Academia de Vampiros- Sonhos Negros ????HIATUS???? escrita por DivaBelle


Capítulo 14
Eletricidade


Notas iniciais do capítulo

Como prometido... AQUI ESTÁ!!
~tuts tuts tuts~



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Não, Lana não!

Paro de respirar no momento em que olho pra ela. Não quero entrar em pânico e assustar a todos ali, mas sinto que é isso que preciso fazer ou então Lana sairá machucada. Sei que meus guardiões já viram a strigoi e suas posturas de ataque me preparam para uma possível batalha.

—Por que está me olhando assim Adrian? – Lana me olha preocupada assim que nota-me parado. Minha boca esta seca e por dentro a única coisa que consigo fazer é gritar “corre, sai de perto dela!”. Estou desesperado, mas não posso deixar que ela perceba ou o pandemônio se alastrará para o resto do vagão, e talvez os estragos sejam bem maiores.

Engulo em seco e arrisco olhar para o guardião mais perto dela, que por acaso é Serena. Suas mãos tremem levemente e sua postura parece com a de um tigre pronto para dar o bote.

—Adrian? – minha ruiva pergunta novamente, nitidamente preocupada enquanto dá um passo á frente, em minha direção. Ao mesmo tempo em que quero trazê-la pra perto de mim onde sei que é mais seguro, quero que ela não se mexa também para não chamar a atenção da strigoi faminta que sorri maleficamente ainda parada atrás dela. Tento lançar um olhar de aviso na esperança de que ela entenda que há perigo perto, porém Lana apenas me olha confusa enquanto pára de andar. Tudo aquilo parecia um pesadelo pra mim e um jogo pra Strigoi, que se divertia a cada mínima ação nossa.

O calor estava começando a ficar insuportável e eu sentia o suor escorrendo pelo vão de minhas costas e as laterais de meu pescoço. Parte dele, eu sabia, era justificado pela adrenalina do momento e não só o fato dos dutos de ar estarem desligados. Minha respiração pesava e cada passar de segundo era como um século em câmera lenta. Quando enfim ouço o trem começar a frear meus batimentos aumentam de intensidade instantaneamente.

—Graças á Deus!- algumas pessoas murmuram em alivio por estarmos chegando á plataforma, onde a ventilação com certeza está normalizada e o frescor nos mantem secos; entretanto não consigo me sentir assim. Tudo parece mais aterrorizante agora, por talvez essa ser a oportunidade perfeita para a Strigoi utilizar da loucura que é sair desses vagões e pegar Lana, levando-a para longe. Para a morte!

Arrisco olhar para meus guardiões que nitidamente não sabem o que fazer nesse momento. Começar uma batalhar aqui, em frente á toda essa multidão não é uma opção viável, os alquimistas nos matariam depois de limpar a bagunça, porem ainda assim estaríamos em apuros. O mundo saberia!

O trem está cada vez mais devagar e posso ver as luzes da plataforma se aproximarem. Temos que agir rápido e corretamente. Mas como? E o que fazer?

Solto em pequenas golfadas minha respiração trêmula, pequenos pontos negros se apoderam de minha visão. Não sei se pelo tempo que passei segurando a respiração ou se é efeito do espirito, mas sinceramente espero que seja a primeira opção. Minhas mãos suam e posso sentir poder emanando delas. Droga! Minha visão está embaralhada pelas áureas vívidas dentro do vagão, o que eu imagino ser efeito do calor excessivo. Todos estão vermelhos e brilhantes e minha cabeça começa a doer. Luto contra o incomodo e me foco em Lana que está olhando ao redor enquanto se abana. Ela parece não notar plenamente o drama que nos cerca, no entanto eu sei que á qualquer momento pode ser seu ultimo suspiro e só esse pensamento me faz estremecer. Ela está tão perto do perigo e nem o sabe. Assim como esteve quando estava nos Estados Unidos com suas amigas.

Assim como esteve desde que me conheceu!

