My dear Teacher escrita por SammyKoi


Capítulo 1
Aula de artes.


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeria fic, espero que gostem ♥
Quero agradecer a minha amiga Fernanda Barone por revisar ela pra mim.
Fiquem com um pouquinho de Sasori x Deidara



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Já era um pouco tarde e, como de costume, encontrava-se em seu quarto, lendo apenas para passar o tempo enquanto o sono não vinha. Sasori sempre fora uma pessoa reservada e dedicada aos estudos, buscava uma forma de arte que o eternizasse e fosse passada de geração a geração, onde seu nome ficaria estampado nos tempos... Mas, por enquanto, isso não passava de um sonho um tanto distante. Por isso, ainda tinha muito o que estudar. Estava cursando faculdade novamente, mas agora fazia artes plásticas. Morava sozinho na casa que era de seus pais. Após a morte de ambos, tornou-se uma pessoa muito solitária, de poucos amigos – não que tivesse muitos antes do ocorrido. Ia para a faculdade durante a noite e trabalhava como estagiário no período da manhã em um colégio.

Aquilo era realmente cansativo e entediante. Aqueles alunos não entendiam nada de arte, ou simplesmente não tinham interesse. Era desgastante, se não fosse por um aluno um tanto que promissor que vivia a contrariá-lo quando mostrava seu ponto de vista sobre arte. Era óbvio que o rapaz louro e de cabelos longos o irritava um pouco, mas sempre sabia como contornar a situação. Sasori era muito esperto, não era qualquer aluno de colegial que iria dobrá-lo.

O rapaz louro sempre o desafiava em sala de aula, parecia querer chamar sua atenção, fazia perguntas pertinentes e sempre expunha seu ponto de vista de maneira um pouco diferente dos outros alunos. Dizia que a arte devia ser algo expresso em uma questão de segundos, não algo que ficasse eternamente em exposição. Sasori sempre revirava os olhos ao ouvir aquilo e pensava em como o menino poderia falar tamanha asneira.

Os dias de estágio no colégio foram se passando e todos os dias eram iguais. Os alunos continuavam desinteressados em arte e o ruivo explicava inúmeras formas de expressões artísticas, mas nada parecia agradar. Cansado, deixou um dever para que fizessem durante as férias - talvez se eles mesmos procurassem, achassem algo com o que se identificar -, mas estava certo de que, quando as aulas voltassem, não o teriam feito.

Ao término da última aula antes das férias de inverno, Sasori passou o dever e deixou como data-limite o primeiro dia de aula depois do recesso. Passara apenas isso a eles, sabia que estavam ansiosos demais pelas férias para ouvir qualquer coisa que diria, então sentou-se e tirou de sua bolsa o livro que estava lendo em casa. Seria melhor estudar para a prova da faculdade do que tentar dar aula a uma sala de trinta alunos desinteressados. Quando colocou seus óculos para leitura, percebeu uma sombra sobre si, que o incomodava um pouco. Abaixou um pouco os óculos e olhou por cima das lentes. Aquele diante de si era o tal aluno que o desafiava sempre! Após um longo suspiro, Sasori disse:

- Você tem alguma dúvida a respeito do dever?

O rapaz sorriu e respondeu:

-Eu não costumo ter dúvidas sobre suas aulas, mas tenho uma dúvida sobre outra coisa... -Pretensioso, o loiro, trajando o uniforme mal-ajustado no corpo, se apoiou sobre a mesa do mestre e disse baixinho, para que os demais não ouvissem. – O que o senhor fará depois da aula?

O ruivo arqueou as sobrancelhas e o olhou sério, respondendo baixo:

-Deidara, eu não me envolvo com alunos... – Sasori disse de forma direta, não expondo que aquela aproximação havia lhe despertado interesse.

-Ah... O senhor cogitou a ideia de se envolver comigo? Mas eu não disse nada sobre isso, apenas queria pedir que me desse aulas particulares.

Deidara então desfez a conversa, fingindo-se de inocente, mas o objetivo das tais aulas particulares era finalmente ficar sozinho com o professor.

Com a resposta do outro, Sasori ficou um pouco sem graça. Afinal, parecia que era ele quem tinha interesse no outro, o que não era mentira, mas talvez não se passasse de uma breve admiração. Precisava de dinheiro para manter a faculdade, não podia recusar a proposta. Mesmo não querendo, ele logo aceitou o pedido do outro.

-Quais os dias e horários em que estará disponível para as aulas?

