Believe in Yourself escrita por Murasaki


Capítulo 32
Epílogo: Outra História




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...

— Está pensando no quê? – Blaze ouve a voz de Silver. Ela esteve sozinha por bastante tempo, olhando o horizonte.

— Na conversa que eu e Cream tivemos ontem. Eu me senti muito mal depois que soube que a tinha machucado, sabe. Mas ela se mostrou tão madura a respeito que me percebi na quantidade de tempo que não nos víamos nem nos falávamos... - A felina pareceu orgulhosa. Continuou - Ainda assim, ela continua a me chamar de Sra. Blaze.

Silver ri e depois assume um tom um pouco sério.

— Já disse, você não teve culpa. Foram as circunstâncias. Pior seria se estivesse no meu lugar o no de Lumina. Ela sim está muito traumatizada em saber que estava sendo uma marionete nas mãos de Pyro. E ela... bom, ela matou mais pessoas do que eu. – Silver teve dificuldade em articular a última frase.

— Eu sei. Mas pelo menos no seu caso, eram vândalos. Pra mim, moralmente isso tem um peso menor que bater em uma criança que é sua amiga. - disse ela. - Mas tem razão. Lumina irá carregar essas marcas pelo resto da vida. Quake conversou com Tails na possibilidade de deixa-la viajar conosco, pelo menos até encontrar todos os que sofreram com perdas das mãos dela e recompensá-los. – Ela ri. – Ele é daqueles que acha que dinheiro é tudo.

— Mas será bom pra ela. Sabe, esquecer tudo isso por um tempo.

— É, isso é verdade. Ela está disposta a viajar conosco e encontrar um lugar onde possa ajudar e ser útil. Achei muito bonito da parte dela e desejo toda a sorte.

— Verdade. – Silver senta-se ao lado de Blaze, que antes apreciava a solidão sentada em uma pedra com aparência de mármore e agora desfrutava de sua companhia preferida. - E aí? Quando voltamos?

A felina suspira.

— Tails disse que não são muitos os que querem desbravar o universo à procura de planetas que talvez já nem existam. Então depois de amanhã, logo cedo, sairemos, apesar de que temos que primeiro deixa-los e depois retornar ao eixo para irmos a Denfire. Mas de qualquer forma, preciso voltar para o meu canto para descansar, colocar as ideias no lugar.

—Sozinha? – Silver sussurrou.

Blaze olhou para o ouriço com uma expressão amável e depois se aninha em seu colo, e ele a envolve em seus braços. O que estava acontecendo entre eles já não era amizade. Estavam juntos há alguns meses, e não escondiam isso de ninguém.

—Claro que não. Você vem comigo. Vamos enfrentar esse bicho que você tem aí na sua cabeça juntos até o fim.

A felina fez uma pausa longa enquanto apreciava o vento em seu rosto. Algum tempo depois, murmurinhou algo.

— O que foi? – Perguntou o ouriço.

— É que eu não consigo parar de me perguntar se a tragédia em minha aldeia quando eu era pequena também não tenha sido por causa de Pyro. Ou sei lá, pode ser só coisa da minha cabeça e tudo não passou de outra história. É como se ele, de alguma forma, estivesse envolvido em todas as tragédias do mundo.

Silver deixou as palavras da felina serem levadas pelo vento e mais uma vez o doce silêncio sereno se abrigou entre eles. Silver afagava Blaze carinhosamente e ela deixou a tensão se esvair. Então, após alguns minutos, o ouriço prateado limpa a garganta e diz:

— Blaze, eu estive conversando com Tikal sobre você, sabe. A alma protetora do seu planeta é o seu pai, creio que você já sabe disso.

— Sim. - Ela respondeu, um pouco na defensiva.

— Mas você e eu sabemos que você sempre foi teimosa em abrir o seu coração e se abrir pra qualquer pessoa. Eu sei que é difícil, mas tudo que ele sempre quis foi conversar. Eu só acho que você um dia terá que simplesmente deixar as coisas acontecerem naturalmente.

Blaze arqueja e diz:

— Silver, faz tanto tempo que eu nem lembro mais o rosto dele, quanto mais sua voz. – Mentia, pois lembrava detalhes sucintos de Volcano. – Eu não falei com ele porque...

