Harukaze escrita por With


Capítulo 41
Capítulo 41


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Harukaze

Capítulo 41

Apesar desse contratempo
Eu não me arrependerei
Fechando meus olhos, eu posso sentir você respirando
Então, eu poderia sorrir

Mesmo que Kakashi tivesse aceitado a aproximação de Tsuhime, ele não conseguia se livrar da imagem que vira: Tsuhime e Shino se beijando. Poderia ter sido pelo motivo mais nobre, todavia inaceitável. Era como se Tsuhime acabasse de traí-lo. E ele não precisava perguntar para saber que Shino e Tsuhime tiveram uma história, algo que poderia ter dado certo. De repente sentiu-se como um intruso naquele meio. Estava certo ter se casaco com Tsuhime? As respostas vagavam por sua mente desordenada, sem aplacar seu desconforto. Percebeu que a esposa o olhava e evitou contato, por enquanto. Estavam no meio de uma guerra e problemas pessoais teriam que esperar.

— Akatsuki. — Tsuhime disse de repente, os olhos acompanhando o movimento das nuvens. A tarde começava a cair, tingindo o céu de roxo e laranja. — O que eles querem aqui?

— Naruto.

— Então é verdade que eles arrancam os Bijuus dos Jinchuurikis.

— Sim.

Uma explosão sacudiu o caminho e Tsuhime equilibrou-se antes que tombasse. O pássaro sumiu em uma nuvem de fumaça, assim como os outros bichos invocados. “Ibiki conseguiu?”, ela conversou consigo. Logo um grupo de ANBU veio ter com eles e despejou a informação um tanto rápido.

— Como assim se retiraram? — Tsuhime exclamou confusa.

— Foi o que aconteceu.

— A Hokage está sabendo? — Kakashi perguntou, recebendo um aceno afirmativo. — Então...

— Isso mesmo. Eles não conseguiram cumprir o objetivo, irão voltar.

Assim que os ANBU se foram Tsuhime permitiu que o ar escapasse de seus pulmões. Como assim o inimigo bateu em retirada? Aquilo lhe cheirava mal. No caminho para o abrigo Tsuhime discutira possibilidades com Kakashi. Logicamente eles queriam desestruturar Konoha e deixá-la vulnerável, o que havia acontecido, e que os tornariam alvos fáceis para um segundo ataque. E tudo que ela menos queria era passar por aquilo de novo. De repente se sentiu fraca e apoiou-se no corrimão, a visão torcida e rodando. Seriam efeitos colaterais? Havia tanto tempo que não utilizava a Técnica de Absorção que ela mal conseguia fazer a respiração voltar ao normal.

— Tudo bem? — Ouvir a voz preocupada de Kakashi a fez sorrir.

— Tudo, é só cansaço. Vamos em frente.

Subiram juntos as escadas em espirais e percorreram o corredor que os levariam até os civis. Os guardas sabiam da situação e assentiram com a mesma surpresa. Tsuhime adentrou ao espaço e recebeu um sorriso de Haru. Saiyuri estava com ele, mas Saga voltara para o lado da mãe e brincava com a irmã.

— Acabei de saber. — Haru disse, vindo ter com os pais acompanhado de Saiyuri.

Em nada lhe agradava que o filho se envolvesse com assuntos da vila sendo tão novo, entretanto sabia que mais cedo ou mais tarde ele se tornaria um ninja essencial para Konoha. Privá-lo agora de compreender a situação que estavam não fazia sentido. Abaixou-se na altura dele, afagando os cabelos bagunçados e sujos.

— É estranho, não é? — Tsuhime sorriu para ele e Saiyuri. — Mas infelizmente isso não significa que estamos seguros, então Haru...

— Eu sei, mãe! Vou treinar com o pai para ficar forte e proteger você! Mas... — O menino foi perdendo a fala, olhando milimetricamente o rosto da mãe. — Tem alguma coisa de diferente em você.

— É mesmo? — Tsuhime sorriu nervosa, fugindo intenso do olhar do filho. — Estou cansada, querido, então vamos para casa.

