Cena Um escrita por Amidala


Capítulo 1
E isso é só o começo.


Notas iniciais do capítulo

Me sinto falando com o nada. Em contrapartida, boa leitura!



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Audrey

— De acordo? – pergunta Quinn, a presidente do clube de música.

Todos concordam. E eu continuo desenhando em meu caderno, tendo consciência de que não havia escutado nada, mas não dando a mínima se aquilo iria me custar caro.
Ouço, vulgo: ignoro, aquela voz surpreendentemente fina murmurar coisas insignificantes.

Até ouvir meu nome.

Conto até dez, balanço minha cabeça ao som da música que sai de meus fones, faço mais alguns rabiscos e novamente.Tento enxergar através de minha franja, e só consigo ver Quinn se debruçando na mesa do Conselho enquanto pergunta algo sobre palhetas. Nesse meio tempo , Chloe tenta, de um modo desastrado, anotar tudo que é dito. Sorrio sem notar.

— Por acaso é surda? – grita James, do outro lado da sala. Sinto pena da pobre alma com quem ele fala.

—Audrey?! – completa.

Esse sem noção não pode estar falando comigo. Ergo a sobrancelha.

— Não, infelizmente minha audição é ótima. Mas preferia que não fosse. Até porque, ninguém é obrigado a ouvir sua voz em plena manhã de quarta.

Ele engole em seco e me diz que devo ir alugar, em conjunto ao Harold, o auditório para nosso próximo evento. Me levanto pesadamente e puxo o magrelo, que olha brilhando para nossas mãos encostadas.

— Vai sonhando, amiguinho. – digo, o puxando em direção ao corredor.

Até que eu esbarro em alguém. Grito um "olha por onde anda" e viro para ver quem foi o babaca.

— Eu até te bateria se você não estivesse com uma blusa do Green Day.

Ele revira os olhos.

— Sinto-me honrado. – ironiza o menino, que porta moicano e olhos verdes.

Me oferece ajuda com a mão, que eu recuso, e quando se levanta, diz.

— Prazer em te conhecer, madame. – ele esfrega a palma no meu ombro e me fita com os olhos. – Meu nome é Duncan.

Dou de ombros e digo o meu.

Harold pigarreia, interrompendo.

— Ahn, temos que ir para diretoria.

O menino põe a mão na testa, num cumprimento rápido e continua andando. Até que encontra um moreno, faz um aperto de mão estranho, e aponta para mim, sem se preocupar em ser discreto.

Vou andando em sua direção e esboço algo como "que porra é essa?".

— O que foi? – faz-se de surpreso – Só estava dizendo ao meu amigão aqui o quão adorável a menina que acabei de conhecer é.

— Pelo jeito você não curte muito suas bolas.

— Simpática também. – dá um sorrisão, daqueles contagiantes e cheios de dentes. – Audrey, Sam. Sam, Audrey.

O menino dá um aceno tímido, e afirma ser um estudante transferido da Inglaterra.

Eu gelo, enquanto aquele piercing no canto da boca se movimenta devagar, e uma voz meio rouca solta um risinho, que logo é tapado por uma mão com tatuagens um tanto contraditórias.

— Por que uma rosa? – pergunto, sem perceber.

— Por que não? – abre seu melhor sorriso.

— Eu gostei. – faço o mesmo.

Duncan fica nos encarando com os olhos arregalados e Harold solta um gemido, até que ouço:

— O QUE É QUE VOCÊS AINDA ESTÃO FAZENDO AQUI?

— Merda. – sussurro para mim mesma.

Os garotos perguntam o que houve, e eu explico que tenho que correr antes que o James me mate.

Esse capítulo da minha vida acaba, então, com a cena linda de um loiro esquentadinho correndo atrás de um nerd sardento e uma menina de cabelo verde em direção à diretoria, enquanto um britânico branquelo e um gótico simpático não entendem nada.

E isso é só o começo.


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Notas finais do capítulo

Este capítulo foi bem curto, pretendo aumentar gradativamente.
Espero que tenham gostado!
Beijos, Darla~