— Tudo bem, posso me acalmar, não é porque Elena sabe de nós que vai me entregar – Digo para mim mesma enquanto dirijo até a casa de meus pais – Eu sou uma ótima Chef! Não foi por conta de nosso envolvimento que ele me deu uma nota excelente! – Digo um pouco mais alto que deveria, estaciono o carro e entrego a chave ao porteiro e sigo porta adentro dando de cara com o mordomo da casa.
    – Senhorita Heavensbee! – O velho Isaac dá um sorriso bem aberto – Quanto tempo!
    – É, eu estava em um concurso de culinária – Dou um leve sorriso ao mordomo de minha velha casa – Como anda tudo por aqui?
    – Como sempre senhorita – Ele dá um longo suspiro – A sua energia positiva faz muita falta por aqui senhorita!
    – Que nada, Elena irradia felicidade desde que eu fui embora! – Digo revirando os olhos quando vejo papai saindo da sala de estar – Papai!
       – Kath! Que saudade minha filha! – Ele me abraça e me tira do chão
       – Eu que o diga, senti tanto a sua falta! – O abraço com mais força ainda
      – Vamos ao escritório, precisamos conversar – Eu o acompanho, entramos e ele fecha a porta
     – Elena me falou que você pode ser desclassificada do concurso, o que aconteceu? – Ele senta atrás de sua mesa e eu na poltrona em frente
      – Aquela cobra venenosa! Por isso eu vim o mais rápido que pude, Elena quer me perseguir, só pode! – cruzo os braços irritada
      – Katherine, eu sempre soube que você é meio impulsiva, mas eu espero que não tenha feito nada que possa prejudica-la, Elena gosta de provocar mas se ela tiver uma prova concreta será difícil segura-la – Ele me olha preocupado – Sabe que se for desclassificada, sua mãe irá falar eternamente e ...
      – Eu sei papai! Eu sei! Elena é minha irmã, ela deveria cuidar de mim não querer me enterrar viva! Onde ela está? – Digo me levantando
     – Na piscina. Ela disse que vai a final amanhã ... Eu vou conversar com ela. O problema é que sua mãe a apoia em tudo! – Ele diz com indignação
     – Eu vou falar com ela primeiro. Estou cansada de perder tudo por causa dela! – Me levanto e me dirijo em direção a piscina.
     Encontro Elena deitada em uma das espreguiçadeiras, ela está tão distraída lendo uma revista que nem nota minha presença.
     – Porque cisma em me irritar? – Digo me sentando na espreguiçadeira ao lado.
     – É de propósito, Katerina – Ela nem mesmo tira os olhos da revista – Veio se queixar para o “papai” ? – Ela me fita e vejo que seus olhos estão de um verde escuro graças ao biquíni
    – Eu vim conversar com você, estou cansada de todos esses jogos. Você ganhou. Agora me deixe seguir o caminho que eu quero. – Digo de uma vez só
     – Ainda não – Ela sorri
   – Porque me odeia tanto? Você deveria ser a única pessoa programada automaticamente para me amar ... – Digo mais alto do que esperava
    – Eu não a odeio. Somos iguais. Por dentro e por fora. Você só não admite isso, ainda. – Ela se senta de modo que fica de frente pra mim. – Você está com medo. Medo que eu roube o seu professor ... – Eu não respondo, apenas a encaro – Meu Deus! Então é verdade, você realmente se envolveu com ele – Ela coloca as mãos no rosto
   – Eu não tenho nada com o Peeta ... Mas se você falar qualquer coisa, eu vou ser desclassificada! E com isso eu nunca conseguiria trabalhar aqui na capital, fora que iria acabar com a vida do Peeta! – Eu a confronto.
    – Você gosta dele? Parece gostar – Ela diz dando um sorriso sarcástico
    – Não sabia que você estava ficando louca ... – Digo revirando os olhos
    – Bom, se você está com ele, ele não deve saber de quem você é filha – Ela diz pensativa, como se fosse pra ela mesma. Eu fico pálida na mesma hora. Não tinha contado para ele que eu era filha do cara que tinha arruinado sua vida, que quase o fez morrer inúmeras vezes!
    – Elena ... você não ... Se você se atrever eu ... – Tento finalizar mas não consigo
    – Você o que irmãzinha ? – Ela me olha com uma expressão ameaçadora – Você nunca faria nada comigo!
   – Você está enganada, eu não sou mais aquela menina imbecil que você humilhava – agora a minha expressão era ameaçadora – Não ouse comparecer lá amanha, não ouse se aproximar de Peeta ou de mim, se não eu acabo com seu reinado.
    – E como acha que fará isso?
    – Largo tudo e vou me tornar presidente da empresa. Eu sempre fui melhor que você, eu só não quis disputar. Ainda de quebra roubo tudo que for seu, namorado, carro, conta bancária. Tudo.
    – É o que vamos ver – Vejo um brilho diferente em seu olhar, desafiador – Você pode contar com a ajuda do nosso pai, mas eu tenho outras formas de conseguir o que eu quero.
    – Vamos ver - Levanto e vou embora, sem nem ao menos me preocupar em procurar minha mãe. Entro no meu carro e vou voando pra casa, preciso ter contar tudo para Peeta. Antes que aquela megera conte.

