Eu não consegui dormir um segundo sequer na noite anterior. Motivo? O sabor do beijo dele não saia da minha mente nem de meus lábios. Aquele beijo... deuses como foi bom. Nem mesmo a sensação do toque dele eu consegui esquecer.

Ai não! Não não não... Eu não posso estar me apaixonando por um deus! Isso... isso é... bom demais. Eu sei que é estranho, impossível e extremamente ridículo. Mas inevitável.

Levantei e fui tomar um banho. Uma das vantagens de ser filha de Afrodite é que, por mais que eu tenha passado a noite em claro, eu não estava com olheiras. Me vesti, peguei meu grampo/espada, meus sapatos e sai para cumprir minhas tarefas.

Primeiro estábulos, depois parede de escalada com lava, e por fim, Arena. Eu gosto de lá, gosto de treinar e suar a camisa, literalmente. Meus irmãos dizem que sou estranha, maluca, deslocada. Bem, não se pode agradar todo mundo.

Não sou como a maioria dos meus irmãos que gostam de arrazar corações. Sou mais dessas que esperam pelo príncipe encantado e deseja ficar feliz para sempre.

Muitas vezes sou oposta a mim mesma, mas gosto assim.

[...]

Eu o esperei o dia todo. Nem me concentrava direito na luta e quase perdi um braço. Por sorte foi só um corte fundo.

Quando se é semideus é sempre bom ver as coisas por um lado positivo. Dos males o pior.

Com o braço devidamente enfaixado, agora eu seguia para a floresta. Tinha esperanças de encontra-lo lá, mas não foi o que aconteceu. Eu esperei, e esperei, e esperei... mas nada.

“O que estava pensando, Dafne? Que ele largaria das suas obrigações como deus para ter um tempo pra você? “

Na verdade, sim! Mas resolvi acreditar em sua promessa de que iria voltar, era minha única esperança agora.