Deidara sorriu largamente com aquilo. Seu plano estava dando certo, seus pais haviam viajado há uma semana e demorariam para voltar, estava sozinho em casa e tudo parecia perfeito para receber o ruivo. Como já havia planejado, tirou do bolso um bilhete com o seu endereço e telefone.

-Pode ir hoje mesmo depois da aula, vou estar te esperando. Qualquer coisa me ligue.

Ele deu uma piscada ao outro e saiu, voltando para o seu lugar e não deixando de encará-lo um segundo. Sasori corou levemente com aquela piscada, achando extremamente desnecessário que o outro agisse daquela forma. Pensou que, por ser mais velho, deveria se impor mais, mas não se importava muito se o outro tentasse lhe seduzir. Aquilo parecia divertido. Deu um breve sorriso, imaginando a situação.

As horas se passaram e logo terminava a aula. Deidara ficara por último de propósito enquanto escorava-se no batente da porta, observando Sasori recolher seus pertences e apagar a lousa.

-Você fica bem deste ângulo. –Disse vendo Sasori de costas ainda apagando a lousa.

Sasori virou-se e caminhou até ele. O outro não era muito mais alto, mas ergueu o rosto um pouco e lhe disse:

- Sabe que não pode fazer isso, não é? Eu sou seu professor, deveria ter mais respeito.

Deidara então fechou a porta e empurrou o professorzinho contra ela. O ruivo derruba o apagador no chão, ficando extremamente corado com a atitude do outro e com a forma como ele aproximava o corpo do seu. Sasori o encarava com os olhos arregalados e uma expressão de espanto.

-O-o-o que está fazendo?! – O ruivo gaguejou ao falar, parecia estar em choque com aquilo. Quando desviou o olhar para baixo, viu Deidara levar a mão direita até sua cintura, usando a outra mão como apoio na parede, bem ao lado de seu rosto.

-Acho que não consigo esperar chegar em casa. – Disse aquilo aproximando mais o rosto do outro, e tocou os lábios nos dele carinhosamente. Quando finalmente percebe Sasori ceder e retribuir o beijo, envolve a cintura dele em seus braços, as línguas se tocando e se roçando, o beijo se tornando cada vez mais intenso. Mas não demora muito até que parem para recuperar o fôlego.

Sasori o olhou, corado, sentindo as pernas bambearem um pouco. Ainda estavam na escola, a qualquer momento poderia aparecer um superior e adverti-los, e obviamente demitir o ruivo.

- Você está louco? Não podemos fazer isso aqui... – Sasori disse baixinho, ainda constrangido com a situação... Como um aluno de colegial poderia tê-lo prendido daquela forma? Sasori estava inconformado, mas não negava que estava gostando, e além de tudo Deidara também era muito atraente.

-Isso significa que podemos fazer de novo, em outro lugar? – Disse de forma sedutora, erguendo uma das mãos até seu rosto e lhe acariciando na bochecha, olhando nos olhos do professor e deixando-o ainda mais tímido. Mas não demorou muito e ele se afastou. Com aquele mesmo sorriso sedutor, voltou a abrir a porta e saiu da sala.

- Ficarei aguardando pela nossa aula mais tarde, professor. – Disse apenas aquilo e se retirou, seguindo pelo corredor até a saída, e de lá fora direto para casa.

Minutos depois do ocorrido, o ruivo chega em casa, ainda envolto em pensamentos sobre o que havia acontecido. Há pouco se perguntava porque se deixara levar daquela forma... O outro era bonito, mas não foi aquilo que o fez ceder. Sasori tentava se conformar com qualquer desculpa mais plausível, mas nada fazia sentido. Ele caminhou pela casa até chegar a seu quarto e deitou-se de bruços na cama.

-O que estou fazendo?... Ele é só um pirralho do colégio em que dou aula, não está certo...

Sasori ficava cada vez mais inconformado, e por incontáveis motivos. Essa não era a primeira vez que dava aula a colegiais, mas era a primeira em que um aluno o encantou daquela forma. Já havia se formado antes, o curso de artes era mais um passatempo, já que sua primeira formação não o prendeu a ponto de querer trabalhar com aquilo. Era um pouco entediante ficar num laboratório desenvolvendo fármacos. Talvez por entender tanto de substâncias devesse tomar algo que o deixasse com uma aparência tão jovem. Sasori já passara da casa dos trinta e sua aparência era a de um rapaz de vinte e três anos.

