Nodame Cantabile - Affettuoso ma non troppo escrita por Lumie Phoenix


Capítulo 1
Lição I - Ação e Reação


Notas iniciais do capítulo

Algo estranho está acontecendo com Nodame - para variar. Chiaki fica preocupado e por alguma razão apenas Kuroki sabe o motivo.



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Todas grandes histórias iniciam com algum cliché e não seriam clichés se não fossem reais. Digo não houvesse um fundo real nisso...

Era o final de mais um concerto, mas não era um concerto qualquer... Era o concerto anual do casal de Ouro. Assim que Nodame e Shinichi Chiaki eram conhecidos.
A mídia sempre fazia grande estardalhaço e os paparazzi estavam sempre loucos procurando algum indício que a dupla estivesse num relacionamento... digamos... socialmente reconhecido ou melhor dizendo: Namoro. Podendo cessar o anseio dos fãs que adorariam ver os dois juntos romanticamente. Porém para a frustração geral, Chiaki apertava a mão de Nodame a cumprimentando depois de um longo concerto para piano onde eles executaram diversas obras, entre elas a peça que fez o jovem maestro decolar em direção a fama ainda no último ano da faculdade de música.

Depois de todos os jornalistas e outras pessoas que consequentemente iriam querer falar com os musicistas. Nodame estava estranhamente calada, ela que era sempre falante e animada com o namoro imaginário que ambos mantinham. Deixando até mesmo o desligado maestro preocupado, o mesmo acabou respondendo ambiguamente as perguntas sobre o tipo de relacionamento que ele mantinha com a pianista excêntrica, afinal não sabia como ela poderia reagir. Chiaki sabia que quando ela estava nesses momentos de crise o melhor a fazer era se manter o mais neutro possível para não provocar uma fuga como aconteceu na última vez.

Pensativo e um pouco distante de Nodame que conversava levemente animada com Frank e Tanya que para sua surpresa não estava próxima de Kuroki, o mesmo parecia estar procurando Chiaki. O samurai Oboísta talvez tivesse pressentido ou por saber que por ventura fosse a única pessoa que pudesse dizer o que de tão estranho estaria acontecendo com a pianista. Ele era um grande amigo do casal e o mais sensato e sincero do grupo, saberia ser sucinto sobre o que Chiaki desejava saber.

– Ah Kuroki! Estava realmente querendo falar com você... – Disse Chiaki abordando o oboísta discretamente, andando para um local um pouco afastado da festa para evitar interrupções.
– Imagino que seja sobre a Nodame. – respondeu olhando nos olhos de Chiaki com a expressão neutra de sempre.
– Erm... Sim. – respondeu passando a mão no cabelo e tentando desviar o olhar. Isso porque aquele olhar inexpressivo de Kuroki o incomodava, não sabia se estava sendo julgado pelo Samurai ou era o sentimento de culpa que carregava consigo em relação a Nodame.
– Sinto informar, mas não posso falar sobre isso. Ela me pediu para guardar segredo. – suspirou e lançou um olhar diferente que o próprio maestro não conseguiu decifrar – Mas... tudo que posso dizer que provavelmente o seu maior inimigo seja o tempo.
– Segredo? Tempo? Mas sobre que diabos você está falando? – Bufou, fechando expressão e cruzando os braços. Que tipo de segredos Nodame poderia ter com Kukori? Por pouco Chiaki é consumido pelo ciúme; Ele sempre desconfiou que o oboísta mantivesse ainda algum resquício do sentimento que ele cultivou por pouco tempo pela Nodame, porém caso fosse verdade ele já teria feito algum movimento e não estaria com Tanya. Então, ele respirou fundo, passou a mão novamente em seus cabelos negros, olhou diretamente nos olhos de Kuroki, esperando que o mesmo mudasse de idéia e contasse a ele seja lá o que fosse.
– Perdoa-me... Chiaki... Mas eu não posso contar, até já disse demais...

