O Sangue escrita por Vivian Isabele


Capítulo 5
Uma conversa super "normal"


Notas iniciais do capítulo

PESSOAL! Eu vi que tenho muitos acessos nos capitulos, mas pouquíssimos comentarios... não é exagero! Estou indignada... Sério gente... Comentem!!!



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Ela deu uma risadinha nervosa, mordendo mais um pedaço da bata industrializada, as mãos tremelicavam de leve, cruzou as pernas e respirou fundo observando o amigo sentando-se ao seu lado, também curioso para saber o porquê da pergunta de Lorena, ele estava um pouco confuso, mas entendia um pouco do assunto, pelo o que via na internet e também em filmes clássicos de terror.

– Em primeiro lugar, é só uma conversa boba, sabe? – Lorena sorriu tímida, e abaixou a cabeça um pouco, tentando amenizar a dor em seu peito que crescia devagar, dando a ela tempo de reverberar a sensação de angústia e estranheza por todo o corpo. – Queria ter esta conversa a tempos com alguém, que não fosse Cassie, ela é meio maluquinha as vezes, e leva tudo a sério, eu vi alguns filmes de terror que me atraíram, e agora estou com esta curiosidade monstruosa. – ela mentiu bem, muito bem por sinal, Trevor acreditou na amiga e sorriu largo, o corpo de Lorena se aliviou um pouco, assentindo ele tomou a palavra.

– Eu também sempre quis falar sobre este assunto, mas como você deve saber, não há tantas pessoas da minha idade por aqui que se interessariam por seres sobrenaturais. – ele passou os dedos nos cabelos lisos nervosamente, deu de ombros e voltou a comer batatas. Levantou-se rápido e pegou uma lata de cerveja no frízer, ofereceu a Lorena que recusou, e ele começou há bebericar um pouco, o líquido alcoólico que o incentivava a continuar a conversa. – Acho bom que tenha me procurado, fico muito feliz com isso. – ele voltou a se sentar, desta vez em uma cadeira de frente para Lorena, apoiando-se no encosto com os braços, com as duas pernas uma de cada lado da cadeira de plástico.

– Achei que seria melhor conversar com uma pessoa cética. – Lorena mordeu o lábio e segurou uma mecha de seu cabelo e começou a enrolá-la entre os dedos. – Se eu falasse sobre isso com Cassie, ela viria com aquele papo de canadense de que: “Sempre soube que os monstros eram reais”. Ela tem uma imaginação muito fértil, dizia que antes de vir para o Brasil que em Sand Lakes acontecia o baile dos vampiros. – Lorena imitou a amiga fazendo Trevor rir.

– Ela realmente deve ser louca, agora voltando ao assunto. Vamos aos tópicos. – ele riu um pouco, e endireitou a postura sorvendo um pouco mais da cerveja. – Como foram criados. Como são mortos. E o principal, se eles existem de verdade. – ele prendeu a respiração, ainda não acreditando no que estava falando. Olhou atento para Lorena, que pensava em qual opção escolher, talvez fossem poucas demais, ela achava que faltava algo, mas não sabia o que.

– Como foram criados? Deve ser bem interessante, tirando o fato de dizerem que são satânicos, e que bem... Foi a “coisa ruim” quem os criou, acho que isso não é duvida. – Lorena disse, acreditando o máximo possível em suas palavras.

– Isso é o que dizem, encontrei diversos sites, e em um deles uma história me pareceu verídica, a história de Caim e Abel. – disse Trevor, terminando em um só gole toda a sua cerveja, e comendo as ultimas batatas do pacote.

– Não vá me dizer que Abel virou um vampiro depois de ser morto, porque nisso eu não acredito. – Lorena arregalou um pouco os olhos, e terminou suas batatas dando uma pausa longa, somente o som crocante para tentar deixar tudo menos pesado para si mesma, o que não ocorreu, sentia-se como uma pecadora levando sua própria cruz.

– Não, foi Caim, ele recebeu a imortalidade, o que não foi uma coisa muito boa. Dizem que Deus lhe amaldiçoou a vagar pelo mundo até o Apocalipse, e com o tempo ele foi perdendo a sua essência, ficando amargurado, e que por onde passasse qualquer vida que estivesse morreria. Caim também não poderia contemplar a luz do sol e sentiria necessidade de sangue, todos os dias, da mesma forma que matou o irmão, ele teria de matar para sobreviver. Ele ficou sozinho, e dizem que depois de um longo tempo encontrou Lilith a primeira mulher de Adão, que o ensinou sobre sangue. – Trevor sorriu um pouco, estava se achando um idiota falando tudo aquilo, falando de algo que havia lido em algum lugar, se sentia um tolo, mas os olhos de Lorena brilhavam de excitação e ansiedade, ela queria saber o final da história.

