O Dia escrita por Gabs


Capítulo 1
Nunca


Notas iniciais do capítulo

Yo, minna! A criatividade bateu e aqui estou eu com uma one-shot Jerza. Qualquer erro gramatical, favor falar nos comentários. Minha primeira one-shot desse casal, portanto, me perdoem se tiver algum errinho.



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Quem diria que aquele momento chegaria. O momento que seu amado sairia da prisão. Depois de tanto tempo esperar, Erza quase tinha perdido as esperanças. Esperanças que eles poderiam se ver novamente. Após três anos de espera, ela o veria novamente.

Claro, isso não foi por acaso. Um mago que assumiu o Conselho Mágico - novamente reformado – sabia de tudo o que havia acontecido à Jellal. Desde sua traição ao Conselho como sua perda de memória e, obviamente, sua prisão. Também sabia dos fortes sentimentos que a Rainha das Fadas, Titânia, nutria por ele. E, como um amante incorrigível dos romances, ele não poderia deixar que ficassem separados. Não poderia deixar que tal atrocidade fosse deixada de lado.

Isso rendeu muitas discussões, debates e um longo processo até conseguir a liberação do rapaz. Há um ano e alguns meses ele já passava por tudo aquilo. Mas era tudo em nome do amor.

Quando a notícia que o ex-traidor havia sido dispensado de seus dias na prisão se espalhou, uma boa parcela de pessoas ficou revoltada e, ao mesmo tempo, assustada. Mas, pelas ordens do Presidente Anyum, o rapaz não provocaria mais nenhum mal à comunidade.

E pensar que praticamente todos sabiam de sua soltura, menos ele próprio. Jellal não sabia de nada de fora. Havia sido colocado numa prisão reforçada com magia e os guardas que zelavam por sua “segurança” não falavam nada além de leves cumprimentos quando chegavam para trocar de turno. Anyum fez questão de deixar que o preso ficasse alheio a tudo até o dia que fosse solto.

Obviamente a notícia chegou à Fairy Tail. Quando Levy chegou afobada correndo entre os parceiros de guilda até chegar à mesa de Natsu e seus companheiros, não houve dúvidas de que algo havia ocorrido.

Com a respiração descompassada, ela pôs-se a falar com Erza:

– Erza, você ficou sabendo dos rumores da cidade? – parou para procurar mais ar e continuou ao ver a negação de sua amiga. – Estão dizendo que o Presidente Anyum vai soltar Jellal.

O garfo da mão de Scarlet caiu ruidosamente no chão. Os olhos arregalados, a respiração acelerada e a descrença. Poderia ter ouvido o nome errado, certo? Poderia ser apenas um rumor que se espalhou pela cidade, certo? Poderia ser apenas uma brincadeira de mal gosto de alguém, certo?

Mas não era e ela sabia disso. Sabia que não inventariam isso a toa.

Estava alheia a tudo naquele momento. O pedaço de bolo estava praticamente intocado em sua mão bamba, ameaçava cair. Seus amigos chamavam por seu nome, mas ela não ouvia. Levy chegou a falar toda a notícia, mas ela não dava mais ouvidos à baixinha.

Com o coração batendo rapidamente, ela ergueu-se de sua cadeira, fazendo todos calarem-se rapidamente. Forçou a voz a não sair num fio:

– Levy, desde quando estão falando isso?

A azulada comprimiu os lábios e respondeu:

– Há uns três dias. Disseram que era hoje que ele seria solto. Está o maior tumulto nas ruas. – ela completou, sentando-se rapidamente ao lado de Gajeel, que permaneceu calado.

Erza permitiu-se pensar um pouco e logo decidiu-se. Iria falar com Presidente Anyum para saber se era verdade. Diante dos protestos e pedidos de seus amigos ela saiu da guilda apressadamente e permitiu que Mestre Makarov a leva-se ao Conselho.

Não permitiu o velho entrar na sala de reuniões, pediu que permanecesse fora enquanto ela esclarecia suas dúvidas. Pediu para que fosse anunciada e logo sua entrada foi concedida.

Ao se deparar com o Presidente, logo foi se apresentando e dizendo seus motivos para estar ali.

– Sou Erza Scarlet, da Fairy Tail. Preciso que me responda se o boato que o prisioneiro Jellal será libertado hoje é mentira ou é verdade.

Tentou parecer o mais calma possível, mas sua voz trêmula e rápida respiração a denunciavam.

O belo homem de revoltosos cabelos cinza e íris violeta soltou uma risada curta antes de aparatar para perto dela.

– Sim, é verdade. Conheço a longa história de vocês, muito bonita por sinal, e decidi que não faria ambos sofrerem pela idiotice e falta de coração do antigo encarregado do caso. Lahar não era muito bom com paixões, sabe.

Surpresa era pouco para definir o que Erza sentia. Um leve rubor apareceu em suas bochechas antes dela prosseguir a conversa.

– Mas faz três anos desde que Jellal foi preso, achei que o caso estivesse encerrado! – ela não estava com raiva, longe disso, estava muito eufórica, mesmo que não demonstrasse.

O mago presidente soltou uma sonora gargalhada.

– Sabe, Scarlet, Gran Doma não conseguiu libertar seu amado. Quando foi morto e o cargo foi passado a mim, eu juntei tudo o que tinha para poder deixar o amor fluir. Sei como é amar alguém que é proibido, por isso decidi que não deixaria ninguém mais viver na tristeza como eu vivi. Então, como a história de vocês é muito comovente, decidi que deveriam ficar juntos. Não sou um gênio?