A strigoi então dá um passo em direção á Lana- um pequeno passo- mas o suficiente para que eu voltasse a parar de respirar. Seu sorriso ainda estava lá, mais cauteloso desta vez, mas ainda lá. Era como se eu pudesse sentir minha pulsação bater em minha bochecha, de tão forte que pulsava.

O trem enfim havia parado e as pessoas á nossa volta se levantaram para sair dali o mais rápido possível. O terror se apoderou de mim de tal forma que tudo aconteceu rápido demais:

A porta se abriu.

A strigoi fechou o espaço entre ela e Lana.

Serena pulou em câmera lenta.

Isaac correu.

Baruel me segurou enquanto meus braços se estenderam na direção delas.

Tudo aconteceu rápido demais, um borrão, e ao mesmo tempo em câmera lenta, devagar demais. Eu podia sentir cada fibra de meu corpo se retorcer, meus braços firmarem, a eletricidade passar por mim. O poder que eu emanava era praticamente palpável. Quase visível.

Não houve tempo para gritos. A strigoi agora tinha uma expressão de horror em seu rosto deformado. O sorriso deu lugar á uma boca semiaberta em terror, os olhos esbugalhados pedindo ajuda e os braços se debatendo no ar enquanto ela voava pra fora do vagão. Eu sabia que era arriscado fazer aquilo em meio á tantas pessoas, mas não consegui me controlar como o esperado.

Fora do vagão ela estava presa contra uma pilastra, á cerca de um metro do chão. Sua expressão horrorizada procurava por oxigênio, mesmo ela não precisando disso pra sobreviver. Era como se tudo queimasse dentro dela.  Algumas pessoas ao nosso redor acompanhavam todo o drama sem entender nada, apenas pensando ser mais uma briga entre duas garotas que rolavam no chão e dois caras – no caso eu e Baruel.

 —Pare! – Baruel sibila para mim.

—O que? Não, vou matá-la! – foco meu olhar mais uma vez na strigoi que agora começa a apresentar pequenas manchas arroxeadas por todo seu rosto e corpo. Era como se suas veias fossem explodir a qualquer momento. E era isso que eu desejava.

—Adrian pare! Você vai morrer também.

Olho para Baruel sem parar de apertar minhas mãos como se estivesse enforcando-a. Observo os pequenos respingos de sangue em sua camisa branca e demoro a perceber que o sangue é meu. Meu nariz está sangrando, assim como meus olhos. Minha cabeça vota a me lembrar de que é uma bomba relógio e solto a respiração presa. Tudo agora está mais forte e nítido, estou suando e com a boca seca; minha cabeça dói e a quantidade de áureas se misturando está me enlouquecendo. Deixo meu braço cair ao meu lado e vejo a strigoi cair também, desacordada. Isaac a pega no colo e some entre a multidão da estação enquanto Serena se levanta ouvindo os murmúrios de uma Lana irritada por ter sido derrubada.

— Você esta bem? – Serena pergunta ao se aproximar. Sua voz contém certa angustia e tudo que consigo ver é sua áurea alaranjada misturada á luz branca que começa a me puxar. — Adrian, por favor, você esta bem? Me responda!- ela ordena pegando em meu pescoço, fazendo-me a olhar.

Bem? Não, na verdade eu não estou bem. Tudo gira, a quantidade de luzes faz minha cabeça latejar e como não consigo focar em ninguém meu estomago retorce. Um leve tremor passa por meu corpo ao sentir os espasmos do Espirito passar por mim e me deixo cair sentado. As vozes agora são apenas um eco no fundo de minha mente e nada mais parece certo. Sinto vagamente alguém me tocar antes de perder a consciência.

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— Vocês não podem fazer isso comigo, não podem me tirar daqui antes que ele acorde!

— Não só podemos como faremos!

— Eu não vou sair!

— Vai. Você é uma ameaça para ele e para nós. Colocou a vida dele em perigo uma vez e pode fazer isso de novo... – tento abrir os olhos mas a claridade me cega. Onde eu estou?

