Wrong | Cobrina escrita por Bruna


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

PARA TUDO!

COMO ASSIM, PRODUÇÃO? TRÊS RECOMENDAÇÕES DE UMA SÓ VEZ... CÊS QUEREM ME MATAR DE FELICIDADE, NÉ? KKKKKK

Mai, Prim e Bruna (xará, :), muitíssimo obrigada por essas recomendações fantásticas. Tô boba, venho as lendo e relendo toda hora do dia. Vocês são incríveis. Fizeram minha vida com esses textos lindos.

Agora vai um salve geral: obrigada a todos que me acompanham, que me apoiam, que mandam esses comentários incríveis. Aos fantasmas: obrigada por lerem, espero que dêem as caras em algum momento da fanfic e me façam feliz.

É um imenso prazer ver tudo isso. Espero que continuem comigo.

Agora vamos ao capítulo: eu curti muito escrevê-lo, espero que curtam lê-lo.

É isso, boa leitura!



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Eu até poderia ter rido ou comentado algo sobre o que ele havia dito. Poderia, se eu não estivesse tão nervosa.

Ainda sentia a adrenalina em minhas veias, e não era uma sensação boa. Não mesmo.

Meus braços ainda cercavam o pescoço do peçonhento. Minha cabeça apoiada em seu peito, onde eu ouvia seu coração bater calmamente, bem diferente do meu, devo admitir. Meus pés ainda não tocavam o chão, já que Cobra ainda me segurava em seus braços, de onde, naquele momento, eu não queria sair. Meus olhos ainda estavam fechados enquanto eu tentava me acalmar.

— Agora é sério, Karina... — me pareceu preocupado.

Balancei a cabeça negativamente, sabendo que eu não conseguiria pronunciar uma palavra sequer. Não agora. Não até me recuperar.

— SOLTA ELA, MARGINAL! — ouvi Pedro gritar, seguido de um baque no chão.

Revirei os olhos ao constatar que o idiota havia pulado.

— Cê tá maluco, moleque? — Cobra disse, bravo — Quase matou a novinha! — esbravejou.

Ele estava bravo, até mais do que eu.

— Não foi a intenção — o ouvi dizer, gemendo de dor devido a queda. Minha cabeça afundou ainda mais no peito do moreno enquanto eu pensava no que fazer — Eu só quero conversar com a minha esquentadinha.

— Ela não quer conversar com você — traduziu meus pensamentos — E dadas as circunstâncias, acho que ela não é mais sua.

Pedro riu irônico.

— Você não sabe de nada, marginal — Pedro pareceu se aproximar, já que sua voz estava mais próxima.

— Olha que eu sei, guitarrista — o deboche em seu tom era perceptível — Afinal, eu passei as últimas horas, na verdade, o último dia com ela — provocou.

Pedro bufou, suspirando pesadamente. Ele estava irado.

Eu sabia onde aquela discussão iria levar. E foi por esse motivo que resolvi agir.

Forcei minhas pernas para baixo, em um pedido silencioso. Cobra pareceu entender e me ajudou a ficar de pé. Não pude deixar de notar o quão bom era aquilo. A segurança de se estar com os pés no chão.

Cobra me lançou um olhar que já me era conhecido.

— Eu tô bem — minha voz fraca, dizia o contrário.

— Você é uma péssima mentirosa, Karina. Não sei porque ainda tenta.

Resolvi não responder, afinal, ele tinha razão.

Olhei em volta e me vi cercada de curiosos. Talvez estivessem ali desde o início de toda aquela confusão.

Meus olhos encontraram Pedro. Ele olhava para um ponto fixo em minha cintura, e quando senti um aperto na mesma, entendi o motivo.

Cobra.

— K, por favor... — seus olhos desviaram para os meus, resolvendo ignorar a mão do moreno em minha cintura — Vamos conversar.

— Eu não quero conversar contigo! — quase berrei — Só me deixa em paz.

— Esquentadinha...