Ele a interrompeu antes que ela continuasse:

— Eu não tô falando disso. Estou falando sobre você. Sobre libertar todo esse fardo que você tem carregado desde a chacina em sua família. Não foi sua culpa, você sabe disso. Quanto ao seu pai, isso virá naturalmente. As almas protetoras que foram mortas não são mais que lembranças para os guardiões. E você não as deixa sair da gaiola. 

A tensão retornou ao corpo de Blaze e ela não sabia como responder. Silver já previa isso.

— Não quero que você se sinta forçada. Eu só quero que você pense a respeito disso, está bem?

A felina ficou em silêncio por alguns segundos.

— Tudo bem.

— Certo. – o ouriço levanta-se. – Eu preciso ajudar lá na casa de Vanilla a... você sabe... “mover objetos”.

— Eu sei – Blaze ri. – Daqui a pouco vou lá também.

Silver se retira e deixa a gata lilás só. O passado de Blaze é reproduzido em sua mente como um filme ruim que não queria lembrar. O trauma da perda ainda parecia recente para sua mente e após as últimas experiências ela não gostaria de sofrer tudo de novo, mesmo em pensamento.

— Talvez um dia eu consiga tirar todas essas marcas do passado de mim. Talvez.

...

— E aí, cabeção? – Knuckles ouviu uma voz, inclinou a cabeça e viu Rouge com as mãos acariciando a Esmeralda Mestre.

— Quantas vezes – Disse ele, quase rindo. – eu já lhe falei para não colocar suas mãos aí, sua ladra?

— Ah, dá um desconto, vai? Estava com saudades. – Falou Rouge ainda afagando a esmeralda sugestivamente. A última frase confundiu Knuckles, que mesmo muitas vezes fazendo o papel de bobo, mas entendeu o duplo sentido. – A quem ela se refere? A esmeralda ou a mim?

— Onde está Shadow? – O equidna mudou de assunto antes de ficar mais vermelho ainda.

— Está com Tikal. Sempre que ela aparece ele faz questão de vê-la. É um dilema na vida dele.

— Mais um? – Riu Knuckles secamente.

Rouge sorriu como resposta. Depois, foi até Knuckles, sentou-se ao lado dele e olhou firmemente para o equidna.

— O que foi?

— Nada. Só estou observando essa sua pose de bancar o durão. O que é que você têm?

— Hum. – Ele não poupou o desconforto. - Há muitos estranhos na ilha, e eu não gosto disso.

— É por causa da Esmeralda?

Knuckles suspira.

— Por mais que seja minha missão, meu chamado... Não sei, eu só sinto como se estivesse perdendo minha liberdade aqui. Eu tenho a alma de caçador de tesouros. De sair por aí e simplesmente caminhar sem olhar para trás.

Rouge responde sem olhá-lo nos olhos.

— Às vezes me sinto assim também. Apesar de ter todo o dinheiro que gostaria de ter e jóias, quer dizer, não todas... – riu ela, olhando com insiuação para a grande esmeralda atrás. – Mas ser regrada às vezes é chato, sabe. É incômodo não ter total liberdade sobre meus passos e ficar refém do governo. Mas não sei se estou disposta a abandonar isso em troca do desconhecido. Você está?

Knuckles hesita.

— Não.

Silêncio fez-se presente.

— Parece que nossos sonhos são parecidos, vermelhinho.

— Não seja ridícula. – Disse Knuckles balançando a cabeça negativamente e rindo. Rouge então encosta a cabeça no ombro do equidna, e ele não faz menção de tirá-la de lá.

...

A multidão, aos poucos, se desfez em pequenos grupos. Havia quem quisesse sair sozinho explorando o planeta novo, as matas e belezas tecnológicas. Para outros que desejavam apenas voltar para o desconhecido, um bom descanso antes da viagem era mais conveniente.

Vanilla havia convidado todos para um jantar em sua casa. Tails foi o primeiro a se animar e convidar os poucos amigos novos que tinha feito desde que a batalha terminou. Havia tantas criaturas de espécies diferentes e o raposo não iria perder a oportunidade de dividir experiências.

— Amy, você não vem? – Pergunta Cream para Amy, que sentada nas escadas do altar observava o luar.

