My Remedy-Percabeth escrita por Smiling Cat


Capítulo 3
Capitulo 2- Sentia falta da minha risada rídicula.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela minha demora, mas a minha vida está muito corrida, e agora eu tive ideias para mais duas fanfics (uma de Percabeth e uma de Scorose), dai eu comecei a anotar as ideias, ai ainda tem a fic "My Girl", não é um problema escrever, eu tenho tempo pra isso, só que eu estudo o dia inteiro, a tarde eu estudo porque quero passar em uma escola no final do ano e é difícil entrar nela, ainda mais pq tipo, eles tem mais vagas para quem estuda em publica e eu sou de particular, fora que é muita gente e você tem que ser beeeem inteligente, mas eu não sou inteligente do jeito que precisa ser, mas fazer o que? É a vida. Então dai quando eu acabo de estudar, eu fico cansada e totalmente sem inspiração, e como eu disse minha vida ta um pouquinho corrida no sentindo que eu tenho que ficar indo para vários lugares em vários dias da semana, mas eu vou tentar postar, pelo menos nessa fic, o mais rápido que eu puder.
Para me desculpar, eu fiz um capitulo grandão. Eu ia demorar menos, mas eu decidi alongar pra servir de desculpas. E eu ia demorar mais não só por causa disso, mas porque eu tirei nota baixa em física e ai minha mãe ficou brava, dai eu tirei nota máxima em produção de texto e ai ela deixou eu mexer no computador huehuehuehue
AAH e... Minha amiga não corrigiu esse capitulo pra mim, eu deixei ela com pouco tempo para isso, então perdoem meus erros ortográficos, repetição de palavras e tals...
Espero que gostem...



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Negro como o diabo, quente como o inferno, puro como um anjo e doce como o amor. O café é tão grave, tão exclusivista, tão definitivo que não admite acompanhamento sólido. É interessante pensar que algumas pessoas sempre mediram suas vidas em colheres de café. Acho que observar as gotas de café de encontro com o bule transparente me fez pensar a respeito do líquido.

Hoje eu acordei agitada ao ponto de querer preparar e sentir o cheiro do café, e também de minha mãe não precisar me empurrar de minha cama. Isso é estranho. Geralmente, não tomo café, e nem tomarei hoje. Talvez eu tenha presumido que se eu fizesse algo de bom, minha mãe não teria motivos para se vingar de mim levando-me para o grupo de apoio. Aquilo foi patético, espero nunca mais ver aquelas pessoas na minha vida.

Ouço passos se aproximando da cozinha. Minha mãe entra com robe vermelho.

–Bom dia- diz animadamente- Nossa você acordou antes que eu te empurrasse da cama e ainda teve a boa vontade de ligar a cafeteira?- ela fingiu estar surpresa. Quando ela fazia isso, me irritava profundamente- O que você está querendo de minha pessoa, filha?- agradeci, mentalmente, a Deus por ela ter feito essa pergunta, pois eu acabara de formular uma resposta para a mesma.

Antes que ela virasse para me olhar, mudei minha feição de normal para uma que dizia algo como “Pare de encher minha paciência, você não tem marido porque irrita todo mundo”. Ela nunca percebia a última parte, mas não seria eu que contaria isso para ela, por outro lado, essa a cara que eu fazia para ela toda vez que falava comigo. Era bem fácil. Eu simplesmente abaixava o olhar, como se estivesse cansada e ela logo se tocava.

–Talvez eu queira que você pare de arruinar o que resta da minha vida- respondi a sua pergunta enquanto me levantava para ir a um lugar em que minha mãe não estivesse.

–Se você está falando do grupo de apoio... Eu só tento te ajudar- sua voz era cansada.

–Não te pedi ajuda nenhuma- gritei do corredor- Fique fora da minha vida, eu sei o que é melhor pra mim- completei.

Não a escutei responder nada. Ou talvez ela nem tenha respondido. Posso ter chateado ela, mas eu já estava farta disso. Eu nunca tive ninguém do meu lado. Eu sei me virar sozinha. Não preciso que ela fique tentando me animar.

Joguei-me no sofá da sala de estar e, sem perceber, eu estava olhando para o lado de fora. Até que não fora ruim sair de casa, talvez eu pudesse fazer isso de novo... Ou talvez não. Que ideia idiota.

