Two Thunders of a same Tempest escrita por Akira Ran


Capítulo 1
Capítulo único - Oneshot


Notas iniciais do capítulo

- É a primeira fanfic oneshot que eu faço, mas posteriormente vou ver se faço mais algumas pra não deixá-los boiando nas minhas ideias.

— A única personagem de minha criação aí é a Akira Ran. Todos os outros, a guilda e afins é criação do Hiro Mashima.

— Dica da tia Akira: ouçam a música citada no fim da fic (Avicii - The Days) enquanto leem a partir de quando o dia amanhece na história.

Espero que curtam :3
chêro~



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Eram apenas cinco da tarde, do lado de fora da guilda deveria estar um sol acolhedor e prestes a se pôr, mas não dessa vez. Uma tempestade torrencial que havia começado lá pela uma da tarde fez com que todos os fairies retornassem à suas casas e pousadas, cancelando qualquer missão.

Akira resolveu ficar, ajudou Mirajane a limpar as mesas e tentar dar um jeito nas goteiras traiçoeiras que já se espalhavam pela sede da guilda novinha em folha.

- Lucy disse que o quarto dela é pequeno, mas cabe todo mundo. Ela me pediu para te avisar que, se quisesse, poderia dormir lá hoje...

- Não quero dar trabalho à Lucy, Mira-san. Erza, Natsu, Gray, Juvia e Happy já estão lá, dando o maior trabalho. Hoje eu durmo aqui na guilda mesmo. Não tem uns quartos lá no andar de cima?

- Sim, mas são todos pagos. Alugar os quartos é uma forma de a guilda arrecadar um dinheiro extra.

- Não podem ser tão caros que eu não possa pagar, não é mesmo?

- 250 mil jewels, a diária.

Akira arregala os olhos e levanta suas orelhas felpudas.

- Isso é um roubo! Por acaso são suítes presidenciais?

- São suítes simples, mas o preço é justamente para termos uma mesada extra.

- Por Tiamat, acho que hoje vou dormir no sofá da sala de espera mesmo.

- É, lá é de graça. Só não me responsabilizo pelas goteiras.

Mirajane sorriu e acenou para Akira, pegou uma bolsa pequena e um guarda chuva e saiu. Akira subiu as escadas para o andar de cima e se sentou no sofá. Equilibrado no gradil de madeira estava o Mestre Makarov, assistindo algum programa mágico em uma tela de lachrima enorme.

- Não se incomode com o dinheiro. Pode dormir de graça em um dos quartos hoje. A situação está difícil e as ruas estão demasiadamente cheias de água para você sair à procura de um hotel.

- Não precisa se preocupar, eu durmo aqui mesmo. Esse sofá chega a ser mais confortável e maior que a minha própria cama.

- Certo. Então eu vou lá para baixo, assistir ao meu programa favorito. Você ajudou muito à Mirajane hoje, deve estar cansada e querendo dormir.

- Obrigada, senhor Makarov!

- Não precisa agradecer, você faz parte da família!

O simpático velhinho pulou do gradil para o balcão do térreo, deixando Akira deitada no grande sofá, encarando a tela de lachrima que servia como a televisão em seu mundo. Alguns minutos depois ela pega no sono.

O rangido da porta da guilda se fez ouvir, era Laxus que havia chegado de uma missão e estava todo ensopado. Irritadiço, ele se sacudiu como um cão molhado com tanta força que os pelos das bordas de seu sobretudo se secaram na hora. Ele passou pelo avô, sentado no balcão, sem dirigir-lhe uma única palavra. Subiu as escadas e foi para o seu quarto. (Óbvio, estamos falando de Laxus, e ele tem dinheiro de sobra pra pagar 250 mil jewels na diária de um quarto na guilda.) O grandão pegou algumas roupas secas e se trocou, saindo do quarto e indo se jogar no sofá da sala de espera. Ele saltou por detrás do sofá e pisou em sua borda, caindo em pé, no chão, ao perceber que Akira estava deitada e encolhida, dormindo nele.