— Tá surdo, mermão? — a mão de Cobra abandonou meu corpo, dando passos em direção ao guitarrista.

Sabia que Pedro estava com medo. Ele era um frouxo. Mas mesmo assim, ele não se moveu. Estava disposto a apanhar.

— Posso saber o que tá acontecendo aqui? — a voz de Dandara fez os dois se afastarem.

Me virei, seguindo até a porta de entrada da casa da professora.

Ignorei todos os olhares que estavam sobre mim, ignorei Pedro que me gritava, ignorei Dandara que pedia uma explicação, ignorei Cobra que pedia para que eu o esperasse. Ignorar era a minha melhor resposta naquele momento.

Entrei na casa, e, como eu já esperava, alguns segundos depois, os três chegaram logo atrás.

— Alguém pode, por favor, me explicar o que aconteceu? — pediu a professora, impaciente.

— Esquentadinha, fala comigo...

Respirei fundo, me controlando. Se aquele garoto insistisse mais um pouco, eu iria dar na cara dele sem pensar duas vezes.

— Vai embora, Pedro, — explodi, com raiva — agora! — completei quando vi que ele havia feito menção de continuar.

Ele pareceu pensar um pouco, mas quando seus olhos encontraram os de Cobra, ele fez sua decisão.

— Eu vou porque cê tá pedindo... — me encarou — Mas eu volto! — disse alto, lançando um olhar mortal para Cobra, que apenas lhe lançou um sorriso zombateiro.

Pedro deu as costas e saiu, batendo a porta com violência, voltando logo em seguida para pedir desculpas à Dandara. Revirei os olhos, e quando notei que ele finalmente havia ido, suspirei aliviada.

E foi a minha vez de me retirar do cômodo.

Segui em direção as escadas. Não podia ver, mas sentia o olhar dos dois queimando sobre minhas costas.

Minhas mãos encontraram a maçaneta do quarto do gamer, mas quando fiz menção de girá-la, lembrei o que Pedro havia feito. O idiota tinha que ter jogado a chave pela janela?

Bufei, sentando na porta.

Sentia meus olhos pesarem, fechando sem eu querer. Estava muito cansada e com um sono tremendo. O dia havia sido longo e desgastante. Era normal eu estar cansada.

— Karina... — alguém chamou, mas mesmo assim, meus olhos continuaram fechados. Ouvi a porta sendo forçada — O descabelado jogou a chave — bufou — Anda, Karina, levanta...

— Me deixa dormir — pedi, suplicante.

Ouvi ele mexendo no bolso de seu calção e, em seguida, mexer na maçaneta. Cobra empurrou a porta de uma vez sem ao menos me avisar, o que fez com que eu batesse com a cabeça no chão. Aquilo sim, me fez acordar.

— Que merda, Cobra! — esbravejei, massageando o local atingido, ainda deitada.

— Prove um pouco do próprio veneno, marrenta — sorriu vingativo. Em resposta apenas mostrei a língua.

Ele, provavelmente, estava se referindo ao que aconteceu hoje de manhã, quando eu o empurrei da cama e ele bateu a cabeça. Mas a coisa toda era diferente, eu tinha um motivo sensato para expulsá-lo daquela maneira. Ele estava agarrado à mim.

— Como cê abriu a porta? — perguntei me levantando do chão, e indo correndo até a cama, me deitando.

Ele sorriu ao me ver fazendo aquilo.

— Com isso — me mostrou um grampo.

Revirei os olhos.

— E ainda me diz que não é marginal... — comentei, fechando os olhos. Me virando em direção à parede, sem encará-lo.

— Eu nunca disse que não era — senti a cama afundando levemente. Não precisei virar ou abrir os olhos para saber que ele estava sentado na beirada da mesma.

— Foi mal pelo que eu te disse mais cedo — fiz uma pausa —Sobre a tua reputação — completei.

O silêncio pareceu tomar conta do lugar, e quando eu achei que ele já tivesse ido embora, resolveu se pronunciar.

