Doce Amor escrita por Poison


Capítulo 1
Agridoce


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem :3



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Hinata engoliu uma colherada do enorme sunday à sua frente e encarou o nada. Com frequência ia àquela sorveteria, na parte sul da cidade, e pedia o de sempre. Sorvete de creme com pedaços de frutas vermelhas e cobertura de caramelo.

Outra colherada. Bufou desapontada.

Em cada canto da sorveteria branca e vermelha havia casais. Casais de diversas idades. Entretanto, os que a mais irritava eram os felizes.

Vocês sabem quais casais! Aqueles casais que se dão comida na boca em meio a beijos. Aqueles que ficam se encarando com aquele olhar apaixonado sem dizer uma palavra, como “o olhar diz tudo”. Aqueles que gostam de deixar claro ao mundo que se amam e estão contentes e te causam diabetes.

Outra colherada.

Encarou sua camiseta branca e xingou mentalmente, pois havia derramado calda de caramelo.

— Aqui está sua coca-cola e chantilly extra, senhorita! — Respondeu o garçom, se aproximando com o pedido. — Gostaria de mais alguma coisa?

Hinata olhou para o funcionário e seus olhos dilataram. O rapaz alto de olhos ônix e cabelos negros cingia a camiseta preta do uniforme, escondendo parte de sua musculatura, com uma calça jeans escura.

Deve ter ficado olhando para ele com cara de boba por alguns longos segundos, quando ele quebrou o silêncio.

— Está babando? — Ele questionou segurando a risada e apertando o bloco e a caneta com força. Hinata logo levou as mãos à boca, com olhar assustado. Não estava de boca aberta. Ele alargou o sorriso e apontou para ela. — Sua camiseta, você se sujou de calda. — Ele disse encarando a mancha fixamente.

Hinata se olhou e mordeu a boca.

— Oh! — Ela soltou já se arrependendo. Era tudo o que conseguia falar? — Eu tinha acabado de ver quando você chegou. — Ela respondeu tentando consertar a situação embaraçosa que havia se colocado.

Ele a olhava com graça. Como se ela fosse uma criança boba e engraçada, que estava ali para entretê-lo naquela tarde chata de trabalho.

— Gostaria de se limpar? — Ele questionou, fazendo-a franzir o cenho. — Quero dizer... Há um banheiro de funcionários, com uns sabonetes bem melhores do que os de clientes! — Ele disse apontando para o local.

Hinata olhou para onde o rapaz apontava. Um corredor iluminado. Um lindo corredor amigável e iluminado. Não viu mal algum nele e deu de ombros.

— Se não lhe causar problemas... — Ela disse baixo, arrancando um sorriso dele.

— Por aqui, por favor! — Ele disse fazendo uma reverência exagerada que a fez segurar o riso.

O que exatamente ela estava fazendo? Não sabia. Entretanto, gostava do rumo que as coisas estavam tomando.

Ao chegar ao recinto caminhou até a pia e se apoiou nela, se olhando no espelho.

Seus cabelos negros azulados e extremamente lisos estavam soltos batendo abaixo dos seios. Seus olhos perolados estavam opacos e sua boca vermelha fazia contraste com sua pele muito branca.

Olhou a mancha marrom em seu colo e bufou.

O rapaz estava apoiado na porta, quando foi surpreendido com a voz da moça.

— Poderia se virar, por favor? — Ela pediu mirando-o pelo espelho. — Precisarei tirar a camiseta.

Ele deve ter aberto e fechado a boca umas quatro vezes, para, depois dos mais longos 7 segundos de sua vida, soltar um “sim, claro” e virar-se rapidamente, e sem jeito.

Ela estava ensaboando a parte manchada, quando o garçom, enfim, resolveu falar algo, tentando quebrar o clima constrangedor.

— Quer dizer que a moça vai me trazer para um banheiro, tirar a blusa e nem me dará a honra de saber seu nome? — Ele questionou risonho.

Ela mordeu a bochecha.

— Quem me trouxe aqui foi você! — Ela respondeu enxaguando a parte ensaboada.

— Ora, poupe-me dos detalhes sórdidos! — Ele disse. — Vamos... só um nome!