POV PEETA

    Estico o braço procurando Katherine, encontro apenas um espaço vazio na cama. Levanto no mesmo instante.
    – Katherine? – Digo esperando que ela apareça em alguma parte. Ontem ela estava tão nervosa por conta de sua gêmea. Nunca imaginei que ela tivesse uma irmã gêmea, apesar que quando vi Elena, senti uma sensação muito forte de dejavu ... Deve ser por que ela é igualzinha a minha Katherine, mas sei lá. É melhor esquecer isso e tomar um banho! Sigo pro banheiro e tomo uma ducha demorada, coloco uma calça e uma blusa branca e saio do quarto. Vejo Matt sentado no sofá jogando vídeo game.
    – Você não vai embora não? – Ele diz sem tirar os olhos da TV.
    – E você não trabalha não? – Digo indo até a geladeira e pegando um copo de suco de laranja
    – Não esqueça que você está na minha casa colega! – Matt dá pausa e me dirige um olhar irritado
  – Hey, não estou aqui pra brigar, eu realmente gosto da Katherine. E entendo que você é super protetor mas, precisamos nos entender. Pelo menos pela Katherine. – Me aproximo do sofá e ele volta a fitar a TV.
    – Quer jogar? – Ele diz indicando o outro controle no canto do sofá
    – Claro! – sento ao lado dele no sofá e Matt dá um longo suspiro
    – Eu pensei que você não aceitaria – Ele ri colocando o jogo pra dois
   – Vai ter que me aturar Matt. Espero que sejamos amigos ou pelo menos conhecidos – Ele ri e começamos a jogar. Acho que posso me acostumar a isso.

POV KATHERINE

    Estaciono na garagem e subo para meu apartamento, ao abrir a porta dou de cara com a cena mais inusitada. Peeta esta jogado no sofá concentrado ao lado de Matt, eles conversam como se fosse grandes amigos ... Eu disse ao Matt para tentar ser amigo de Peeta, ele é diferente ... Assim como Matt. Chego um pouco mais próxima da porta da sala mas nenhum dos dois me nota.
    – Tem algum lugar ai pra mim? - Digo dando um largo sorriso
    – Ai Meu Deus! Katherine! - Matt dá um pulo e começo a rir
    – Vocês estavam tão concentrados que não resisti - Peeta da pause no jogo e se aproxima de mim
   – Você vestida desse jeito faria qualquer um ficar desatento - Ele para na minha frente me analisando, eu estava de calça jeans, all star vermelho, uma regata preta e uma jaqueta de couro preta por cima com mangas dobradas até o cotovelo. Meu cabelo estava uma bagunça só de ondas e eu estou sem uma grama de maquiagem.
   – Desse jeito? Eu estou mais largada que nunca - reviro os olhos
   – Está linda. - Peeta acaricia minha bochecha e me dá um leve beijo
   – Eu já estou diabético. Vocês podem parar - Matt diz se jogando no sofá - Vai voltar padeiro? ou posso continuar ? - Peeta olha pra mim como se estivesse pedindo permissão
  – Eu vou separar minhas coisas pra final amanhã, preciso montar meu relatório - Digo me soltando de Peeta
   – Quer minha ajuda ? - Ele diz
  – Não precisa. Mas quero seu relatório. Onde está mesmo ? - Pergunto procurando pela sala
   – Está na sua mesinha de cabeceira, deixa lá hoje de manhã - Matt diz
   – Bom jogo pra vocês - Digo e vou para o quarto, pego o relatório e me jogo em cima da cama, Peeta fez praticamente um livro. 30 páginas falando sobre meu desempenho nesses 2 meses e meio. Vou para minha escrivaninha e começo a fazer meu relatório. Não ficaria nem de longe parecido com o de Peeta mas, iria expor tudo que aprendi nesse meio tempo. Eu sempre fui boa na cozinha mas sem dúvida, aprendi muito com Peeta... E todo esse amor pela comida eu aprendi só com ele. Desde que eu era uma garotinha de 3 anos eu já brincava de fazer bolinhos com Peeta na padaria do pai dele. As vezes eu gostaria que ele pudesse lembrar de mim, mas acho meio impossível. Ele passou por tanta coisa, perdeu toda família, ainda teve os jogos, Katniss, o telesequestro ... Eu entendo sua perda de memória ... Como ele vai reagir depois que descobrir que meu pai é o idealizador dos jogos ? Mas ele também revolucionou Panem certo? Espero que ele não me despreze ... Eu nunca senti por ninguém o que sinto por Peeta. Termino meu relatório de 8 páginas e quando olho para o relógio já são mais de oito da noite, saio do quarto e Peeta está jogando sozinho.
    – Onde está Matt? - Digo sentando no braço do sofá ao lado de Peeta.
    – Ele recebeu uma ligação e disse que precisava sair - Ele diz com os olhos grudados na tela
    – Você não conhecia o Playstation né ? - Digo entre risos
   – É lógico que conhecia, não tão bem quanto vocês né ? Nós do D12 não ligamos muito pra tecnologia, acho que você percebeu quando ficou lá aqueles dias ... - Ele coloca o jogo no pause e abraça minha cintura
   – Eu sei, vocês mal usam celular - Reviro os olhos
   – Temos outros modos de passar o tempo - Ele dá um sorriso malicioso
   – Pode me ensinar ? - mordo meu lábio inferior
   – Teria prazer em lhe ser útil senhorita Petrova - Ele diz e seus olhos ficam escuros de desejo, ele me beija e me puxa de forma em que caio em cima dele no sofá, aprofundo o beijo e enfio minhas mãos por baixo da sua camisa, Peeta geme quando arranho levemente seu abdômen - Você vai me deixar louco qualquer dia desses ... - Ele me diz com sua voz rouca
   – Você me diz tanto isso que algum dia farei questão de te deixar maluco mesmo - Me levanto, seguro sua mão e o levo até meu quarto - Posso fazer o que eu quiser com você ? - Digo trancando a porta do quarto e me voltando para Peeta
   – O que quiser ... - Seus olhos estão fixos em mim, seus lábios entreabertos
— Vamos ter uma longa noite padeiro - Digo e meus lábios se abrem em um grande sorriso malicioso.