Before - League of Legends II escrita por Ricardo Oliveira


Capítulo 23
Guerra - Parte 1




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Ellie sentia-se como se tivesse acordado de um longo sonho. Não, estava mais para um pesadelo. O pior? Ela lembrava de cada detalhe. De como ajudara o exército de Warlock a entrar na ilha após ser posta sob a influência do poder dele. Enfim, aquilo tinha passado, mas a sensação, infelizmente, permanecia.


A ilha estava cheia de ionianos, que ela sabia que não estavam sendo controlados. Tentou agir o mais naturalmente possível para que eles não percebessem que tinha despertado. Então, Tesla apareceu lá. Ela só teve tempo de se esconder enquanto ele massacrava os ionianos e assumia os controles da ilha. Algo que estava se tornando comum por ali.


Enquanto procurava um esconderijo, ela encontrou algo mais inusitado e certamente satisfatório:


– Ofelia! – Exclamou, colocando a mão na boca em seguida, percebendo que não deveria ter feito tanto barulho. Então se pôs a sussurrar. – Você aqui?


– O de sempre. – A moça respondeu com um sorriso corajoso. – Controle mental e sequestro. O resto são detalhes. Alguma pista do motivo de termos saído do controle do Warlock?


Elas se entreolharam, com um sorriso. A resposta era tão óbvia que não precisava ser dita em voz alta.


– O problema é que Tesla está aqui, e no momento em que ele nos descobrir… - Ellie passou o dedo indicador pela garganta, preocupada.


Ofelia olhou para os lados. As duas tinham visto o lugar ser construído, mas ninguém o conhecia como Brandon. Ainda assim, ela teve uma ideia e começou a sussurrá-la para Ellie, cujo sorriso aumentava enquanto ouvia o desenrolar.

–--


– Me lembre novamente! – Vayne exclamou, dando uma cotovelada em um ioniano próximo, por entre o rangir metálico de espadas e o barulho de flechas sobrevoando sua cabeça. – Por que nós aceitamos vir aqui?


Após a ordem de execução da duquesa, o trio se via cercado de uma trupe furiosa de ionianos. A primeira ação de Riven tinha sido cortar com um golpe de sua espada as algemas que prendiam Kristofer.


– Obrigado. – Ele murmurou, segurando o pulso de um ioniano que tentava cortá-lo por trás e tomando a sua espada antes de apunhalá-lo com a mesma.


– Kristofer é o nosso prisioneiro e era o meu dia de folga. – Riven respondeu, também gritando para se sobrepor ao ruído da batalha. – E você é meio que a nossa mascote demaciana.


– Eu podia acertar uma flecha em você daqui. Ninguém saberia quem foi. – Vayne gritou de volta, rolando pelo chão para desviar de ataques.


– Meninas… - Repreendeu Kristofer em tom de brincadeira antes que Riven pudesse responder, enquanto apanhava uma flecha perdida em pleno ar e enfiava no ombro de um ioniano. – Não briguem, tem ionianos para todo mundo.


– Que se dane. – Vayne murmurou, investindo contra a duquesa Karma, atirando seus dardos pela besta de pulso.


Os dardos pontudos teriam acertado se a duquesa não tivesse invocado um escudo de energia verde. Enquanto Vayne olhava estupefata, Karma disparou uma bola de energia espiritual que explodiu onde a atiradora estava, criando rachaduras no chão e arremessando-a para longe.


– Isso não foi uma boa ideia, dona. – Riven grunhiu, pulando na direção de Karma com a sua técnica de vento apenas para ser paralisada por uma rajada de mantra verde atirada pela duquesa de Ionia.


– Ok. – Kristofer ergueu as mãos, cercado e sendo o último de pé. – Esse lugar vai ser bombardeado a qualquer segundo, vocês podem ficar aqui e nos matar, e essa é a opção difícil. Ou podem viver para nos matar outro dia.


Karma olhou com desprezo para o homem e fez um gesto para que os ionianos recuassem:


– Isso não acabou aqui, lacaio. – Ela afirmou, com o corpo ardendo em, literalmente, chamas espirituais.


– Nunca acaba. – Ele murmurou para si mesmo, antes de ir checar como Vayne estava.


– Se você me tocar, eu te mato. – Ela advertiu, do chão, fazendo-o recolher a mão que estava prestes a estender para a jovem.


Kristofer olhou para o céu. Nenhum sinal do bombardeio ainda. Contudo, ele sabia que deveriam se apressar em sair dali também, se quisessem viver para serem mortos em um outro dia. Afinal, ele cumpria as próprias promessas. A maioria.

–--


– Então, como estamos? – Brandon perguntou, subindo no palanque junto das autoridades de Noxus, sem se importar com os olhares que recebia.


– A evacuação está indo bem, falta algum tempo para ser completa, mas… - Katarina suspirou, retirando um pouco de cabelo do rosto. – Espero que consigamos tirar todos em tempo. E você, algum progresso?


– Alguns. – Comentou, observando o grupo de pessoas que ia saindo de suas casas. Pessoas assustadas e ansiosas. – Não se preocupe, eu vou salvá-los.


– Você já salvou a minha vida uma vez, eu confio em você. – Katarina falou suavemente. – Mas eu estou preocupada. Com você. O que te aconteceu?


– Esse não é o melhor momento. – Ele cortou, olhando para o céu. Ainda sem sinal do bombardeio.


