desde que nos conhecemos você sempre salvou minha pele e quando penso que sou ao menos vinte anos mais velho que você, te daria um título de herói. Creio que seja instinto, ouvi Riley e Maya comentarem que você as ajudou numa festa qualquer... O que na verdade é engraçado. Como pai eu deveria ficar preocupado de minha filha ficar encantada por universitários.

Não se preocupe em levar o relatório para a faculdade pois enviei por e-mail e já recebi a confirmação do recebimento e aprovação do uso das horas. É o máximo que posso fazer por tudo que fez por mim e por minhas filhas. Infelizmente, não consigo agradecer pessoalmente pois aquele assunto que te contei parece bater em nossa porta.

Quero chamá-lo de amigo pois foi o único adulto com quem consegui conversar decentemente nesses últimos meses. Viver escondido com duas adolescentes me deixa louco as vezes. Não creio que vamos voltar a nos ver, ainda mais por você ter seus próprios assuntos inacabados. Mas, se ambos sobrevivermos, procurarei pelo seu nome para lhe convidar para a festa do final dessa minha aventura.

Att.

Mevoj

Kevin releu novamente a carta. Claramente havia sido escrita antes do incidente com Razor e certamente já estariam fora de Khubar naquele momento. Coisas na carta pareciam estranhas e engraçadas. Nunca parou para pensar que Mevoj era tão mais velho que ele, já que era um homem engraçado. Também não achava Riley e Maya tão mais novas, mas certamente aquilo era uma visão acadêmica de quem não vivia o mundo pokémon. No entanto, uma festa ao final da aventura certamente era algo esquisito. Aventura? Do jeito que ele escreveu parecia algo menos complicado do que os olhos dele mostravam. Certamente, um maluco assassino como Razor caçando-os não era apenas uma simples aventura.

– Tem um corpo nessa mochila? -

Kevin levantou o olhar. Não sentia perigo ou nada que fosse estranho, estava tão cansado que sequer percebeu a aproximação da pessoa. A frase certamente era de assustar, mas a voz era conhecida. Era uma surpresa escutá-la, afinal Coddy Mejov deveria estar a quilômetros de distância.

O professor estava com roupas comuns, o que era estranho já que ele sempre estava com roupas sociais. Alguns curativos e locais roxeados, precisou cortar o cabelo pois havia sido danificado, mas ainda era esponjoso. As olheiras de quem não dormia a dias estava ali. As primeiras noites não dormidas certamente pelo evento e as duas últimas, com certeza, pelo perigo que sua vida família passava.

Mejov sentou-se ao lado de Kevin, sem nada dizer. Viu o bilhete na mão dele e sorriu. Quando o escreveu tentou tranquilizar o rapaz e mostrar alguma gratidão. Mas, quem diria que teria de agradecê-lo novamente. Infelizmente, ele não havia se planejado para encontrá-lo, ali, na porta do Centro Pokémon de malas prontas, como se estivesse para fugir.

– As meninas estão bem? -

– Muito assustadas! - Disse Mejov. - Depois que nos despedimos as trouxe para cá. Essa Joy é uma amiga antiga, nos conhecemos em Jotho pouco antes daquela Copa Equipe. Cuidou de nós. Agora deixei-as em casa e vim aqui agradecer e verificar como as coisas estão. - Mejov olhou para as malas novamente. - Pelo visto nada boas. -

– Deveriam ter partido assim que foram medicados. - Disse Kevin.

– Acho que todos esses ferimentos chamariam muita atenção, ainda mais de dia. - Mevoj disse tranquilo, olhando para o parque, assim como Kevin.. - Você queimou mesmo o corpo? -

– Está na mochila. -

Os dois finalmente se encaram. De repente Mejov percebeu que Kevin não cremaria o corpo e o deixaria ali, bem como jamais falaria sobre o que fez com o corpo. Se os Mejov's não soubessem, não teriam que mentir.

– Vou te fazer uma pergunta que quebra o nosso acordo. Mas, acho que ambos merecem saber aonde se meteram, né? - Mejov comentou calmamente e viu que Kevin permaneceu olhando para frente. - Por que matou Razor? -

– Se me perguntasse se eu era assassino a pergunta seria mais fácil. - Kevin suspirou. - Tenho alguns pokémon que são assassinos. Mas, ensino-os desde que os encontrei a defender a vida. Eles defendem a minha vida e o Luxray ontem pela primeira vez entendeu pelo que luto, o que eu faço. -

– O que você faz? -

– Proteger a vida das pessoas que me são importantes. - Kevin percebeu que Mejov que olhava-o sem compreender. - Acho que existe apenas um jeito de você entender. -

Kevin levou a mão ao bolso e retirou o celular. Mexeu alguns instantes e de repente sorriu ao encontrar algo que procurava. Esticou para Mejov que pegou e arregalou os olhos. Olhava para Kevin e olhava para o celular como quem parecia ver um fantasma.