Eu estava olhando atentamente pela janela, como se eu estivesse hipnotizada, o que me tirou disso foi meu próprio reflexo. Odiava vê-lo. Essa era a única razão por eu não ter um espelho em meu quarto. Eu apenas olhava quando tinha de pentear o cabelo, escovar os dentes e passar maquiagem, para mim essas eram as piores horas do dia (maquiagem nem tanto), sempre que olhava me sentia um lixo e depois a tristeza subia. Isso pode parecer fútil, mas eu sempre quis ser bonita, como as outras garotas da minha idade, as poucas pessoas que eu vejo mentem pra mim. Elas dizem eu sou linda, maravilhosa. É uma das coisas que me irritam também. Nunca fui uma pessoa daquelas que diz a verdade sempre, eu minto demais as vezes, mas a mentira me irrita, quando vinda dos outros.

Subo até meu quarto, um lugar livre do meu próprio reflexo. Olhando para o teto penso no que eu poderia fazer hoje. Poderia tomar sorvete com marshmallow, era uma ótima ideia e eu com certeza eu faria isso, se eu tivesse isso em casa. Talvez comer churrasco, essa também seria uma ótima ideia, se eu não fosse vegetariana. Acho que devo estar com fome, além disso, nem café eu tomei. Balancei a cabeça tentando tirar esses pensamentos da minha cabeça. Eu estou de regime, só devo comer duas vezes ao dia, e se fosse três vezes, teriam que ser coisas pequenas. Pensando nisso, estranhei minha mãe não entrar em meu quarto com uma bandeja de comida e me obrigando a comer. Ela deve ter ficado chateada com o que eu disse, mas fazer o que? A mulher irritante precisava de um choque de realidade. Por outro lado, Percy morava aqui do lado, ele tem um carro e sabe onde pode ou não pode me levar. Agora sim meu dia estava dando certo.

Minha hora preferida do dia, escolher minha roupa. Não me leve a mal, mas eu simplesmente não consigo ficar com uma roupa qualquer, mesmo que seja só para ficar em casa. Às vezes eu penso que minha vida só não perdeu totalmente o sentido porque eu ainda quero ter uma grife, é o meu sonho, além de algumas outras coisas bizarras, como comer um daqueles salames de sessenta centímetros inteiro, mesmo eu sendo vegetariana. Na verdade eu sou “vegetariana”, eu não como muita carne, dá para contar nos dedos as que eu como, mas hambúrguer é a minha comida preferida. Acho que só como besteira, vai entender.

Ao abrir a porta da parte de meu closet onde ficam apenas os vestidos, meus olhos prendem em um: preto e florido. Segurei o cabide com o vestido e saltitei até a outra porta, ainda dentro do closet, onde ficavam apenas casacos, blusas, jaquetas, coisas do gênero. Essa escolha foi fácil, eu já sabia exatamente o que escolher: uma jaqueta índigo. Assim como também escolhi: Saltos pretos, colar e pulseiras. Lápis, rímel, corretivo e batom também faziam parte do meu dia. Eu não achava que com isso eu ficaria mais bonita, mas sim pouparia as pessoas de verem um monstro pálido.

(Link da roupa da Annie: http://www.polyvore.com/for_fanfic_my_remedy_percabeth/set?id=153591390 )

Enquanto descia as escadas, meus saltos faziam barulhos, eu adorava aquele som.

–Atena?-chamei. Chamá-la pelo nome era algo que, vindo de sua filha, a deixava irritada. Aqui nessa casa todos são irritados, meu Deus, que coisa irritante.

Dirigi-me até a cozinha e encontrei um bilhete em cima da bancada. “Fui levar Boy para a escola e depois vou para a empresa. Já que você não precisa de ajuda, se vira para arranjar o que comer”. Ela tinha ficado zangada comigo. Daqui a pouco volta tudo ao normal, sempre é assim. Às vezes penso que minha própria mãe me acha uma DMIDFQCSA (doente metal incapacitada de fazer qualquer coisa sem ajuda), acabei de inventar essa sigla, achei legal. Se a intenção dela era me deixar sozinha em casa, então Atena era uma bobona, porque eu vou sair. E não venha dizer a mim que não era essa a intenção, pois o Boy não vai para escola nenhuma. Ele deve ter ido para a empresa com ela. Um segredo, ela conversa com o cachorro, doente eu sei.

