Premonição escrita por Pedro Gabriel
O pai de Dalton ajudava o filho a colocar a gravata.
— Tá perfeito! - o pai diz.
Era um baile de formatura e Dalton se arrumava para a festa. Seu par era Lily, por ser sua melhor amiga ele a convidou.
— Olha só como ele tá bonito! Tá parecendo o seu pai no dia do nosso casamento! - diz sua mãe entrando no quarto.
— Mãe para com isso! - diz Dalton envergonhado.
— Querida, porque tem que lembrar daquele dia, eu tava me sentindo um pacote naquele terno! - diz seu pai.
— Ah para com isso você tava perfeito! - diz sua mãe resmungando. - Nosso filho vai se formar, isso não é ótimo?
— Tô tão orgulhoso, filho! Finalmente conseguiu terminar sua faculdade.
— Bem, enquanto o diploma não estiver nas minhas mãos eu não vou ser formado! Até lá, ainda sou um universitário.
— Certo, agora vai não tem todo o tempo do mundo, a Lily já deve estar te esperando. - diz seu pai.
"Não tem todo o tempo do mundo" essas palavras giram na cabeça de Dalton, mas continua seu caminho.
Ele pega o carro e dirige para a casa de Lily que não é muito longe da sua. Dalton estava tranquilo apesar de algo o incomodar, estava com uma sensação estranha desde que havia acordado naquele dia. Ele ouvia uma música relaxante no som do carro, quando de repente é obrigado a frear tão rápido que seu corpo é impulsionado para frente. Um caminhão comprido passa por ele buzinando, tão rápido que ele quase perde o fôlego ao frear.
Algo está errado, algo de ruim vai acontecer, ele pensa até chegar à casa de Lily. Ela o esperava do lado de fora de sua casa.
— Lily, vem! Nossa como você tá bonita! - ele diz quando ela abre a porta do carro.
— Obrigada, você também está um arraso! Vamos, a Margot e o Edi já estão lá. - ela diz sentando no banco ao seu lado. Dalton prossegue o caminho.
— Faz tempo que você me espera? - ele pergunta.
— Não, sai de casa faz uns dois minutos. - ela responde.
— Uma coisa que eu vou querer ver muito nessa festa é o Dilan, ele disse que vai dançar até cair! - diz Dalton.
— Até parece! Se ele dançar dez minutos é muita coisa! - diz Lily incrédula.
Eles ficam em silêncio por alguns minutos e Lily percebe Dalton meio preocupado.
— Dalton, tudo bem?
— Não, tá sim, tudo bem. - ele responde como se estivesse saindo de uma hipnose balançando a cabeça.
— Dalton, eu sou sua amiga, pode me contar qualquer coisa, estou do seu lado.
— É só que... Sei lá, parece que tem algo de errado...
— Como assim? - ela pergunta.
— Estou com um mal pressentimento. - ele responde e faz uma pausa. - Acho que algo de ruim vai acontecer.
Lily sorri e diz:
— Tá tudo bem, está nervoso, tá tudo certo, é normal antes de receber um diploma.
Dalton queria realmente acreditar nela, mas o pressentimento dizia que não era somente isso.
Ao chegarem no ginásio da universidade que era onde ia ocorrer a festa, Dalton estaciona o carro e se encontra com seus amigos juntamente com Lily.
A festa ia ser naquela noite, mas ainda iam haver alguns dias de aula para a finalização do semestre e o diploma só ia ser entregue em outra solenidade. A festa ia ser antes porque o ginásio iria passar por reformas e não teria onde faze-la.
Seus amigos já estavam com seus pares: Mabel estava com Jim, Lanna estava com Leo, Edi estava com Sarah e Dilan estava com Margot. Haviam muitos outros amigos e conhecidos, além de professores e diretores da universidade.
— Oi gente! - diz Lily.
— Até que enfim vocês chegaram, pensamos que estavam namorando... - diz Jim sendo interrompido por Lanna que lhe lá uma cotovelada no braço:
— Não, na verdade, só pensamos que estavam atrasados.
— Vocês são cruéis, eu e a Lily somos só amigos. - diz Dalton.
— Deixa pra lá, vocês estão no horário, as músicas nem começaram a tocar ainda. - diz Mabel.
— Eu sei que estamos. - diz Lily encarando Jim em tom de acusação.
— Gente, o Jim é o Jim, vocês o conhecem! - diz Edi.
— Pessoal vocês estão lembrando da promessa do Dilan de dançar até cair? - pergunta Margot.
— Como não esquecer! -diz Leo.
— Olha, olha, eu não prometi só comentei! - diz Dilan.
— Ah, mas comentários viram promessas quando são desafios. - diz Jim.
— Gente, é a nossa formatura, vamos comemorar! - diz Sarah entusiasmada.
— Vamos entrar, a festa já vai começar! - diz Margot e os jovens entram lentamente no ginásio comemorando e pulando.
Dalton, que é o último a entrar, olha para cima antes de passar pela porta do ginásio. O telhado metálico balançava de cima para baixo discretamente com o vento, fazendo um rangido.
— Vem Dalton! - diz Lily o puxando pelo braço. Ele esquece o telhado no mesmo momento.
As músicas começam a tocar e eles começam a dançar, rindo, se divertindo.
Chega um momento em que Dalton encara as telhas de metal acima do palco, elas não pareciam firmes, balançavam com o vento, assim como as da entrada. Nesse momento, as músicas param e os jovens gritam e aplaudem. Os professores e diretores resolvem fazer seus discursos no microfone do palco. Cada um diz suas palavras e a diretora fica por último:
— Meus jovens, é com um imenso orgulho que eu ofereço à vocês essa festa. Se vocês conseguiram é mérito de vocês. Vocês fazem a nossa universidade acontecer. Desejo a vocês uma boa festa e uma boa formatura. Obrigada!
Um vento frio bate e, na mesa de refrigerantes um copo cheio pela metade cai em uma tomada ao lado.
Os jovens aplaudem e a diretora pergunta:
— Alguém quer falar?
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