— Hmm... Agora não, Cream – Respondeu suavemente – Mas fique tranquila, vou aparecer lá daqui a pouco.

— Certo. Não demore muito. Tails disse que ia me ensinar a fazer malabarismo.

Amy riu com a ideia de ver Tails fazendo malabarismos.

Cream a deixa só, e a ouriça continuou a vislumbar o horizonte. Até que percebe uma figura se movendo rapidamente e entrando na mata virgem.

Sonic.

Amy levanta com um salto. Não havia conversado de fato com Sonic desde a batalha. E ela realmente precisava desse encontro. Pela direção, ele só poderia estar indo para um lugar. O mesmo lugar onde ele costumava ficar quando queria pensar e observar ‘a grandeza do mundo’, segundo ele.

Na beira do penhasco.

Sabia muito bem onde ficava, mas se quisesse encontra-lo teria que correr.

Amy atravessou a ponte em uma velocidade considerável. Vinha desenvolvendo essa habilidade há um tempo, e já conseguia fazer intervalos notáveis. Com a mochila ainda nas costas, ela adentrou a mata, ofegante, porém firme. Com respiração regular, levou sua mão à galhos e cipós que atrapalhavam seu caminho. Sua mente a transportou para aquele dia em que o esperou voltar por tempo demais do mundo dos humanos.

No mesmo dia em que ganhei a rosa dele. - Pensou. Naquele dia, estava aborrecida e afligida, pois sentia sua falta. Cada minuto sem vê-lo era uma tortura.

De volta à realidade, a ouriça, que vinha mantendo o ritmo intenso, olhou para o chão e viu algumas pegadas. Eram pegadas de Sonic, ela as conhecia muito bem – o que era estranho, pois quando está em alta velocidade quase não deixa pegadas tão evidentes.

Ele esteve andando, não correndo. - Entendeu.

Seguiu-as. A ansiedade por vê-lo era absurda. E o que mais cortava o coração é que por muito tempo seu amor se provou cego. Antes, tinha absoluta certeza que era um sentimento recíproco. Mas hoje, depois de tanta espera, metade dela acreditava que tudo não passava de um amor platônico.

Então ela o viu. Sonic estava sentado. Já era um sinal de que as coisas não estavam bem para ele. Ele costumava ficar em pé com os braços cruzados. Amy afastou o último galho e fez um barulho de folhas se agitando. Sonic inclinou-se e ao vê-la, deu-lhe um sorriso cansado. Ela devolveu-o e a passos lentos se aproximou, embora sua respiração fosse ofegante e a adrenalina ainda corresse por suas veias.

— Tudo bem, Amy?

Ela diminuiu o ritmo dos passos.

— Sim. Mas parece que você não está.

Sonic não respondeu. Amy chegou mais perto e sentou-se ao seu lado. O suor que já havia liberado no calor da corrida, agora lhe causava frio. Mas não ligava muito para aquela sensação. Ao chegar mais perto, viu de perto a expressão abatida no ouriço azulado e no canto de seu rosto, em uma parte remota, um caminho traçado por uma lágrima que não estava mais lá, mas ela ainda não se atreveu a perguntar.

Amy não dizia nada, apestas continuava fitando-o. Até que ele quebrou o silêncio:

— A cena se repetiu né? Você correndo pra me encontrar. – Sonic olhava para os próprios pés à beira do abismo.

— Sim – Amy riu com a lembrança que ainda se mantinha vívida. – Mas a diferença de tempo foi um pouco maior.

— Verdade.

Eles ficaram calados por muito tempo. Mas após tanto silêncio e constrangimento, a ouriça não aguentava mais. Aos poucos reuniu coragem e perguntou:

— O que houve, Sonic? Você está estranho desde que tudo acabou. Não te reconheço mais. Está tudo acabado, Pyro se foi, você salvou o mundo de novo e tudo voltou ao normal. – Disse, apesar de ela mesma não conseguir acreditar na veracidade de algumas dessas palavras.

— Nós salvamos – Rebateu ele com um sorriso que se desfez segundos depois. – Sabe, estive pensando em tudo que aconteceu, nas coisas que vi. Não vejo o mundo com os mesmos olhos. Me lembro como ontem quando Pyro me disse umas coisas, sabe. Me falou de coisas que somente eu sabia. Coisas que eram e são verdades.