A moça então vestiu a blusa e soltou um muxoxo baixo.

— Hinata. — Ela disse se analisando. — Meu nome é Hyuuga Hinata.

— Permissão para virar-me, senhorita Hinata da baba de caramelo? — Ele questionou fazendo-a revirar os olhos.

— Permissão mais ou menos concedida, senhor Sou Engraçado. — Ela respondeu irônica, enquanto ele se virava.

— Isso magoa... Oh! — Ele soltou a exclamação. A face de Hinata chegou aos sete tons de vermelho, em apenas três segundos.

Sua camiseta branca estava transparente deixando amostra seu sutiã branco de bolinhas pretas.

— Acho que era preferível ter deixado a calda... — Ela disse entortando a boca de forma adorável.

— Eu gostei assim, se quer saber! — Ele respondeu com um sorriso safado, o que a fez se cobrir instantaneamente, encarando-o brava. — Ok, desculpe! Piada ruim! — Ele respondeu sem graça e se amaldiçoando. — Espere um segundo! — Ele falou espontâneo e seguindo até os armários.

Certo, para onde ele estava indo? — Hinata pensou assombrada e o rapaz logo voltou com uma jaqueta de moletom cinza. A menina sorriu.

— Isso é útil! — Ela respondeu segurando a vestimenta com cuidado e sentindo o perfume fresco que exalava. — Mas não paro de pensar em algo! — Ela disse colocando a jaqueta.

— E o que seria? — Ele perguntou fazendo um bico engraçado.

— O senhor me traz para um banheiro, me faz tirar a blusa, me empresta a sua e nem me dá a honra de saber seu nome? — Ela perguntou arqueando uma sobrancelha.

— Quem tirou a blusa por pura e espontânea vontade foi você! — Acusou-a, se divertindo da situação.

Ora, poupe-me dos detalhes sórdidos! — Ela respondeu empinando o nariz.

— A mocinha se acha engraçada? — Questionou prensando-a contra a parede. Suas respirações se cruzaram...

— A graça em pessoa! — Ela respondeu, enquanto sentia o corpo do rapaz grudado ao seu. Sua respiração vacilou com a proximidade...

— E o que eu ganho por dizer meu nome? — Ele perguntou já com a testa grudada na dela.

— O prazer de me acompanhar até em casa! — Ela respondeu com seu hálito de mel. Ele estremeceu...

Logo se afastou, ficando há um metro de distância dela, deixando-a atordoada.

— Meu nome é Sasuke. Uchiha Sasuke. — Ele respondeu em uma pose ensaiada. — E saio daqui à uma hora. — Ele respondeu sorrindo torto.

— Será um prazer desfrutar de sua companhia, Sasuke-kun! — Ela disse com uma reverência bailada e seguiu rumo à porta, sendo seguida.

Ao sentar-se à mesa, o ambiente parecia outro. Mais leve, quem sabe? Olhou seu sorvete semiderretido. Sua coca-cola fechada e seu chantillyentocado. Torceu o nariz.

— Garçom! — Ela chamou com um ar hilário esperando o rapaz se aproximar.

— Pensei que havíamos terminado com as formalidades, Hinata-chan! — Ele disse com as mãos em suas costas e curvando-se em direção a ela, sendo ignorado.

— Poderia trocar os meus dois últimos pedidos por um suco de limão sem açúcar, por favor?

— Ela perguntou encarando-o com olhos brilhantes.

Ele franziu o cenho recolhendo os pedidos.

— E por que a mudança repentina? — Perguntou. Ela deu de ombros.

Olhou em volta e o carinho entre os casais não mais a enojava ou causava náuseas.

— Acredito que apenas tenha encontrado minha própria doçura. Não necessitando mais dessas fontes suicidas de açúcar. — Ela respondeu aérea.

— E o que isso significa? — Ele questionou interessado.

— Significa que eu finalmente me tornei agridoce!

E sem dizer mais nada, ele foi preparar o suco pensando na garota mais excêntrica e bela que estava usando sua jaqueta, sentada à mesa sete.

A mesma garota que preencheria seus dias a partir dali.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem comentários! Beijos e cheiros ;*



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