– Sou e minha irmã, muito tempo atrás. - Ele sorriu. - Preciso dizer porque vocês são importantes para mim? Por que eu matei para protegê-los? -

Mejov ficou olhando o celular confuso. Mas, não iria tentar entender aquilo naquele momento. Mais tarde, talvez. Em um momento em que se sentisse em segurança. Naquele momento o destino tinha os reunido novamente e ele tinha a resposta que ele pediu. Mejov levantou-se sem nada dizer, entrou no Centro Pokémon e deixou Kevin sozinho por pouco mais de um minuto. Quando voltou ele ainda estava lá, observando nada.

Cody passou na frente dele e pegou a mala de rodinha e começou a levá-la consigo sem nada dizer. Kevin apenas acompanhou a trajetória do professor por alguns instantes. Entrou no carro antigo, colocando a mala no banco de trás. Sentou no banco do motorista e deu a partida e então finalmente voltou a olhar para Kevin que permanecia sentado.

– Eu não sei o motivo pelo qual está ai com, aparentemente, todas as suas coisas. - Mejov olhou em volta para ver se ninguém os observava. - Mas, precisamos conversar antes que de sequencia ao que iria fazer. Se não estiver esperando ninguém, quero que passe a noite conosco para conversarmos. -

Esperando alguém. Aquilo era uma forma interessante de se ver as coisas. Ele na verdade estava esperando surgir uma ideia de onde poderia passar, ao menos aquela noite. Surgir uma pessoa era uma espécie de milagre pelo qual ele na verdade não queria, afinal os colocaria em risco. Mas, os Mejov's já estavam em risco e sua última opção era acampar, mas aquilo não era nem de perto seguro. Acampar em Khubar não era uma alternativa, primeira porque o único local em que era permitido acampar em Khubar, de acordo com as leis de Arton, eram ao lado do Centro Pokémon e nem isso era-lhe permitido devido as regras locais do Centro Pokémon quanto a universitários ainda em aulas. Segundo que não podia simplesmente ficar acampado em um lugar fixo, a céu aberto, enquanto ele era caçado. Terceiro que a polícia, mais cedo ou mais tarde, iria perceber que ele fora um dos últimos falar com Brock e iria querer interrogá-lo e duvidava que teria habilidades o suficiente para convencê-los que não sabia de nada.

Não bastasse tudo isso existia um corpo carbonizado em uma praia e se a policia não tivesse pistas de quem o fez, um “sem teto” seria um ótimo suspeito e não teria como falar onde estava na noite anterior.

– Abra o porta malas. - Kevin levantou-se não muito certo daquela ideia.

<><><><>

Qual é a pior tentativa de driblar a verdade? Aquela aonde você tenta enganar os outros, mas tem quase certeza que ninguém acreditaria naquilo ou aquela você começa a acreditar que sua mentira é verdade?

Riley não conseguia dormir desde a noite em que quase fora agarrada por Rodolfo, o que significavam três noites, praticamente. Estava apavorada e o fechar de olhos trazia as imagens do seu mais rotineiro pesadelo, quando não a imagem de Rodolfo tentando agarrá-la. Mas, naquela noite a imagem de um pokémon sendo decapitado junto a Razor parecia ter vencido qualquer concorrência. Sua mente chegava a brincar, após algum tempo, fazendo com que outros pokémon viessem a ser mutilados e outras pessoas conhecidas viessem a ser decapitadas.

Teve um momento que acreditou estar dormindo, pois viu Kevin e seu pokémon a correr atrás dela e de alguém que a carregava, decepando e capitando várias de pessoas e pokémon. No entanto, quando chegou próximo ao atirador, descobriu que a pessoa que parecia um demônio da morte ainda era o famoso Lorde empalador e que quem a carregava era Kevin.

– Agora você tem pesadelos acordada ou estava dormindo de olho aberto? -

Riley gritou alto deixando Maya, que estava colocando a mesa para jantar, completamente atordoada. Correu até a prima, que estava na sala a poucos passos, achando que ela havia visto alguém.

Ela segurou o choro. A prima estava desmaiada quando o pokémon foi eliminado e Razor decapitado e só lembrava de uma explosão e de achar que Kevin esteve no local. Quando soube tudo que ele fez ela demorou a acreditar.

– Eu ainda estou impressionada com o que aconteceu. - Riley disse em meias palavras. - De tudo que sabíamos que eles eram capazes de fazer... -

A porta se abriu fazendo Riley saltar assustada. Viu o pai não entrar rapidamente e observou ao redor por alguns instantes deu dois passos para o lado e então um rapaz alto, loiro, de olhos claros e um sorriso contagiante fez-se presente a porta.

– Kevin! -

Maya chegou a ele em dois pulos abraçando-o sem nenhuma cerimônia. Mejov deu uma pequena risada e os puxou para dentro de casa fechando a porta enquanto Riley encolhia-se no sofá, apenas observando-o.

Kevin abraçava Maya tentando conter a menina, já que estava com a mochila nas costas e quase era lançado para trás. Afagou-lhe os cabelos e pode notar o pescoço enfaixado. Ele apertou no abraço naquele momento como quem tentava protegê-la daquilo.

