A linda Rosa juvenil escrita por Pirilamppo


Capítulo 1
Capítulo 1




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Estava olhando o sol nascer pela janela do quarto quando ouvi o grito de minha mãe me chamando:

–Rosa, venha tomar café ou então vai se atrasar!

Mamãe é uma mulher que muito valoriza a pontualidade. Mas, não poderia demonstrar tão facilmente que não pude dormir naquela noite, então corri para o banheiro a fim de lavar o rosto antes de me dirigir à copa.

–Hm, percebe-se que mais uma vez teve insônia esta noite, não é?

Droga, tinha sido desmascarada.

–Deixe disso, Amélia. –Disse papai à mamãe– Rosa, você sabe que dormir é essencial para o seu bem estar e principalmente para suas notas. Trate de dormir esta noite, sim?

–Ta, pai. Eu prometo.

Meu pai é um homem muito amável e dócil de quase cinquenta anos, bem moreno e em forma. Tem cabelos curtos e originalmente pretos, mas agora alguns bons fios já tinham se tornado brancos. Ele não se importa com isso, diz que são como marcas de uma vida.

Por outro lado, minha mãe detesta fios brancos. Não na cabeça de meu pai, esses ela até acha atraente. Diz sempre que o contraste com pele bem bronzeada de meu pai é o toque final do homem o qual ela considerava o mais charmoso. Agora, se ela encontrar algum fio descolorido na sua densa cabeleira castanha, corre para o cabeleireiro mais próximo.

Amélia se parecia muito com Jackie Onassis, principalmente no tom de pele e o corte do cabelo, mas era muito mais alta.

Enquanto tomava meu café, minha irmã de cinco anos, Hortência, jogava pedaços de pão na minha cara, o que me deixava bem desconfortável. Mamãe gritava incansavelmente e papai lia calmamente seu tão querido jornal.

Hortência pode parecer um nome um tanto quanto inapropriado para uma criança nos tempos atuais, e de fato é. A questão é que meu pai é fascinado por plantas e é por isso que meu nome é Rosa. Aliás, o nome da minha mãe foi uma das coisas que atraiu meu pai.

O fascínio de meu pai com plantas é tamanho que ele possui uma floricultura, devo dizer que de bastante sucesso, em Botafogo, aqui na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele herdou de um tio muito querido, mas teve de se empenhar muito, já que o estabelecimento estava quase indo à falência.

Uma outra pessoa que conheço que tem nome de flor é minha melhor amiga, Lis. Cá entre nós, o nome verdadeiro dela é Elizabeth, mas ela o detesta e achou que Lis fosse um apelido fofo e que coincidiria com meu nome floral.

Naquele dia, o assunto central da escola era a festa de aniversário de 17 anos numa casa de festas super legal do bairro. Lis costumava se sentar na minha frente e nesse dia ela estava especialmente irritante. Desde o começo da aula não parou um minuto sequer de falar e de saltitar na carteira e seus longos cabelos loiros me atrapalhavam toda vez que ela virava a cabeça.

No entanto, de todas as aulas que ela me atazanou naquele dia, a que mais ela ficou atiçada foi a de Química, do professor Zane.

O professor Zane é um cara branquelo muito bonito, sarado, de trinta e poucos anos que veio dos Estados Unidos, sem motivo aparente. Segundo antigos alunos, quando chegou na nossa escola ele pouco falava português, mas se mostrou excepcional e a instituição decidiu mantê-lo.

Todos os alunos gostam do professor Zane, principalmente as meninas. Na verdade, é sabido que ele já teve relações com algumas alunas, mas a mais duradoura nesses sete anos que ele leciona na escola foi a com a Lis. Eles namoram a três anos, por mais que no começo da relação ela tivesse quatorze anos. Não sei como não foi demitido ainda, mas há boatos de que ele também come a diretora Cássia. Zane nega todos os boatos para Lis.

Mesmo com essa relação um tanto estranha, sei que ele é um cara legal porque nunca forçou nenhuma menina a nada. Pelo menos, a Lis nunca me contou algo assim e ela ainda era virgem.

Por mais que estivesse mais atiçada, Lis acabou me dando uma trégua no fim da aula de Química porque ela foi logo conversar com o professor para ver que horas ele passaria na casa dela para irem à festa, uma vez que ele também foi convidado.

Ainda assim, sentia que alguma coisa de errado estava por acontecer naquela noite.


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