A loucura daquele homem era incrivelmente sábia. Com toda certeza o cargo lhe cabia bem. Mas Erza estava atônita demais para poder falar-lhe algo, portanto apenas o abraçou. Lágrimas límpidas caiam de ambos os olhos e molhavam suas bochechas agora rubras. A cabeça apoiada no peitoral de Anyum tremia com os espasmos provocados por soluços.

Um resquício de surpresa invadiu o rosto de Anyum, mas logo não foi mais visto. A compaixão o fez sorrir de leve enquanto acariciava os belos cabelos escarlates da jovem a sua frente. Levantou-a pelos ombros e a fez o encará-lo.

– Quer me ajudar a abrir a cela?

Um sorriso de gratidão alastrou-se pelo rosto da garota e ela assentiu, limpando as últimas lágrimas de felicidade que pelo rosto caíam.

– Quero ver seu rosto bestializado quando perceber o que está acontecendo. – riu baixinho com o comentário e pôs-se a seguir o poderoso mago.

Após ele levá-la na sua aparatada, eles caminharam pelo extenso corredor de pedra escura da prisão. Desceram uma longa escadaria até chegar à cela do Fernadez. Ao perceberem que o Presidente estava ali, os guardas bateram uma continência rápida, já sabendo o que ocorreria logo em seguida. Saíram apressados até seus quartos, apenas vendo seu superior entrar na cela.

Anyum fez um movimento dizendo à Erza para que esperasse fora da cela, teria que remover o feitiço do corpo de Jellal para que pudesse usar magia novamente. E, bom, ver seu amado sofrer não fazia bem para a mente.

Com a voz grave e autoritária que o fazia contorcer-se de rir internamente, ele chamou o nome do azulado:

– Jellal Fernandez, apresente-se ao Presidente do Conselho Mágico.

Jellal, que antes estava adormecido, pôs-se de pé rapidamente, com o sono estampado nas feições do rapaz.

– Estou aqui... – interrompeu a fala com um bocejo breve e uma esfregada no olho direito com a palma da mão. – Para que a visita?

– Ora, vai dizer-me que não sabe? – Anyum era muito bom em fingir. Fazia uma expressão de surpresa como se fosse verdadeira.

– Vão me executar hoje? – os olhos arregalaram-se.

– O quê...? Não! – rapidamente respondeu Anyum. – Quem...? Ah, deixe pra lá. Está livre, mas me deixe...

–O quê?! – a voz assustada de Jellal retumbou pelas paredes. – Está brincando comigo?

– Pfft, quisera eu poder brincar por isso. – o Presidente rolou os olhos. – Está perdoado contra os crimes que cometeu e agora poderá seguir sua vida normalmente, apenas me deixe tirar o feitiço de seu corpo. Todos esperam te ver bem, Fernandez.

– Mas eu não estou com feitiço... – foi interrompido por uma dor excruciante em seu corpo. Gritou, esperando que aquilo acabasse e de repente sentiu-se leve, como se o peso que carregava há anos havia sido retirado de si. Sentiu sua magia voltar com toda força, estava revigorado.

– É, feitiço para drenar magia. Foi implantado para não te deixar escapulir. Bom, eu vou indo. Faça uma boa viagem até sua nova guilda, até mais ver.

E quando estava saindo da cela, lançou uma piscadela para o azulado e murmurou um “você já vai entender o que falei”. Jellal apenas jogou-se em sua cama, com as mãos embrenhadas nos cabelos cerúleos. Estava livre. Finalmente livre. O que Erza diria se o visse agora?

Erza...

Milhares de imagens e pensamentos invadiram sua cabeça e logo um sorriso tomou conta de seu rosto. Eles finalmente seriam felizes! Mas, mesmo sabendo que ela o havia perdoado, não deixou de pensar nas coisas ruins que ela poderia fazer. Até morte estaria no top cinco do que ela poderia fazer consigo. Mas não se deixou abater, com uma alegria imensa procurou pelo recinto seu sobretudo, ainda não entendendo muito bem a situação.

Assim que se virou para sair da cela, um braço completamente desprovido de armadura posicionou-se em sua frente. Sem acreditar no que seus olhos lhe mostravam, falou:

– Erza...? O que faz aqui?

Não deixou-se abalar pela voz de seu companheiro, manteve a postura rígida, esta que ameaçava cair em qualquer instante.

– Irei levar-te até a Praça de Magnólia, será executado lá, Jellal.

E a esperança de um recomeço esvaiu-se do corpo do Fernandez. Não acreditara que havia sido enganado pelo novo presidente. Com amargura, pensou que aquela que amava – não, que ama – iria vê-lo ser executado. Quanta falta de consideração com as pessoas.

Deixou os ombros caírem e, com tristeza, disse:

– Me leve o mais rápido possível e não compareça ao evento, por favor.

E como se tudo fosse uma grande piada, Scarlet começou a gargalhar. Gargalhar muito, muito mesmo. Chegou a ficar sem ar.

Jellal encarava-a confuso, mas com uma sombra de sorriso nos lábios. A risada da Rainha das Fadas era contagiante.

Parou para retomar o fôlego e, sorridente como nunca, Erza lhe disse:

– Sério que você se deixou levar por uma mentira dessas? Faça-me o favor, Jellal.

O azulado, antes confuso, percebeu o que havia realmente acontecido. Deu-se um tapa na testa por ser tão burro.

E o sorriso ficou trêmulo pelas lágrimas que a Titânia soltava. Erza abraçou fortemente Jellal e deu-lhe um soco no braço por fazê-la chorar. Novamente, a ruiva se encontrava em prantos. Estes prantos que jamais seriam de tristeza ou arrependimento. Com toda a certeza do mundo, suas lágrimas, daquele dia em diante, seriam da mais pura e singela felicidade.

Pois ela estava com ele. E ele nunca a faria sofrer novamente.

Nunca.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Mereço reviews? Até mais ver o/