The Last Star escrita por Niickyta


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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[20:23]

Ainda me pergunto porque insisto em ir para o café à noite ler livros da faculdade e estudar por lá. Deve ser porque no café Leikin’s, perto da minha faculdade, seja calmo e bom para se conseguir ter um mínimo de concentração necessária e uma comida ótima, visto que na biblioteca não se é permitido comer. Mas, em contrapartida, sem dúvida é mais agradável estudar com um som de fundo bastante calmo e confortável. Coloquei uma blusa comprida e quentinha, uma calça jeans, um ténis da adidas. Tendo em conta que o inverno se encontrava habitado nesta pequena vila da frança, instalei a minha parka sobre o meu corpo (mais precisamente no tronco e nos braços), a fim de me proteger do frio. Peguei na minha mala com um ou dois livros de estudo e lá fui eu. Noite de sexta-feira, calma e fria. Embora houvesse um número grande de carros na via, de regresso do trabalho, Sweet Ville não é propriamente um local com muitas pessoas, visto que é uma vila pequena. Ela é bastante iluminada e, nestas horas, as discotecas devem começar a se encher de pessoas prontas para uma noite de dança, copos e divertimento. Decidi não apanhar o ónibus por isso andei uns longos 10 minutos até chegar ao Leikin’s. Como pensei! Ele estava calmo e silencioso. Sentei-me em uma mesa para duas pessoas, ao lado da janela e tirei o meu material de estudo. «Vamos estudar!» Pensei satisfeita.

[20:59]

Já tinha comido metade de um folhado de salsicha, minha perdição, e ainda bebia o meu café. Olho para o meu pulso, a fim de saber as horas. Faltava um minuto para as nove da noite. «Boa, ainda tenho um bom tempo para estudar.» Mas, assim como um relâmpago que aparece de repente, a luz desaparece por completamente no estabelecimento. Assustei-me. Os meus olhos não perdem tempo e olham para o lado de fora, estava igualmente tudo escuro. Oh não! Um apagão? Isto não é bom. Mantenho a calma mas a ideia de andar pela rua em plena noite e no escuro me metia um certo receio. Ainda mais que os assassinatos na vila tenham vindo a aumentar susceptivelmente. O melhor seria ir para a casa e esperar que a luz volte por lá. Levanto-me e com uma lanterna do meu telefone arrumo as minhas coisas embrulho o folhado no papel, bebo o meu café por inteiro, me dirijo para o balcão e pago a conta. Uma rua sem luz fica ainda mais fria do que o normal e, para piorar, não tenho rede no telefone. Não existem pessoas na rua, ou se existem não se manifestam. Os carros continuam a andar calmamente e isso iluminava um pouco o caminho. Estou perto da minha faculdade Sweet Amoris. Acho que sou uma das pessoas que menos entende o nome dessa escola.

“ Eyria!”

Num movimento tão automático como piscar os olhos viro-me para a pessoa a citar o meu nome. Era Kentin que vinha em minha direção com aquele seu sorriso querido e inocente. Pelo menos nesse aspeto ele não mudou.

“ Ah! Ken. Olá.”

“ Já disse que não quero que me chamem de Ken! Quantas vezes tenho de repetir isso?” – Dá um longo suspiro com uma cara não muito satisfeita.

“ Ah, Desculpa Kentin.”

Kentin e eu somos amigos desde de pequenos. Mas ele era MUITO chato. Para todo o lado que eu ia, ele seguia-me. Chegava a ser exausto ter mais do que uma sombra para além da minha. Era… como ei de dizer… cola veltro. E para além disso era louco por mim. Sim. Completamente apaixonado. Mas infelizmente eu iria ser mal vista se correspondesse a esse amor. Iriam rir de mim e fazer cometários idiotas e maldosos. Dispensava esse tipo de tratamento. Eu, entretanto, me mudei de escola e ele veio atrás só, segundo ele, para estar comigo. E comecei a ter de novo mais uma sombra gémea. Passado uns meses (ou talvez semanas?) ele foi para uma escola militar por sofrer de Bulliyng pela Ambre, a patricinha da escola, que infelizmente morreu num acidente de carro a poucos meses atrás. Fiquei triste por ele ter ido, embora ser o que era, tinha um ótimo coração e era muito simpático. Todavia, ele voltou depois de um ano. Mais bonito, mais alto, mais musculoso… mais homem, e sem aqueles óculos fundo de garrafa pirosos. Aí sim, eu já conseguir-me-ia sentir atraída por ele.

“ O que estás a fazer aqui?” – Indago curiosa.

“ Decidi passear um pouco quando o apagão surgiu, então estou de volta para casa e esperar a luz chegar.”

“ Achas que irá demorar muito tempo?”

“ Tsch… Claro que não.” – Parecia estar um pouco incomodado. Kentin se arrepia um pouco e mexe os lábios de forma suave. Não produz som algum e esfrega as mãos uma na outra. O melhor é pensar que está com frio.

“ Em noites como esta, consegue-se ver bem as estrelas!” – Continua a falar pondo agora um sorriso. “ Basta encontrar um sítio alto onde a luz da rua não interfira a nossa visão. O que me dizes?” – O meu sorriso era radioso. Sempre gostei de estrelas.