— Como o que?

Sonic vira o rosto e olha para Amy.

— Sobre mim e também sobre vocês. Sobre eu ser egoísta e...

— Sonic! – Interrompeu ela – Como pôde acreditar numa coisa dessas?! Ele tentou te manipular!

— Amy, – A voz de Sonic permanecia baixa. – Mesmo que eu salve cada um de vocês um milhão de vezes, jamais irei conseguir livrá-los completamente do mal. Eu sou o problema.

— Sonic. Mesmo que você tente, jamais irá livrar seus amigos do mal totalmente. Principalmente de Tails e de mim já que agora nós três temos uma ligação que nem nós mesmos conhecemos direito. Nós escolhemos estar perto de você... Eu escolhi estar perto de você e se você continuar sofrendo por causa da nossa segurança, vai sofrer pra sempre. Porque jamais te abandonarei. Jamais.

O ouriço fitou Amy e seus olhos estavam carregados como nuvens negras prestes a chover. Mas ela se continha. Amy sorriu:

— Quero te dar uma coisa – Ela pegou a mochila que havia deixado de lado alguns minutos atrás. – Naquele dia em que voltamos do mundo dos humanos, em que eu o esperei por dias, você me deu um presente. – Ela tirou o recipiente de vidro da mochila. Com cuidado, abriu e revelou a primeira rosa, a sua rosa.

— Você ainda a tem? - ele pareceu surpreso.

— Sim. Ela fica em meu criado mudo e todos os dias. Eu olho para ela e vejo o nosso passado. Desde aquele dia em que você me salvou das garras de Metal Sonic. Mas hoje, eu quero te dar isso.

Amy tirou do recipiente a segunda rosa. A rosa lilás. Quando estava dentro do vidro um pouco fosco, não parecia especial. Mas assim que entrou em contato direto com a lua branca, um brilho sobrenatural envolveu a flor. Ela cintilava e seu brilho aparentava ser meio dourado. Sonic, boquiaberto, segurou a rosa com cuidado.

— A-amy. Obrigado...

Ela sorriu timidamente. Então, a barreira que existia entre os dois ouriços, foi deixando de existir aos poucos. Sonic se aproximou de Amy, segurou seu rosto com delicadeza e levou seus lábios aos lábios dela. Dois corações ritmados em alta intensidade e unidos em um sentimento puro e inocente. Para Amy era tudo tão inacreditável que ela já não sabia o que pensar ou dizer. Ela apenas sentia. Aproveitava cada segundo. Segundos que foram poucos, já que ele se afastou.

A ouriça sempre sonhara com esse momento, imaginara mil formas de como fazer acontecer, como também o que faria depois. Mas agora só o que ela conseguia fazer era olhar timidamente para ele. Sonic também lhe parecia desnorteado. Mas agora ela tinha certeza de que não era tempo de recuar:

— Eu te amo.

Amy sentiu que Sonic estava querendo dizer algo, mas hesitara. Em vez disso, olhou-a amável. Deu um suspiro leve e pesado.

— Eu ainda não consigo dizer “eu te amo” para você. Preciso lhe provar.

— Não, Sonic. Você não precisa me provar mais nada. Tudo já é suficiente.

Amy aninhou-se no ombro de seu amante e sentiu sua mão ser envolvida. Permaneceram assim por segundos, minutos, ou horas, não souberam ao certo. Até que Sonic quebrou o silêncio:

— Você não tem ideia de como eu senti falta de tudo isso. De como me senti fraco sem tudo o que eu havia conquistado. Pensei que nunca mais fosse ver esse luar... Mas olha eu aqui. E olha para você. Tão mudada, tão diferente.

Amy sentiu seu coração revirar. Apesar de tudo, ele percebeu.

— Mas sabe, Amy, eu sinto falta de como você gritava meu nome daquele jeito.

Amy riu sonoramente e gritou:

— Sonikku!

Os dois deram boas gargalhadas até a barriga doer. Então a ouriça se lembrou:

— Temos que ir. Prometi a Cream que voltaria.

— Verdade. Vamos.

Levantaram-se, sacodiram a poeira e deram as mãos. Apreciaram uma última vez aquela linda paisagem noturna. Até que em meio aos sons da noite, a voz de Sonic foi ouvida:

— Eu te amo.

