Gumball POV

 Vou engatinhando com dificuldade pela passagem, com o vento forte batendo em meu rosto, forçando os meus olhos a enxergar apenas um borrão, que eu julgava ser o fim da galeria. Me aproximo da tal saída, com uma mão sobre o rosto, a proteger os meus olhos, e a outra a me guiar pelo caminho. Sem ver o que havia pela frente, acabo por deixar minha mão escorregar em uma pedra solta, e a mesma desliza para fora, fazendo barulho. Após o susto, percebo a ventania enfraquecendo, o que permitiu que eu finalmente enxergasse o que tinha a minha frente, e ao abrir meus olhos, me deparo com uma Masami tempestuosa, me encarando com seus olhos esverdeados, cheios de ira.

 Fico intimidado na frente dela, olhando fixamente para os seus estranhos e incomuns olhos verdes, que dava uma sensação de agonia e medo.

Masami: como você chegou aqui?! — diz ela, se aproximando mais.

 Quando ela se move, percebo algo estranho atrás dela, uma pequena centelha laranja, presa dentro de uma cúpula de ar. Ao lembrar qual era o meu objetivo ali dentro, o porquê de eu estar naquela caverna de frente para Masami, logo me vem um nome na cabeça.

Gumball: O que fez com a Penny?! – digo eu, dando um passo corajoso para frente.

Masami: tentando me intimidar? Não acho que você possa fazer muita coisa agora.

 Uma forte ventania surge em meu redor, me vejo saindo do chão, e logo depois uma dificuldade de respirar. Fico suspenso em frente ao rosto de Masami, que parecia estar se divertindo com aquela cena de desespero vinda de mim. Sem dúvida ela estava disposta a acabar comigo naquele mesmo instante, mas antes que ela fizesse algo, vejo uma pedra atravessar o rosto dela, que chama a atenção de nós dois. Olho para o lado e vejo Darwin e Carrie, que finalmente notaram o que estava acontecendo.

Carrie: isso não foi muito útil. – diz ela, se escondendo atrás de Darwin.

Darwin: bom... Pelo menos chamamos a atenção dela.

 A garota nuvem ri de nós três, e me solta Dalí mesmo, me fazendo cair no chão. Ela se afasta de mim e vai em direção a tal cúpula, enquanto Darwin e Carrie se aproximam de mim para ver se eu estava bem.

Carrie: se machucou?

Gumball: um pouco. – digo colocando a mão sobre o ombro, que doía um pouco.

Darwin: eu ainda não entendi por que a Masami está fazendo isso, ela ainda não percebeu que isso tudo é loucura?!

 A garota nuvem dá uma breve pausa para responder, sem perder a oportunidade de soltar outra risada, mas esta agora continha um tom de loucura.

Masami: isso era pra ser uma surpresa para você.— diz ela, voltando para perto da cúpula.

Darwin: calma, do que você está falando? –diz ele, confuso.

Masami: isso não importa agora não é? Afinal vocês vieram aqui por outro motivo.— diz ela, abrindo uma parte da cúpula, revelando o que havia dentro.

—A propósito, Gumball, já tinha visto ela nessa forma?— diz ela, retirando-a da cúpula e mantendo-a suspensa do ar, inconsciente.

 E então pude vê-la finalmente, mas não era assim que eu esperava encontrá-la, inconsciente e tão diferente do que eu conhecia.  A sua forma era outra, agora eu podia ver sua pele, era laranja e meio transparente, mas não um transparente como eu já conhecia de Carrie, e sim algo como uma energia que eu pudesse tocar. E, além disso, seu corpo emanava um pouco de luz, que talvez fosse mais forte caso ela não estivesse naquele estado...

 Sinto um pouco de felicidade por vê-la de novo, mas ao mesmo tempo raiva, por saber que ela estava desmaiada e em perigo graças a Masami, que a essa altura já não era nem de longe aquela que eu conhecia na escola, que mesmo sendo manipuladora e mimada, nunca colocaria a vida de um amigo em risco.

Gumball: o que fez com ela?! – digo enfurecido, dando um passo à frente, mas logo recuando, graças a uma rajada de vento que ela manda para cima de mim.

Masami: Nada de mais, só a privei de um pouco de ar durante a viagem, ainda deve estar viva, se não essa luzinha de natal ambulante já teria apagado faz tempo.— diz ela, zombando do estado de Penny.

Gumball: S-sua..!! – tento mais uma vez me aproximar, mas sou empurrado novamente para trás, com outra rajada de vento.

Masami: o que acha que está fazendo, Gumball? Acha mesmo que pode fazer alguma coisa para me impedir?— ela joga Penny na cúpula, que recebe a garota e a prende novamente.