Saíram do abrigo em silêncio. Kakashi e Tsuhime um pouco mais a frente de Haru e Saiyuri. Cochichou com o marido que não deveriam atrapalhar, embora Tsuhime mal soubesse como se comportar agora. Se seu filho notara uma diferença nela, o que garantiria que as outras pessoas também não reparassem? Sentiu um leve desconforto no ombro, bem aonde o Selo Amaldiçoado se implantara. Não, ela não havia se desestabilizado para que a marca se agitasse.

O cenário de destruição não causou surpresa alguma. Muito menos sua casa. Tudo o que restara foi o quarto de Haru e o banheiro. Deixou Haru conversando com a amiga e subiu com Kakashi, desviando de escombros e objetos. A Akatsuki revirara Konoha por inteira e deveriam ter ficado furiosos quando não encontraram Naruto, deixando a frustração para trás. Eles voltariam, ela sabia que sim, e agora que seu chakra se reproduzia tinha claras chances de não ser um peso morto.

Pegou um porta-retrato caído e analisou a foto. Nela, sua família estava feliz e Haru sentado sobre os ombros de Kakashi enquanto ela se encontrava abraçando o marido. Fora o aniversário de quatro anos de Haru, dois anos antes de toda essa tragédia acontecer. Momentos como aquele seriam raros de agora em diante.

Ouviu Haru gritar que logo voltaria e ela não o impediu, seria bom que ele não ficasse no meio da bagunça e, querendo ou não, ela precisava daquele tempo sozinha com Kakashi. O ninja copiador não havia engolido aquela história, embora tivesse sido apenas aquilo. Colocou o quadro em um local seguro e dirigiu-se a Kakashi, que observava as paredes demolidas da cozinha. Água jorrava dos canos e Tsuhime queria ter o poder de consertar tudo com um simples piscar de olhos. Construíra cada cômodo com Kakashi e vê-la agora daquela forma doía. Era como se sua vida fosse feita em pedaços novamente.

— Kakashi... — Ela o chamou, virando-o gentilmente para si. Os olhos dele não encontraram os seus. — Por favor, acredite em mim.

— Eu não sei, Tsuhime. — Ele deu um passo para trás, fugindo do contato. — Essa não é a primeira vez que mente ou esconde algo de mim. Tem alguma coisa que queira me contar?

Tsuhime mordeu o lábio inferior, se sentindo encurralada. Se ela dissesse não poderia afirmar que Kakashi ainda ficasse ali, quando mais precisava dele. Seu casamento, sua família, seu filho... Tinha muitas coisas em jogo e aquele beijo não significou nada. Ou assim ela pensava. Lembrava-se de como seu corpo reagira a Shino e, embora ela quisesse acreditar que seu coração estava em paz, sabia que alguma coisa o inquietava.

— Por que teve que ser com ele?

— Eu não sei, Kakashi! Ele estava lá e eu não pensei, só agi. Não sabia se daria certo e funcionou. Claro que se tivesse sido com você tudo teria sido mais simples, eu conheço o seu chakra.

— Não, pare. — Ele ergueu a mão, pedindo silêncio. — Não vamos falar sobre isso agora, tudo bem? Vamos reconstruir nossa casa, cuidar de Konoha e de Haru e depois vemos o que faremos.

— O que quer dizer com isso? — Tsuhime foi atrás dele, seguindo para o quarto de Haru.

E quando os olhos de Kakashi encontraram os seus, pela primeira vez em seis anos, ela não se reconheceu ali.

(...)

Três semanas se passaram e já havia reconstruído grande parte da casa. Ao menos agora Tsuhime não precisava dividir o quarto com Haru, o que em partes foi um grande alívio. Por outro lado acostumara-se com o remexer constante dele e, agora, querendo ou não, ela não tinha tanta certeza de como seria voltar a dividir a cama com Kakashi.

Depois da breve conversa, eles decidiram deixar aquela questão arquivada e se concentrar em seus deveres. Tsuhime fazia hora extra no hospital ajudando Sakura e Tsunade, contudo seu chakra ainda estava em fase de adaptação. Ficara um ano sem usá-lo e estimular as linhas, que cada vez que exigia uma quantidade superior ela se sentia facilmente cansada. Começou a pensar no que Kabuto faria em um momento como esse. Kabuto... O que será que ele estaria fazendo? Será que obteve sucesso com os genes que roubara? Pensar nisso sobrecarregou sua mente e ela sentou-se momentaneamente, respirando fundo.