— ... e fale mais baixo, não queremos o hotel todo nos ouvindo! – reconheço a voz de Serena e mais uma vez tento abrir os olhos, com um pouco mais de sucesso.

— Isso, fale mais baixo! – falo rouco e meio grogue e os vejo olhar pra mim.

O quarto tem muita claridade e aos poucos consigo perceber onde estou. É tipicamente vitoriano. As paredes de mogno escuro tem gravuras na madeira que parecem terem sido feitas á mão; os quadros tão antigos quanto meu bisavô estão espalhados por todos os lados, combinando com a enorme cama creme que estou deitado. Olho devagar para o lado onde Baruel está de braços cruzados apoiado em uma grande cômoda negra e pisco rápido. Ele não expressa nada, apenas me observa. Viro meu rosto pra frente e vejo Lana se aproximando da cama.

— Como você esta? – ela pergunta se sentando ao meu lado e pegando minha mão nas suas.

— Bem?! – falo incerto. Minha cabeça ainda pesa e parece que lutei contra um batalhão de gladiadores.

— Você apagou por cerca de  cinco horas, desde então estou tentando aguentar seus seguranças. Por favor, diga a eles que está tudo bem eu ficar e mande eles pararem de me encher!

Ela diz os olhando com um misto de raiva e nojo e então me olha com olhos suplicantes. Desvio meu olhar pra todos do quarto que me observam com expectativa. Serena está de braços cruzados e a cara fechada olhando para a bainha de sua camiseta, Isaac não está no quarto e Baruel permanece no mesmo lugar de antes. Ele me lança aquele olhar de “você sabe o que tem que fazer!” e eu suspiro voltando a olhar pra Lana.

 — Nos deem licença? – pergunto enquanto me sento na cama.

Serena me fuzila com os olhos e mais ainda á Lana quando a olha, ao passo que Baruel apenas assente. Olho pra Lana que está sorrindo de canto enquanto os observa sair e então se vira para mim.

—O que foi tudo aquilo? Isso é insano! – ela passa as mãos nos cabelos suspirando fundo. O que será que ela viu? Será que ela está se referindo á mim? Ao fato de eu ter “superpoderes”?

— Do que se lembra exatamente?- perguntou cauteloso e com medo da resposta.

— Eu não sei direito, não deu tempo de ver. Em um segundo você estava me olhando com aquela cara estranha e então a vaca da sua guardiã pulou em mim, me mandando direto pro chão. Por pouco não fui pisoteada!

Solto a respiração a ouvindo falar. Ela não viu nada, amém!

— Não fale dela dessa maneira! – repreendo

— Ok, me desculpe. Mas por que tudo aquilo?

Por que sou sobrinho da rainha Tatiana que foi assassinada, por que sou um moroi de sangue real, por que esse é o meu mundo.

—É complicado! – respondo me sentando apoiado na cabeceira da cama.

— É, percebi! – ela sorri fraco, olhando pra nossas mãos ainda entrelaçadas. —Eu não posso saber não é?

Assinto. Não, não pode. Você não sobreviveria.

Fico olhando pra ela por um tempo. Seus lábios brincam entre seus dentes e as pequenas sardas ao redor de seu nariz parecem se movimentar a cada respiração. Como vou dizer á ela que acabou? Não posso colocar mais a sua vida em perigo. Durante longos minutos fico ponderando em que palavras usar, mas nada parece bom o suficiente.

— No que está pensando? – ela pergunta quando começa a fazer semicírculos em minha mão. O toque dela é gentil e sua pele quente. Lana ainda veste o mesmo vestido preto de paetê que me fascinou e a sua meia tatuagem continua a me intrigar.

— É perigoso demais pra você ficar perto de mim! – enfim digo.

Ela me olha com olhos arregalados já sabendo onde isso vai acabar.

— Aonde você quer chegar com isso Adrian?

Tiro minha mão do meio das suas devagar e a olho.

— Você precisa ir.


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Notas finais do capítulo

Não me deixem na expectativa e soltem o verbo please!
Toda crítica é bem vinda!!
Beijocas e amo vcs, até mais! :D



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