Three Years Later escrita por Sora Takenouchi Ishida


Capítulo 9
Relacionamentos




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Capítulo 9: Relacionamentos
A brisa agradável da primavera atingiu Yamato enquanto ele parava do lado de fora do prédio escolar, olhando para a quadra de tênis. Ele não pôde evitar sorrir e depois olhou para baixo quando seu pé brincava com uma pedrinha. Quando ele levantou o rosto novamente, ele reparou que Sora estava se preparando para o seu jogo-treino. De repente ele percebeu que nunca a tinha visto tão bonita, e se pegou corando por causa desse pensamento. Ele não tinha certeza se era por causa da insistência do Takeru ou ele realmente começou a reconhecê-la como menina. Yamato estava prestes a andar em direção à quadra quando alguém o chamou pelo nome. Ele olhou por cima do ombro e viu seu irmão vindo em sua direção.
“O que você está fazendo aqui?” Takeru perguntou, mas ele já sabia a resposta. Era muito óbvio. “Eu achei que tinha ensaio com a banda hoje.”
“Eu tenho. Eu tenho.” O menino deu as costas para a quadra de tênis e tentou limpar a mente. “Eu só estava tomando um pouco de ar fresco.”
“Claro. Bem perto da quadra de tênis.” O loiro mais novo enfatizou as duas últimas palavras.
“Ah, bem…” Ele deu de ombros. “Estava mais perto dessa saída, eu acho.”
“Por que não para de lutar contra seus sentimentos e apenas admite que gosta da Sora?”
“Porque eu não gosto.” Yamato se recusou a olhar seu irmão.
“Certo. Eu quero que olhe nos meus olhos e diga isso novamente.”
A estrela do rock continuou brincando com a pedrinha e não levantou a cabeça.
“Você é tão idiota, Yamato.” Takeru prosseguiu e Yamato olhou para cima após ouvir seu irmão xingando. “Eu já te disse várias vezes para se declarar a ela.”
“Tá bom, talvez eu goste dela. Talvez eu veja nós dois juntos, mas porque você insiste muito nesse assunto.”
“O que você tem a perder? A pior coisa que ela pode dizer é não.”
“Exatamente. E como eu vou encará-la depois de ser rejeitado? Não é como se eu pudesse evitá-la, sabe?”
“Você está se preocupando demais.” Takeru disse levemente. “Você pode pensar nisso depois de você se declarar. Nem sabe como ela via reagir.”
“Eu não sei.”
“Vamos, maninho.” Ele deu tapinhas no ombro do Yamato. “Onde está sua coragem?”
“Isso é coisa do Taichi.” Yamato respondeu com um sorriso. “A Sora é minha melhor amiga, Takeru.”
“Isso não deveria te ajudar?”
“Acho que sim.” Ele disse inseguro. “Mas o que vai acontecer se não dermos certo no final e não pudermos ficar mais perto um do outro? Parece ser um preço alto a se pagar.”
“E se vocês derem certo? Você fica pensando no resultado negativo, mas e o resultado positivo?”
“Eu acho que é mais fácil só considerar o negativo. Mas você tem razão, nós poderíamos dar certo.”
“Então o que está te impedindo de ir em frente com isso?”
“Eu não sei, Takeru. Eu acabei de dizer que é um preço alto a se pagar. Você tem de admitir que será muito estranho para todo mundo.”
“E daí? Isso poderia acontecer mesmo. Poderia acontecer com a Mimi e o Jyou, quem sabe? Tudo o que sei é que vocês dois são livres para fazer isso.”
“Talvez.”
“Prometa que vai pelo menos pensar nisso.”
“Tá bom.” Yamato olhou por cima do ombro e viu seus colegas de banda esperando por ele. “Eu preciso ir. Vejo você depois.”
“Claro.”