<><><><>

– Você tem medo de Kevin? -

A noite havia entrado e apesar de Maya e Riley terem ficado no mesmo quarto naquela noite, para que Kevin usa-se o quarto da loira, ele preferiu dormir na sala. De certo modo todos entendiam que ele queria vigiar a porta e até agradeciam por ele estar ali, acreditavam que teriam uma boa noite de sono.

– Eu... - Riley não soube o que dizer. Deixou a pergunta em aberto dando a entender que ela não sabia responder aquela pergunta.

O assunto não surgiu tão por acaso. Maya estava eufórica com a presença de Kevin na casa. Não fosse Mejov sugerir aproveitar a noite de descanso que os pokémon de Kevin dariam a eles vigiando a casa, forçando-a a ir para cama, talvez ela não se desse conta do quanto estava cansada e ainda estivesse lá, grudada com o rapaz.

A verdade é que a conversa havia ficado para o dia seguinte assim que Maya questionou se Kevin iria morar com eles por aqueles dias e o jovem falou que havia sido despejado na semana de provas. Foi o suficiente para Mevoj obrigá-lo a dormir ali durante a semana e que a conversa deles aconteceria na tarde do dia seguinte, após aprova de Kevin.

Mas, estando deitada na mesma cama que Riley, o assunto ainda assim era a chegada do jovem. A euforia de Maya era contrastante com o silêncio de Riley. O que fez Maya se lembrar de que a quase irmã ainda estava abalada com tudo, especialmente pelo assassino de Razor estar na casa.

– Você o viu comandar o pokémon dele para que matasse o outro pokémon e por fatalidade acabou matando Razor. - Maya não sabia sobre a aura assassina que Kevin havia emanado durante a luta e acreditava que Razor morreu por uma fatalidade, além de Scyther ter sido um mal necessário ou eles mesmo morreriam. Ao menos assim ela entendia pela narração que havia sido feita por Cody e depois por Riley. - É normal ter medo. Mas, ele nos salvou. -

Riley ficou calada e fechou os olhos para tentar dormir, mas abriu-os assustada. As imagens vinham a sua mente como se só esperassem que a menina deixa-se tudo na penumbra. Maya a abraçou, percebendo que ela tremia. A vantagem de dormir na mesma cama de Riley naquela noite era que não precisava se levantar para acalmar a prima após o pesadelo, teria apenas que esticar os braços.

– Eu não tenho medo dele. - Riley disse tremendo chamando atenção de Maya. - Apesar de eu ficar muito sem jeito perto dele, me sinto segura. Eu não sei explicar, mas todas as vezes o que o vi senti isso nele. O que não faz sentido porque simplesmente eu não o conheço e todas as vezes que nos vimos eu estava a beira de um ataque, mas ele me acalmou. - Maya escutava a prima sem dizer nada. Conhecia Riley desde que aprendera a falar, cresceram juntas, e Riley nunca sentiu-se segura, ainda mais depois de terem decidido fugir. - Mas, a imagem de Razor e seu pokémon morrendo não sai da minha cabeça. Pior, a preocupação das consequências dessa morte não saem da minha cabeça. - Riley parecia tão desesperada ao falar que Maya apertou-a mais no abraço, em meio aos lençóis. - Só que... O que mais me dá medo é que meu pesadelo está tomando forma. -

– Pare com isso Riley! - Disse Maya um pouco mais séria. - É só um pesadelo. Não tem nada tornando-se realidade! - A loira fez questão de virar a morena para olhá-la nos olhos chorosas. - Tio Cody, seu pai, estaria morto se não fosse por ele. Eu provavelmente estaria muito machucada e você sendo trancada numa torre. Nós tivemos muita sorte dele ter aparecido e estar conosco por esses dias. -

E era inútil para Riley tentar falar com Maya naquele momento. Ela era a pessoa que estava mais feliz naquela casa. Talvez, em meio a aquilo tudo fosse justo deixar a prima curtir seu momento e não verbalizar tudo o que sua cabeça e coração identificaram.

Queria conseguir contar que o pesadelo se torna real porque Kevin está aqui. Naquela hora eu realmente estava dormindo de olhos abertos. Lorde Empalador estava na praça de Khubar, matando a todos, por causa da morte do filho Razor. Estaria aqui para se vingar e Kevin realmente é a pessoa que me carrega nos sonhos. Agora só falta a pessoa que vai atirar aparecer.

Riley encolheu-se junto ao abraço da prima. Não adiantava contar isso a ninguém. Diriam quela estava apenas impressionada e assustada. Além disso, ela não sabia como sabia daquilo tudo, apenas sentia que era o que lhe fazia sentido.

Se eu não morrer com aquele tiro verei Kevin morrer empalado.


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Notas finais do capítulo

Esperam que tenham gostado!!!
Vocês podem ver que a fic virou de cabeça para baixo, né? Vamos ver o que acontece nos outros, núcleos, né?



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