Brenda era paciente.

Desde quando se entendia por gente, sabia ser paciente e controlada. Foi paciente quando a C.R.U.E.L matou seu pai, permaneceu escondida, controlando as lágrimas até o último segundo. Foi paciente quando contraiu o Fulgor, principalmente nos momentos em que sua insanidade falou mais alto, teve paciência para aprender como não se deixar levar pela loucura. E até mesmo em momentos em que, sua cabeça parecia estar no lugar, precisou ter paciência para não pegar uma faca e enfiar na própria cabeça.

E naquele momento, triste e doloroso, ela encontrou forças que nem sabia que existia dentro de si. Uma paciência que a maioria não teria.

Thomas chorava de maneira desesperada, a cabeça repousada no colo de Brenda, molhando sua calça jeans desbotada. Ele gritava, chorava e chamava por uma pessoa. Teresa. Pedia desculpas e dizia que a amava, que sempre amaria. E Brenda? Apenas passava a mão na cabeça de Thomas, sentindo seus próprios olhos arderem por conta das lágrimas, mas não poderia se dar ao luxo de chorar.

Apenas esperava. Pacientemente. O choro de Thomas costumava durar uma noite inteira, mas pela manhã... Ele parecia melhor. Sorria para ela e a beijava nos lábios. Nem parecia lembrar da noite anterior. Haviam noites mais curtas (apenas soluços abafados, poucas lágrimas). Mas haviam noites como aquela, onde o desespero atingia Thomas em cheio.

Naqueles momentos, Brenda só podia ser paciente. Seu amor por Thomas sempre falava mais alto.