- Mas o que ela pensa que está fazendo aqui?

Laxus a encara por alguns segundos e percebe que o cheiro dela está forte no lugar, um indicativo que ela está há muito tempo ali, dormindo. Ele se aproxima lentamente, e a cutuca, querendo ter certeza que não a havia acordado sem querer com o descuido dele. Notou que seus braços estavam gelados, e que ela até mesmo tremia um pouco. Tirou o sobretudo aquecido com o seu próprio calor e a cobriu cuidadosamente. Com tantos que tinha, não ia lhe fazer falta emprestar um para Akira.

O dragon slayer desce as escadas e encara o avô.

- Há quantas horas ela está ali? E porque não cedeu um quarto pra ela? Eu pagaria, sem problemas.

- Eu ofereci um quarto, mas ela disse que ficaria bem no sofá. Eram quase 6 da tarde quando ela se deitou ali, estava cansada por ajudar a Mirajane e deixei-a dormir.

Laxus olhou para cima, a tela ainda ligada... Suspirou.

Foi até a despensa da guilda e pegou alguns sanduíches e usou a máquina de café para fazer dois expressos quentes e subiu novamente. Ele colocou a comida na mesa de centro da sala de espera e se sentou na beirada livre do sofá, que ficava ao lado da cabeça de Akira. Ela resmungou baixo, e ele a encarou, tentando novamente se certificar que não havia acordado ela por acidente.

Akira já estava mais quente depois do empréstimo do sobretudo. Ele a cutucou, e puxou levemente a orelha de lobo da garota. Akira acordou e o encarou ainda de olhos entreabertos, e se espreguiçou, dando um bocejo meio que misturado a um uivo desafinado. Sentou-se no sofá e Laxus apontou para o café, ainda quente, em cima da mesa.

- Você precisa se cuidar mais, ou vai acabar pegando um resfriado. Tome o café, eu fiz um pra você.

- Laxus-kun, não precisava...

- Toma... O... Café...

Akira riu e pegou a caneca, voltando a se sentar no sofá. Deu uns goles e depois suspirou. Aquela fumaça digna de dias frios saiu de sua boca. Ela abaixou as orelhas e se enroscou mais no sobretudo emprestado.

- Está bom?

- Tá ótimo! Obrigada por se preocupar...

- De nada.

Laxus fez um cafuné, bagunçando um pouco o cabelo de Akira. Ela terminou de tomar o café e se deitou no sofá de novo, agora com a cabeça recostada no colo dele, que corou um pouco e desviou o olhar, diante da atitude dela.

Fazia meia hora que ele havia chegado, eram nove e meia da noite. Laxus desligou a tela e encarou Akira, que dormia um sono pesado, ainda recostada em seu colo. Ele ergueu uma sobrancelha e calculou como faria para tirá-la dali, pois também estava cansado e queria dormir. Levantando-a pelos ombros, delicadamente e recostando-a no sofá, ele levantou e ia em direção ao seu quarto, quando parou no meio do corredor e encarou Akira, encolhida no sofá.

- Ela é como um filhote de lobo abandonado na toca pela família, durante uma tempestade... Humpf, ela quem quis dormir no sofá, eu pagaria um dos quartos pra ela... Mas não posso deixa-la aqui, está frio hoje...

Alguns minutos encarando Akira, e Laxus volta do meio do corredor para o lado do sofá novamente. Ele revira os olhos e pensa “Isso vai dar merda” e pega a garota nos braços, levando-a para o seu quarto.

Ele abre a porta com o cotovelo e encara o quarto amplo. Tinha uma escrivaninha com alguns livros empilhados e dois ou três papéis de missão classe S na parede. Do outro lado, encostada na outra parede, uma cama que não era de casal, mas era grande o bastante para caber até três pessoas. No fundo do quarto, uma porta que dava para o banheiro.