Kuroki foi andando em direção onde Tanya, Frank e Nodame se encontrava. Chiaki os observava de longe quando foi abordado por Rui. Ela estava usando um belo vestido azul, ele não esperava vê-la naquela ocasião, porém lembrou-se que ela e Frank estavam em turnê pelo mundo então seria normal ambos estarem nos mesmos eventos sociais. Além do mais, ele sabia que se tratando da chinesa pianista ele não poderia abaixar a guarda pois sempre desconfiou que ela nutrisse algum tipo de sentimentos por ele – O que não era estranho, afinal ele sabia que é bonito, atraente, virtuoso e desde a tenra idade atraiu atenção de mulheres e homens.

– Shinichi? Está tudo bem?

– Anh? Sim, está... E com você? Como anda a turnê? – Respondeu um pouco desinteressado, estava ainda imerso em seus pensamentos.

– Ah perfeita! No começo foi um pouco difícil convencer minha mãe que o Frank era um pianista tão habilidoso quanto eu... porém, como pode ver consegui. – disse jogando o cabelo para trás e abrindo um sorriso amplo.

– Fico feliz por você. – Respondeu um pouco seco. – E sua mãe? – Pergunta essa que parecia ser inocente, porém queria ter a certeza que não seria agredido pela mãe de Rui como na última vez que o julgou errado quando ela fugiu pela primeira vez.

– Mamãe? Bem... Ela... está... por aí... Sabe? – Responde dando uma risada curta e nervosa. Sabia que não poderia demorar muito, sua mãe estava a procurando e com certeza ficaria furiosa caso a visse com Chiaki. – Mas... me diga, você e a Nodame estão juntos?

Chiaki engasgou com o vinho que estava bebericando desde a conversa com Kuroki, por que ele ficou surpreso com a pergunta? Ele deveria imaginar que principalmente ela iria fazer essa pergunta. – Estamos. – respondeu abruptamente, ainda se recuperando. Antes que Rui pudesse dizer mais alguma coisa ou processar aquela informação esboçando alguma reação. Ela se afasta para evitar uma provável tragédia já que ela adentrava o salão com uma expressão de pouquíssimos amigos nitidamente procurando por sua filha.

O jovem maestro suspira aliviado por ter se livrado de Rui e pensava nas consequências de ter mentido para ela sobre o seu relacionamento com Nodame. O que não era de todo mal, a deixaria longe por um bom tempo... Bem... Era isso que ele esperava. No entanto, não havia tempo para perder com isso. Ele tinha que pensar sobre o que oboísta disse. Olhou novamente para o local onde o grupo estava, viu que Mine e kiyora estavam lá. Por um instante aquilo pareceu estranho, por que eles não foram falar com ele? Quando finalmente havia decidido a se juntar ao grupo é abordado pelo maestro tarado: Stresseman .

– Chiiiaki! – exclamou bêbado naturalmente com seu forte sotaque alemão.

– O que você quer, velho?!

– Isso é jeito de falar com aquele que te ajudou a chegar aonde chegou?

– Isso é jeito de falar com velhos inconvenientes e bêbados como você!

– Nossa... Quanto ódio nesse coraçãozinho. Deixe me adivinhar, como anda seu relacionamento com a Nodame-chan? – fez uma pausa olhando para chiaki – “Chiaki-senpai?” – finalizou imitando os trejeitos da pianista.

Chiaki fica reticente e sente todo peso do mundo subitamente em suas costas, fazia alguns anos que Nodame não o chamava mais de Senpai ou de Shinichi. Apenas de Chiaki mantendo uma certa formalidade que no início causou um leve incomodo que com o tempo foi passando e caiu no esquecimento. Foi então naquele momento que Stresseman para irritá-lo conseguiu totalmente o oposto. O fez sentir vazio, talvez ele tivesse compreendido o que Kuroki quis dizer com tempo ser o inimigo.

– Chiaki... Você não entendeu, não é mesmo? Você tem que separar as coisas. Seja honesto mesmo que não seja por você, mas por ela. Pense... No lugar dela você aceitaria uma situação dessas? Sendo quando você sempre esteve de braços abertos esperando algo que talvez nunca vá receber? E o pior... Quando não é sua culpa? Eu no lugar dela, já teria desistido... E bem... já havia falado para ela que vocês não ficariam juntos no final. – suspira – Depois... Cheguei até a mudar de idéia, mas... vi que tinha infelizmente razão desde o começo. – Dá uma leve risada. – Como se sente ao perceber que pode ter perdido o amor da sua vida por medo?

