Wrong | Cobrina escrita por Bruna


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui, 4 dias depois da última postagem. Acho que isso é um recorde, kkkkkk.

E os motivos para a minha aparição repentina? VOCÊS! Em especial a Kah e a Kat que recomendaram a fic recentemente. Tô boba ainda com todas aquelas palavras. Quando eu acho que não posso ser mais feliz, cês me aparecem com isso. Muuuito obrigada, meninas!
E um obrigada por todos aqueles comentários fabulosos do capítulo anterior. São eles que me inspiram! E agradeço também aos que lêem, mas nunca deram as caras, amo vocês da mesma forma, kkkkkk.

Ah! Hoje é dia dos namorados. Uma data tão especial.... E eu estou aqui com meu mozão. Ele me ajuda tanto, me dá mó força com a fic, corrige a maioria dos meus erros e não me abandona. Te amo deveras! Obrigada por estar comigo todos os dias, por aguentar meus xingamentos e tudo mais. Prometo não te abandonar, celular... É MENTIRA! Vou te trocar por outro no final do ano. Sabe como é, natal e tal... Desculpa. Foi bom enquanto durou.

AI GENTE, eu não presto, desculpa. SOU LOUCA, KKKKKKKKK.

Agora sem mais delongas... Boa leitura!



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Eu odiava aquilo.

Odiava aquela aproximação repentina, o toque firme que me impossibilitava de me afastar e mais que isso, odiava toda aquela pose que ele tinha, aquele maldito sorriso pendurado em seus lábios, que mesmo com a pouca iluminação ainda brilhava.

— Você não me deve explicações, Cobra — sibilei, sem tentar me afastar. Já tinha experiência o suficiente para saber que todas as minhas tentativas seriam em vão — Nós não temos nada — ele ficou sério de repente, seu toque já não era mais firme o que me permitia que eu me afastasse, mas eu não o fiz. Continuei ali, próxima a ele.

— Nós temos, Karina — garantiu — O fato de não ter nome não significa que nós não tenhamos nada — ele me soltou, e eu senti a palma de sua mão apoiar meu rosto de uma maneira delicada. Meus olhos fizeram menção de fechar, mas controlei aquela vontade absurda.

— Não importa — meus dedos jogaram alguns fios que caíam em minha testa, pondo fim naquele toque — Eu tenho que ir pra casa — dei as costas, peguei meu celular e segui até a porta da academia.

Ele não me acompanhou, nem sequer se moveu. Ficou parado enquanto observava meus movimentos com um sorriso. Ele havia feito algo, sabia disso. Bufei ao notar o que tinha sido.

— Ah, esqueci de avisar, mas as chaves estão comigo, novinha! — exclamou casualmente.

Caminhei até o réptil o mais rápida e silenciosamente que consegui. Ele estava de costas, talvez aguardando que eu voltasse até lá, e quando ele menos esperou eu pulei em suas costas. Ele pareceu surpreso, mas recuperou o equilíbrio rapidamente.

— Me dá as chaves, Cobra! — exigi enquanto tentava alcançar suas mãos — Me devolve a merda dessas chaves! — gritei.

Ele tentara de todas as formas manter as mãos longe das minhas. Em um movimento rápido, as guardou no bolso de sua calça. Seu corpo relaxou, o que nos fez cair de repente. Tentei de todas as formas conseguir o controle e vencer aquela briga, mas depois de algum tempo com aquela luta idiota, eu fui vencida pelo cansaço. E ele se aproveitou disso para ficar por cima de mim.

Como da primeira vez.

Da mesma forma que fez na tarde em que eu dormi no QG. Quando começamos uma briga porque eu me incomodei com a forma que ele me olhava.

Cobra estava de joelhos, um em cada lado do meu corpo, me prendendo. Suas mãos buscaram mais uma vez as minhas me impedindo de me mover, coisa que eu nem ao menos tentei. A respiração dele estava ofegante devido ao round que acabara de ganhar.

Eu não estava só de roupas íntimas e com uma blusa rasgada como naquele dia, mas mesmo depois de todo esse tempo, o olhar dele ainda era o mesmo. O castanho percorria toda a extensão que conseguia. Os olhos escureceram, as pupilas dilataram, ele engoliu em seco e eu já não sabia se sua respiração estava irregular devido a luta de alguns minutos atrás.

