Carpe Diem 2° temporada. escrita por My other side


Capítulo 23
23 - Dor da perda.


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, me desculpem pela demora, mas juro que esse capítulo vai compensar. Peguem o lenço para enxugar as lágrimas e por favor comentem.



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POV Jace

O trânsito estava horrível, nada parecia cooperar, uma chuva torrencial começou a desabar sobre a cidade. Liguei o rádio para saber alguma coisa, alguma possível notícia sobre Clary, mas a única coisa que ouvi é que estavam fechando as ruas por causa da chuva, dizendo que era muito perigoso o tráfego de veículos.

Mas que merda! – Gritei frustrado desligando o rádio. – Não tem como sair daqui, pegar outra rua? – Perguntei para Sebastian.

Não, estamos presos aqui. – Ele disse socando o volante.

Isso só pode ser brincadeira. Ligue para alguém, para os policiais, pergunte se eles tem alguma notícia.

– Jace, eles estão no meio de um resgate, não tem como.

– Quem ficou encarregado de tirar a Clary de lá? O pai da Ana?

– Não, é um sargento, mais alguns policiais, junto com o delegado que assumiu o lugar do antigo. – Ele disse ligando o rádio novamente. – O antigo pediu demissão, então mandaram esse outro, mais jovem, essas coisas.

– Espero que pelo menos ele faça o serviço dele bem feito. – Disse me recostando no banco do carro.

Ela vai ficar bem Jace. Ela tem que ficar bem... – Ele disse em um suspiro.

A chuva não parava, mas pelo que a previsão do tempo dizia, parecia que era só no bairro em que estávamos, na parte mais afastada da cidade estava tudo bem, o céu limpo e ensolarado. Enquanto o trânsito ia se estabilizando lentamente meu coração apertou, minhas mãos começaram a suar frio, senti algo dentro de mim se romper, como um laço se rompe quando o cortamos. Fechei meus olhos e engoli em seco, mas uma única palavra me vinha a mente Clarissa.

POV Jacob

Por sorte eu tenho contatos influentes naquela delegacia, assim que me levantei recebi uma ligação de um dos policiais que me ajudaram a fugir da cadeia dizendo que eles haviam descoberto meu esconderijo e estavam vindo para cá, desliguei o telefone na mesma hora e corri para fora da cabana.

Arrumem os carros, temos que sair daqui. Não esqueçam a encomenda. – Gritei para os meus capangas que na verdade são traficantes que devem favores aos policias que me ajudaram.

Entrei novamente para dentro da casa e fui até o quarto onde Clary estava, ainda bem que ela já estava acordada, a peguei pelo braço e a puxei para fora da casa, empurrei ela para dentro de um dos carros e comecei a dirigir em alta velocidade, com os outros carros me seguindo.

Por que estamos indo embora Jacob? – Ela disse chorosa.

Descobriram onde estávamos, tenho que proteger você, nosso filho.

– Filho? – Ela gritou. – Eu não estou gravida Jacob!

– Mas vai ficar, assim que tudo isso acabar.

– O meu filho é somente o Tyler, meu filho com o Jace, o homem que eu amo.

– Você não o ama! – Gritei.

Eu provavelmente estava correndo a mais de 200 Km/h. mas não importa, a estrada era boa, sem buracos e não tinha nada a frente, olhei pelo retrovisor e vi os outros carros me seguindo, todos em alta velocidade também. Mas assim que olhei para frente vi um cerco policial com várias viaturas e policiais com armas nas mãos, logo a voz do delegado no auto falante ecoou pela estrada.

Pare o carro! – Ele ordenou assim que eu me aproximei mais da barricada. – Pare o carro agora! – Ele gritou novamente, mas eu não parei, bati em vários carros da polícia e o som dos disparos tomaram conta dos meus ouvidos, mas mesmo assim não parei, Clary estava abaixada no banco chorando.

Jacob, para o carro droga! Você vai fazer a gente morrer! – Clary gritou em meio a soluços por conta do choro.

Pisei mais ainda no acelerador, tentando passar pela barricada, assim que consegui passar olhei no retrovisor apenas para ver meus capangas serem abordados e presos, alguns mortos, mas não me importava, olhei para ver se Clary estava ferida, mas não, ela estava intacta. Aceleirei mais ainda vendo alguns carros da polícia vindo atrás de mim, como estavam muito perto consegui ver quem eram, e para minha surpresa eram os policiais que estavam comigo, que me ajudaram esse tempo todo, mas o que eu não contava era com uma barricada de pregos no caminho, eles apenas servem para furar o pneu do carro e faze-lo parar, mas no meu caso, foi diferente, eu estava acima de 200 Km, o carro capotou. Ouvi apenas o grito da Clary ser abafado assim que ela bateu a cabeça, eu não gritei quando senti o vidro estilhaçar na minha cara, apenas pensei que estava tudo acabado.