Ele continuou reticente e aquelas palavras o atingiam como múltiplos socos e o golpe final quem daria seria ela... Ela... caso confirmasse que o pior havia acontecido... Muitos podem duvidar que isso realmente existisse: Amor ou amor da sua vida. Algumas pessoas podem realmente viver uma vida inteira sem esbarrar com outra pessoa que haja algum tipo de conexão e que faça suas almas vibrarem e nem por isso suas vidas são vazias ou incompletas, muito pelo contrário, alguns estão bem assim. Porém... Quando você sente isso por alguém e não é correspondido ou não escuta o chamado, simplesmente o ignora... Bem... A história toma um rumo totalmente inesperado e preocupante.

O jovem maestro tomou coragem e foi andando em direção deixando Stresseman falando sozinho. Aproximando-se do grupo parou ao lado de Nodame e disse com um leve sorriso, com uma mão sobre o ombro dela. – Bem... Desculpe interromper a conversa de vocês, mas preciso conversar a sós com a Nodame. Tudo bem? – Estava um pouco tenso, suava frio e com as bochechas levemente coradas, não queria ser julgado pelos outros, mas sabia que era inevitável todos esperavam por aquilo.

Todos menearam a cabeça afirmativamente, mine ia soltar um comentário sarcástico, mas foi interrompido pela Kiyora à tempo. Nodame permaneceu calada para o desespero de Chiaki. Ele a guiou para o jardim, lembrava bastante o jardim de quando se beijaram . Nervoso, passando a mão na cabeça, ele inicia a conversa.

– Serei direto, Nodame. O que está acontecendo com você? Está estranha, calada... E ... distante. – Disse confiante, porém gradativamente foi perdendo sua confiança e foi ficando hesitante e temeroso pelo tipo de resposta.

– Na-nada, Chiaki. – Respondeu desviando o olhar.

– Não minta para mim! Para de mentir! Você nunca olha nos meus olhos quando está mentindo! – disse elevando a voz e se deixando consumir pela raiva.

– Ma-mas não estou mentindo! – rebate também elevando a voz.

– Então diga-me olhando nos meus olhos. – disse se aproximando.

– Eu já disse! Não é nada! – continua a responder desviando o olhar e não nota a aproximação de Chiaki.

Chiaki pára alguns centímetros distante de Nodame . Quando ela percebe, reflexivamente vira o corpo na direção oposta, se preparando para ir embora, mas antes que pudesse o jovem maestro a segura pelo braço e a puxa, parecia que tinham ensaiado aqueles movimentos de tão sincronizado e perfeito parecia, logo depois de puxá-la e encará-la como naquela outra vez no jardim. Ele pôde reparar que ela estava com um ar doentio e provavelmente com febre, porém o impulso e o desejo de beijá-la eram maiores, lentamente os lábios se tocaram e trocaram um beijo que começou lento, tímido, cheio de culpa e aos poucos foi ganhando sentimento e juventude.

No entanto, para a ironia do destino, ainda era cedo para cantar vitória. Logo após o beijo, a jovem pianista desmaia em seus braços deixando-o sem reação. Os outros que observavam o casal pela janela do salão que dava o jardim, viu toda a cena foram logo acudi-la. Kuroki estava preocupado demais, aparentava saber algo que os outros não sabiam e interviu logo quando disseram para leva-lo pro salão, dizendo que era melhor leva-la para o hospital.

Kuroki ajudou Chiaki a colocar Nodame no carro e assumiu o volante, enquanto o maestro ia na parte de trás com sua amada, os outros seguiriam logo depois ao hospital, optaram permanecer na festa para não levantar suspeitas caso o casal de ouro fosse procurado, eles sabiam o que responder, assim distraindo aqueles abutres da mídia.

Além das outras perguntas que merecem ser respondidas, porém a mais importante que ronda a cabeça de todos: O que há com Nodame?


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Notas finais do capítulo

Continua no próximo Capítulo.



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