— Tudo bem? — Tsunade interrogou, nada feliz com o semblante de Tsuhime. Enluvou as mãos com chakra e as colocou sobre as costas da jovem. — Como estão as coisas? Você deveria estar descansando.

— Não, não tem problema. Eu descansei por um ano, acho que foi tempo suficiente. A questão é que as coisas em casa não andam tão bem assim.

Tsunade sentou-se de frente para ela, pedindo explicações com aqueles olhos cor de mel, que em nada haviam mudado durante esses anos. Ela ainda era a mesma Hokage de quando a conhecera: Irritada e compreensiva, que sabia o que dizer e quando dizer. Contou a ela brevemente o que acontecera, o motivo do afastamento de Kakashi e do por que preferia gastar mais horas no hospital a voltar para casa.

— E Haru?

— Parece que não percebeu nada, aliás, ele está muito empolgado com Saiyuri e Saga. O trio se transformou em um grupo. — Ela sorriu, relembrando de tê-los visto ajudar Konoha com mais disposição do que qualquer outra pessoa. — Tenho me encontrado com Shino mais vezes do que gostaria.

— Esse é o problema? — Os olhos de Tsunade tinham um brilho confiante e Tsuhime não podia dizer que não entendera onde ela queria chegar.

— Sim e não... Na verdade, não sei! — Ela se levantou, gesticulando nervosamente. — Eu tento me fazer acreditar que aquilo foi um caso de urgência, eu estava preocupada com Kakashi e queria ajudá-lo, mas sempre que fecho os olhos ele está lá. Não sou mais uma adolescente para ficar assim, isso não existe. Por que tinha que acontecer agora?

— Como assim? — Tsunade estreitou os olhos, apreensiva. Não estava gostando nem um pouco da forma como Tsuhime expunha a situação.

— Não é nada. — Ela voltou a se sentar, respirando fundo pela segunda vez. — Vou trabalhar.

Sem esperar qualquer palavra da Hokage, Tsuhime a deixou sozinha na sala. Fora até ali para pensar, tentar decifrar o turbilhão de sensações e dúvidas que a assolavam, porém tudo o que conseguiu foi se confundir ainda mais. O que estava acontecendo consigo? Seus passos retumbavam pelo corredor branco e vazio e ela passava olhando para os quartos, constando se precisavam de algo. Ajeitou o travesseiro de um paciente e ficou um tempo com uma idosa, ouvindo as inúmeras histórias de sua juventude.

As horas correram e logo a noite caiu e as estrelas tingiram o céu. Precisava ir para casa, todavia sempre que aquele momento se aproximava suas mãos tremiam e suas pernas se recusavam a andar mais rápido. O vento agitou seus cabelos e ela pensou se não estaria na hora de cortá-los. Havia tanta coisa para resolver e sem nenhuma solução.

Fatigada, Tsuhime seguiu para casa, onde provavelmente Haru e os amigos faziam uma guerra em seu quintal recém-construído. Porém, surpreendeu-se ao ver que todos se comportavam bem e apenas riam. Sorriu para eles e adentrou em casa, notando-a abafada. Aquela primavera lhe soprava ventos difusos. Tomou um banho e vestiu-se com o roupão, os olhos pesados pelo cansaço. Dirigiu-se a cozinha, preparou uma xícara de chá e sentou-se na varanda, observando as crianças.

Imediatamente recordou sua infância solitária e dolorida, ficado imensamente feliz por Haru não ter conhecido aquela sombra de sua vida. Aliás, ninguém além de Tsunade sabia o que ela tivera que aguentar para chegar até o ponto de hoje. Sorriu ao ver Souma empurrando Haru, que tinha as bochechas coradas igualmente como Saiyuri. Seria o começo de um amor inédito?

O som da porta se abrindo lhe chamou atenção e ela foi ao encontro de Kakashi. Ele era sempre o último a chegar a casa, os ombros caídos em sinal claro de exaustão. Não tentaram conversar depois do que combinaram e Tsuhime estava farta de esperar a iniciativa de Kakashi. Se aquilo caminhava para o fim, que acontecesse logo.