— Não tem o que desculpar.

— Você pareceu ofendido — comentei sonolenta, me aconchegado no travesseiro que estava ao meu lado, ainda de olhos fechados.

Fez uma pausa ainda maior, minutos se passaram, talvez se certificando de que eu já estivesse dormindo.

Senti quando ele levantou, se aproximando receoso.

— Você não iria entender... — disse, acariciando algumas mechas do meu cabelo.

Ele passou um tempo com aquilo, até que a porta sendo aberta o fez parar.

— Peguei no flagra, Snake — a voz de João o fez se afastar de repente.

— Pirou, moleque? — perguntou, bravo.

João sorriu.

— Como é que ela tá? — perguntou.

— Vai ficar bem — garantiu com uma certeza que nem mesmo eu tinha.

— E quem diria... — começou irônico — Graças à você!

— Não viaja...

— Minha mãe me contou o que aconteceu — informou — E o marginal salva a mocinha.

Cobra riu. Talvez pelo mesmo motivo que eu.

"O marginal salvando a marrenta"

— Quase isso — comentou, ainda sorrindo.

Eles ficaram em silencio por um tempo

— Pedro tá puto contigo — falou João.

— Sem motivos.

— O motivo tá deitada e dormindo como um anjo.

— Ele tá com ciúmes? — riu alto — Que idiota!

— Cá entre nós... — começou em um tom baixo — Ele tem lá seus motivos.

— Não tem, não! — disse sério — Tudo bem que eu provoquei um pouco, mas nada grave.

E aí está. Eu sabia que aquele aperto na minha cintura era só uma provocação. Já era de se esperar. Qualquer um percebia que o Pedro sempre teve ciúmes do Cobra.

— Se você diz... — comentou João — Mas fala aí, vai rolar os jogos que cê me prometeu?

— Nem vem, viciadinho — ralhou Cobra — Você nem me apareceu no QG pra dizer como ela tava.

— Eu sofri um acidente no percurso... — eu sabia que esse acidente tinha nome e sobrenome: Pedro Ramos. João com certeza tinha algo a ver com o que aconteceu ainda há pouco — Mas pensa bem, se eu tivesse ido lá, cê não tinha salvo a sua donzela.

— Ela não é minha.

— Mas pode acontecer... — sugeriu — Ela tá solteira, vocês são tão parecidos, cê é caidinho por e —

— Não, cara! — o cortou — Eu e a Karina nuca vai rolar. Ela é só uma menina — garantiu.

Não era pra ter doído tanto. Qual o meu problema? Claro que não iria rolar nada entre nós. Somos amigos e nada mais. Só e apenas isso. Ele tinha a Jade e eu, bom, eu tinha a mim.

— E você não cumpriu a tua parte... Então, está sem teus jogos, viciado.

— Qual é, Cobra, por favor! — disse alto.

— Cai fora, moleque! — o ouvi dizer longe, talvez expulsando o garoto.

— Cê tá me expulsando do meu próprio quarto, cara? — parecia indignado.

— Por hoje este não é o seu quarto — João pareceu querer retrucar, mas Cobra foi mais rápido — Vaza!

E parece que ele foi. Resmungando, mas foi.

Ouvi passos vindo em minha direção. Senti quando Cobra acariciou mais uma mecha do meu cabelo, dando uma última afagada nos meus fios loiros. O som da porta fechando levemente, me fez perceber que ele havia ido embora.

Algum tempo depois, evitando pensar em muita coisa, embarquei em um sono profundo e, no mínimo, conturbado.


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Notas finais do capítulo

Geeeeente, eu amo escrever esses momentos entre Cobra e João. O que estão achando dessa amizade?

E o Pedroso com ciúmes do Cobra? Meu Deeeeus, amo/sou!

COMENTEM, PLEASE, E ME DIGAM O QUE ESTÃO ACHANDO.

Beijos e até a próxima!