Water Girls escrita por Isabella Jones


Capítulo 1
Capítulo 1 - The Island


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem, sei que sereias não é um tema muito comum para usar com Jogos Vorazes, mas veio na minha cabeça. Espero os comentários de vocês para saber se devo continuar, se devo mudar algo, se está legal...

Beijos!



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— Johanna, eu não sei se é uma boa ideia. — murmura Annie esfregando uma mão na outra, qualquer um veria que ela estava com medo, eu também estava, mas conseguia disfarçar.

— Annie, deixe de ser medrosa, não vai acontecer nada demais. — resmunga Johanna controlando o motor do barco.

— Jo, Annie tem um pouco de razão, a ilha fica longe, a gente não tem muita chance de chegar lá sozinhas. — me pronuncio e Johanna revira os olhos.

Eu e Johanna somos amigas desde os oito anos de idade, Annie entrou para o “grupo” quando completamos dez, desde então somos inseparáveis. Johanna com certeza sempre foi a mais arteira do grupo, ela sempre está nos levando para aventuras que as vezes acabam mal, Annie é a mais doce, ela sempre tenta ver o lado bom das situações e na maior parte das vezes ela tem a razão da questão. Eu, bom, já eu não tenho uma definição, acho que eu sou um pouco mal-humorada, as pessoas dizem que sempre estou com uma carranca no rosto, não gosto muito de ser definida assim, mas é o que eu sou. Ah, tem um detalhe meu, eu amo água. Minha mãe sempre me fez ter contato com a água, mais precisamente, desde quando eu tinha dez meses, água é o que me acalma, um lugar onde consigo pensar.

— Ah Katniss, até você? Eu já fui para a ilha antes, contei a vocês! — exclama um pouco sem paciência, mas Johanna quase sempre está sem paciência.

— Você veio quando o sol estava no céu, não sei se está enxergando direito mas, já anoiteceu! — exclamo apontando para o céu, vendo que a lua cheia já está no mesmo.

Ela apenas resmungou e continuou controlando o motor do barco, bufei e cruzei meus braços olhando para o mar. Nós três já vivemos várias aventuras, mas com certeza ir para a ilha Panem é a maior delas, preciso confessar que estou com medo, apenas Johanna foi para lá e não sei se ela vai saber andar por lá, ainda mais a noite. Depois de pelo menos três minutos ela anuncia:

— Chegamos!

Deixo de olhar para o mar e a vista a minha frente me faz prender a respiração. Na entrada da ilha tem areia, o que é obvio por causa do mar, depois se inicia uma floresta, o que me deixa um pouco assustada por estar tudo escuro, deixando tudo sombrio. Mais para longe existe uma montanha, pode até ser um vulcão, a paisagem é linda apesar de assustadora.

— E-eu n-não vou pisar aí, não mesmo. — gagueja Annie segurando o banco do barco firmemente, fazendo os nós de seus dedos ficarem brancos.

— Se acalma Annie, eu trouxe lanternas. — Johanna tira três lanternas de dentro da mochila que ela mesma trouxe, eu também teria trazido uma se soubesse onde estava me metendo.

—Johanna, está tudo escuro, vamos nos perder. — digo enquanto pego a lanterna que ela estendeu para mim, Annie concorda com a cabeça freneticamente.

— Eu trouxe tudo dentro dessa mochila, e se nós nos perdemos vocês podem me matar para comer minha carne. — bufo com sua fala — Sério, eu conheço o caminho meninas, não traria vocês se não conhecesse. —Johanna tem razão, apesar de nos metermos em roubada por causa dela as vezes, ela nunca nos colocaria em situação de perigo real. Respiro fundo e olho para Annie.

— Annie, Jo tem razão. — a mesma não fica muito convencida mas solta o banco do barco — Olha, você segura minha mão, pode até aperta-la com força. — ofereço minha mão para ela que respira fundo.

— Tudo bem, mas por favor, vamos ir e voltar o mais rápido possível. — suplica segurando minha mão e pegando a lanterna da mão de Johanna com a outra. Saímos do barco e andamos em direção a ilha depois de colocarmos o barco na areia, longe da água para não ter perigo de a correnteza leva-lo.

As lanternas ajudam mais do que eu imaginei, o que me deixa um pouco mais tranquila, porém, acho que o mesmo não aconteceu com Annie, já que ela segura minha mão tão forte que talvez depois eu fique sem mão. Andamos em uma trilha não muito confiável, por causa das arvores, do mato e das pedras que existem pelo caminho, mas Johanna vai na frente já que apenas ela conhece a ilha.

— Aqui! — exclama depois de alguns minutos de caminhada, olhamos para onde ela aponta e vemos um buraco formado por rochas, parece algum tipo de passagem secreta.

— Tá, e o que você quer que a gente faça? Não vamos entrar aí. — digo e Annie novamente concorda com a cabeça freneticamente.