Ela o encarou. O mesmo rosto infantil, apesar da idade e de tudo que ele tinha passado. O mesmo cabelo idiota. Basicamente, o mesmo Brandon que ela conhecia. Então por que ela sentia como se estivesse lidando com outra pessoa?


Ele assistiu, do topo do palanque, com certo orgulho, a chegada da Liga enquanto os civis noxianos saíam da parte central da cidade, sendo evacuados para a segurança do Instituto. Com certo orgulho, Brandon fitou o grande grupo. Alguns dos que ele tinha enfrentado o olhavam envergonhados, mas ele entendia que estavam apenas cumprindo ordens. Por trás da máscara de Jax, ele imaginava que expressão Reginald faria.


– Ali está a nossa rainha do caos. – Katarina sussurrou, apontando para Vessaria. – Quando acabarmos com esse problema, vamos ter que conversar sobre rosas.


– Cuidado. – Ele advertiu. Certamente alguns dos líderes noxianos faziam parte daquela organização e podiam ouvir.


Se distanciando do grupo, Vessaria subiu até o palanque, sendo mais bem recebida pela elite do que Brandon tinha sido. Ela se sentou ao lado do cientista, cruzando as pernas.


– Parece que você perdeu um dos meus prisioneiros. – Ela comentou, mal movendo os lábios que sorriam.


– Eu sei exatamente onde ele está. – Brandon respondeu calmamente. Não a temia tanto quanto temia LeBlanc. – E ele retornará para a prisão quando isso acabar, Vessaria. A propósito, espero que você não esteja pensando em usar a Liga para aumentar o exército de Noxus. A Liga é um órgão mantenedor da paz, não da guerra.


– Os ionianos declararam a guerra, eu só estou protegendo um dos nossos membros. – Ela respondeu, defensivamente, embora o sorriso brincasse em seus lábios. Brandon nunca tinha sentido tanta vontade de socar alguém.


– Eles estão se defendendo, o que é compreensível. Eu não vou permitir…


– Você não vai permitir? – Ela riu, um pouco alto demais, atraindo alguns olhares. – Você não tem nenhum poder aqui, Beck. Eu sou a alta conselheira, eu dou as ordens, e você…


Ela estava prestes a dizer quando foram interrompidos por um bip no bolso do cientista. Ele puxou um pequeno aparelho em forma de cilindro circular do bolso. A cada bip, o cilindro brilhava de uma cor diferente. Ora vermelho, ora azul, ora verde, e ia alterando seus espectros.


– Acho que eu preciso atender essa. – Ele sorriu para Vessaria, levantando-se do assento e descendo do palanque, em busca de um local privado. Algo difícil, considerando a multidão que abandonava a cidade.


A projeção de tela irrompeu do cilindro, exibindo Ellie e Ofelia:


– Ok bonitinho, nos dê as suas coordenadas para que possamos ativar o teletransporte. – Ellie falou.


As duas tinham adaptado alguns componentes da ilha para criar uma comunicação com Brandon e agora, seguindo suas instruções, tinham preparado o campo de teletransporte. Um dos únicos jeitos de chegar na ilha. O outro, conforme Warlock demonstrara na invasão, era voando.


– Um momento. – Ele respondeu, abrindo mais uma projeção de tela na outra extremidade do cilindro. – Kristofer!


– Oi! – Ele respondeu, do outro lado da transmissão. – Estamos todos vivos, se quiser saber. A propósito, eu avisei.


– Isso é ótimo. Escute, eu vou transportar todos nós… - Ofelia pigarreou na outra tela. – Elas vão transportar todos nós para a Ilha de Doran, vamos tirar Tesla do controle e impedir o bombardeio.


– E sobre a guerra? – Riven perguntou, preocupada. – A duquesa parecia séria sobre isso.


O semblante de Brandon se tornou sombrio: - Noxus também está determinada a lutar. Não temos escolha, vamos fazer a nossa parte e depois confiar na única coisa capaz de parar uma guerra.


– E o que seria? – A assassina perguntou.


– A Liga das lendas.


–--


A duquesa dava passos largos e ansiosos. A evacuação tinha começado assim como a convocação tinha sido feita. Restava aguardar quantos responderiam ao chamado. A Ordem de Kinkou, sempre presente, tinha atendido primeiro, assim como a capitã de guarda Irelia. Alguns outros ionianos vieram depois.


O antigo clã ioniano existia com apenas um propósito: preservar o equilíbrio no universo. Akali, Kennen e Shen, os três ninjas que compunham a ordem, estavam ali diante dela, apenas esperando pela próxima ordem vinda de Karma.


– Eu quero todos que já lutaram nas incursões. Todos. Essa é a batalha final. – Ela exclamou para todos que estavam ali. O auditório reunia pouco mais de cem ionianos. – Aqueles que conseguiram prestígio em batalha também serão bem-vindos: Lee Sin, Udyr, Varus, Ahri… Todos que queiram ajudar. Por Ionia!


– Por Ionia! – Todos presentes repetiram em coro.


E embora não estivessem cientes, estavam prestes a ganhar um novo aliado. Pois naquele exato momento, em outro lugar, enquanto seus guerreiros se preparavam para o combate. Um guerreiro caído ganhava novo ânimo e se libertava da prisão, mais furioso e poderoso do que novo. Warlock se levantava pronto para alcançar o céu que lhe tinha sido tomado. Pronto para destruir tudo que seus inimigos mais amavam.


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