Amy estava feliz e não se importava com o amanhã, nem com o que iria acontecer. Apenas olhou o seu amado e deu-lhe mais um beijo, curto desta vez. E depois, andando de mãos dadas, saíram pela floresta. Somente ela, ele, a lua, as estrelas e as rosas eram testemunhas de tudo que havia acontecido ali.

...

Meses depois.

Era mais uma madrugada tranquila e silenciosa em Station Square. Havia chuva e alguns raros tons de melancolia.

Amy estava em seu apartamento e pela janela avistava as luzes da cidade que nunca dormia. Balançava a perna com avidez, o que mostrava que a impaciência já era sua companheira.

Olhou para o dispositivo no seu braço em busca do relógio pela décima vez em meia hora. Depois, apenas para passar o tempo, abriu a caixa de mensagens e leu-as rapidamente. A grande maioria, nos últimos meses vinha de Brine – ela costumava mandá-las com muita frequência. Agora ela morava com a tia e estava ainda no período de adaptação com sua nova família. Já ia à escola e ajudava o primo mais velho a dar conta da loja. Ela descrevia os seus dias, e Amy sempre respondia, aconselhando-a.

Paralelamente, a lobinha procurava desenvolver os poderes herdados de sua mãe e estava se saindo muito bem, pois tinha a ajuda de sua melhor amiga: Lumina. Mesmo após um tempo de dor e sofrimento, Brine havia conseguido superar a imagem da presença má que habitava em Lumina e abraçar a dócil e meiga raposa, futura guardiã de Lively. – Treinam juntas e certamente se aperfeiçoam bastante. Não vou me admirar se, no futuro, elas se tornarem muito poderosas.

Um toque deslizante, e Amy passou para a última mensagem. Era de Tails:

“Encontrei uma pista. Fiz umas pesquisas em uns arquivos antigos e descobri que existe uma ilha no segundo continente que dizem ser onde possivelmente começou a Tribo Hedgehog. Lá tem um templo bastante antigo. Vamos? Passo aí depois de amanhã às cinco da manhã.

Abraço!

Tails”

Amy e Tails vinham pesquisando sobre suas raízes há algum tempo. Tentaram muitas coisas, pediram algumas informações a Tikal, mas nada com muito sucesso. No entanto, não estavam nem um pouco dispostos a desistir.

A ouriça que acabou por se perder em seus pensamentos ouviu um barulho de motor se aproximar. Olhou pela janela e viu o amigo raposo acenando dentro do avião. Ela abriu a janela e falou:

— Atrasadíssimo.

— Seu namoradinho passou a noite no meu laboratório, e demoramos a dormir, jogando videogame.

— Ele não é meu namorado, Tails. – Amy revirou os olhos e tentou fazer uma cara séria em protesto. Contudo, ela sabia que não conseguiria enganar o melhor amigo de Sonic. Apesar dos ocasionais encontros, o casal de ouriços se esforçava pra manter tudo em segredo a fim de que tudo permanecesse como antes. 

— Sei... – Tails apertou os olhos. – Mas, enfim, não foi difícil sair sem que ele percebesse. E, pra falar a verdade, duvido que ele acorde antes de voltarmos. Não até que todos os chili dogs estejam digeridos.

Ambos riram. Tails continuou:

— E aí? Pronta pra mergulhar no passado mais uma vez?

— Mais do que já estou? Impossível!

— Então, vamos lá!

Amy fechou a janela de sua casa por fora, pulou no assento traseiro do avião, e descansou sua mochila ao lado da cadeira.

Tails acelerou aos poucos, até alcançar uma velocidade suavemente considerável. A ouriça ainda estava meio sonolenta, mas procurou manter os olhos bem abertos. Mas ela não conseguiria dormir de qualquer forma, pois a mistura de cores assumidas na chegada da aurora começava a acontecer lá fora. O mundo dos sonhos não lhe parecia atrativo diante do céu verdadeiro e das possibilidades infinitas e descobertas de si mesma que poderia encontrar naquela jornada.

Talvez fosse outra grande história que mudasse tudo. Ou talvez fosse nada além de ecos, poeira e retalhos.

Mas Amy e Tails acreditavam na primeira opção. E iriam sempre acreditar. Sempre.

FIM


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