Pertence-me escrita por Miss Morgan


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Hey, leitores! peço desculpas pela demora, mas é que a falta de comentario está me desanimando um pouco. Contudo, aí está.
Capítulo dedicado há:
Re Tinista
Por favoritar a fic. E também a todos aqueles que comentaram. Que mesmo sendo pouquinhos, foram os que me motivaram ;)
Cristiny
lili silva
MLBVC Portugal
giselepasquarelli
tinista
Pâmela Guimarães

Boa leitura...



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Em meio a montoeira de roupa que esta em cima da cama, Violetta resmungava enquanto pegava cada peça e as observava atentamente.

— Não acredito que terei de me desfazer de minhas próprias roupas — murmurou a si mesmo, frustrada. — Não tem como minha vida piorar.

Não tem.

Em poucas horas teria uma "entrevista" de emprego, mas mesmo que conseguisse, não seria o suficiente para pagar um quatro de hotel. Então o melhor, agora, seria arranjar um lugar em que seu dinheiro pudesse pagar. Assim poderia viver melhor até as coisas entrar, definitivamente, nos eixos.

Batidas na porta a retiraram de seus pensamentos; soltou um suspiro enquanto caminhava até a porta, agarrando a maçaneta e a abrindo rapidamente.

— Olá. — sorriu para a moça que tinha suas vestes prestas com detalhes brancos, e no canto direito da blusa o nome do hotel. É somente a camareira. — Algum problema? — perguntou, ao se dar conta de que não havia solicitado os serviços do hotel.

— Chegou isso para a senhorita a gora pouco — a ergueu o papel.

— De quem é? — indagou confusa.

— Não lhe informar. Apenas me pediram para entrega-la — ao findar da oração, virou as costas e saiu.

Violetta bateu a porta enquanto examinava o papel em suas mãos. Estreitou os olhos ao ler o nome do remetente. Sem hesitar o abriu, começando a ler as palavras escritas por Francesca.

"Vilu, eu não queria que as coisas fossem assim. Que uma amizade tão bonita e forte como a nossa fosse quebrada da forma mais cruel possível. Mas, tente intender, por favor. Eu estou gravida! E o pai do meu filho nem ao menos quer se dar ao trabalho de saber se vou ou não tê-lo.

Juro que pensei em tira-lo, mas não consegui. Isso seria covardia de mais. Talvez essa criança seja a chave para o meu verdadeiro caminho para a responsabilidade. Chega de festas e bebedeira.

Estou indo embora com o coração na mão em deixar você sozinha, mas eu não posso criar o meu filho – ou minha filha – e seguir minha vida vendo a cara do desgraçado do Marco a cada esquina que eu virá.

Por favor, me entenda. E me perdoe.

Francesca."

Não.

Não podia a perdoar. Não havia desculpas para que ela a deixasse sozinha e na ruina. Ela — Violetta — está falida, sem um lugar para viver, pagando pelos erros que seu pai cometeu quando vivo e lidando com varias perdas, mas nem por isso fugiu. E vontade não faltou.

Francesca não podia ter ido. Era para estarem sempre juntas.

— Eu não entendo — murmurou a si mesmo, com um choro preso na garganta. — Mas perdoo — deixou uma lagrima atrevida escapar dos olhos, caindo sobre a folha de papel.

Não seria uma jornada fácil agora, mas talvez, a vida a recompensasse no futuro.

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Para uma empresa tão grande e conhecida como a Goodly Medium, até que estava bem vazia. Pelos grandes e extensos corredores passavam poucas pessoas; algumas entretidas com papeis em mãos e outras concentradas em aparelhos eletrónicos.

Varias cadeiras e poltronas esta disponíveis na sala ampla e arejada do decimo segundo andar. Violetta passava as mãos suadas sobre a calça jeans enquanto rolava os olhos por cada canto daquele local.

O que fazer?

Ela simplesmente não sabia o que fazer. E, parece que a garota – mulher – de madeixas negras e sorriso gentil leu seus pensamentos quando se levantou de trás de sua mesa e caminhou até a Castilho, sentando-se ao seu lado, na poltrona vaga.

— Você deve ser a Violetta, certo? — perguntou, com a voz carregada de meiguice. A morena assentiu, não escondendo a confusão que sentiu quando a moça disse – saber – seu nome. — O senhor Vargas me comunicou que viria aqui hoje — explicou.

— Ah sim — sorriu. — E você sabe quando ele poderá me ver? — perguntou calmamente.

— Não sei dizer — lamentou. — Ele está em uma reunião agora, e essas reuniões de última hora costumam ser demoradas — comentou e Violetta sorriu, enquanto balançava a cabeça. — Aproposito, sou Marie — se apresentou.

— É um prazer, Marie — sorriu gentil.

— Estaria sendo muito intrometida se perguntasse por que está aqui? Emprego? — um pouco tímida, indagou Marie.

— Sim — riu fracamente. — O León... digo, senhor Vargas, — se corrigiu rapidamente, e ambas sorriram. Um sorriso diferente um do outro, claro. — ele me disse que poderia me ajudar dando-me um emprego — comentou tranquilamente. Não precisava ser segredo. — E que, se não me engano, é de assistente — deu de ombros.