— Porra, Karina! — xingou baixinho depois de alguns segundos, seus olhos finalmente encontrando os meus.

— O quê? — pedi impaciente — Você não queria conversar comigo? Então...

Ele fechou os olhos com pesar, mordeu os lábios e disse algo tão baixo que eu mau pude ouvir. Por fim, o réptil assentiu e respirou fundo antes de continuar.

— Sei o que viu hoje de manhã, e é por esse motivo que vem me evitando o dia inteiro — começou firme — Graças àquele idiota do Thawick — revirou os olhos, indignado.

— Se te consola, ele até tentou te cobrir — foi a minha vez de revirar os olhos ao lembrar da minha conversa com o cara — Mas é um péssimo mentiroso.

— Que seja! Meu problema com ele eu já resolvi — meus olhos se arregalaram ao pensar pensar na maneira que ele resolvera as coisas com o colega de trabalho — Não, eu não bati nele. E nem o demiti — pareceu ler meus pensamentos.

— Que bom! Ele não tem culpa se você é um temendo galinha — soltei ríspida — E não é obrigação dele limpar tua barra.

— Sei que você tá achando que —

— Eu vi, Cobra! — o cortei, meu tom era indignado — Eu vi... — sussurrei, permitindo que todas as lembranças que eu tentei esquecer por boa parte dia, voltassem com tudo para a minha mente.

— Você quer a verdade? — perguntou bravo. Eu assenti após um tempo, mesmo sabendo que me arrependeria em seguida. E foi dito e feito — É, eu dormi com a Jade! Passei a madrugada inteira com ela... — soltou de uma vez. Suas mãos largaram as minhas, e eu rapidamente as levei até meu rosto, o cobrindo. Engolindo aquele nó que se formava em minha garganta várias vezes.

— Obrigada pela sinceridade — foi a única coisa que deixou meus lábios depois do que me pareceram horas.

Fiz menção de me levantar, mas ele balançou a cabeça negativamente.

— Eu não terminei — revirei os olhos, impaciente — Não quer saber como foi a noite? Quais posições? Quanto tempo durou? Se eu gostei? — um sorriso estúpido pendurava em seus lábios. Eu tive vontade de socar aquele idiota, mas antes de qualquer movimento, ele prendeu minhas mãos novamente.

— Não, eu não quero! — gritei, brava — Não quero saber — sibilei, cansada.

— Mas eu vou contar mesmo assim... — seus lábios desceram e descansaram próximos ao meu ouvido — Foi a pior noite da minha vida, Karina. A pior porque dói vê-la sofrer... — seu suspiro cansado atingiu meu pescoço. Suas mãos de novo me libertaram, e ele se deitou ao meu lado — Ela passou horas e horas chorando no meu ombro até ser vencida pelo sono.

— O que aconteceu? — sussurrei encarando o teto da academia, engolindo em seco, temendo o motivo que a levara a isso. Jade não se deixava abater por qualquer coisa.

— A mãe dela tem câncer, K — disse em um suspiro. Me sentei rapidamente, preocupada — E as coisas parecerem piorar a cada dia, a cada consulta...

— Meu Deus... — sussurrei espantada. Eu estava perdida, sem palavras.

— Assim que cheguei ao QG ontem à noite, ela apareceu — recordou, sentando ao meu lado — Me abraçou enquanto chorava desesperadamente. Depois de um tempo, consegui que ela se acalmasse... Foi quando ela me contou tudo — seus olhos encontraram o chão — A Lucrécia tem câncer de mama. Tem feito de tudo para se curar, mas... as coisas não vêm saindo como o planejado. Ainda há chances, sempre há, mas a Jade está desesperada. A mãe dela é tudo pra garota, e a possibilidade de a perder, desespera a bailarina.

Nós mergulhamos em um silêncio profundo.

Me coloquei no lugar de Jade. Pensei em uma vida sem meu pai. Assim como o mestre é tudo na minha vida, a professora é tudo na vida da garota. E imaginar uma vida sem ele é terrível e doloroso.

