O dia amanheceu bonito em Jump City. O céu estava limpo, o mar estava lindo, o clima agradável, com uma leve brisa para refrescar e um clima de paz. Na grande torre em formato de T, Mutano já estava acordado. Ele normalmente não acordava cedo. Normalmente era o último a acorda, mas hoje era um dia especial. Hoje era seu aniversário. O metamorfo estava feliz. Ele não comemorava o aniversário a muito tempo. Depois de tudo o que tinha acontecido com Ravena, Robin pediu para que todos contassem o dia que nasceram. Eles tinham comemorado a aniversario de todos, menos o dele que era hoje.

Robin fazia aniversário no começo do ano, dia 15 de janeiro. Estelar, na Terra, fazia aniversário 20 de maio. Cyborg dia 18 de agosto. E Ravena dia 16 de setembro. Já Mutano fazia dia 11 de novembro. Ele estava animado. Seus amigos não tinham falado nada sobre ser aniversario dele essa semana. Não tinham comentado nada mesmo, o que o fez acreditar que eles tinham preparado uma festa surpresa. Mutano levantou da cama e tomou um banho, depois saiu do quarto.

Os outros titãs já estavam acordados. Mutano sorriu ao vê-los na cozinha. Ele esperava que algum deles falassem alguma coisa sobre que dia era hoje.

– Bom dia. – ele disse sorrindo.

– Bom dia. – os outros responderam juntos.

Mutano preparou seu café e esperou que algum dos seus amigos fizessem alguma coisa, mas nada aconteceu. Eles continuaram seu café sem nem ao menos se importa. Mutano não ligou muito para isso. Ele estava feliz, Ravena disse que no aniversário dele, passaria algumas horas com ele. Sem xingar e eles poderiam conversar como bons amigos. Ele terminou o café e foi para a sala. Ravena e os outros terminaram pouco tempo depois.

– Bom, vou para meu quarto. – Ravena disse indo para a porta. – Tenho muito o que fazer.

– Rae, a gente podemos conversa? Sabe, você me prometeu que poderíamos conversar hoje. Lembra? – Mutano disse chamando a atenção dos outros.

– Quando? Eu não me lembro disso, não.

– No seu aniversário. – ele disse abaixando um pouco as orelhas. – A alguns meses.

– Bom, eu acho que devo ter bebido mais do que devia. – ela disse indiferente. – Não me lembro e acho que só mesmo louca para te prometer isso.

– Mas hoje é...

– Hoje é um dia como outro qualquer, Mutano. – ela disse olhando para ele. – Eu tenho mais o que fazer. Tenho que arrumar meu quarto e lavar minha roupa.

Ela voltou a andar.

– Você não se lembra mesmo que dia é hoje? Não lembra do que me prometeu? – ele perguntou analisando o cheiro no ar.

Por causa do seus poderes ele podia senti o cheiro de quando alguém mentia. E não sentiu nada. Ela não se lembrava mesmo que dia era hoje. Aquilo doeu, doeu mais do que ele podia imaginar.

– Não. Não me lembro. – ela disse olhando para ele. Ela podia sentia a magoa que vinha dele.

– Algum de vocês lembra? – ele disse baixinho.

– Hoje é 11 de novembro. – Cyborg respondeu. – Uma segunda comum.

– Vocês esqueceram. – ele disse mais para ele do que para os outros. – Esqueceram mesmo.

– Esquecemos o que, amigo? – Estelar perguntou.

Mas já era tarde, Mutano já tinha corrido para fora da sala.

– Alguém sabe do que ele estava falando? – Robin perguntou olhando para os companheiros.

– Não. – eles negaram olhando para o porta.

Mutano estava sentado no chão no seu quarto. Ali, ele podia deixar que suas lágrimas tomasse conta dele. Ali ele podia deixa toda a sua tristeza sair. Ele ainda não acreditava que isso tinha acontecido. Ele tinha preparado para todos os amigos uma super festa. Tinha colocado tudo o que eles gostavam, tinha feito de tudo para eles terem um aniversário dos sonhos e feliz. E ele esqueceram do seu. Mutano deixou um soluço escapar. Ele sabia que não devia ter contado para eles, sabia que nunca deveria ter esperado uma festa. Ele não era ninguém para os amigos e devia saber disso.

– Mutano? – ele escutou a voz de Estelar do outro lado. – Podemos conversar? Quero saber o que fizemos para te deixar tão triste.

– Vai embora. – ele disse escondendo a cabeça entre os joelhos. – Apenas vá.

O metamorfo continuou o resto da manhã ali. Os outros também tinham tentando fazer com ele falasse o que de tão importante tinham esquecido, mas Mutano os mandava embora. O dia, para ele, tinha acabado. o metamorfo olhou para a foto de seus pais que ele deixava perto da cabeceira da cama. Ele se lembrou de como a mãe ficava animada em aniversario e em como ela sempre o acordava com beijos no seu rosto. Será que se ela estivesse viva ainda seria assim? Será que ela o beijaria pelo rosto todo enquanto falava que era o aniversário dele? Ele não se importaria com isso.

– O que eu faço? – ele perguntou olhando para a foto dos pais. – Me faço de forte mais uma vez? Conto para eles que dia é hoje? O que eu faço?

Mutano não esperava um resposta, eles nunca davam. Mas mesmo assim pulou quando o sinal tocou. Ele secou o rosto e foi para a sala. Todos os outros já estavam lá.