— Oi. — Ela disse, atraindo a atenção dele. Observou-o tirar o colete e deixá-lo sobre o sofá.

— Pensei que estaria dormindo.

— Como se estamos tendo uma pequena festa no jardim? — Tsuhime apontou para as crianças alheias as suas presenças. — Podemos conversar?

Entre elas Kakashi visualizou o filho de Shino.

— Claro, eu só preciso de um banho primeiro.

— Vou esperá-lo aqui.

Os minutos pareceram uma eternidade, mas Tsuhime aguentou pacientemente. Observou o filho interagindo com outras crianças, mesmo que Konoha ainda não fosse à mesma do que se lembrava. Estava sendo muito bom ver que a guerra não o abalara, e não era apenas isso que a deixava incomodada. Se seu chakra poderia ser reproduzido por qualquer pessoa, então por que Kabuto sempre dissera que deveria ser exclusivamente ele? Aquilo não fazia sentido, muito menos a forma como se sentia revigorada após sair do coma.

Verdade que não tivera tempo para descansar, se recuperar como deveria, porém não era problema comparado a rotina que voltara. Habituou-se novamente ao hospital em casos leves, pois Tsunade se negava a deixá-la participar de alguma cirurgia, alegando que ainda era cedo demais. E talvez fosse.

Suspirou. Tinha tanta coisa povoando seus pensamentos, tantas coisas com o que se preocupar que Tsuhime realmente cogitou a chance de não saber se poderia ser capaz. Suas forças se esvaiam a cada dia e, ela não queria admitir, mas olhar para Kakashi tendo todas as emoções estranhas dentro dela se tornou uma tarefa controlada demais. Não, ela não amava Shino. Apenas estava abalada por tudo que ocorrera e por Saga se tornar um dos melhores amigos de Haru, o que a fazia se encontrar com o Aburame muito mais vezes do que gostaria.

Lógico que Kakashi também notara aquela mudança na rotina, pois antes era apenas Hideki e Souma, e o olhar do marido para com o Aburame passou de camaradagem a rivalidade. E foi assim quando Shino viera buscar Saga, embora o menino alegasse que gostaria de ficar um pouco mais. O aspecto do clã Aburame entrava em conflito cada vez que Tsuhime comparava pai e filho. Talvez Saga fosse uma ponta, uma prova de que todas as pessoas nascem com um propósito.

— Até logo, Yatsuki-san. — Saga se curvou em despedida e segurou a mão do pai.

Tsuhime sorriu para o menino, desviando os olhos rapidamente para Shino. E ele era sempre tão distante e silencioso que não foi surpresa alguma vê-lo ir embora sem se pronunciar. Saiyuri também foi embora acompanhada de Hideki e Souma, os irmãos gêmeos envolveram Tsuhime em um abraço.

— Muito bom ver que você está bem. — Hideki disse com um sorriso aliviado.

— É! Continue fazendo comidas gostosas! — Souma riu, logo recebendo uma cotovela nada gentil do irmão.

— Claro, querido. — Tsuhime afagou os cabelos dos gêmeos. — Obrigada.

A casa entrou em um silêncio estranho, que Tsuhime levou algum tempo para se adaptar, dando-se conta que gostava do ambiente barulhento e agitado. Após colocar Haru no banho, ela se dirigiu a cozinha para preparar o jantar. Curry seria uma ótima opção para aquele fim de noite e ela se empenhou.

Kakashi sentou-se a mesa, observando a maneira ágil que a esposa se movimentava. Ele a amava, sempre amaria, e por mais que tivesse que estar preparado para uma reviravolta, ele não conseguia simplesmente por amá-la demais. Tsuhime conquistou espaços importantes em sua vida e no seu coração, seria impossível continuar seguindo sem ela. Talvez fosse precipitado pensar assim, mas ele não tinha culpa.

— Quer ajuda? — Ele se pronunciou, vendo-a se esticar na ponta dos pés para alcançar o armário.

— Claro, aproveite e pegue os pratos, está quase pronto.

