Os Outros escrita por AKAdragon


Capítulo 5
Talvez


Notas iniciais do capítulo

Eu prometi que estaria ao seu lado para sempre, essa é a minha segunda chance e prometo não estragar tudo.



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– Aquela é a Emily... Mas ela morreu séculos atrás... Como isso poderia acontecer!? - Estava sentada em um banco no meio de uma praça, a Mestra tomava um sorvete de morango ao meu lado.

– Você já ouviu falar de reencarnação?

– Claro que sim! Minha mãe dizia que esse tipo de coisa é mentira.

– Riley é a reencarnação de Emily. Você pode perceber isso não apenas pela aparência, mas também pela personalidade.

– Ela se lembra de mim? Do que aconteceu?

– E pode te reconhecer, mas não vai se lembrar de nada. Está em suas mãos fazê-la se apaixonar por você novamente, Lucy.

– Mas essa é uma outra Emily. Como sei que vou gostar dela também?

– Só há um jeito de saber.

Olhei em volta e vi Lilly, Logan, Sarah e Riley encostados no carro. Lilly acenava para mim, animada. Olhei novamente para a mestra, mas ela havia sumido e havia um lírio escarlate em cima do banco, a flor favorita de Emily. "A velhinha está dando uma de cupido?". Sorri para o lírio e o peguei. Fui até Riley, ela encarava o chão e levantou o olhar para mim, ao me ver, pude ver o mesmo brilho nos olhos que Emily tinha, mas então eles voltaram ao normal.

– Isso... É pra você. - Entreguei o lírio para ela, que sorriu.

– O-obrigada... É minha flor preferida! - Ela pegou o lírio e suas bochechas ficaram levemente vermelhas ao olhar novamente para mim.

– Sou Lucy, prazer. - Estendi minha mão.

– Riley. - Apertamos nossas mãos, sua pele é fria e quente ao mesmo tempo, uma imagem de Emily vem a minha mente, a primeira vez que a vi, a primeira vez que a toquei... Riley puxa a mão para trás e olha para o trio que nos assiste.

"Vamos. Lucy, você dirige". Lilly sorri para mim. "Você me deve 20 dólares".

– E você me deve um refrigerante! - Rimos.

Entramos no carro e fomos até o esconderijo, uma casa antiga em estilo vitoriano no bairro mais afastado da cidade. Não pegamos trânsito graças ao GPS. Quando chegamos em casa, vou direto para ao meu quarto e abro as cortinas, a luz do sol entra e bate diretamente em um quadro meu com Emily ao meu lado. Olho para Emily, que é uma cópia exata de Riley. Sinto lágrimas em meus olhos, chego perto do quadro e toco o rosto de Emily. "Desculpa... Desculpa...". Fecho as cortinas da janela e cubro o quadro com um pano preto. Escuto vozes na sala principal da casa e vou ver o que está acontecendo. A primeira coisa que percebo é o chão totalmente congelado. Logan e Sarah estão no sofá jogando no PlayStation 4 como se nada estivesse acontecendo enquanto Lilly está em jogando sal grosso no chão. Riley está sentada em uma cadeira na sala de jantar, encarando as próprias mãos.

– O que aconteceu? - Pergunto.

– Um problema com a novata... - Sarah pausa o jogo e encara o chão. - É melhor você tomar cuidado ou pode acabar escorregando... Peraí...

– Eu posso derreter o gelo se quiser, Lilly.

"Mas vai acabar molhando o chão..." Ela para de jogar sal grosso no chão e dá um tapa em sua própria testa. "Por que eu não pensei nisso antes!? Eu mesma posso derreter o gelo!".

Ela estende a mão para o chão e logo o gelo está evaporando. Riley se levanta com um susto e levanta o lírio que havia lhe entregado.

– O que está acontecendo!? - O lírio está congelado. - Por que...

– Calma, Riley. - Ela começa a chorar. - Você não é a única.

– O quê? - Ela olha para nós.

