Seguimos Ryder (não consigo mais chama-lo de pai) até a passagem secreta que dava para o alto da torre. Já estava começando a ficar escuro e eu não quero nem imaginar o que aparece nessa floresta a noite.

Quando chegamos ao topo da torre, conhecemos os outros integrantes da gangue.

–esse é o Al – Ryder disse, apontando para um rapaz jovem e moreno. Cabelos pretos e olhos castanhos

–prazer. – cumprimentou Al

– essa é a Rá – continuou Ryder, dessa vez apontando para uma jovem de cabelos loiros muito compridos, a ponto de arrastar no chão. Agora eu entendi como ela passava o cabelo no chão da floresta

–oi – cumprimentou a Rá

–e esse é o Kris – agora ele estava apontando para um jovem alto, nem muito magro nem muito gordo, com cabelos loiros... achei ele muito bonito e ele não para de me encarar com um sorrisinho no rosto.

–e ai?

–e elas – continuou Ryder – são Ariel e Anna

–oi – dissemos ao mesmo tempo.

–elas agora fazem parte da nossa gangue! Bom – ele se voltou para a gente – amanhã a gente explica as coisas que vocês precisam saber e tals... agora, vocês vão com a Rá pra ela mostrar pra vocês onde vocês vão dormir

A Rá parecia ser legal pois logo fez um gesto de “sigam-me” quando nós nos juntamos a ela.

–ai!! Estou tão feliz que entrou alguma menina nessa gangue!! vai por mim. Eles são legais mais... sabe... é sempre bom ter a presença feminina!

Nós rimos e paramos de frente à uma porta

–aqui é o nosso quarto – ela disse, abrindo a porta

Era um quarto bem confortável, considerando que somos ladrões. Não tinha camas e sim vários sleeping bags.

Me ajeitei em um sleeping no fundo do quarto, perto delas. Dormi em segundos.

Acordei no dia seguinte ao mesmo tempo que as duas.

Saímos do quarto juntas e fomos nos juntar aos meninos. Logo quando os encontramos, Erik já foi se adiantando

–hoje é o primeiro dia de vocês aqui, então vocês não sabem como é o esquema. Todos os dias, vamos à cidade, claro que escondidos, e pegamos as comidas que vamos necessitar. Algumas frutas para o café, uns sanduiches para as outras refeições... o básico.

Ele pegou um mapa da cidade

–aqui – disse ele, apontando para um ponto do mapa onde se lia “quitanda” – é o melhor lugar para arranjarmos frutas, pois as de lá são boas e o dono é muito velho e acaba deixando seu neto, de 14 anos cuidando da quitanda. Mas ele não presta muita atenção no que está acontecendo ao seu redor... é baba roubar dele. Já essa outra quitanda aqui – agora ele apontou para um outro ponto vermelho – é território proibido...

–porque? – a palavra saiu da minha boca sem querer

–porque, minha cara Anna, essa é a quitanda do Hans, um homem que fazia parte da nossa gangue mas nos traiu, pois foi atrás da coroa e fracassou. Agora ele vende frutas nessa quitanda e... digamos que ele já tem experiência com ladroes então não é uma boa ideia ir lá – me respondeu o Kris, ainda com o sorriso no rosto

–ah...entendi.

–então vamos logo que eu já to com fome! – respondeu, impaciente o Al. Ariel deu uma risadinha, mas logo corou

–ok. O plano é o de sempre. Hummm... Anna! Você foi a escolhida – todos, menos eu e a Ariel, riram.

Eu devo ter feito uma cara muito de quem não entendeu nada, pois o Ryder já foi logo me explicando o que eu tinha que fazer. Eu fiquei pasma! Não acredito que o meu próprio pai estava me mandando fazer isso!

–nós sabemos o que distrai garotos de 14 anos, certo caras? – os meninos riram mais ainda.

O plano deles era simples. Eu ia ter que usar um vestido com um decote GIGANTE para distrair o pobre coitado.