– Dr. Luz. – Robin disse. – Vai ser rápido.

Mutano saiu sem falar nada. Junto com os outros, foi até o centro da cidade. Ele não sabia por que tinha ido. Ravena podia cuidar do vilão sozinha, sem realmente precisar fazer nada, nem ninguém. Dr, Luz sorriu assim que os viu, mas seu sorriso morreu quando ele olhou para Ravena indo em direção a ele. Ela não saber o que tinha esquecido e o que tinha feito Mutano se sentir tão triste e deprimido, estava deixando ela louca de raiva. Ele largou as armas e se jogou no chão.

– Mutano. – disse uma menina que não tinha mais do que a idade dele correndo para o seu lado. – Vim assim que vi que ele estava atacando. Sabia que você estaria aqui.

Ela tinha um sorriso tão grande que quase rasgava a cara. Isso no opinião de Ravena.

– Eu queria te entregar isso pessoalmente. – ela disse estendendo uma caixa para ele. – Feliz aniversário.

– Obrigado. – ele disse pegando a caixa.

Ele estava quase se virando para ir para o carro quando ela o puxou de volta e o beijou. Não durou mais que dois segundos, mas foi o bastante para ele notar um carro explodindo perto deles.

De volta a torre, todos ainda estavam em silêncio. Eles viram a menina entregar algo para Mutano e o beija, mas não escutaram o que eles conversaram. Mutano tinha se trancado no quarto assim que colocou os pés na torre e não tinha mais saído de lá.

Ravena andava de um lado para o outro no seu quarto. Ela queria saber o que tinha esquecido. Mas nada lhe vinha a mente. Foi quando ela lembrou o que Mutano disse. “Vocês não lembram que dia é hoje?” Ela foi até sua cama e pegou sua aguenta. Assim que a abriu arregalou os olhos e saiu correndo do quarto. Ela tinha que fazer alguma coisa.

Mutano estava no seu quarto jogando uma bola na parede. Estelar e Cyborg tinham tentado falar com ele novamente, mas de nada adiantou. Ele não abriria a porta. Foi pensando nisso que ele escutou mais uma batida na porta.

– Vai embora, não quero ver ninguém.

– Mutano, me desculpa. – ele escutou a voz da Ravena. – Sinto muito por ter esquecido de seu aniversário. Eu me lembrei agora e quero me redimi. – ela disse o mais calma que podia. – Eu sai e comprei umas coisas. Podemos fazer o bolo e depois passar o resto da tarde juntos. Eu vou até jogar vídeo game com você se quiser. Mas, me dê uma chance.

Ela esperou, mas não teve resposta. Ravena estava quase indo embora quando a porta se abriu. Mutano olhou para ela por um bom tempo, antes de a abraça. Ela podia ter se esquecido de seu aniversário, mas fez de tudo para mudar isso.

– O que vamos fazer primeiro? – ele perguntou se afastando dela.

– O que você quiser. – ela disse olhando para ele. – Qualquer coisa.

– Qualquer coisa mesmo?

– Sim.

– E se eu pedisse para você dormi comigo, você dormiria?

– Dormi? – ela perguntou confusa, para corar logo em segui ao perceber o que ele queria dizer. – Si-sim.

– A culpa está assim tão grande?

– Nunca dormiria com você por culpa. – ela disse colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, sem jeito. – Dormiria com você por que assim desejo.

Mutano pensou um pouco naquilo. E então se inclinou sobre ela, a beijando. Ravena pareceu surpresa no começo, mais correspondeu.

– Vamos fazer o bolo. – ele disse quando eles se afastaram.

Fazer um bolo se mostrou uma tarefa difícil. Os dois comeram a brinca e o resultado foi que ambos estavam sujos com a massa.

– O que aconteceu aqui? – Cyborg perguntou entrando na cozinha.

– Uma guerra. – Ravena disse de mal humor. – Gar, o seu bolo de aniversário está todo em cima da gente.

– Bolo de que? – Cyborg disse com os olhos arregalados. – Eu não acredito que me esqueci disso.

– Todos esquecemos. – Ravena disse com raiva.

– Não faz mal. – Mutano disse. – Por que não limpamos isso, depois tomamos banho e depois vamos comer em algum lugar?

Enquanto os dois começaram a limpar, Cyborg saiu correndo da sala. Ele tinha que fazer alguma coisa.

Ravena e Mutano foram para o cinema no final das contas. Assim que o filme acabou, Ravena o levou para o parque. Cyborg disse para ela segurar ele fora, que ele e os outros fariam uma festa para o amigo. Até compra presente as presas Estelar foi.

– Vamos volta? – Mutano perguntou.

– Espera. – Ravena disse pegando a mão dele. – Eu falei sério quando disse que me entregaria a você, Gar. Sei que a gente estamos apenas ficando, e não evoluímos muito nisso. Mas me sinto pronta e quero que você seja aquele que me fará mulher.

– Tem certeza que é isso mesmo que você quer?

– Tenho. Não hoje, por que temos que tomar certas precações, mas em algum dia próximo. Sim, eu quero ser sua.

Mutano sorriu e a beijou. Os dois voltaram para a torre abraçados. Assim que eles colocaram os pés na sala, os outros gritaram surpresa. Não foi o aniversario que Mutano planejou. Mas foi melhor do que ele pode imaginar.