Lilly cria uma bola de água, Sarah abre um portal no tempo, Logan se transforma em uma pistola, que Sarah pega, e eu crio uma bola de fogo. Ela nos encara, em pânico.

– O quê nós somos?

– Nós somos Outros, Riley. Vivemos nas sombras, escondidos de todos.

– Por quê? Poderíamos ajudar os humanos! Eles têm o direito de saber sobre isso! Poderíamos salvar vidas!

– Não, Riley. Você não entende... - Logan voltou para sua forma humana.

"Eles nos matariam".

– Claro que não! - Ela ri de nervosismo, assim como Emily fazia...

– Em- Riley, venha comigo, vou lhe contar uma coisa.

Eu a guio até o jardim dos fundos da casa. Ela olha em volta, seus olhos brilham. Sim, o jardim dos fundos é lindo, há uma enorme árvore cobrindo ludo, com pequenas luzes no meio dos galhos para fazer a iluminação durante a noite, uma mesa de madeira circular com algumas cadeiras em volta, dois bancos de madeira e um círculo de pedras para fazer uma fogueira. Sento no banco de madeira e Riley senta ao meu lado.

– Há muitos anos, humanos e Outros viviam lado a lado. Mas o processo de se tornar um Outros era longo e não levava apenas uma pessoa, era necessário que sua família se fosse junto com a pessoa para se tornar um Outro. Os humanos viviam com medo de se tornar um Outro, viver para sempre era bom, claro mas o preço era caro. Por isso os humanos passaram a matar os Outros. Os que restaram fugiram para um lugar remoto e nunca mais voltaram, alguns ficaram para trás, prometendo proteger os próximos Outros que fossem surgir. Todos os anos uma pessoa é escolhida para se tornar um Outro.

– Por que eu fui escolhida?

– Não sei. Nunca sabemos por que fomos escolhidos é quase um sorteio. Mas a maioria dos Outros são mulheres, Logan é uma exceção pois é gêmeo de Sarah. - Pouso minha mão em seu ombro. - Bem vinda ao clube. E não se preocupe, vou estar aqui sempre que precisar.

Ela sorri para mim de um modo triste e aperta minha mão. "Sim, Emily, não vou falhar dessa vez. Vou ficar ao seu lado para sempre, nada irá nos separar, nada". Lilly abre a porta dos fundos e nos observa por um tempo.

"A mestra quer falar com todos nós". Ela faz um sinal para nós entrarmos.

Estamos todos na sala de estar da casa e a mestra está no centro, com uma carta gasta e amarela nas mãos.

– Minhas crianças, sua hora chegou. Alguns anos antes de encontrar Lucy, fui enviada do esconderijo dos Outros para procurar um grupo que pudesse nos ajudar em uma missão. Hoje, encontramos a última pessoa que precisávamos. Tenho uma missão para vocês, assim que Riley aprender a controlar seus poderes, vamos para o esconderijo dos Outros, salvá-los da extinção, a cidade submersa dos Outros, também conhecida entre os humanos de Atlântida, está em perigo e precisamos ajudá-los. Vocês são nossa única esperança.

Todos nós sorrimos para a mestra, que sorri de modo gentil e maternal para nós. Sinto em cada milímetro do meu corpo que esse é o momento que estive sempre esperando, na minha vida inteira, era isso que eu precisava. Sinto uma mão apertar a minha, olho para o lado e vejo uma única lágrima no rosto de Riley. Aperto sua mão de volta e a abraço de leve.

– Vamos conseguir. - Sussurro em seu ouvido.

– Eu sei que vamos, Lucy. Eu sei. - Ela responde, depois se afasta e olha para a mestra. - Quando posso começar a treinar?

Sorrio para ela, Emily nunca diria uma coisas dessas. Talvez eu goste mais dessa nova Emily do que da antiga. Talvez...


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Notas finais do capítulo

YEY! Estamos de volta com a Riley! Vamos ver onde essa história vai parar! XD



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