Em passos largos, cheguei à porta de entrada. Minhas mãos estavam tremulas quando toquei na maçaneta. “Calma Annabeth é só o mundo” minha mente tentava me tranquilizar, o que não deu muito certo. “É só o mundo”, valeu mente, essa frase merece palmas. Reviro os olhos por conta do meu pensamento. Com um movimento rápido, giro a maçaneta e me lanço para fora. Ao fechar a porta corro até a casa ao lado e toco a campainha, torcendo para não ser assaltada do lado de fora.

–Annabeth- Sally a cumprimentou com um abraço- Como você mudou. Percy tinha me contado que você estava muito bonita, mas não imaginei que estaria tanto assim-ela parecia estar falando a verdade, mas vai saber. Algumas pessoas são boas mentirosas. Um exemplo disso é o meu pai.

–É ótimo te ver também- correspondo o abraço. O cheiro do cabelo dela era bom. Chocolate, quem não gosta de chocolate?

–Entre. Percy está lá em cima, onde era o antigo quarto dele- diz, dando-me espaço para passar.

Eu subia as escadas distraidamente, observando a decoração. Sally era muito boa nisso, mas tinha tanto azul que eu me sentia no meio do oceano. Quando cheguei a frente à porta do quarto de Percy, pensei em bater, mas entrei sem fazer isso, dando de cara com um Percy de toalha, não vi muita coisa, pois fechei a porta rapidamente. Segundos depois o moreno abre a porta, vestido e rindo.

–Bom dia- sorrio constrangida. Isso só o fez rir mais.

–Qual é o motivo dessa visita inesperada?- ele pergunta, segurando o riso.

Sento em sua cama. Suponho que o colchão seja de água.

–Quero que você me leve em algum lugar- dou de ombros. A expressão dele é de surpresa.

–Tudo bem- o moreno senta ao meu lado- Diga quais são as condições- completa.

–Não pode ser em um lugar muito movimentado e não pode ter pessoas da minha idade- reviro os olhos, pensativa- Tá, até pode ter, mas desde que sejam poucos.

Ele me lança um sorriso, se levanta e estende-me sua mão.

–Já sei aonde vou levar você- eu seguro em sua mão e levanto- Você não tem horário para voltar pra casa, tem?

Depois de anos trancada em casa, acho que minha mãe não me daria um horário para chegar em casa. Acho que seria eu quem me daria um horário, mas eu não estaria sozinha, sendo assim... Não tenho horário de limite.

–Não- respondo, por fim.

******

–Um parque?-olho para Percy, tentando entender qual era a intenção dele ter me trazido para um parque.

Vejam bem, parques são movimentados. Tem muita gente. Muita gente. Qual a parte de “Me leve a um lugar que não tenha muita gente” ele não entendeu? E em parques tem gramas, árvores, insetos e aranhas. Tem insetos e aranhas. Aranhas. Em uma hora dessas as pessoas precisam manter a calma.

–Percy Jackson, vamos sair daqui agora- gritei, tentando tirar a chave do carro de suas mãos.

–Ei, eu sei o que eu faço- ele disse me afastando. Minha calma estava voltando, apesar de eu não estar concordando com a ideia- Acha mesmo que eu te traria em um lugar que eu soubesse que faria mal a você?

Ficamos em silêncio por um breve momento. Acho que ele esperava que eu dissesse algo, mas eu não sabia o que ele queria que eu dissesse. O moreno suspirou.

–Não se lembra daqui?- perguntou. Eu o olhei pedindo uma explicação- Nós vínhamos aqui quando menores. Lembro-me que a gente sempre tomava sorvete, enquanto eu sempre pegava o de blue ice, você sempre escolhia o de choco menta. Achei que fosse legal te trazer em um lugar onde costumávamos frequentar juntos, mas se você preferir podemos ir embora- ao dizer isso pego a chaves de sua mão, surpreendendo-o.

–Vou querer de choco menta.

***********

–Então...- comecei- o que se pode fazer em um parque?

Percy engasgou com a própria saliva. Enquanto ele tentava se recuperar, fiquei observando um grupo de meninas. Elas aparentavam ter uns onze anos, cada uma. As três garotas cochichavam e riam enquanto olhavam uma garota, sentada em baixo de uma árvore, lendo um livro, ela parecia incomodada com as três meninas. Revirei os olhos. Aquilo era tão patético, aquelas três com certeza não sabiam o mal que podiam fazer para ela. Pensei em ir até lá e fazer algo, mas aquilo não era problema meu.

–As pessoas fazem diversas coisas em parques. Tem até gente que dorme aqui- disse Percy, interrompendo meus pensamentos.