“Ainda posso voltar atrás... Voltar atrás do que? Sou Laxus Dreyar, se alguém falar algo de mim, eu mato. É isso aí.”

Ele deu de ombros e foi até a cama, colocando Akira deitada, mais para o lado da parede. Voltou, fechou a porta com chave e tentou acender a luz. Um barulho ensurdecedor de um raio se fez ouvir no exato momento em que ele tocou o interruptor, e quando ele o abaixou, a luz não acendeu. Ao que parecia, o raio que caiu afetou o cristal de lachrima que armazenava energia para a guilda e que ficava no porão. Laxus não estava interessado em examinar o estado do cristal, então olhou raivoso para a lâmpada, e numa simples fagulha que ele a dirigiu, ela se acendeu.

“Não existe apagão para o Dragon slayer do raio!”, pensou ele. Abriu os botões da blusa e a tirou, jogando em cima da cadeira. O fone de ouvido, junto com seu player, colocou em cima da escrivaninha, ao lado dos papéis de missões. Já ia tirando a calça, quando se lembrou que Akira estava no quarto também. Ele corou e olhou rápido para a cama, tentando adivinhar se ela estava mesmo dormindo. Com um pouco de peso na consciência, ele foi para o banheiro e encostou a porta. Tirou a roupa e ligou o chuveiro, sacudindo a cabeça ao notar que o mesmo também havia falhado. Laxus olhou para o chuveiro do mesmo jeito que havia feito para com a lâmpada e o mesmo começou a aquecer a água aos poucos. Foi direto para baixo da água e ficou alguns minutos debaixo do jato. Respirava um pouco compassado.

“Ela é tão boba. Dormir no sofá, sendo parte da Raijinshuu. Isso não é digno do meu bando. E se ela reclamar de eu tê-la trazido aqui, eu a ponho em outro quarto, mas dormir no sofá, de jeito nenhum... Mas... Será que é só por ela ser parte do meu bando?”

Laxus desvia o olhar e encara o chuveiro, deixando um pouco da água quente cair no rosto.

“Eu, sentir algo por alguém? Faz tempo que isso não acontece... E não está acontecendo. Não sinto nada por ela, é só minha parceira de guilda, de time, de bando. E ela me salvou... Salvou minha vida duas vezes. Droga, garota. Você é tipo outro raio, disputando espaço comigo. Podem dois raios dominar um mesmo pedaço de céu?...”.

Ele termina o banho e se enxuga, vestindo apenas a calça e voltando para o quarto com a toalha nos ombros. Senta-se na cama e encara Akira por cima dos ombros. Ela estava encolhida, e ainda enroscada no sobretudo. A cauda de dragão, enrolada como a de um camaleão. As orelhinhas felpudas reclinadas para trás. E tremendo de frio de novo.

Laxus encara um horizonte invisível à sua frente e apoia as mãos na cama. Inesperadamente, Akira, ainda dormindo, desenrola a cauda, enroscando-a ao mesmo tempo no braço direito de Laxus, que fica vermelho de imediato. Ele tenta desenroscar a cauda da garota de seu braço, mas não havia como fazer isso sem acordá-la. Ele dá um bufado e se deita ao lado dela, mas encolhido, quase caindo da cama, pois não queria que ela pensasse nada errado dele. De repente a opinião de alguém começou a importar para ele. O dragon slayer levantou o braço, passando as mãos por detrás da cabeça e encarando o teto do quarto. Antes que ele pensasse que a luz o estava incomodando, essa se apagou.

“É assim que eu gosto... Luzinha irritante, essa aí...”.

Ele olha para Akira, e ela mexe as orelhas, com quem ouviu algo, e se virou para o lado dele. Laxus cora de novo.

“Por favor, não faça o que eu estou pensando que você vai fazer agora...”.