— Foi por isso que viemos aqui! — ela joga as mãos ao lado do corpo cansada — Meninas, quando vim aqui sem vocês achei esse buraco, que parece um túnel, e queria ver o que tem dentro dele, mas decidi esperar vocês. — explica e eu olho novamente para o buraco, é escuro lá dentro, dá para perceber. Johanna respira fundo ao perceber que não vamos fazer nada — Tudo bem, eu entro, se for seguro aviso, se não for, bem, vocês vão saber. — ela é rápida e quando piscamos a mesma já está escorregando pelo túnel. Escutamos alguma coisa batendo lá dentro e nos aproximamos da rocha.

— Está tudo bem? — minha voz faz eco quando digo para a escuridão, não temos resposta por alguns segundas até que de repente, a luz da lanterna de Johanna chega até nós.

Está tudo bem! — grita e sua voz fica abafada enquanto também faz eco — Vocês precisam entrar também, isso aqui é incrível! — olho para Annie como se perguntasse se devemos descer e ela devolve com um olhar não muito encorajador.

— Você vai na frente e eu vou atrás, assim chegamos juntas. — ela balança a cabeça concordando mas ao mesmo tempo eu acho que ela está pensando “não acredito que vou fazer isso”. Annie se posiciona na ponta do túnel e eu atrás, espero ela se soltar da rocha mas isso não acontece — Annie, vamos, quanto mais demorarmos, mais tarde chegamos em casa. — ela respira fundo, conta até três baixinho e se solta. Confesso que soltamos alguns gritinhos enquanto deslizávamos pelo túnel, mas conseguimos chegar, e assim que chegamos, vemos apenas uma caverna pequena e iluminada apenas pela lanterna de Johanna, agora iluminada pelas nossas também.

— Sério Johanna, uma caverna pequena e escura é incrível? — reclamo levantando do chão e limpando a areia do chão da caverna que ficou na minha calça jeans.

— Calma, vocês ainda não viram nada. — diz com um sorrisinho de quem apronta, ela coloca a luz da lanterna em direção a outro buraco. Ótimo, mais um buraco pra ferrar a gente, resmungo mentalmente. Mesmo assim, seguimos Johanna e entramos no buraco, o que prova, para minha surpresa, que a caverna é realmente incrível.

A caverna onde entramos é muito maior do que a outra onde caímos, em uma das paredes existe um tipo de piscina – se é que posso dizer assim – com uma água extremamente azul, como se tivesse algumas luzes azuis no fundo da água, entretanto, não existem luzes o que torna tudo quase magico. Olho para o teto e vejo uma abertura, como se estivéssemos dentro de um vulcão, minha boca se abre ainda um pouco incrédula para a visão que estou tendo. A única coisa que desvia minha atenção da caverna é o barulho de alguma coisa, alguma coisa não, alguém se chocando com a água. Meu olhar vai para a espécie de piscina e vejo Johanna lá dentro, sorrindo e toda molhada.

— Johanna! O que você fez? Nem sabemos direito onde estamos. — Annie coloca as mãos no rosto indignada.

— Relaxa Annie, é apenas uma caverna, está vendo algo de anormal? — eu olho para Annie com um olhar de “ela tem razão” e a mesma bufa negando com a cabeça para a pergunta de Johanna — Entrem! — convida estendendo os braços para nós, rio um pouco antes de também me jogar na piscina. Annie se dá por vencida e bufa antes de também se jogar na piscina, todas nós rimos e começamos a brincar umas com as outras. Por sorte, as lanternas que deixamos no chão da caverna iluminam boa parte do lugar.

O que não esperávamos era que mais ou menos meia hora depois a água começasse a borbulhar, como se estivéssemos em uma piscina de hidromassagem. Olho para cima que é de onde parece vir a origem do aborbulhamento e vejo a lua cheia bem acima de nós, na abertura da caverna que dá para o céu. Desvio meu olhar para as meninas e vejo que elas perceberam o mesmo, ficamos sem reação olhando uma para a outra até a lua cheia sair do campo de visão da caverna, o que automaticamente faz a água parar de borbulhar.

— Vamos embora. — me pronuncio e elas sequer concordam, apenas me acompanham para sair da piscina.

Aquela noite com certeza foi estranha, depois de sairmos da ilha e voltarmos para Gold Coast, onde moramos, tivemos que explicar para meus pais onde estávamos e porque estávamos úmidas, já que iriamos fazer uma festa do pijama na minha casa, conseguimos dar uma desculpa de que passamos tempo demais na casa de Annie – onde tem uma piscina – conversando. Eles acreditaram e avisaram para nós não ficarmos andando na rua muito tarde da noite. Concordamos e fomos fazer nossa festa do pijama sem tocar no assunto da ilha.


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