KEEP HOLDING ON - Fanfic Express escrita por Serena Bin


Capítulo 1
KEEP HOLDING ON - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Olá lindezas, como eu disse lá no meu grupo no Facebook, aqui está a segunda Express Peetniss que prometi.
Essa Express eu meio que sonhei com ela - ¬¬' - Sim eu sou a louca que as vezes de tão pensar em THG, acaba sonhando com a parada. Então, foi um daqueles surtos que tenho de madrugada.
Espero que gostem.
Boa Leitura.
:)



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SÃO POUCO MAIS DE SEIS DA TARDE QUANDO OUÇO o farfalhar das chaves caindo sobre o pequeno balcão do hall de entrada, que exibe para quem quer que entre nossas lembranças mais bonitas.

Fotografias de meu casamento em uma cerimônia simples para poucos convidados, um retrato de Gael, o filho de Annie e Finnick; um relato de um Haymitch quase sóbrio; minha mãe e eu sorrindo no dia de meu casamento, Prim em seu aniversário de nove anos; Peeta, cortando a fita de inauguração da nova padaria Mellark , e mais algumas outras aquisições menores.

Os passos firmes e barulhentos denunciam a chegada dele. Estou em nosso quarto que fica no andar de cima da casa, mas ainda sim consigo ouvir quando Peeta anuncia sua entrada como faz todos os dias

- Peeta - finalmente respondo ao seu chamado - Estou no quarto, já estou descendo.

Desço as escadas rapidamente para recebe-lo. Eu espero por seu habitual conjunto de abraço apertado e beijo suave, mas ao invés disso recebo apenas um olhar baixo e um "oi" quase inaudível. Há uma coisa diferente. Um certo tom estranho em sua voz, algo semelhante ao cansaço ou desânimo, mas eu sei que não se trata disso. No inicio de nosso relacionamento, todos esses tons de voz de Peeta, se confundiam em uma coisa só para mim, entretanto agora, depois de quase três anos de casamento, sou capaz de discernir com precisão cada sentimento impresso na voz dele. E essa voz não é de cansaço, muito menos desânimo. São as duas coisas juntas, aliada a algo mais. Angústia, medo e confusão.

- O que houve? - pergunto suavemente enquanto tento olhar em seus olhos - Voce parece estranho.

- Não é nada - ele responde desviando-se de mim - Estou muito cansado, só isso.

Peeta libera um sorrisinho forçado e se dirige para as escadas. Muito embora eu tente impedi-lo, ele consegue se livrar de mim seguindo para o quarto.

- Voce não quer jantar? - pergunto seguindo-o escada acima - Eu preparei aquele cozido de vitela com ervas que voce me ensinou outro dia.

- Estou sem fome, desculpe - Peeta responde entrando no quarto com uma pressa incomum - Talvez eu coma mais tarde.

Estou tentando esconder minha frustração, afinal, aprendi a cozinhar por ele, porque qualquer pessoa sabe que não mantenho simpatia alguma pelas panelas. Forço-me então a compreender.

- Tudo bem - digo me aproximando de seu corpo, mas quando chego para envolve-lo em um abraço, Peeta escapa como se eu fosse uma estranha.

Eu não quero mas insisto, mesmo com minha mente dizendo para eu deixa-lo em paz.

- Peeta, o que houve? Sabe que pode contar comigo, certo?

Ele mantém-se distante, em seguida responde:

- Não é nada, eu já disse. Agora, pode me deixar sozinho? - ele pergunta com a voz fraca e trêmula. Tenho nesse momento a certeza de que ele não está bem.

- Eu sei exatamente do que voce precisa - digo me aproximando novamente - Precisa de um banho quente e uma massagem relaxante.

Eu o envolvo com os braços e beijo seu pescoço de leve. Há uma tensão não muito estranha que emana do corpo dele.

Insisto beijando-o e tocando-o levemente, mas Peeta está tão resistente que chega ao ponto de forçar nosso afastamento.

- Katniss - ele diz - Por favor, me deixe sozinho. Estou muito, muito cansado.

Suas mãos lutam para me manter longe, mas eu continuo insistindo, porque ele é meu marido e porque eu quero fazer com que ele se sinta melhor.

- Entendo que esteja cansado - respondo baixinho em seu ouvido esquerdo - Eu só quero fazer com que voce se sinta melhor.

- Pare - Peeta pede com uma voz trêmula, mas eu não quero parar, não agora que meus lábios encontraram os dele

- Katniss, saia daqui, por favor. Eu preciso ficar sozinho.

Nada do que ele diga ou faça faz com que eu me afaste e, embora eu sinta sua relutância em me aceitar, inda sim persisto. Meus beijos deslocam-se para o pescoço dele, e quando percebo, já estou desabotoando sua camisa.

- Katniss, - ele diz descolando nossos labios - Eu não quero isso, não agora.

Continuo com os beijos, da mesma forma com que Peeta continua lutando para se opor a mim tentando manter um certo nível de calma, mas sua voz está mais espaçada, cada vez mais trêmula e instável. Seu corpo está rígido como aço e eu sei o que isso significa, mas estou tão desesperada por ele que não atendo ao sinal de perigo quando o mesmo toca. Somente entendo o recado, quando Peeta, num súbito ataque de raiva me jogue na cama.

- Eu não quero! - ele grita apertando com força meus braços e olhando fixamente em meus olhos.

