Eternamente juntos escrita por Carolina Carvalho


Capítulo 1
Único




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Rose estava caminhando pelo corredor vazio. Queria achar Jack logo, estava preocupada com ele. O navio estava afundando e ela não fazia ideia de onde ele estava – na verdade, ela não sabia nem mesmo onde ela estava. E estava ficando cada vez mais nervosa pois não importava o quanto ela andasse, o corredor simplesmente não tinha fim. Começou a correr e, mesmo assim, parecia que ela não saia do lugar.

“Rose!” ela ouviu a voz de Jack chamar ao longe. Parou e olhou para trás. Não havia ninguém. “Venha comigo, Rose!” ele tornou a chamar. Ela olhou para todos os lados e, no entanto, não viu ninguém.

- Jack? – ela perguntou em desespero. – Jack, onde você está? Nós temos que sair daqui, o navio está afundando! – ela gritou enquanto corria para um dos lados numa inútil tentativa de encontrá-lo.

“Aqui, Rose!” a voz de Jack tornou a falar. “É só vir comigo e você ficará bem, você tem que vir aqui.”

- Aqui aonde? – Rose perguntou ao mesmo tempo em que procurava. Mas não adiantava, ela não o achava, e seu nervosismo só aumentava assim como a quantidade de água dentro do navio.

Ela sentou no chão chorando e começou a observar a água que escorria no carpete vermelho vindo justamente na sua direção. Seu vestido e seus sapatos começaram a ficar molhados, mas ela não ligava. Encostou a cabeça na parede e fechou os olhos. Por um momento se deu a chance de não pensar no que estava acontecendo. Focou apenas nas lembranças que tinha de Jack, nos momentos que tiveram juntos, e isso lhe deu um aperto no peito.

De repente, já não sentia mais a água debaixo de si. Abriu os olhos e já não estava mais no navio e sim no seu quarto. Ela suspirou. “Um sonho” pensou. “Apenas mais um sonho”.

Ultimamente Rose estava pensando muito em Jack. Isso havia começado desde que havia ido ao navio de pesquisa de Lovett e contado sua história aos pesquisadores e à sua neta. E com as lembranças vieram também esses sonhos. E, por mais que ela tentasse, Rose não conseguia tirar Jack da cabeça.

Ela olhou pela janela e viu que ainda estava escuro lá fora, no entanto, por estar sem sono, decidiu se levantar assim mesmo. Estranhou quando não teve dificuldades para fazê-lo como sempre tinha. Se sentia mais leve, mais forte. Até sua visão estava boa no escuro e ela conseguiu facilmente alcançar a porta sem ter que acender luz alguma.

Dirigiu-se ao quintal automaticamente e avistou um moço loiro sentado num banco de costas para ela. Ela parou e tentou se decidir se ligava para a polícia ou iria lá fora perguntar o que ele queria. Porém, antes que pudesse fazer alguma coisa, ele se virou e Rose se assustou ao reconhecê-lo.

- Bom dia, Rose – ele disse sorrindo e se aproximando dela. – Já está quase amanhecendo. Achei que fosse demorar mais. Ouviu eu te chamar?

Rose não respondeu. Não sabia o que fazer, aquilo era impossível. Jack não podia estar na sua frente conversando como se aquilo fosse absolutamente normal. “Deve ser mais um sonho” ela pensou.

- Não é um sonho – ele disse como se lesse seus pensamentos. – Eu estou aqui, Rose, olha. – Ele estendeu a mão para que ela pudesse tocá-lo, mas ela recuou.

- Isso é impossível, Jack – ela disse o encarando confusa. – Você está morto. Você morreu no Titanic, eu lembro!

- Eu sei – ele respondeu com o olhar triste. – Mas eu estou aqui agora, e você também.

- É claro que estou. Eu sobrevivi.

- E viveu – ele disse como se estivesse orgulhoso dela. – Você se casou – e não foi com o maldito Cal -, teve filhos e netos, foi feliz. Eu queria muito ter te proporcionado toda essa alegria e ter vivido todos esses momentos com você, mas não pude. No entanto, nós podemos ser muito felizes de agora em diante, Rose, se você aceitar vir comigo.

- Ir com você? – ela questionou ao mesmo tempo em que franzia a testa. – Pra onde?

Ele hesitou antes de continuar. – Olhe para o seu vestido.

Rose olhou para baixo e notou que trajava um lindo vestido vermelho, o mesmo que usara na noite em que conheceu Jack. Em seguida, olhou para suas mãos e elas não estavam envelhecidas, enrugadas e cheias de manchas. Na verdade, sua pele estava macia como se ela fosse uma adolescente novamente. À essa altura Rose já estava bem assustada mas, mesmo assim, pegou uma mecha do seu cabelo e notara que ele se encontrava ruivo como fora outrora.

- Viu? – Jack falou. – Você tem dezessete anos novamente, Rose, a idade que você tinha quando nos conhecemos.

- Por quê? – ela perguntou em desespero imaginando o que viria a seguir. Apesar de tudo, aquilo era real demais para ser um sonho.

- Porque, infelizmente, todos nós temos que partir algum dia.

A ruiva o encarou por alguns instantes.

- Eu estou morta, não?

Jack assentiu com a cabeça.

- Você vem comigo? – ele perguntou oferecendo a mão para ela segurar. Ela a fitou por alguns segundos antes de pegá-la e os dois caminharam juntos pelo jardim. Sentaram no banco e observaram o Sol surgir no céu. Era uma visão majestosa, e Rose sentia-se a pessoa mais feliz do mundo por estar dividindo aquele momento com Jack. Depois, os dois caminharam juntos rumo à felicidade eterna com a certeza de que nada nem ninguém iria separá-los novamente.


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