— Ai, Cobra... — cobri meu rosto com as mãos, envergonhada — Ela passando por tudo isso, e eu com — parei de repente ao me dar conta do que eu falava.

— Ciúmes? —perguntou divertido.

Não, não era ciúmes. Eu só não me senti bem ao ver os dois tão próximos, tão juntos. Eles sempre seriam os eternos "A Dama e o Vagabundo", eu tinha consciência disso. E talvez fosse aquilo que me incomodasse. Eu não fazia parte daquilo, era só uma intrusa. Eu nunca seria nem metade do que ela é.

Tentando espantar todos aqueles pensamentos, eu resolvi agir. E em um movimento rápido, minhas mãos se chocaram com o peito do moreno, fazendo com que ele deitasse surpreso, e me aproveitando disso, fiquei por cima dele.

— Talvez... — sussurrei o que me pareceu ser a resposta ideal e mais verdadeira naquele momento — Talvez eu esteja com ciúmes.

— Talvez? — sorriu, e eu o acompanhei sem controlar. Ele levantou facilmente, sentando-se. O que faz com que meu corpo descesse até seu colo. Em busca de apoio, meus braços cercaram o pescoço do moreno e minhas pernas rodearam sua cintura — Você ficou toda brava...— ele nos aproximou um pouco mais — E linda... — sussurrou. Senti o sangue se espalhar por toda a minha face, e agradeci internamente a pouca luminosidade da academia — Aposto que está corando! — gargalhou.

— Não estou, não — garanti com uma certeza que não sei de onde havia saído enquanto socava de leve seu peito.

— Escuta, Karina... — começou mais sério, senti suas mãos uma em cada lado do meu quadril, o apertando levemente — Sei que é difícil, sei que eu não presto e que devo dar mil razões para o contrário... Mas eu preciso que confie em mim.

— Eu confio — garanti — Eu confio em você, Cobra. Sabe disso...

— Não foi o que pareceu — comentou, tentando brincar — O fato disso — apontou para nós dois — não ter nome, não significa que eu vou ficar pegando geral enquanto tô contigo, K.

Assenti em concordância.

— É que é estranho te ver tão perto dela, sabe? E eu não sabia de toda essa estória hoje pela manhã. Te ver na cama com ela... me incomodou — soltei as duas últimas palavras com um suspiro. Meus dedos passaram a brincar com alguns fios do moreno, evitando o contato visual — Mas agora sei que houve uma razão para o que aconteceu e tudo mais. Ela tava precisando de ti, e é como você disse uma vez: o vagabundo sempre vai estar ali por ela. Pela Dama... — sorri sem querer.

Cobra buscou meu rosto com as mãos, me fazendo olhá-lo.

— Eu vou estar com ela — disse firme — Só que agora como um amigo, marrenta.

— Eu sei — confirmei algumas vezes — E não me importo. De verdade — garanti — Ela precisa mais do que nunca de você, Cobra — disse, descendo meus dedos até a barba ralha dele, que sorriu com o toque — Espero que esteja lá por ela...

— Eu vou estar — garantiu — Mas agora... — se aproximou lentamente. A ponta de seu nariz encontrou a base do meu pescoço e fez questão de subir até onde ele pôde — Eu quero estar com você — sussurrou. Seus lábios roçaram a pele do local a cada palavra dita, para por fim, plantar um beijo demorado no local — Foi um longo dia... E você me ignorou em boa parte dele — ainda era um sussurro, mas agora tinha uma falsa indignação. Senti suas mãos em minha cintura, me arrepiando mais uma vez. E só percebi que meus dedos puxavam alguns fios de seu cabelo quando um gemido rouco deixou sua boca e um sorriso preencher seus lábios em seguida.

Sorri o acompanhando antes de finalmente fechar os olhos e me permitir relaxar.

— Você mereceu... Poderia ter me contado antes — sussurrei, tombando minha cabeça para trás sem ao menos me dar conta do que eu fazia, talvez guiada por todas aquelas sensações.

— Não importa... Agora já estamos bem — senti a barba do réptil roçar minha clavícula. Aquilo estava me fazendo perder a pouca razão que restava em mim.