-Se eu continuasse dando aula para a turma de Química, isso certamente não teria acontecido... e já está quase na hora de eu ir para as aulas particulares... Química dava mais dinheiro, o que eu tinha na cabeça quando escolhi artes como carreira?

Mesmo ainda sem ter se conformado, ele levantou da cama e caminhou até o banheiro, despiu-se e tomou um longo banho, quente a ponto de deixar sua pele um pouco avermelhada. O banheiro enchia-se de vapor e, quando saía de lá enrolado numa toalha, era envolvido pelas nuvens de vapor. Ele caminhou até seu guarda-roupas e escolheu suas vestimentas.

O ruivo se aproveitava de sua aparência jovem para usar roupas mais descontraídas. Colocou uma calça jeans escura e um pouco justa, marcando um pouco a silhueta de suas coxas. Vestiu uma camiseta preta e uma jaqueta de moletom em tons de vermelho bem escuro. Dava para se notar que vermelho era sua cor preferida, muitas de suas peças de roupa ou acessórios possuíam essa cor. Ele penteou os cabelos, pegou sua bolsa e rumou para a casa de Deidara.

Durante o caminho muitos pensamentos tomaram conta da cabeça dele, mas logo os pensamentos se desfizeram quando ele achou um motivo mais plausível para deixar de se preocupar. O tal motivo era que Deidara, mesmo agindo como criança, já não era mais uma, então qualquer coisa que houvesse não lhe traria problemas. Sasori sorriu aliviado ao lembrar-se que por mais que Deidara fosse jovem, não era tão jovem a ponto de o prejudicar caso se envolvessem. O sorriso se tornou um pouco bobo no rosto dele diante daquela possibilidade. Era realmente de se estranhar que Sasori estivesse gostando daquilo, afinal raramente gostava de algo ou alguém.

Não demorou muito até que chegasse ao endereço que o outro lhe passara, então tocou a campainha. Como sempre foi muito impaciente, torce para que o outro não demore em atendê-lo. Mal havia passado-se um minuto e ele já estava a conferir o horário no celular.

-Tsc... já são 19:32...

Quando já estava prestes a dar as costas ouve o barulho da maçaneta da porta, e quando esta é aberta Sasori nota o louro trajando uma calça folgada e confortável de moletom, estava sem camisa e com uma toalha branca apoiada nos ombros. Usava uma das mão para secar o cabelo. Sasori, que tinha olhos treinados para o que era realmente belo, não conseguiu disfarçar que examinava todo o corpo do outro, até que seus olhos encontrassem os olhos azuis de Deidara, e não parou de examiná-lo milimetricamente. Este ficava um pouco constrangido com o olhar fixo de Sasori em seu corpo semidespido, mas isso não o incomodava. Estava até gostando da situação, sentia mais segurança ao saber que o outro o admirava daquela maneira. Segundos depois os olhares se encontram, então o louro deu um sorriso e abriu espaço para o outro passar.

-Não achei que fosse chegar tão rápido, estava com saudades? – Perguntou sugestivamente, fechando a porta assim que o outro entrou.

-Onde vamos estudar? – Disse, tentando mudar de assunto. Mesmo que não fosse ter problemas, não queria que as coisas fossem tão rápido, por isso ainda tentava esquivar-se das investidas do outro.

- Ahm, eu ainda não tinha pensado nisso... Se você quiser, podemos estudar no meu quarto. – Deidara falou com aquele sorriso malicioso nos lábios, queria apenas ver a reação do outro. Porém não demora para que Sasori vire seu olhar em direção ao outro e o encare de forma séria.
- É brincadeira, vamos ficar na sala. – O aluno caminhou com ele para a sala e sentaram-se no sofá, colocando os materiais sobre a mesinha de centro.

-Não sei o que quer tanto estudar se vai tão bem na minha matéria, não tinha com o que se preocupar. Acho que você é o único aluno da turma que sabe a diferença entre um lápis e um pincel. – Sasori disse, debochando da sala por serem tão desinteressados e aproveitando para descobrir as reais intenções do outro. Ele se acomodou próximo ao braço do sofá.