Darwin: O que deu em você para estar fazendo isso? Vai mesmo sacrificar a Penny só por um desejo idiota?

Masami: desejo? Parece que estão bem informados sobre o assunto.

Carrie: o suficiente para saber que a Penny está em perigo aqui.

 Masami: hm, é mesmo? E o que pretendem fazer para tirá-la daqui? Até onde estou vendo, eu que dito as regras.

 Realmente não havia nada a se fazer, não temos chance de conseguir tomá-la à força, o máximo que a gente pode fazer é convencê-la a soltar ela. Mas ela não parece estar disposta a isso. se pelo menos ela aceitasse uma troca, quem sabe, talvez, se eu...

Gumball: eu... posso ir no lugar dela?

Masami: você no lugar da Penny? Não seja idiota, a essa altura já deve ter notado que a Penny tem algo de incomum, que por acaso você não tem. Agora, se está disposto a fazer qualquer coisa para salvá-la... — ela olha para a carrie.

Carrie: P-por que está me encarando?

Masami: bom, talvez se me desse algo que fosse conveniente para mim.

Carrie POV

  O que essa maluca quer, me encarando desse jeito? Por acaso eu tenho algo que substitua a utilidade da Penny? Mais nada me vem à cabeça, o que ela está tramando afinal?

Masami: então, carrie, que tal aquele seu amuleto em troca da Penny?

Carrie: calma, o meu o quê?

Masami: você não é a única informada aqui, eu sei que você o ganhou quando era criança, ele que deu para você!

Carrie: “ele”, Está falando do meu pai? – como é possível ela saber dessas coisas?! Não faz sentido...

Masami: sim, ele escolheu você para receber o amuleto, a preferida dele. — diz ela, como se essa escolha do pai de Carrie tivesse alguma ligação com ela.

Carrie: mas eu... Ele... Preferida... Como assim?! (quem é essa Masami, afinal??).

Masami: Vamos, eu não tenho tempo, eu sei que carrega isso com você, anda!— ela me puxa para perto dela.

Carrie: como... sabe tanto de mim? – digo, impressionada, e ao mesmo tempo, assustada.

Masami: não importa, agora vamos, me dê o seu amuleto que eu solto a sua amiga!

Carrie: mas...

Masami: estou ficando sem paciência aqui. — diz ela, inquieta.

 Nada fazia sentido, ela não pode ser da família, só nós sabemos desses mundos, dessa caverna, e desse amuleto, que só o meu pai e eu conhecíamos. Será que a Masami sabe mesmo de algo, ou, talvez, alguém esteja possuindo ela, Mas quem seria então?  Ela ainda disse algo como à preferida, mas como assim a preferida? quem sabe se eu insistir no assunto, ela pode deixar algo escapar. Espero que eu esteja certa disso.

 Estendo minha mão e invoco o objeto que ela tanto deseja, o amuleto que ganhara do meu pai, antes dele me deixar em Elmore, com minha avó.

Masami: esse mesmo, eu sabia que você estava com ele! — diz ela, vislumbrado o objeto redondo e brilhante.

 No meio de seu corpo de tempestade, ela cria uma mão para pegar o meu amuleto, mas teleporto no mesmo instante, longe o suficiente para que eu possa irritá-la.

Carrie: ...eu não sabia que eu era a favorita.

Masami: o que? Não é hora para brincar com a minha cara!— ela joga um pequeno tufão para cima de mim, e eu teleporto novamente para outro ponto da caverna.

 Espero não piorar a situação ao deixar ela mais brava.

Carrie: eu nunca conheci direito o meu pai. - Digo, voando ao redor dela.

Masami: rgrgrh! Vai se arrepender de estar fazendo isso!—diz ela, virando a cabeça, tentando me acompanhar.

Darwin: C-Carrie, o que está fazendo? = diz ele, preocupado.

 Parece que está funcionando, vamos ver até onde isso vai. Teleporto novamente pela caverna, desviando dos seus ataques e intimidações.

Carrie: eu também não sabia que tinha irmãs.

Masami: e por acaso nós temos?— diz ela, enfurecida.

Ela disse... nós? Eu paro e Teleporto para frente dela, ficando de cara a cara.

Carrie: como assim, nós? – digo, encarando os olhos verdes dela.

Masami: sim, eu disse nós, contente com a descoberta?— ela avança novamente uma mão para tomar o amuleto, e eu teleporto novamente, mas desta vez para perto de Darwin e Gumball, que pareciam perplexos com o que tinham visto.

Darwin: isso quer disser que...

Gumball: não era a Masami, e sim...

 Diz os dois, boquiabertos.

 Carrie: era... Eu. – eu estava tão surpresa quanto eles.

CONTINUA...