Seus dentes cravaram de uma maneira não dolorosa - a última coisa que senti com aquilo foi dor - em meu queixo, pois sua boca não conseguiu alcançar a minha já que eu estava alguns centímetros mais alta por estar em seu colo.

Eu ri com a impaciência do peçonhento.

Desci de uma maneira lenta e proposital em direção a ele. Cobra esperava que eu acabasse com aquela distância, qualquer um percebia isso. O olhar de alguns instantes ainda era o mesmo. Os olhos quase cinzentos, as pupilas dilatadas e o toque firme ao meu redor me faziam ter certeza sobre aquilo.

— Você também não é de se jogar fora quando fica todo bravo... — sussurrei em seu ouvido me referindo a sua impaciência, e só depois me dei conta do que falei.

Era difícil pensar racionalmente quando eu estava com ele.

— Aposto que está corando de novo! — disse brincalhão com um maldito sorriso preso em sua boca — Mas isso também não importa!

Antes que eu pensasse em responder qualquer coisa, as mãos dele encontraram minha nuca e nossos lábios se chocaram de uma maneira quase violenta.

Não demorou para que ele aprofundasse o contato. O beijo não era calmo, longe disso. Era quase faminto. E eu também não me importava.

Quando a boca dele deixou a minha e seguiram, de novo, até meu pescoço, senti meus lábios dormentes, tendo a certeza de que estavam inchados e avermelhados. Meus olhos pesaram ao sentir a respiração do réptil em meu pescoço e os dedos de uma maneira delicada acariciaram a parte exposta de minhas pernas, desenhando coisas inimagináveis.

Meu coração palpitava em meu peito, e eu me perguntava o porquê de tudo aquilo. Eram só beijos e alguns toques. Cobra mexia comigo de uma maneira surreal. E eu tinha medo daquilo.

— Uou! — exclamou ao ser de novo deitado no chão.

Sorri ao vê-lo ali de cima.

Mesmo com a pouca iluminação, tinha uma bela visão do moreno deitado abaixo de mim. Os fios de seu cabelo estavam completamente desalinhados, os lábios inchados e os seus olhos que pareciam transbordar. Não via os meus, mas sabia que era algo parecido com os dele.

Escuros de desejo.

Meu corpo cedeu rapidamente e eu capturei os lábios de Cobra de uma forma sagaz. Minhas unhas cravaram em sua nuca ao sentir o toque quente de seus dedos atravessarem o tecido da camisa larga que eu usava de uma maneira calma, como se esperasse que eu o afastasse. E eu juro que a minha parte racional gritava para que eu fizesse isso, que eu o afastasse, mas não foi isso que aconteceu.

Permiti que ele invertesse as posições e meus olhos se arregalaram ao sentir sua ereção.

— Isso — sorriu ao sussurrar ainda ofegante — É o quão louco você me deixa.

Sem pensar em muita coisa, o beijei novamente. Levantei minha cabeça instintivamente ao sentir os lábios do moreno tocarem meu pescoço. Distribuía beijos molhados por toda região, subindo até minha boca. Mordi meus lábios tentando recriminar o gemido que insistira em rompê-los lábios diante daquele toque.

O baralho de chaves nos fez parar repente, assustados.

— Karina? — a voz do mestre ecoou abafada.

— Puta merda! — Cobra soltou baixinho.

É, estávamos perdidos.

Meu coração ainda estava disparado, e dessa vez eu não sabia o motivo.


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Notas finais do capítulo

AI, SENHOR! NÃO ME MATEM. kkkkkkkkk

Viu só, tá tudo explicado. Não aconteceu nada de mais entre Cobrade. E para esclarecer: não, o Cobra não sabia da doença da Lucrécia. Assim como a Karina não é mais virgem, mas isso vai ser explicado nos próximos capítulos.

Karina e Cobra bem que aproveitaram, não? Kkkkkk

Comentem e me façam feliz.
Se tiverem dúvidas, críticas - desde que construtivas - ou sugestões, mandem nos comentários - ou por MP quem preferir. Acho que é só. Beeeeijos e até mais.


P.S.: Sempre esqueço de avisar, mas aqui vai. Também podem me encontrar no twitter: @bruns_ck