Último Resquício de Amor(Quebre as correntes) escrita por Somniator92


Capítulo 16
Cruz sem marcas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/586100/chapter/16

Meu ouvido afina-se

Ao canto das aves entrega-se

Mas a pele do meu coração,

Não

Não afina

Só percute

Naquele dia na escola resolveu não cumprimentar as meninas. Sentou-se quieta. Sentiu uma dor de cabeça intensa. Não conseguia atentar a aula. Prostrou-se. E nessa posição depois de uns vinte minutos olhou de rabo de olho uma menina de cabelos de castanho médio, Melody. Nunca tinha falado com ela, só um oi. Nunca notara os olhares dela para trás a ver o dorso de Hanna depois dos ocasionais encontros. Via que ela era bonita, uma beleza simples, porém chamativa. Ela só anotava no caderno como uma linda menina dedicada aos estudos.

No refeitório avistou-a. Hanna estava só como não era costume. Olhava e mexia a comida, olhando discretamente para Melody. Hanna criou coragem e foi a falar-lhe.

Aria não estava na aula. Estava no cais a tirar fotografias. À foto mais simples a brunette imprimia um significado e beleza individual. Aria depois de avistar uma nuvem de gaivotas, contempla a beleza daquele bando. E de repente aparece Hanna e toca-lhe a face e somente lhe abraça e vai embora. Aria se vê imersa na água. Estava inconsciente. Abre os olhos e está no hospital e vê as meninas. Não vê Hanna.

–Onde ela está?

–Está ali fora, já vem cá. – deduziu Spencer.

Hanna mete seu espírito na sala. Parecia um anjo com aqueles cachos dourados à luz forte do corredor. Hanna não percebeu que a pequena a olhava veemente. A loira somente olhou para o lado, levemente para baixo e alisava serenamente o braço com o polegar oposto.

–O que houve? - buscou Aria.

–Você estava a se afogar – explicou Hastings.

Emily só olhava na direção da cama, aquiescendo e expirando um ar de preocupação, imaginando o que poderia ter ocorrido. Hanna se aproximou timidamente ou com frieza, não se podiam deduzir seus pensamentos.

Aria, depois de manjar os biscoitos com gotas de chocolate que Emily servia depois de apanhar da mesa ao lado do leito, olhou para os lados pensativa e depois de um pouco mais de trinta minutos chamou à atenção das garotas:

–Vocês prometem nunca me abandonar? - sussurrou Aria esforçadamente e fitando os olhos na loira, que correspondia com um olhar mais não do jeito que Aria desejava.

Todas aquiesceram do seu jeito, Emily naturalmente “Mas é claro” alisando a bochecha da pequena, Spencer com um afirmativo firme e sonoro, Hanna, por sua vez, não deixou de responder, mas cheirava suas palavras um pouco de remorso.

Spencer quebrou o clima com uma descontração arrancando das meninas risadinhas afirmando que o salva-vidas era bonitão apesar de um pouco magro: parecia uma enguia ao nadar. O médico entrou só para dar umas explicações breves e os procedimentos ao acabar a internação.

–Já tá de olho nesse aí também, né? - brincou Hanna.

–Não, sorriu Spencer, mas levantando a mão à bochecha um pouco sem graça.

–Olha então ele é meu há há. – A isso Aria só fitou e olhou para baixo logo após. Emily só acompanhava com umas risadinhas. Esta convidou Hanna a ir fora.

As duas enrolaram os braços e acompanhavam alguns profissionais de saúde. Uns eram sérios, outros demonstravam aflição; outros ,mercê. Hanna observava isso e a bela tonalidade dos uniformes do Hospital St. Mark. Ao chegar à lanchonete do edifício, Hanna puxou o celular a acessar whatsapp. Enquanto isso Emily percorria o cardápio com seus olhos amendoados. Hanna já havia provado antes das sobremesas dali e queria novamente a musse de creme com goiaba e amêndoas. Depois de pedir e voltar os olhos à loira, Emily mordeu os lábios e olhou para baixo. Queria dizer algo à loira, mas esta estava a se distrair no aparelho móvel. Emily então abriu os lábios:

–Han.

–Hã? Oi...

A asiática molhou a garganta antes ao dizer:

–Eu ‘tô com problemas no meu relacionamento. – A isto Hanna só moveu os olhos rapidamente para a morena e voltou ao celular.

Emily pôs o nariz no ombro direito voltando a cabeça para trás, controlou a respiração e voltou:

–Hanna

–Fala

–Você não está prestando atenção

–Estou sim, pode falar.

–Eu e Kristen demos um tempo.

Hanna não atentou e a isto se irritou Em: “Hanna! Antes eu no real que seus amigos aí no virtual”

Hanna sentiu vergonha e remendou:

“Pode falar.”

“Já disse, eu dei um tempo com a Kristen.

–Hanna apresentou-se os sentimentos, um olhar de compaixão.

– É... Não sei o que dizer.

–Tudo bem, o que importa é que você está aqui – segurou a mão da Loira sobre a mesa metálica de cor mercúria.

– É uma cruz, mas você não tem marcas... – sibilou Hanna.

Emily não entendeu, levantou-se e se dirigiu ao banheiro na diagonal oposta. Olhava seu reflexo e via sua alma, estava triste. Mas se confortava por ajudar Aria naquele momento aflito. Ao voltar, notou que a loira não estava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!