Wrong | Cobrina escrita por Bruna


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Galera do meu core.

Perdão novamente pela demora. Além do bloqueio - que vem querendo me fazer visitas frequentes :/ -, alguns fatos também foram decisivos para a demora.

Não sei se sabem, mas eu e xará criamos uma one shot Cobrina, e isso me ocupou por alguns dias. ~ quem estiver interessado e puder/quiser dar uma olhada nela, deixarei o link nas notas finais ~.
E além disso, ainda temos o projeto Fanfic Malhação, que também vem ocupando algum tempo.

Enfim. Espero que gostem do capítulo. Desculpa pos erros, eu iria revisá-lo, mas estou morrendo de sono. E para não atrasar ainda mais a atualização, resolvi postá-lo mesmo assim.

É isso. Boa leitura!



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— Karina?

A garota me olhava com surpresa e uma alegria exagerada.

Já fazia algum tempo que eu havia chegado em casa. A casa que eu havia deixado há uma semana atrás por pura covardia.

Eu fui covarde ao evitar Bianca, Duca e Pedro. Fui covarde ao deixar de treinar com todos por puro receio daqueles olhares penosos.

Fui covarde ao fugir da vida. Da minha própria vida.

Precisava provar, não para todos, mas para mim mesma que eu poderia seguir em frente. Poderia tocar a minha vida sem nenhum guitarrista desafinado e descabelado nela. Seria difícil, mas eu poderia tentar. E daria o meu melhor para vencer aquela luta.

E foi pensando em tudo isso que resolvi dar o primeiro passo, e encarar o primeiro round.

— Bianca — disse com desdém. Sem um pingo de ânimo.

— Meu Deus, K — correu em minha direção, me abraçando. Durou exatos três segundos. Tempo suficiente para eu afastá-la. Lembrando a mim mesma que eu não a queria por perto. Mesmo que meu coração dissesse o contrato, o rancor e a raiva falaram mais alto.

— Me larga — sibilei entre os dentes.

— Karina... — começou.

— O fato de eu ter voltado pra casa não significa que eu queira falar com você — dei as costas, me jogando em minha cama.

— Mas eu vou falar mesmo assim. Queira você ou não — seu tom decidido me fez revirar os olhos.

Sabia que teria que aguentar aquela peça. Onde ela, mais uma vez, era a personagem principal.

— Eu sinto muito, K. De verdade — senti quando ela sentou na beira da minha cama, próxima a mim — Eu sei que o que eu fiz foi errado — sua voz estava falha. E eu não precisei olhá-la para saber que algumas lágrimas ameaçavam deixar seus olhos. Assim como as minhas ameaçavam deixar os meus — Mas quando eu procurei o Pedro há uns meses atrás, a única coisa que passava pela minha cabeça era que —

— Você precisava me afastar do Duca — interrompi, a olhando finalmente — Precisava me afastar do seu namoradinho idiota. Eu era uma pedra no seu caminho. E você se livrou dela, Bianca. Estou bem longe de você agora.

— Não, não — negou enquanto chorava ainda mais — Eu só pensei na sua felicidade. Só isso — explicou de uma maneira desesperada.

— Minha felicidade? — perguntei irada — Olha pra mim, Bianca! — a fiz me encarar — Você acha que eu estou feliz? Eu estou quebrada — minha voz morria a cada palavra dita.

— Eu não queria que você sofresse, não pensei nas consequências ao fazer aquela proposta à ele. Não pensei em nada — respirei fundo, enxuguei as minhas lágrimas e tentei me acalmar — O Pedro te ama, Karina. E não foi o dinheiro que o fez sentir isso por você.

— Chega! — pedi suplicante. Enterrei meu rosto no travesseiro branco, que ainda tinha o cheiro dele. O maldito cheiro dele.

— Espero que um dia me perdoe — sussurrou, plantando um beijo no alto da minha cabeça. Não desviei, não briguei. Apenas aceitei sem saber muito bem o motivo que me fez aceitar o gesto de Bianca — Espero também que um dia o perdoe.

Ouvi os passos de Bianca se distanciando e a porta sendo fechada. Ela havia indo embora. Respeitando, talvez pela primeira vez, o meu espaço. A minha vontade.

Me levantei da cama, longe do cheiro e das lembranças que ela me trazia.

Fui até a janela do meu quarto. Meus olhos o encontraram quase que de imediato. E se prenderam ali. Em Pedro. Não importava para onde eu fosse, ele, de alguma forma, sempre estaria comigo.

A Galera da Ribalta tocava e cantava animadamente, dessa vez com uma participação especial: Lia. A garota sorria como uma boba enquanto seus dedos percorriam as cordas de sua guitarra. Ela me viu e acenou brevemente quando a música chegou ao fim. O gesto atraiu a atenção dele.

Os olhos de Pedro me encontraram. Os meus, por alguma razão, nem sequer fizeram menção de desviar. Quando os lábios dele se repuxaram em um sorriso, minha razão pareceu voltar, fazendo com que eu desviasse o olhar.

E encontrassem Cobra.

Ele e Jade estavam em frente ao QG e pareciam discutir. Assim como os de Pedro, os olhos dele também encontraram os meus e, talvez para o seu azar, os dela também.

A raiva da bailarina era quase palpável. E quando Jade apontou para onde eu estava e começou a berrar coisas das quais eu não entendia, não tive dúvidas de que eu era, de novo, o motivo de mais uma discussão entre eles. Da primeira vez, ele havia me defendido. E agora eu não tinha ideia do que eles falavam, pois dessa vez eu não estava no banheiro do QG para escutar a conversa.