–Não tem muito para fazer aqui. Tudo o que fizemos até agora foi: tomar sorvete, cansar as minhas pernas e conversar. Fora que eu estou começando a ficar com fome de novo. Aqueles sorvetes não enchem nada- reclamei.

Minha fome estava voltando muito rápido, desse jeito eu não vou conseguir emagrecer. Provavelmente terei que voltar a comer bolas de algodão para enganar a fome, isso pode soar ruim, mas não é, se você molhar no suco fica bom.

Percy que antes estava deitado, com a cabeça ao lado de minha perna, sentou-se e olhou a tela de seu Iphone.

–Não tem nada de errado nisso. São quase sete da noite- ele se levanta e estende uma mão para mim, e eu a aceito- Vou te levar em um lugar legal.

Eu o olho desconfiada. Tomara que não seja um lugar onde eu tenha que andar, porque sinceramente, eu não aguento mais andar.

–Calma, o lugar é legal de verdade- ele sorri- você gosta de naves espaciais, né?

***********

–Sério isso?-digo apontando para a janela do carro.

–Hã-hã- Percy tinha um sorriso divertido no rosto, mas não mostrava seus dentes. Ele saiu do carro e foi até o outro lado para abrir a minha porta.

–Quando você me perguntou se eu gostava de naves espaciais, pensei ser outra coisa.

–A pizza daqui é maravilhosa. Venha- disse pegando em minha mão e puxando a mesma.

Percy tinha me trazido a uma pizzaria com tema de naves espaciais. Por um lado eu o agradeci mentalmente por não ter pessoas da minha idade, a maioria devia ter seus oito anos.

Sentamos em uma mesa que ficava perto da janela, a qual eu evitava olhar. Por um momento pensei em minha mãe. Será que ela ainda estava brava? Balancei minha cabeça para tirar esse pensamento. Se ela tinha ficado brava porque simplesmente resolvi contar a verdade, o problema não era meu. Atena deveria ter ficado contente por eu não ter mentido mais uma vez.

–Annie?- Percy estalava os dedos em minha frente, com um sorriso incrivelmente bonito. Era engraçado, desde que ela voltara, eu nunca o vi sem estar sorrindo. Isso até que era bom, eu o invejava por isso. Gostaria de ser feliz assim. Gostaria de não ser mais uma vitima da minha própria consciência- Você vai querer que sabor de pizza?- Eu peguei o cardápio e comecei a olhar, tinham muitos sabores, mais do que o normal. Olhei para Percy e logo ele entendeu, era como se meu olhar perguntasse “Por que tem tantos sabores de pizza?”- Essa pizzaria é estrangeira, por isso a variedade no cardápio.

–Já escolheram seu pedido- a garçonete perguntou. Ao invés de bloco de papel com uma caneta, ela tinha algo digital na mão.

Sem tirar os olhos do cardápio pergunto a Percy:

–Qual é bom?

–Eu gosto da de frango com catupiry- a garçonete se intrometeu.

–Eu estava falando com ele- minha voz não saiu fria, saiu normal, eu mesma me surpreendi com isso.

Percy e a garçonete começaram a rir, foi quando eu olhei para ela. Algo me era familiar, já a tinha visto antes. Baixa, cabelos castanhos cacheados, presos em um rabo de cavalo, olhos castanhos. Ela abaixou e abraçou o meu melhor amigo.

–Que saudades- Senti uma pontada de ciúmes, mas acho que foi porque eu não lembrava que ele não tinha apenas eu como amiga- Olá- disse quando se virou pra mim. Depois se virou para o moreno novamente e continuou- Você acaba de voltar e já tem uma namorada?- ela pergunta baixinho para eu não ouvir, tentativa falha. Ele dá um sorriso envergonhado.

–Essa é a Annabeth, não se lembra dela?- ele apontava para mim. A expressão dela era de surpresa.

–Meu Deus, como você mudou. Eu quase não te reconheci- ela engoliu em seco- Se lembra de mim?-perguntou, senti um pouco de medo na voz dela, acho que ela era da escola onde eu estudei, e pela cara dela, ela se lembrava de como eu aparecia todas as manhãs na escola.

Arqueio uma sobrancelha e pergunto, em um tom de desafio:

–Deveria?

Ficou um pouco de silencio, mas eu não me sentia culpada por nada, mas a garota parecia. Percy, tentando quebrar o gelo pigarreou.

