Desejos de uma Adolescente escrita por Coruja Negra


Capítulo 16
Capítulo 16 eu acho




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Fazia quase dois meses desde a festa e eu continuava não falando com ele. Eu estava bem mais centrada nos estudos. Minha vida estava baseada em ir à escola, cuidar de casa e estudar. Simplesmente isso. Eu ocupava minha mente e esquecia – parcialmente – do que aconteceu. Minha mãe estranhou meu comportamento e veio perguntar dele eu apenas disse que ele foi atropelado por um elefante verde e morreu.

Nada estava sendo interessante na minha vida. Eu estava apenas “vegetando” – digamos assim. Um dia minha mãe quis me obrigar a sair, me divertir. Eu concordei, sai pela porta da frente e entrei pela de trás.

– Meu passeio foi muito divertido. – dei um sorriso sem humor.

Eu passava a maior parte da tarde e noite no meu quarto, ouvia musica, usava o computador e principalmente dormia – uma ótima maneira de evitar a realidade. Mas a pior parte era que eu sonhava com ele. Uma vez sonhei que ele me beijava e do nada apareciam varias pessoas e começavam a rir de mim. A partir desse dia comecei a evitar ficar dormindo entre 4:30 e 6:30 da manhã – a hora que sonho.

Aos poucos as pessoas iam esquecendo e me deixando fora da lista de pessoas a importunar. Com o final das aulas sobrava tempo livre na escola e brincar de verdade ou desafio era a opção que alguns grupos tinham de passar o tempo. Me chamaram para jogar, no começo estava apenas uns seis jovens, depois o pessoal de outras salas apareceram para assistir. Isso fez com que os desafios ficassem piores. Me desafiaram a beijar o Jonathan.

– Ele não quer me beijar, não é Jonathan? – tentei fazer com que ele dissesse que não queria, mas ele disse que não tinha problema.

Jonathan levantou e foi para perto de mim. Levantei e fiquei frente a frente com ele. Quando Jonathan me puxa para perto para me beijar uma mão pega meu braço com força e me puxa. É ele.

– Você não pode beijar ele, eu sei que você sente algo por mim.

– Qual é a sua? Quer que eu fique pelos cantos chorando por você? Você está muito enganado! – gritei.

– Você sabe que eu não tentei te beijar pela aposta. Eu não acredito que você está agindo assim por causa de um bêbado!

– Um bêbado que falou mais verdade que você! – joguei na cara dele, percebi que para ele doeu ouvir isso.

– Eu nunca menti para você.

– E o que você fez em relação à aposta? Se isso não é mentir é o que?

– Você está sendo infantil, me escuta.

– Eu estou sendo infantil? Você brinca com meus sentimentos em troca de quinhentos reais? Quinhentos? Eu estou valendo só isso?

– Não! Eu apostei quando não conhecia você, hoje você vale bem mais que isso para mim. Me desculpa.

– Desculpar, ora desculpar. Você acha que pode brincar com o sentimento alheio e depois vir pedir desculpa? Ah vá se danar. E outra por que você está querendo satisfação de quem eu beijo ou não? Você não é nada meu!

– Você é burra? Nunca percebeu que eu te amo? Liz, eu amo você. Eu quero seu perdão mais do que tudo. Não precisa ficar comigo, só me perdoa.

OMG! Estou indo ali me matar. Esse idiota fica dizendo que me ama. Só pode ser mais uma aposta. Mas eu estou tão apaixonada por ele. Droga, droga, droga! Esse meu coração é vacilão.

– Você não vai conseguir nada dessa vez. Qual foi a aposta da vez?

Ele vem e me beija. Fico totalmente nervosa, por meses eu ansiei esse momento. O beijo é urgente, cheio de desejo. Ele põe a mão na minha nuca e aprofunda o beijo, nossas línguas começam a se sentir e eu fico totalmente entregue. Enterro minha mão nos seus cabelos, tão lisos e macios. Ah! Eu acho que estou em mais um daqueles meus sonhos malucos. Dessa vez ninguém me acordou!

Tão de repente quanto começou o beijo acaba. Então eu volto ao meu estado mental normal – normal para mim. Eu beijei ele? Ai caramba, não posso fazer isso.

– Nunca mais faça isso! – falei palavra por palavra após dar um tapa no rosto dele.

Giro os calcanhares e saio. O pessoal começa a gritar. A multidão fica eufórica. Saio sorrindo boba pelas escadas rumo às salas. Confesso que sempre quis beijar alguém é depois dar um tapa no rosto.

Ele me beijou. Meu estomago começa a revirar. O Greg – há semanas eu não penso no nome dele – me beijou. O Greg me beijou. Mesmo depois desse tempo todo eu ainda gosto dele. E ele me beijou. Não foi qualquer beijo. Foi um beijaço. Coisa de cinema. Minhas pernas ainda estão bambas.

Sento em um canto perto das escadas onde não sou vista. Eu estou completamente nervosa. O que eu queria aconteceu, mas não do jeito que eu queria... Eu não quero ver ou falar com o Greg.

Começo a bater minha cabeça ritmadamente na parede e fico repetindo “Droga, droga, droga!”. Daniel passa pelo corredor. Eu vejo ele, mas ele não me vê.

– Daniel, me empresta a sua moto?

– Claro, eu só vou precisar dela à tarde, então só precisa deixar lá pelas três. – ele joga a chave para mim.

Pego a chave e saio disparada para o estacionamento. Desço três lances de escada quase bolando em vez de correndo.

Procuro desesperadamente a moto do Daniel enquanto as pessoas me encaram. Eu preciso sair daqui. A adrenalina por causa do beijo ainda corre nas minhas veias.

Saio em disparada para a pista, ela me lembra ele. Ao chegar vou até o morro que ele me levou outra vez que eu fui lá. Sem me importar com sujar roupa ou cabelo deito na relva e fico imaginando.

Toco meus lábios com as pontas dos dedos tentando relembrar o toque dos lábios dele. Eu preciso aprender a desapaixonar. Não posso ficar sofrendo. As lágrimas começam a cair.

Acordo meio atordoada. Poxa eu dormi na grama. Ainda é meio dia. Sacudo a sujeira da minha roupa e levanto. Vou levar a moto do Daniel.

Vou até a casa dele e deixo a moto lá e volto para casa andando. Entro em casa, graças a Deus minha mãe está trabalhando. Tomo um banho mais que demorado.

Deito e fico pensando com meus botões.

Eu fiz certo em bater no Greg, eu deveria bater mais. Aquele filho de uma senhora... Deveria ter feito bem mais, dado um soco nele. Eu poderia ter extravasado toda a minha raiva acumulada nesses meses. Ai que raiva! Eu sinto ódio me mim mesma.

Mas eu estou apaixonada por ele, por mais raiva que eu tenha. Quero estar perto dele. Ai que indecisão. Não sei se ligo para ele. Não sei se volto a falar com ele. Ai que coisa!


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Comentem pfv. Beijos



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