“Juntos eles construíram uma cidade, mas com todos os humanos que haviam lá, morriam como tempo, Caim decidiu transformá-los nos primeiros vampiros do mundo, três humanos foram transformados por Caim, sendo assim os mais puros, por terem bebido sangue ancestral, e os poderes que eles possuem foram se diluindo com o tempo, e por isso a maioria transformada no século passado, convivem com a velocidade, força e poucos possuem dons, como ler a mente das pessoas, isso era o que costumavam fazer antigamente, hoje em dia, pelo o que sei, poucos vampiros antigos existem, e por isso, suas crias as vezes os matam, bebendo assim um sangue mais puro, um sangue que possui algumas toxinas, acho que você deve ter estudado isso.” – tomou fôlego, assim que Lorena assentiu, entendendo do que ele falava.

– Eu não sabia que tinha uma extensão tão grande assim, pensei que alguém foi burro o bastante de fazer um pacto, e pensar que a imortalidade era a melhor coisa para sua vida. – Lorena suspirou levantando-se para jogar fora o pacote vazio de batata, levando a lata de cerveja vazia. Jogou as coisas na lixeira não muito longe, e pegou o celular, olhando as horas, revirou os olhos.

– O que foi? – perguntou Trevor, percebendo que não poderiam continuar a conversa.

– Minha mãe, me mandou diversas mensagens, pedindo para que eu voltasse. Disse que Cassie ligou para ela, e que já estava a caminho, foram seis mensagens iguais! Será que ela ainda não aprendeu a apertar o teclado só uma vez? – Lorena reprimiu os lábios e cedeu, foi aos contatos e ligou para a mãe.

– Filha?

– Oi mãe, já estou indo. – disse apressada.

– Tudo bem, venha logo. Estamos preocupados. – isso significava que ela estava, pois seu marido não se importava em deixar que Lorena andasse pelas ruas de terra vermelha. Ele adorava ver a filha livre da bagunça da cidade.

– Tchau. Chego ai em alguns minutos. – falou apressada, esperando que a mãe não prolongasse ainda mais a conversa que durou apenas alguns segundos. Sorriu fraco para Trevor que colocou a cadeira ao lado da mesa, e foi andando até a porta do recinto. Os olhos eram de um verde fraco, como folhas verdes completamente secas durante o outono, tinham um brilho acolhedor, como tudo em Trevor.

– Tenho que ir, mas adorei ter tido esta conversa com você. Senti muita a sua falta. – Lorena disse cabisbaixa, se aproximando do amigo e o abraçando por trás, ele sorriu e virou-se para abraçá-la também. Levantou-a do chão, e sorriu largo e inspirou mais uma vez o perfume da amiga, ela riu alto, e ele a colocou no chão. – Isso é algo que só os altos podem fazer. – ela deu um soco leve no braço dele e o mesmo fez uma careta de dor.

– Um privilégio. – sorriu largo e deu de ombros, enquanto via Lorena se afastar, subitamente veio em mente, o momento em que a garota passou pela casa de um antigo vizinho, que havia sido morto por algum animal a apenas alguns dias, a maneira de como seu corpo se enrijeceu ao olhar para dentro da casa o preocupou, balançou a cabeça e voltou para dentro de sua venda.

Lorena andou com os passos firmes e determinados, não queria voltar correndo para a venda do amigo e pedir para que ele fosse com ela, mas era o que mais desejava no momento. Passos ecoaram na casa velha e destruída ao seu lado, ficou tentada a desviar de seu caminho e adentrar na casa, mas recusou-se. Eu tenho que ver, preciso disso, sei que não estou louca, mas se eu entrar dentro da casa... não! Ela olhou de soslaio, enquanto deixava os destroços para trás, e mais uma vez os olhos vermelhos apareceram, desta vez pela brecha de madeira perto do ultimo quarto, era por lá que Lorena passava, prendeu a respiração, o coração contraindo-se em seu peito. Porque eu olhei? Isso deve ser algum tipo de distúrbio mental, estou vendo coisas! Preciso de açúcar.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam dos comentários!!!



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