Embora o clima antes estivesse ruim, agora era como se a rotina agradável se instalasse entre eles. Tsuhime sabia que a mente de Kakashi o perturbaria diversas ocasiões sobre o que o beijo que trocara com Shino realmente significava, e ela não o recriminava. Havia coisas de seu passado que ainda não lhe deixavam em paz.

Antes que Kakashi abrisse a boca para dizer algo, Haru entrou na cozinha e sentou-se a mesa. Os cabelos pingando pelo recente banho. Já trajava o pijama, pronto para cair na cama após o jantar. O dia com os amigos o cansara e mal podia esperar para ir à academia no dia seguinte.

— O cheiro bom, mãe. — Bocejou, os olhos inclinando-se por causa do sono.

— Obrigada, amor.

Tsuhime terminou de colocar a mesa e logo desfrutavam de um jantar agradável. Haru não disse muitas coisas, sinal de que estava mesmo cansado e assim que terminou desejou boa noite aos pais e foi dormir. Kakashi e a esposa permaneceram para ajeitar as coisas e se dirigiram a varanda. À noite os cobria com uma aura tranquila, embora o coração de Tsuhime saltasse como louco. A hora finalmente chegara e ela viu todas as respostas que ensaiara descendo pelo ralo. Sentaram ao lado do outro, os olhos amarelos de Tsuhime voltados para as estrelas.

— Foi estupidez da minha parte. — Ela começou, como em toda discussão. — Talvez eu não devesse ter saído do abrigo, mas se lamentar pelo passado não faz o presente mudar. Aquilo que você viu foi apenas a minha técnica de absorção. Mas é como você disse antes, não é só isso. — Tsuhime olhou para Kakashi por um instante, as palavras formando um bolo em sua garganta. — Shino e eu tivemos uma história, mas não durou muito. Naquela época eu estava sob o controle de Orochimaru e não sabia como me comportar. Eu era uma garota totalmente inexperiente. Acredito que cresci e sou capaz de distinguir o que sinto.

— É nisso que eu também acredito. — Kakashi proferiu cauteloso, não querendo cortar o monólogo dela. — Mas entenda que não tem sido fácil para mim. Naquela época, quando você voltou a Konoha, eu quis cuidar de você e ainda quero. A minha dúvida é se você também deseja isso.

— É claro que desejo, Kakashi. — Tsuhime cogitou segurar a mão dele, mas se conteve. — Mas, o que vou te contar agora pode te fazer desistir e eu não culparei você se quiser fazer isso. Eu sou um problema, um imã de confusão, e aos poucos me convenço de que não existe um lugar para mim em uma vida comum. A minha vida inteira passei desejando não machucar as pessoas, mas é justamente o que eu faço.

— Colocando dessa forma você não ajuda muito, infelizmente.

— Nós nos beijamos, Kakashi. — Ela revelou em um único fôlego, mirando os olhos do jounin que conviveu por seis anos. Cinco, tirando a parte em que ficara em coma.

— Você o correspondeu? — Havia raiva e mágoa na voz de Kakashi, mas Tsuhime tentou ignorar.

— Sim. Por uma pequena fração de tempo eu o correspondi. E agora eu não sei o que está acontecendo comigo!

Kakashi fez um som que mais parecia uma risada baixa e Tsuhime o observou incrédula de que realmente ele estivesse rindo em uma situação como aquela. Qual o motivo da graça? Ela teve ímpetos de perguntar, porém compreendeu que ele não conseguia acreditar que, apesar de tudo, os problemas sempre os seguissem. E isso era desgastante. Fizera Kakashi passar por muita coisa e agora lhe causaria mais uma decepção.

— Você ainda o ama, só não está querendo admitir.

— Não! — Ela se levantou, seguindo Kakashi. Segurou-o antes que a deixasse sozinha, o que normalmente era uma atitude que ela faria. Não condizia com Kakashi abandoná-la em uma discussão. — Kakashi, eu amo você!

— Não, Tsuhime. — Quando o ninja a olhou frente a frente, Tsuhime percebeu que todas as emoções dele estavam muito bem escondidas. — No fundo, você sabe que eu tenho razão.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler, espero que tenha gostado.
Deixe sua crítica construtiva, sugestões, dúvidas... Receberei com muito carinho.
Bom fim de semana!
Beijos!



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