— Ata — sorriu pensativa. — Ele havia me pedido que providenciasse isso, pois, Gery, a antiga assistente dele está gravida e em breve o bebe irá nascer. Então ela entrou de licença — esfregou as mãos uma nas outras enquanto contava. — Na verdade era para ela ter entrado apenas semana que vem, mas, é a Gery — riu ao findar da frase e Violetta, mesmo sem entender, riu também.

— Eu espero conseguir esse emprego — suspirou, mais tensa agora.

Antes que Marie pudesse dizer qualquer coisa, o ambiente é preenchido pela presença do moreno de olhos verdes, que prendeu o olhar em Violetta assim que a viu.

Do outro lado, a Castilho sentiu todo a ar faltar de seus pulmões, ao passo que prendeu sua respiração.

— Boa sorte — desejou, Marie, em um sussurro, correndo em seguida para seu posto.

León, em passos calmos, dirigiu-se até a porta de sua sala, chamando Violetta com um aceno. E a mesma o seguiu.

— Está esperando muito tempo? — perguntou, dando espaço para que a morena entrasse, e fechou a porta logo em seguida.

— Não — falou, curtamente. Sua voz ao mesmo tempo que saiu tremula, saiu também firme, e agradeceu mentalmente por isso.

— Tudo bem então — disse ele, enquanto passava as mãos por suas madeixas e se sentava na cadeira de trás da mesa. — Olha, serei breve, okay? Porque, na real, nem sou eu que cuido dessa parte de "contratar" — soltou uma risada.

O interrompeu.

— Então por que está cuidando? Sou especial por um acaso? — brincou.

— Talvez — sorriu sarcástico. — Continuando... — ele não respondeu sua pergunta. — Eu preciso urgentemente de uma assistente — confessou serio. — O meu dia é bem corrido e eu preciso de alguém que me acompanhe nessa "correria". Organizar meus horários, me acompanhar nas reuniões, me ajudar com coisas necessárias... Tudo isso, sabe?

— Sim, eu sei. Mas, uma perguntinha: E a Marie? Ela é sua secretaria, não é? — concordou. — Então por que ela não faz isso?

Violetta, você esta se intrometendo de mais. Mas ele parecia não ligar.

— A Marie já tem as obrigações dela, que é atender os meus telefonemas, anotar recado, marcar as reuniões que preciso e estar ciente de todos os contratos que eu preciso assinar. Se alguma coisa disso faltar, causa um enorme problema para mim — explicou com uma calma impressionante. — E ela ainda não pode fazer tudo isso e ainda estar a minha disposição para tudo.

— Vou ter que estar a sua disposição pra tudo? — perguntou incrédula.

— É isso que as assistentes fazem, não? Ficar a disposição do seu chefe — disse com naturalidade.

— É, acho que sim — concordou, meio incerta.

O moreno voltou a explicar os detalhes do cargo, não deixando escapar nada. Violetta ouvia tudo atentamente, enquanto apertava as mãos por debaixo da mesa, em um ato de acalmar sua ansiedade. Mas, não obteve muito sucesso.

— Está entendendo, Violetta? — perguntou, depois de alguns minutos de explicações. Ela assentiu rapidamente. — Ok, então agora só é necessário arrumar os detalhes para que você comece a trabalhar.

— Tudo bem então — sorriu fracamente. — E com quem eu resolvo esses detalhes? Com você? — o olhou de relance, com certo sarcasmo e curiosidade.

— Não, não é comigo — riu brevemente. — Anote o seu telefone a... aqui... — entregou-a um papel e uma caneta. — … Alguém da empresa vai te ligar e te falar o que deve fazer.

— Obrigada, León — agradeceu sincera, enquanto se levantava e enterrava as mechas que caiam em seu rosto atrás de sua orelha. — Você não imagina o quanto está me ajudando. Ninguém contrata uma mulher de vinte e poucos anos que nunca trabalhou na vida.

— É somente um cargo de assistente, Violetta. Não é grande coisa — também de pé, colocou as mãos no bolso sorrindo de lado.

— Para mim é.

Soltou sua respiração lentamente, um pouco mais aliviada. Contudo, nem todo o seu nervosismo foi embora. Afinal, ela ainda estava diante do seu – quase – novo futuro chefe.

— Então é... eu já vou indo. — anunciou, depois de alguns segundos em silencio constrangedor. — Novamente, obrigada — já estava perdendo a conta de quantas vezes agradeceu-o, mas não sabia como mostrar sua gratidão a um desconhecido que a ajudará duas vezes, sem pedir nada em troca.

— Não precisa agradecer — a acompanhou até a porta, abrindo-a para que a mesma saísse. Violetta passou por ele com um leve sorriso no rosto e o mesmo a retribuiu, e entendeu isso como sua deixa, voltando a sua sala, sozinho agora.

Com passos cautelosos e normalizando sua respiração, a garota de madeixas loiras foi em direção a Marie que a observava com o mesmo sorriso gentil de quando a cumprimentou.

— E então? Conseguiu? — indagou a secretaria, levantando-se e indo ao encontro da Castilho.

— Acho que sim — balbuciou, e deu de ombros. — Ele disse que alguém irá me ligar dentre alguns dias para resolver tudo... — gesticulou com as mãos em quanto falava.

— Conseguiu sim, porque foi isso que disseram para mim antes de me contratarem — riu levemente. — Espero que você seja uma amiga de trabalho melhor do que a Gery — a confessou, mostrando-a novamente o sorriso.

— É. Eu também espero.


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Notas finais do capítulo

Posto mais um hoje se tiver pelo menos cinco comentários.