Cobra também perdia o pouco de paciência que ainda lhe restava, a maneira como ele respirava e gesticulava me fazia ter certeza disso. Cobra falou algo para a bailarina. Algo que a fez calar-se quase que instantaneamente. E em um gesto rápido até mesmo para o lutador, ela lhe acertou um tapa. Vi quando ele respirou fundo e sibilou algo entre os dentes, o que fez a bailarina lhe dar as costas e ir embora com lágrimas nos olhos.

Antes de dobrar a esquina, Jade me lançou um olhar indecifrável. E antes que eu a questionasse ela seguiu seu rumo. Eu observava tudo chocada, assim como as poucas pessoas que estavam na praça José Wilker.

O desespero tomou conta de cada célula do meu ser quando vi Pedro ir em direção à Cobra com uma ira jamais vista. Aquilo iria acabar mal e eu tinha que fazer alguma coisa.

Saí correndo pela casa. Quando cheguei na sala, fui até a porta e saí em disparada até eles. Sem me importar com os olhares que Bianca me lançava, e sem entender uma palavra que ela dizia.

Algumas pessoas já estavam em volta dos dois, o que dificultou a minha chegada até eles.

Pedro tentava, de alguma forma, acertar Cobra. O réptil apenas desviava dos golpes desastrados do guitarrista de uma maneira astuta. Em um movimento rápido e preciso imobilizou Pedro o fazendo gritar em desespero.

— Ei! — gritei — Podem, por favor, parar com isso.

— Teu guitarrista que começou — começou Cobra, o soltando bruscamente em minha direção.

— Já disse que ele não é nada meu — o olhei com raiva observando o garoto recuperar o equilíbrio — Não mais — meus olhos encontraram os de Pedro, que tinham uma tristeza sem igual.

— Foi por isso que você o beijou, Karina?

E naquele momento eu entendi tudo. O motivo de Jade estar irada, a razão para Pedro ir atrás de confusão com Cobra. Tudo fazia sentido.

Cobra abriu a boca. Havia falado sobre o beijo. O maldito beijo. E que havia mexido tanto comigo.

Eu não disse nada por alguns segundos. Tentando digerir aquela informação. Tentando organizar a confusão que estava meus pensamentos.

— Eu b — comecei, mas fui interrompida.

Estava disposta a confirmar toda a estória. Afinal, eu o havia beijado. Mentir não era uma opção. Pedro era o mentiroso, não eu.

— Eu a beijei — Cobra se pronunciou — Eu a beijei...

E aconteceu de novo.

— Seu filho de uma mãe — Pedro partiu para cima dele de novo, mas dessa vez Cobra nem ao menos se mexia. Seus movimentos eram o bastante para o guitarrista não acertá-lo — Você a agarrou. Você ficou com ela a força! — gritava — Eu vou te matar, minhoca!

— Pedro, larga ele! — gritei.

Eles ficaram ali por um tempo. Pedro e Cobra ainda continuavam naquilo enquanto eu, Nando e a galera da banda tentávamos dar fim naquela coisa idiota. Depois de alguns segundos, finalmente conseguimos separá-los.

Nando segurava Pedro enquanto eu afastava Cobra. Minhas unhas, ainda que pequenas, cravaram em um dos braços do lutador, fazendo com que a atenção dele se voltasse para mim. Quando eu consegui o queria, meus olhos o repreenderam. E ele pareceu não ligar.

— Ele não me forçou a nada — disse, mais para Cobra do que para qualquer outro que estivesse ali. Ele pareceu relaxar. E quase respirei aliviada ao notar aquilo.

— Isso é verdade! — falou Lia. No meio daquela confusão eu nem ao menos tinha me dado conta da presença dela — Qual é! — abriu os braços ao perceber os inúmeros olhares que recebera — É a verdade, velho!

— O cara tem um histórico sujo! — uma voz familiar disse no meio daquelas pessoas que assistiam ao pequeno show da noite.

Wallace. Que estava acompanhado por Bárbara. Uma antiga vítima de Cobra. Todos souberam o que aconteceu. O que complicava ainda mais aquilo tudo.

— Que seja! — Lia continou impaciente — Ele não a forçou a nada. Eu vi.

Apenas assenti sem saber ao certo o porquê.

— Cobra, por favor... — pedi suplicante, apontando para o QG com os olhos. Em um pedido mudo. O peçonhento pareceu entender. E com um breve aceno adentrou no estabelecimento.

As pessoas, aos poucos, iam deixando o local. Menos Pedro.

O garoto me olhava de maneira dolorosa. Como se pedisse para que eu negasse tudo aquilo.

Respirei fundo seguindo até minha casa ignorando todos que me olhavam. Subi as escadas de maneira lenta. Tentando me recompor. Sem dúvidas havia sido uma longa noite. E olha que ela tinha tudo para ser uma das mais chatas da minha vida.

Entrei em meu quarto, me jogando na cama que ficava do lado oposto ao de costume. A última coisa que eu precisava era do cheiro dele sob as minhas narinas.

— Karina — Bianca começou ao abrir a porta bruscamente. Seu tom me fez ter certeza que ela já sabia de tudo.

— Não! — neguei fechando os olhos com força — Por favor, não...

A garota parecera entender e nem falara nada sobre o fato de eu dormir em sua cama. Agradeci internamente por isso.

Mergulhei em um sono profundo, tentando ignorar todos acontecimentos da noite. Tentava. Já que os lábios de um certo lutador invadiram meus sonhos durante boa parte dela.


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Notas finais do capítulo

Então, meus amores, me digam o que acharam, por favor. A opinião de vocês é muito importante.

P.S.: aqui o link da one Cobrina: http://fanfiction.com.br/historia/609002/Bussola/

Beeeeijos!