Escuridão. Os olhos de Peeta estão totalmente tomados por uma sombria escuridão. É como se eu estivesse de novo dentro daquele túnel nos esgotos da Capital. É a mesma coisa. O azul de seu olhar agora encontra-se tomado pelas pupilas negras e furiosas. Eu sei o que isso quer dizer. É claro! Eu sempre soube, o que mais o deixaria nesse estado?

A resposta pousa em minha mente enquanto Peeta desnorteado encontra-se de frente para o espelho, agarrando as costas de uma cadeira, talvez tentando refletir o interior de sua mente confusa para quem sabe encontrar uma saída.

A possibilidade de um flashback suicida não me deixa confortável, e embora eu saiba que Peeta não possa ser culpado por isso, é involuntário de minha parte quando me atiro com raiva para ataca-lo.

Um empurrão.

É tudo o que há para que em segundos, um rompante de ódio e agressividade, faça com que Peeta revide meu ataque jogando-me com toda a sua força contra o espelho.

Sinto os cacos perfurando minha pele e posso ver meu sangue manchando o carpete do quarto. Não é um corte grande, mas a dor de ter o vidro dentro do ferimento é intensa, mesmo assim, tenho consciência de que isso não é nada. Nada perto do que poderia efetivamente acontecer, e me sinto uma idiota por não ter atendido aos inumeros pedidos de afastamento dele, porque eu, mais do ninguém, sabe do que ele é capaz nestas condições. Mas não é culpa dele, definitivamente não é culpa dele. Se há algum culpado, essa sou eu.

Eu espero por mais um golpe, mas quando levanto meu rosto, encontro um Peeta extremamente perplexo e confuso. Como se não acreditasse no que está vendo, então um desespero me toma, porque mesmo não estando dentro da mente dele, eu sei o que se passa por ela: culpa.

Eu o vejo encarando meu ferimento e posso ouvi-lo balbuciando alguma coisa. Algo como um pedido de desculpas mas eu não tenho tempo para discerni-lo porque no instante seguinte, Peeta se tranca no banheiro do quarto.

É o meu reflexo que me faz segui-lo, mais quando encontro a porta chaveada, começo a gritar por ele desesperadamente.

No inicio consigo ouvir seus gritos de desculpas e depois sua confusão mental. Peeta fica repetindo várias vezes que tudo não passa de ilusão. Estou desesperada tentando arrombar a porta, mas há muito mais do que apenas a tranca, há o peso do corpo dele impedindo que eu entre.

Posso sentir o choque de suas mãos socando com força as paredes. Imagino o quão assustadoras devam ser as coisas que figuram em sua mente. Eu grito por ele, implorando, dizendo que ele não tem culpa do que aconteceu, mas Peeta não me ouve e continua a pedir desculpas por algo que ele não pôde controlar.

Minha mente corre tentando achar uma maneira de tirá-lo do banheiro, porque num segundo tenho consciencia de quantos perigos se encontram lá dentro.

Remédios, eletricidade e lâminas afiadíssimas. A ideia de que Peeta possa cometer suicídio é naturalmente remota, mas ele não está em sua condição natural, o que torna a ideia a primeira da lista de meus maiores medos. A única coisa que me mantem em um estado semelhante a calma são os gritos que ele emite,um sinal fraco de que pelo menos ele ainda está vivo, mas quando o banheiro fica silencioso de uma hora para outra, uma onda gigantesca de desespero me atinge.

Mil coisas passam por minha mente. Em segundos, imagino Peeta morto. Com uma overdose de remédios, afogado ou com os pulsos cortados.

Um grito gutural se forma em minha garganta e eu o chamo, e diante de nenhuma resposta, lanço meu corpo contra a porta, na tentativa de que eu consiga abri-la, no entanto, é inútil. Quando minhas forças se esgotam, começo a gritar por ajuda, então minha mente faz uma lista rápida de possível bem feitores, mas a única pessoa que me vem a cabeça é Haymitch. Em segundos estou descendo as escadas, correndo e gritando por ajuda. Quando chego até a casa de meu antigo mentor, encontro a porta trancada como sempre, mas isso não me impede de tentar abri-la, e apesar de meus gritos serem estridentes e claros, surpreendentemente ninguém vem ao meu encontro, então dou a volta na casa e acho Haymitch sentado próximo a um canteiro de alfaces.

Está bêbado como de costume, mas eu só preciso de sua força para arrebentar a porta de meu banheiro, para que então eu possa possivelmente chorar sobre o corpo frio e inerte de Peeta.

- Haymtch! - eu o chamo com exasperação - Haymitch! Me ajude, por favor!

Existem lágrimas incessantes em meu rosto e no momento em que o velho homem, barbudo e mau-trapilho finalmente desperta, eu disparo tudo o que acontecera a momentos atras.

Haymitch me olha confuso, talvez por causa do alcool que se impregnou em seu cérebro, mas eventualmente aceita me ajudar, porque ele, assim como eu, sabe o que um Peeta telesequestrado, isolado e silencioso representa.

Subimos as escadas rapidamente, e quando chegamos ao quarto, Haymitch com um impulso fortíssimo arromba a porta de meu banheiro.

E ali, por entre a névoa empoeirada que a porta estilhaçada levanta, consigo vê-lo. A principio inconsiente. Eu me aproximo rapidamente para tocá-lo mas há algo extremamente errado. Eu o movo para o lado, somente para constatar o que eu mais temia. Não há respiração ouu reflexos. Noto então os pulsos tomados pelo líquido quente e vermelho que mancha suas roupas.

- Está morto. - digo extasiada - Está morto! Peeta está morto, Haymitch!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler. Se gostou, deixe um comentario. Não custa nada :)



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