“ Sim! Sim, claro. Vamos ver as estrelas. Mas caso não tenhas reparado estamos sem luz. Basta apenas encontrarmos um ponto alto.”

“ Estou a pensar em irmos para o terraço da faculdade. O que achas?”

Assinto com a cabeça e ele dá-me a mão feliz e caminhamos para dentro da faculdade, visto que estávamos logo em frente dela.

[21:25]

A porta estava trancada, mas isso não era problema. A diretora, ano passado insistiu em colocar extintores na parede de entrada da faculdade. Não vejo o sentido mas ela o fez. Sem perder tempo, Kentin pega no extintor e sem dificuldades rebenta com a porta atirando o extintor contra ela. Voltamos a dar a mão um no outro e fechamos a porta de entrada. Kentin e eu iluminamos o corredor com a lanterna de nossos telefones e continuamos o nosso rumo calmo e silencioso.

“ Tens medo?” – Indaga ele para mim com o seu sorriso sincero.

“ Se estivesse sozinha talvez… mas tenho-te a ti.” – Ele cora de leve, percebi por causa daa luz que virei contra ele. Sim, era loucura estar com ele na escola, de noite e sem luz. Mas eu estava a gostar da experiencia.

O lado bom também é que as camaras de vigilância estavam desligadas por causa do apagão. Isso era uma vantagem muito grande. Assim, nunca iriam saber que eu ou ele estivemos ali. Passamos pelo corredor principal e dirigimo-nos para as escadas, subimo-las todas e lembrei-me da primeira vez que tinha ido para o terraço. Tinha sido com o Castiel. Foi divertido. Mas neste contexto eu e o Kentin não tínhamos chave para abrir a porta.

“ Eu acho que consigo abrir se tiver algo como um gancho…” – Kentin mostra-se pensativo. Tiro um gancho do meu cabelo e dou-o com um sorriso. “ Ah! Obrigado.” – Ri, e tenta abrir. Bem entendido, pois ele consegue o fazer. “ Pronto. Porta aberta.”

Passamos por entre a porta e olhei para o céu cintilante, lindo, magnifico. Apoio-me no corrimão do terraço e observo assim como Kentin. Apontamos para algumas estrelas e falamos sobre as constelações. Ficamos a rir e a divertir durante um bom tempo.

[22:10]

Kentin comia os seus cookies e eu comia o meu folhado de salsicha enquanto conversávamos ativamente sobre o nosso passado.

“ Sim, eu lembro-me de uma vez que nós comemos gelado mas depois começou a chover e não conseguimos comer nada!”

“ Pois é… ” – Ri Kentin enquanto vasculhava na sua mochila.

“ Eyria… você se lembra que eu era louco por você no passado?” – Sorri olhando para mim.

“ Claro! Você era que nem cola veltro. Isso é impossível de esquecer.”

“ Hm…” – Ele sorri e tira um objeto qualquer da sua mala. “ Sofri imenso sabia?”

Fiquei calada. Aquele era o tipo de pergunta retórica que eu não conseguiria responder mesmo que quisesse.

“ Passei noites e noites e noites pensando em como ser o tal para você. Entretanto você sempre me afastava e dispensava estar comigo. Foi difícil para mim.” – O seu sorriso tornou-se meio triste. “ E você nem pensou em me dar uma chance.”

“ Kentin… era complicado naquela altura poder estar com você! Muito mesmo. Porque… nós eramos tão diferentes.”

“ Só porque eu era magro e sensível, porque eu usava óculos pirosos?”

“ N-Não… Ken…”

“ JÁ DISSE PARA NÃO ME CHAMAR DISSO! Esse diminutivo foi simplesmente para você e os outros zombarem de mim. Eu sei como são as coisas.”

Silêncio. Kentin fez uma pausa no seu discurso.

“ Por isso… o melhor seria não guardar mais rancor e fazer o mesmo que fiz com a Ambre.”

“ Com a Ambre?” – Kentin não me deu tempo para respirar e me beijou. Beijou de forma completamente terna. Me fez arregalar os olhos. Foi alo repentino mas ao mesmo tempo bom. Gostei e deixei que os meus olhos se fechassem e me entreguei nesse beijo que parecia não ser com segundas intenções. Mas não… eu sentia dores. Espera, dores? Sentia como se tivesse sido rasgada na minha barriga. Afasto-me suavemente de Ken e olho para baixo… era sangue? Kentin me perfurara com uma faca? Estaria ele a matar a pessoa que ama? Mas que pergunta é essa? O que se estava a passar?

“ Sim… como a Ambre. O acidente não foi por acaso. É tão ingénua para pensar isso?”

“ K-Kentin… p-porquê?” – Não poderia evitar as lagrimas no meu rosto.

“ Sim… Eyria, eu te amei muito mas não me parece que queira estar mais ao teu lado.”

Sentia-me tonta e enjoada. Kentin tira a faca da minha barriga e empurra contra o chão e mais uma vez me apunha-la com a mesma… Sentia a vida a escapar-me das mãos. Sentia tudo a desmoronar-se e as minhas memórias a desfalecerem. Quem me dera voltar atrás e não ter vindo com ele. Quem me dera voltar atrás e o ter feito feliz. Mas agora já é tarde… agora já não tenho vida.

“ Adeus Eyria… Vou sentir a sua falta.”


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