Akira passa o braço por cima de seu peito e o abraça, o deixando ainda mais envergonhado. Ela desenrola a cauda de seu braço e ele passa seu braço ao redor dela, a puxando para mais perto. Ele tinha a sensação que precisava protegê-la, mesmo que não tivesse dito a ela ainda que, pelo visto, gostava dela.

“Amar é uma palavra muito forte pra explicar isso. Vamos dizer que eu gosto de você e pronto. Mas quem só ‘gosta’ sente essa vontade de proteger? De estar perto? De ajudar? Ah, deixa pra lá...”.

Devaneando em seus pensamentos, logo ele cai também no sono.

No outro dia, de manhã, Laxus acorda e põe uma camisa qualquer. Ele até pensa em acordar Akira, mas acha melhor não. No entanto, quando ele abre a porta do quarto, Freed, Evergreen e Bixlow caem no chão, bem aos pés dele, claramente estavam tentando ouvir o que estava acontecendo no quarto entre os dois. O trio levanta o olhar com medo, e pula para fora do quarto, a alguns metros de distância, beirando o gradil de madeira. Laxus os olha visivelmente raivoso, quando Ever toma fôlego e pergunta:

-Mas que cachorrada é essa de você levar a baixinha pra dormir no seu quarto?

Bixlow e Freed se escondiam atrás de Ever, com medo de uma reação violenta de seu superior.

-Não podia deixar um membro do meu grupo dormir no sofá. Não ia pegar bem para nós. Além do mais, o que eu acho bom ou ruim não é da sua conta.

Freed, se tremendo de medo, pronuncia-se:

-Ah, mas vão pensar besteira sobre o que possa ter acontecido aí, graças à sua antiga fama. Ainda que você tenha mudado e todos saibam disso, não vai pegar bem...

Laxus os encara e murmura:

-Depravados indecentes...

Um raio vindo do céu atravessa o teto da guilda e acerta em cheio o trio de curiosos, os fazendo despencar no térreo. Akira acorda com o barulho e corre pra porta do quarto.

-Mas que diabos foi isso? Porque eu estava no seu quarto? Porque jogou um raio neles? Por Tiamat, você botou alguma coisa naquele café, tipo um “boa noite cinderela”?

- Eu te levei pro meu quarto porque você estava tremendo de frio. Te deixei dormir na minha cama porque você não merece dormir no sofá. E se ainda sim você acha que fiz algo com você, isso só me deixa triste e sem um pingo de vontade de fazer algo bom por outra pessoa futuramente.

Laxus vira as costas pra Akira e puxa o sobretudo de seus braços, andando para a escada, nem um pouco satisfeito. Akira abaixa as orelhas e pula em suas costas.

- Não me importo com o que estão pensando, eu acredito que você fez isso por bondade e nada de mais. Eu sei que você não seria capaz de fazer nada desse tipo contra mim, ok?

Laxus a encara de canto de olho e sorri, enquanto Akira lhe dá um beijo na bochecha e pega um dos lados de seu fone.

- Qual a trilha de hoje?

- "The Days", numa missão para matar um golem nas Colinas do sul…

- Perfeito~

Ele começa a cantarolar e é acompanhado por ela, enquanto procuram a música em seu player, terminando juntos o trecho da canção.

- These are the days We've been waiting for... ♪

- Neither of us knows what's in store... ♫

- You just pull your window down And place your bets... ♪

- These are the days we won't regret... ♫

- These are the days we will never forget! ♪

A dupla ri e canta, passando por entre os olhares e comentários falaciosos, indo de encontro à entrada da guilda. Diferentemente do dia anterior, um belo nascer do sol despontava em meio às montanhas, enquanto a dupla “trovejante” da Fairy Tail ia em busca de mais alguma tarefa que enchesse seus bolsos de jewels.


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Notas finais do capítulo

A música no final da fanfic é "Avicii - The Days"

Espero que tenham gostado, e que aguardem ansiosos por mais uma fic ♥



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