Trapaças escrita por Lizzy W Angelis


Capítulo 2
Alvo 02: Henri Grassi.


Notas iniciais do capítulo

demorei né?
sinto muito >
Enfim, este é um dos capítulos q mais gostei de escrever, espero que gostem de lê-lo também!



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Meu coração falhou uma batida e senti todo o sangue do meu rosto se esvair. Na capa da revista estava uma foto de Afrodite, mas não havia sido isso que me chamou a atenção. Em letras garrafais, na cor amarela, estava a manchete que poderia destruir minha vida: “AFRODITE, A ESTRELA DO CINEMA, ESTÁ GRÁVIDA!”. Afrouxei o nó da gravata, vasculhando o monte de revistas, rezando para que fosse apenas especulação, porém as outras diziam basicamente a mesma coisa.

Eu era um homem morto. Se esse filho fosse meu, eu com certeza seria uma homem lindamente morto.

Bebi o restante do meu capuccino – que já estava frio a essa altura – em um só gole e larguei as revistas drasticamente sobre o balcão.

—Vou dar uma saída. – Falei para Alecsander, o atendente.

—Como assim, Grassi? Você acabou de chegar!

—Preciso resolver um assunto urgente, segure as pontas por mim. – Dei a volta no balcão, saindo pela portinhola - E livre-se destas revistas!

–--

Atravessei a cidade num piscar de olhos. Eu sabia que era arriscado, qualquer deslize e a detetive Waltz poderia me pegar em plena luz do dia. E com isso todos os meus planos iriam por água a baixo. Mas eu precisava resolver este problema, ou não conseguiria fazer nada direito. Aí sim colocaria a missão em risco.

Encarei o prédio do estúdio onde ela estava gravando. Seu camarim ficava no décimo segundo andar, a terceira janela da esquerda. Fácil. Respirei fundo, me concentrando, seria uma pequena descida na diagonal. Pulei, jogando todo o impulso para conseguir chegar ao outro lado antes de passar pela janela e logo estava correndo para a esquerda. Em um instante saltei para dentro do prédio.

Afrodite me encarava atônita, com um aparelho celular encostado à orelha. Tirei a máscara prateada do rosto, ajeitando o cabelo. Seu olhar foi de surpreso a raivoso em um instante.

—Olha amor... eu sei, eu sei... quando você chegar em casa conversamos, está bem? Sim, sim. Pode deixar que eu falo com os gêmeos. Tchal. – Observei-a desligar o aparelho e me encarar furiosa. – O que esta fazendo aqui?! Se alguém tivesse visto você entrar, o que acha que teria acontecido?!

—Isso não importa, você sabe por que estou aqui, não sabe? – Ela suspirou, como se minha pergunta fosse óbvia.

—É claro que sei! Veio me interrogar por causa das notícias não é? – Afrodite sentou-se em sua poltrona, com uma expressão indiferente. – É tudo verdade, estou realmente grávida.

—E o que você tem a me dizer? Eu sou o pai dessa criança, não é?

—Não faço a menor ideia de quem é o pai, Hermes. Você sabe que na noite em que transamos, meu marido havia acabado de viajar. É claro que ele se aproveitou muito bem do meu corpinho antes de passar um mês fora. – Disse, deslizando a ponta de seu dedo de forma hipnótica sobre a própria coxa, levantando levemente o vestido rosa que usava. – Pelas minhas contas, foi exatamente nessa semana que engravidei. Essa criança pode ser tanto sua, quanto do meu marido. Não tem como ter certeza até que o bebê nasça. A menos que você queira ter uma morte precoce e peça para fazer um exame de DNA.

—Nós dois estaremos mortos se o filho que estiver esperando for meu, Afrodite. Você precisa descobrir quem é o pai.

—E você quer que eu faça o que? Consulte um oráculo? Ah, é mesmo, não existem mais oráculos!

—O ciclo está propício para isso, tudo se repetindo mais uma vez! Só que dessa vez o grandioso Deus das Trapaças não irá durar muito! E a deusa do amor também não. – Tentei provocá-la. Ela precisava dar um jeito em toda aquela situação.

—Deixe de ser melodramático, Hermes. E outra, eu posso simplesmente dizer que você me seduziu, e me obrigou a trair meu marido. Ele sabe como sou fiel, irá me perdoar. Mas você... ele vai te buscar até no Tártaro se você tentar escapar. – Seu olhar brilhava de divertimento quando terminou de falar.

Engoli seco. Eu estava em uma bela enrascada. Não devia ter caído nos encantos daquela deusa da beleza psicótica. Agora estava com a corda no pescoço e as mãos atadas. Além de uma bela duvida martelando minha cabeça pelos próximos meses.


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Notas finais do capítulo

o que será que vai acontecer com o Deus das Trapaças?!



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