Pertence-me escrita por Miss Morgan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

(Capítulo feito pela antiga autora)



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Buenos Aries, Argentina

Era uma noite estrelada, mas fria em Buenos Aires, as ruas encontravam-se vazias com poucos carros passando nelas. Alguns bares ainda estavam abertos mesmo sendo madrugada. Quase todos a essa hora estavam em suas casas ou em hotéis, qualquer lugar que pudesse se aquecer do frio e dormir uma noite tranquilamente.

Quase!

Leon Vargas que acabara de sair da casa de seu amigo, Federico, onde recebeu uma incrível noticia que ganharia um afilhado - ou uma afilhada -, pois Ludmila, esposa de Federico, estava gravida. Porém nem tudo é um mar de rosas! Depois de muita comemoração, Leon resolveu ir para casa, pois já estava tarde. Mas assim que dirigiu três quarteirões, seu carro simplesmente estragou. Vargas tentou manter a calma, mas parecia impossível. Não achava o problema e nem um mecânico para o ajudar.

Nervoso, cansado e com sono, desistiu de tentar arrumar ajuda quando viu que já era duas horas da manhã. Decidiu deixar seu carro ali mesmo e ir andando. As ruas estavam praticamente deserta, ninguém passava. Ainda faltava muito para chegar até sua casa, então decidiu ligar para o seu pai para perguntar se poderia o buscar. Porém assim que tocou em seu celular, viu que o mesmo estava sem bateria.

— Ótimo! — ironizou, com sigo mesmo.

Bufando voltou a andar. Logo seu nervosismo passou quando lembrou do incrível dia que teve.

~ Flash Back ON ~

Era por volta das sete horas da noite quando Leon chegou a casa de Federico. Tocou a campainha e a empregada atendeu, o mando entrar e assim fez. Logo Ludmila e Federico apareceram do alto da escada.

— Leon! — Federico exclamou feliz enquanto descia as escadas juntamente com sua esposa.

— Esta tudo bem? — indagou estranhamente.

— Tudo ótimo — afirmou com um grande sorriso e Ludmila concordou também sorrindo. _ Por que? - indagou.

— Nada, é só que você não foi pra empresa hoje, me chamou ate aqui dizendo que é urgente e esta com esse sorriso que parece não caber no rosto — se sentou no sofá que ali tinha e falou com certa indiferença e graça, como se a situação fosse divertida.

— Temos uma noticia incrível para te dar — comunicou Federico alegre.

— Iriamos fazer um jantar para dizer a todos de uma vez, mas o Federico não quer esperar — Ludmila se manifestou pela primeira vez naquela conversa.

— O que? — indagou confuso e curioso.

O casal se entreolharam e com um aceno positivo da parte de Ludmila, Federico começou a falar.

— A Ludmila esta gravida! Você ira ganhar um afilhado — não escondeu o sorriso enquanto pronunciava a frase, afinal era seu primeiro filho - ou filha -.

— Ou afilhada — acrescentou, com um olhar terno.

Vargas nada dizia, apenas com um sorriso que foi crescendo aos poucos e os olhos brilhando de felicidade e emoção.

~ Flash Back OF ~

Para muitos isso poderia ser uma bobeira, algo insignificante ou até mesmo nada. Mas para Leon foi algo maravilhoso, pois o seu desejo de ser pai não nasceu naquele dia, e sim a muito tempo. Porém as coisas não são como ele quer, pois o mesmo não tem filhos e nem esperanças de ter agora. Entretanto, terá seu afilhado - ou afilhada - quem ele poderá tratar com muito amor e carinho.

Passando em uma rua escura e deserta, Leon começou a ouvir vozes, o que realmente lhe intrigo, pois aquela rua era realmente muito perigosa, ainda mais a noite.

Espantou esses pensamentos e voltou a seguir seu caminho, porém um grito feminino foi proferido, chamando sua atenção.

— Socorro! — mais uma vez e mais alto ainda, o grito feminino foi ouvido pelo ouvido masculino.

Curioso e preocupado, começou a olhar em volta, quando ouviu mais um grito, porem que foi interrompido por algum barulho. Felizmente, Leon conseguiu identificar de onde vinha as vozes e os barulhos. Vinham de um beco escondido, mas por conta dos barulhos foi fácil identificar.

