Último Resquício de Amor(Quebre as correntes) escrita por Somniator92


Capítulo 18
Sonho Amarelo, Realidade Laranja




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Hanna jaz num posição de quem teve um ótimo sono. E de fato teve. Hanna sempre preferiu camas de casal: são adequadas à sua preguiça e gosto por espaço. E no espaço estão seus devaneios. Não sabe se aquilo foi real. Mas o que foi aquilo? Olha a seu lado na cama e como se ninguém esteve ali, só uma bagunça na cama de quem teve umas viradas no móvel. Corre à janela e vê ninguém, só uma jovem a meditar e fazer ioga. Com a mesma energia que segura a esquadria da janela cai ao chão deslizando contra a parede, a soltar um suspiro forte, aquele que enruga o queixo. Olha para o feixe de luz vindo da janela e para a varredura amarela que imprimia ao seu quarto e começa a ter devaneios. Breves logo longos. Aumentavam de intensidade assim como a intensidade da paixão nas cenas que se projetavam na parede de sua mente.

Se aquilo foi real ou não, é real o estalo que Hanna ouve no seu coração: ora, foi de paixão, ora foi de êxtase, de dúvida, de prazer, de dor. Ainda não veio o estalo da saudade.* Além desses estalos, Hanna se roja ao parque de sua imaginação. E ao parque terreno também. Real e Irreal, Sensível e Ideal: Platão. Hanna até que aprendeu algo nas aulas de Filosofia, apesar de estar de plantão em seus vagueios pela mente. Mais sensível seu coração podia estar mais que a joaninha laranja que Hanna viu sobre a folha de loureiro-da-montanha, símbolo do estado. Aria pegou da flor e se entregou ao carnaval de perfumes do parque. Aria adorava jardins botânicos. Esse lado sempre coube a ela. Mas Hanna incorporou esse lado de Aria assim como a garota em seus pensamentos. Foi à sessão de flores tropicais. Amor tropical que fazia suar seu peito.

Aria começou a se entregar aos sonhos, deitada à relva. Suas pupilas dilataram, mas o brilho solar dos cabelos de Hanna por cima da garota fê-los retrair. Era o Sol na verdade a bater no seu semblante. Aria virou-se ao lado e começou a pensar novamente. Eram clarões vindos à mente, mas não estava claro. Claro que estava bêbada, por isso não sabia se aquilo foi real, mas excitante.

Hanna jorrou-se sobre Aria e seus cabelos varriam os ombros da pequena. Esta se entregou aos beijos apaixonados de Hanna. As duas apartaram o beijo e a Loira queria distinguir o sabor daquele brilho labial da moreninha, que, por seu turno, só queria saborear o licor natural da boca de Hanna, que só fazia crescer seu desejo. Aria puxou Hanna pelo pescoço e incumbiu-se de dar os beijos. Agarrou os seios da Hanna cuja beleza era um atributo de Hanna, que não tardou a corresponder a sugar o pescoço da pequena. Hanna voltou a beijá-la com força e Aria correspondeu proporcionalmente. As duas apartaram o beijo sem fôlego e Hanna estava inebriada com perfume de Aria enquanto esta se achava inebriada pelo álcool ainda, ou será pelo momento de amor?

Aria percebeu que fora realidade, pois só enxergava as curvas laranja, aspecto dado pela pouca luz, que vinha do poste. Curvas que se misturavam às trevas. E seu coração estava em escuridão, e logo se pôs a correr com expressão de agonia. Algumas lágrimas apagaram o fogo daquelas imaginações.

Os poemas de Aria ardiam como incenso, podia ser um sacrifício à deusa do Amor, mas a tenção de Hanna era raiva, queimou-os com seu cigarro.


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Notas finais do capítulo

*Referência à estória Beyond the Cracks, por SaphireWolf13, sita em:https://www.fanfiction.net/s/8499459/1/Beyond-The-Cracks. Recomendo a quem gosta de Haria/Arinna, mas é em inglês.



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