-Você não achou que eu queria mesmo estudar, né? – Deidara murmurou enquanto se aproximava do outro. -Você disse que não podíamos fazer isso na escola, então achei que aqui, onde estamos sozinhos, nós poderíamos. – Ele disse baixo, aproximando-se ainda mais até deixar o ruivo encurralado ali. Sasori não estava surpreso agora, resolvera que deixaria o outro conduzir a situação. Tocou o outro no rosto, afastando seus cabelos para olhá-lo de forma mais direta. Deu um sorriso de canto de boca e disse:

- O que faz você querer me seduzir? Quer um dez na média? – Disse de forma irônica.
-Sabe que eu não sou igual às menininhas da escola, com quem você pode fazer o que bem quiser, não é?

-Eu nunca pensei que fosse como as garotas da escola, Danna, afinal eu sei que anda observando mais do que só o meu corpo quando olha pra mim. Eu sei que a minha forma de desafiá-lo o provoca de um jeito que você gosta, e a forma como te deixo sem saída também... Exatamente como agora, você pode admitir a qualquer momento que eu não sou só um aluno bonito pra você... – Deidara disse aquilo quase sussurrando no ouvido do professor, e estava certo. Sasori se sentia incomodado com ele, mas não era um incômodo que o fizesse detestar Deidara, e sim admirar sua coragem em desafiá-lo... Realmente o ruivo estava adorando aquela situação novamente, alguém que tem a coragem de pressioná-lo daquela forma deveria ter sua admiração. Ao sentir sua respiração rente ao pescoço, Sasori suspira baixo, imaginando o que estaria por vir.

-Viu, Danna? Eu estava certo, nem fiz nada ainda e você já não resiste à minha aproximação... como será me dar aula quando as férias acabarem?

Deidara beijou o pescoço do ruivo, com uma das mãos se apoiava no sofá enquanto a mão livre tocava o abdômen liso por baixo de sua camisa. Ele acariciava a pele macia e quente do outro enquanto continuava a beijar e mordiscar de leve o pescoço dele, de pele alva e cheiro deliciosamente adocicado... Sasori aos poucos estava se entregando ao momento. E ergueu as mãos até as costas despidas do aluno, podendo sentir o calor dele, a pele do outro arrepiar com o toque de suas mãos frias... Ele deslizava timidamente as mãos por suas costas até os ombros e os segura com firmeza.

-Deidara... me.. melhor pararmos... – Disse aquilo pausadamente, tentando reprimir o desejo de que o outro continuasse. Não queria usar e nem ser usado por ele, mas aquele era o momento perfeito e estava tão bom que era difícil negar que queria aquilo.

-Por que quer parar, Danna? Não é verdade o que digo? Ou... Você está com medo de mim?

Ele parou o que estava fazendo e o olhou nos olhos, tentando passar-lhe segurança. Deidara havia adquirido tamanha admiração pelo outro que poderia ser considerado amor, não estaria ali daquela forma se não sentisse algo. Mas não era tão fácil para o ruivo admitir uma coisa dessas.

-Não tenho medo! Só... Não acho que isso deva continuar se não temos nada um com o outro..

Sasori disse aquilo sem olhar nos olhos do louro, era fácil de notar a sinceridade naqueles olhos... Olhos até então inocentes, mas que a vida amargara e o fizera sempre desconfiar de tudo. Por isso era tão difícil fazê-lo ceder. Deidara tocou-o no rosto e o fez olhar em seus olhos. As íris avermelhadas de Sasori foram de encontro às suas e então ele pode notar que o ruivo não estava o rejeitando por medo, e sim por respeito, por não querer que fizesse aquilo sem ter certeza do que queria. Já Sasori não estava se importando muito consigo, estava velho demais para crer naquelas histórias de amor... Se bem que, em tanto tempo, Deidara havia sido o único a fazê-lo parar de ler e pensar em quando iriam se ver novamente. Será que aquilo significava “gostar de alguém”? Por mais que fosse mais velho, Sasori ainda era incapaz de entender aquele sentimento.

- Me desculpe, Danna... Achei que, por você ser mais velho... fosse gostar que acontecesse dessa forma, sinto muito..
Deidara parecia ter entendido o que se passava pela cabeça do outro. Então saiu de cima dele e sentou-se ao seu lado, tocando suas mãos frias e fazendo carinho nelas.

-Eu não tenho pressa Danna, vou estar aqui quando estiver pronto...

Ao ouvir aquilo, Sasori sorriu, um pouco tímido. Talvez com um pouco mais de tempo fosse possível compreender o que era aquele sentimento que o fazia sentir-se melhor perto do aluno, que não tinha nada de comum.


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Notas finais do capítulo

Dei meu melhor nessa fic, talvez mais pra frente eu consiga escrever historias melhores, espero que tenham gostado ♥



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