Impregnada escrita por Mary


Capítulo 11
3 de Fevereiro :capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Em compensação pelo atraso anterior, resolvi escrever logo esse. Tava precisando mesmo...



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A casa estava muito cheia. Não era muito grande nem muito pequena, mas certamente não era suficiente. Devia ter uns vinte adolescentes na parte da frente da sala, dez atrás e mais uns amontoados na cozinha, no corredor e na escada. Eu não imaginava que seria assim. Clary olhou para a minha expressão e riu.

– Bem vinda ao meu mundo, Aly – falou – Onde procuramos uma forma de aliviar as tensões através do lema sexo, drogas e rock 'n' roll.

– Hã, obrigada, eu acho.

– Vamos, vou te apresentar ao dono da casa.

Andamos entre os grupos formados que deixavam vazar algumas gotas de suor e de cerveja. Fiz uma careta ao passar pela caixa de som que estava no último volume de algo que parecia Slipknot. Estava murmurando Killpop quando Clary parou na minha frente. Quando dei por mim, estava cara a cara com o garoto mais bonito que já tinha conhecido.

Tá, irei descrevê-lo: olhos verdes, cabelo castanho, feições leves, alargador na orelha direita. O tipo de cara por quem eu certamente iria me apaixonar. Ele sorriu para mim.

– Vai me apresentar à sua amiga, Clar? – falou.

– Ah, Andy, esta é Alyson. Aly, este é o Andrew Albus, o melhor anfitrião de festas que já existiu.

Seu riso era lindo. Tentei não suspirar quando o ouvi, mas parecia impossível.

– Bem – disse Clary – Vou procurar as ervas.

– No terceiro armário da cozinha – ele gritou, depois virou-se para mim.

– Então,... Alyson, não? – concordei coma cabeça – Há quanto tempo conhece a Clar?

– Algumas semanas.

– Entendo. Somos amigos há cinco anos. Sei das coisas pelas quais essa garota passou. Você não iria gostar de saber. Quer cerveja? – e me apontou a garrafa de vidro que estava na sua mão.

– Não, obrigada.

– Deixa eu adivinhar: primeira festa?

– Hã, sim.

– Então você é nova ainda. Prove.

Segurei no vidro gelado e sujo e aproximei-o da minha boca. Bebi o líquido amargo já quente e senti vontade de vomitar.

Devolvi a garrafa.

– Certamente não – falei.

– Tá bom. Quer apertar?

– Acabei de chegar.

– Amor, aqui não tem essa. Quer ou não?

– Eu... tá, pode ser.

Segurei o baseado aceso entre os meus dedos e traguei uma vez. Depois mais até me sentir tonta o suficiente a ponto de não conseguir ficar de pé.

– Tá certo – ouvi sua voz nos meus ouvidos mas não conseguia distinguir o seu rosto.

Algo se remexia dentro de mim. Percebi que estava desconfortável. Como se... aquele não fosse o meu lugar.

Senti uma mão me abraçar e acariciar a minha cintura. Deitei sobre um ombro e caí. Sentia-me lerda, impotente. Cada respiração parecia me sufocar. Todas as coisas giravam ao meu redor e por um instante desisti daquela vida. Não conseguia mais viver assim, queria fugir daquele lugar.

Estava doendo. Tudo em mim doía. Eu não sabia mais como suportar. Precisava de ajuda, algo queimava dentro de mim. Algo me pedia para libertá-lo e eu não sabia como. Minha vida estava se esvaindo de mim.

Então eu estava na escada e alguém me beijava. Não sabia como tinha ido parar ali. Algumas mãos percorriam o meu corpo inteiro e eu sentia dor com os seus toques, mas não sabia como pedir para parar.

Meu peito ardia lentamente, consumindo-me em chamas. Minha pele não parecia mais minha; assemelhava-se mais a um plástico. Meu coração batia latejando e minha cabeça parecia um furacão. Eu me sentia presa de alguma forma, sem conseguir me sentir bem naquele lugar.

Quase clamava por ajuda. Queria que alguém me socorresse, me levasse de volta à vida. Precisava reaprender a respirar porque cada movimento doía. Não me sentia mais bem, tinha perdido completamente a noção de espaço. Meus olhos pesavam e vi que tinha que dormir. O cansaço tomava conta de mim.

E, de repente, me via presa num pequeno cubículo que me abafava sentindo a respiração de alguém na minha nuca. Por mais suada que estivesse, ainda sentia frio. Então percebi.

Eu estava nua.

Ele também estava. Na minha frente, beijando o meu pescoço, Andrew estava completamente sem roupa. Eu não fazia a mínima ideia do que fazer.

* * *

– Te vi entrando num armário com ele – falou Clary depois de acordarmos.

– Não acredito nisso – disse eu.

– Eu sim – e levantou-se, erguendo os braços para o alto – Você estava chapadona e mal percebeu o que estava fazendo. Ele disse que pegou o seu número. Verdade?

Suspirei.

– Que horas a gente voltou pra casa?

– Umas 5 a.m.

– E quanto tempo eu fiquei com ele.

– Não contei o tempo. Acha que não tenho mais o que fazer, Aly?

– Foi mal. Não precisa ser grosseira.

– Não estou sendo. Calma. Mas você deu o seu número pra ele?

– Não lembro de nada.

– Nem de quando ficou com ele?

Neguei com a cabeça.

– Meu Deus, Alyson. Você estava louca. Da próxima vez, nada de maconha nem de cigarro nem de nada. Quero que fique lúcida, pelo menos um pouco.

– Juro que eu tento. Mas me deixa dormir?

– Claro que não. É meio-dia. Você precisa ir pra casa.

– Tô passando mal.

– Dá pra parar de palhaçada? Vamos, levante-se, garota.

– Me deixa em paz – murmurei, fechando os olhos.

– Está bem. Tente dormir um pouco. Ah, você recebeu uma mensagem.

– Lê pra mim por favor.

– Hã, pera.

Vi seus olhos percorrerem a tela do meu celular e o brilho refletir no seu rosto. Quando eu estava quase caindo no sono, ela leu.

– “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Salmos 30:5”. Alyson, isso é normal?

– Ah, recebo essas mensagens o tempo todo. Não faço ideia de quem manda.

Riu.

– Eu hein.

E eu pude dormir de novo.


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Notas finais do capítulo

Please, please, reviews :3



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