A quinta sessão foi diferente de todas as outras, pois em vez de Amélia ver o passado, viu o futuro.
Ela estava tomando posse como juíza. Trajava uma saia preta, um blazer e uma camisa branca e fazia o juramento no auditório do Tribunal de Justiça.
Mais tarde, viu-se fazendo audiência, o seu nome completo na porta de uma gabinete do fórum e Gustavo batendo a sua porta. Seria uma esperança de vivenciar o amor tão antigo dos dois?
Na vida pessoal, viu-se dar à luz a um menino. O mesmo menino, loiro, com um ano de idade, dando os primeiros passos e ele maior, próximo dos dez anos, sentando-se no seu colo e fazendo carinho em seus cabelos.
Uma parte a deixou tensa. Estava no carro, no banco do carona, um homem dirigia, era seu marido, mas não conseguia ver o rosto, até que uma batida e ele não respirava mais. Ela foi tirada das ferragens pelos bombeiros, imobilizada, encaminhada numa ambulância para o hospital. Via toda a sua família em volta, no quarto do hospital, com olhares preocupados, mas, ela estava se recuperando.
A cena mudou para o enterro do marido. O filho, agarrado a sua cintura, tinha um choro sentido.
Refletindo sobre tudo o que vira, Amélia chegou à conclusão que nessa vida teria que cumprir a missão do juiz exonerado injustamente na vida anterior. Isso deu forças para que ela focasse nos estudos. Precisava chegar à magistratura, agora entendia muito bem o motivo.
E quanto a Gustavo? Poderiam se reencontrar? Ainda haveria uma chance para eles no futuro? Amélia queria crer que sim!
Ela se sentia aliviada ao não ver Fabiano no seu futuro, pois não o queria por perto. Qualquer aproximação dele a fazia mal. Mas, sua família parecia muito empenhada a dissuadi-la da sua posição, o que a irritava demasiadamente. Para completar, ele continuava tentando fazer contato por mensagens de texto, mas Amélia as ignorava.