O carro capotou sete vezes, sim, eu contei. Assim que ele parou, consegui mover meu braço para trás, minhas pernas estavam imóveis, provavelmente quebrei a coluna, a dor já não era mais incomoda, era bem vinda. Clary estava desacordada, com um longo corte na testa, perto dos cabelos, toquei seu pescoço para ver se ela estava viva e sim, ela estava. Alguns segundos depois os policias que me ajudaram chegaram, um deles ficou ao meu lado, tentando abrir a porta do carro que felizmente parou na posição correta, não estava de cabeça para baixo.

Não. – Disse. – Me deixem aqui.

– Jacob! – Peter, o mais novo da corporação falou.

Quero que tirem Clary daqui e a levem para um hospital em outra cidade, o mais longe possível da Califórnia entenderam?

– Tudo bem. – Weslley disse abrindo a porta de trás e tirando Clary, vi ele entrar na viatura com ela nos braços e sair o mais rápido possível dali.

Eles vão achar um corpo aqui no carro, quero que não permitam que façam exame de DNA, deem alguma desculpa. Quero que eles pensem que é a Clary. – Disse e Peter assentiu.

E você? – Ele perguntou.

Me dê um fósforo. – Pedi e ele fez. – Agora vá. – Ele abriu a boca para protestar, mas dispensei em um aceno.

Todos eles saíram de lá e entraram na viatura, sorri ao vê-los indo embora, senti o cheiro de gasolina e sabia que aquele era o momento perfeito. Mesmo que eu nunca tenha a Clary, Jace vai sofrer pelo menos por um tempo pensando que ela está morta, já vai ter valido a pena. Caso queiram saber o porquê ele pensar que ela está morta, eu lhes digo, no porta-malas do carro tem um corpo de uma mulher ruiva baixinha, com as mesmas características físicas que a Clary. Risquei o fosforo na pequena caixinha e ele acendeu, olhei por um momento aquele fogo, antes de joga-lo no chão do lado de fora do carro, me esforcei para olhar para ver se tinha dado certo e como sempre, deu, o rastro de fogo já estava seguindo o caminho da gasolina até o carro. Me recostei no banco e sorri. Esperei por poucos segundos com um sorriso no rosto o meu fim, que foi rápido, mas não indolor.

POV Jace

Quase uma hora depois, a chuva deu uma amenizada, liberaram a estrada e o engarrafamento de dissipou, Sebastian acelerou para algum lugar que eu não faço a mínima ideia de onde é, só queria tirar aquela angustia de dentro do meu peito. Vimos algumas viaturas do corpo de bombeiros passar em alta velocidade ao nosso lado, notei que Sebastian estava as seguindo, em cinco minutos ele parou o carro perto de vários carros da polícia e alguns outros carros perfurados por balas, alguns homens estavam caídos no chão recebendo atendimento. Olhei para Sebastian antes de sairmos do carro, vi uma fumaça subindo ao longe, meu coração se comprimiu.

Sebastian foi até onde o delegado estava e falou alguma coisa com ele, pude ver o rosto de Sebastian ficar tão claro quanto um papel, o que só me preocupou ainda mais. Fui até ele segurando seu braço e o fazendo virar para mim, seus olhos estavam sem foco, assim como os olhos da Clary quando sequestraram nosso filho.

Sebastian, fala logo! – Gritei.

Entra no carro. – Ele disse me puxando.

O que? – Perguntei confuso mas ele apenas continuou andando, entramos no carro e ele acelerou para onde a fumaça estava.

A Clary estava naquele carro! A minha irmã, está morta! – Ele gritou assim que parou o carro. O encarei por segundos antes de sair do carro e correr para onde o carro que já estava com as chamas controladas estava.

Alguns policiais e médicos não me deixaram passar, me debati e agredi um policial com um soco no rosto, mas assim que vi um corpo ser tirado do porta malas do carro desabei no chão. Os fios que ainda restavam naquele corpo carbonizado eram ruivos, quase vermelhos, assim como os da Clary, o corpo era pequeno, mas não tinha mais a pele sedosa e branca dela, apenas ossos e uma pele carbonizada por cima. Senti meus pulmões suplicarem por ar, meus olhos arderem e meu coração disparar. Não consegui conter um grito de dor que escapou da minha garganta. A dor da perda, a pior de todas as dores que senti.


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Notas finais do capítulo

Choraram? Creio que sim.
Comentem ok?
LEIAM AS NOTAS INICIAIS.



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