Leon caminhou até a entrada desse pequeno beco, caminhou lentamente para não dar alarmes, e quanto mais perto chegava, mais fácil era para ouvir as vozes e o que estavam falando.

— Me solta, seu idiota! — a voz feminina pediu em um tom raivoso, mais choroso.

— Fica quietinha! Eu vou te mostrar quem é idiota — falou uma voz do sexo masculino.

Ambas vozes eram irreconhecíveis aos ouvidos de Leon, entretanto seu instinto falou mais alto, fazendo-o assim se aproximar mais, ao ponto de ver a cena que acontecia ali, que aos seus olhos era horrível.

Um homem com a aparência forte, agarrava a força uma mulher, e a mesma chorava e tentava se soltar. Em vão!

Vargas estava chocado e pensou que não poderia ficar pior. Ele estava errado! Ficou horrorizado quando viu aquele homem rasgando toda a roupa da mulher que tremia a todo tempo.

Sentindo seu coração se apertar ao ver a moça daquela maneira, não pensou duas vezes quando de uma maneira rápida, foi até ambos e jogou o homem no chão, distribuindo vários socos, sem piedade alguma. O homem desconhecido revidou alguns golpes, mas não foi o suficiente, pois logo Leon aumentou ainda os socos, esticando para o estomago onde o fez uivar de dor.

Vendo que o homem já estava inconsciente, Leon saiu de cima dele o olhando com nojo.

O lindo mexicano de olhos verdes não gostava de violência, tão pouco praticava tão ação. Entretanto quando ele viu aquele homem prestes a violentar aquela pequena mulher que chorava, tremia e gritava, seu sangue ferveu e sua sanidade foi embora, apenas queria ver aquele homem sentindo dor.

Foi despertado de seus pensamentos quando ouviu murmúrios e soluços, olhou para o lado e a viu encolhida no chão abraçada aos joelhos, chorando.

Caminhou até ela e agachou a sua altura, tocou em suas mãos fazendo-a olhar em seu rosto.

— Você esta bem? — indagou a figura masculina com uma voz serena.

— E-ele... Ele ten-tentou... — não conseguiu terminar a frase, as lagrimas já estavam acumuladas em seu rosto.

— Shiiu — a tranquilizou — Esta tudo bem. Ele não ira fazer nada com você - garantiu recebendo um aceno positivo como resposta.

Vendo que a mesma ainda tremia de frio, Leon se levantou e a ajudou a levantar. A mulher se cobriu com os braços na intenção de tampar seu corpo e de se proteger do frio. Leon tirou seu casaco e passou por cima dos ombros do corpo feminino, fazendo assim ela vesti-lo. Mesmo grande em seu corpo, a moça se sentiu confortável, sentindo o frio se sessando aos poucos, mas mesmo assim continuava á tremer.

— Obrigado — murmurou com timidez.

— Não me agradeça! Acho melhor te levar pra casa antes que esse desgraçado acorde — apontou para o homem que estava um pouco mais para frente deles, esticado no chão.

— Eu não tenho casa — confessou em um sussurro e ainda tremendo. Era evidente que ela estava muito fraca.

— Como assim, você não tem casa?! — estava assustado e surpreso com essa revelação.

Antes que ela pudesse responder, se sentiu fraca e enjoada, foi apenas o tempo dela se virar, deixando assim um liquido azedo e margento sair por sua boca. Ela havia vomitado.

Leon rapidamente foi até ela e a amparou, pois a mesma ameaçava cair.

— Você esta bem? Quer ir ao medico? — indagou completamente preocupado.

— Não — negou — Eu estou bem, foi apenas o nervosismo. Passei por muitas emoções esses dias — explicou com a voz meia falha, enquanto se apoiava em Leon.

O mesmo não discutiu ou perguntou mãos nada, sua preocupação por ela apenas aumentou naquele momento. Era obvio que ela estava mal e muito fraca, estava pálida e quente, muito quente.

— Você esta com febre — comentou preocupado — Vem, vamos para minha casa! Eu vou cuidar de você — afirmou e agarrou a cintura dela começando a andar.

A figura feminina nada disse, não discutiu, apenas se apoiou mais ainda nele e deixou ser guiada.


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