–Eu pedi de baiacatu, calabresa com catupiry. Quer o mesmo, Annie? Garanto-te que é bom- ele piscou pra mim.

–Tá... Quero o mesmo que o dele.

A garçonete sorriu, ainda culpada e saiu. Virei-me para Percy e perguntei:

–Qual é o nome dela?- meu tom de voz era de raiva.

–Hazel. Ela está namorando aquele grandão, o Frank, se lembra?

A raiva tomou conta de mim. Eu sei quem ela era. Ela era uma das amiguinhas de Rachel, eu odeio todas elas, sem exceção. Fechei os punhos tentando controlar a ira. Era bom que ela se sentisse culpada, pelo menos ela sabia que estragou a vida de alguém.

–Annie ta tudo bem?- Percy estava preocupado. Ele se levantou e sentou-se ao meu lado, antes ele estava em minha frente.

Eu apenas balancei a cabeça em um gesto positivo e coloquei-a nos ombros dele, para que eu não visse mais nada ao meu redor. Ele passou o braço pelo meu ombro, me envolvendo, era tão confortável.

–Foi ela- disse, sem tirar a cabeça do seu ombro- Ela era uma das amigas da Rachel. Eu a odeio.

–Eu também.

–Você odeia a Hazel?

–Não, ela até que é legal. Eu não gostava dela quando ela andava com a Rachel, mas as duas brigaram. Agora a Rachel- ele soltou um riso pelo nariz- ela sim eu odeio.

–Aqui está o pedido de vocês- escutei a voz de Hazel.

–Você ajudou a estragar minha vida- disse, sem pensar.

–Eu sei, me desculpa...- começou ela.

Eu levantei a cabeça e pude olhá-la. Ela estava com medo? Patética.

–Não, você não sabe. Eu tenho uma doença, por sua causa, eu não consigo me olhar no espelho por sua causa, eu fiquei trancada em casa, não sei quanto tempo- pelo incrível que pareça, eu não tremia e nem sentia vontade de chorar. Minha vontade era que ela sofresse tudo o que eu sofri. Não sou santa, eu fiz coisas terríveis, mas tenho certeza de que nenhuma dessas coisas condenou a vida de ninguém.

Ela abaixou o olhar.

–Eu sinto muito mesmo, era só uma brincadeira, me desculpa?

–Você não merece um pingo do meu perdão.

Hazel iria falar algo, mas desistiu assim que Percy mandou- a sair. Ele me encarou e eu comecei a comer a pizza como se nada tivesse acontecido, ele fez o mesmo.

***********

–Gostei do que você disse. Foi um máximo- disse Percy, quebrando o silencio que havia tomado conta do carro.

Eu estava mudando as musicas que ele tinha no CD, até que achei uma que me agradou, Monster da Imagine Dragons. Soltei um riso pelo nariz.

–Parece até que você não me conhece, Cabeça de Alga.

Rimos ao lembramos o antigo apelido. Percebi que fazia muito tempo que eu não ria, havia até me esquecido de como era minha risada, ela era ridícula, mas rir era tão legal.

Sabidinha– Percy disse rindo e eu o acompanhando.

Percy e eu estávamos visitando um aquário, tínhamos sete anos.

–Eu gosto de algas. Elas são boas até pra comer- Percy dizia.

–Você deve gostar tanto de algas, porque sua cabeça está cheia delas, Cabeça de Alga- eu ria e ele também.

–Há há, engraçada você, sabidinha”.

–Você está entregue- Percy me tirou de meus pensamentos. Nós estávamos parados em frente a minha mansão.

–Obrigada por hoje e por me fazer dar risada- eu disse olhando para baixo. Eu estava com vergonha? Senti-me idiota.

–Até amanhã- ele sorria envergonhado.

Sem pensar direito eu beijei sua bochecha e sai do carro antes que pudesse ver sua reação.

***********

–Mãe?- eu chamava.

Ela não respondia, até que eu a encontrei deitada no sofá da sala. Boy veio me cumprimentar, silenciosamente, eu o acariciei e abaixei-me para sussurrar no ouvido da minha mãe.

–Desculpa.

Subi as escadas correndo, troquei de roupa e me joguei na cama. Sei lá, eu estava me sentindo... Feliz? Talvez sim, mas uma “felicidade temporária”, porque eu tenho certeza de que isso não duraria muito tempo.


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Notas finais do capítulo

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Beijos, Smiling Cat



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