Sora deixou a quadra de tênis quando seu jogo-treino acabou. Ela não estava muito feliz com seu ultimo jogo, já que esqueceu alguns movimentos básicos. Ela sentou no banco e abriu a garrafinha de água.
“Não se preocupe, Sora.” Natsuko bateu levemente no ombro dela. “Você ainda tem tempo de corrigir erros eventuais.”
“O torneio é em duas semanas, Natsuko.” Ela respondeu meio desesperada. “Eu não deveria estar fazendo erros que alguém que começou a jogar tênis faria.”
“Você está sendo muito dura consigo mesma.”
“Bem, é claro. Eu vou enfrentar os melhores jogadores do mundo em Wimbledon. Você provavelmente surtaria se estivesse no meu lugar.”
“Eu acho que você está pronta.” Ela trouxe os joelhos para perto do peito e colocou seus braços ao redor deles. “Além disso, é sua primeira vez numa competição tão importante. Tudo bem se você perder. A experiência que você vai adquirir é o que realmente conta.”
“Eu sei. Eu não me importo em perder. É só que…” Sora olhou para a garrafa em suas mãos. “Eu preciso ir bem nisso se for tentar uma carreira como jogadora de tênis.”
“Você está pensando nisso?”
“Talvez. Não é algo que eu tinha planejado, mas eu comecei a considerar recentemente. Minha mãe costumava jogar tênis.”
“Então esse é o motivo.”
“O que?”
“Você quer realizar os sonhos da sua mãe.”
“Natsuko, eu…”
“Por favor, me deixe terminar.” Ela levantou a mão para interromper sua amiga. “Você não será feliz se seguir os sonhos da sua mãe. Você precisa viver sua própria vida.”
“Eu não acho que ela vai me deixar fazer o que quero profissionalmente.”
“Então você precisa se impor e confrontá-la sobre isso.” Natsuko pegou as mãos da ruiva. “Estou falando sério, Sora. É o único jeito.”
“Bem, eu terei muito tempo para fazer isso depois.”
“Se acontecer de você não ser uma tenista profissional, você tem algo mais em mente?”
“Até agora só arranjos florais. Não estou pensando muito nisso. Eu tenho três anos pela frente, então vou considerar minhas opções quando entrar no colegial.”
“Certo, mas me prometa que vai pensar nisso.”
“Eu prometo.” Sora sorriu e virou a cabeça quando ouviu alguém lhe chamando. “Koushiro, o que está fazendo aqui?”
“Eu preciso falar com você.” Ele disse nervosamente.
“Algo aconteceu no… você sabe?”
“O que? Ah, não. Está tudo bem.”
Ela levantou uma sobrancelha quando viu que ele abaixou a cabeça. Ela não pôde evitar pensar por que ele estava agindo desse jeito, mas ela levantou e pegou seus pertences mesmo assim.
“Certo, vamos a algum outro lugar.” Ela olhou por cima do ombro. “Vejo você amanhã, Natsuko.”
“Pode apostar.” Ela deu um sorriso. “Tchau, Koushiro.”
O menino imediatamente ficou muito vermelho e a Sora finalmente entendeu sobre o que eles iam falar.

Mimi estava voltando para casa depois de sair com sua mãe quando ela recebeu uma mensagem do Taichi, pedindo para ela entrar no skype. Ela sorriu enquanto ligava o notebook e se perguntou se Sora tinha falado com ele sobre a situação deles.
“Olá, Taichi.” Mimi sorriu gentilmente enquanto via seu amigo na tela.
“Oi, Mimi.” Taichi retribuiu o sorriso. “Você não deveria estar na escola a essa hora?”
“Ah, eu faltei hoje. É aniversário de casamento dos meus pais, então eu fui fazer compras com a minha mãe. Não posso ficar muito tempo online, aliás. Vou dormir na casa de uma amiga, porque você sabe…”
“Certo. Entendi.” Ele assentiu afirmativamente.
“E quanto a você, aliás? Não era para você estar na aula de futebol neste momento?”
“É sim. Mas isso é mais importante.”
“Então eu suponho que a Sora falou com você.”
“Falou, sim.” Ele respirou fundo. “Olha, Mimi. Eu não quero te deixar chateada, mas talvez eu tenha forçado as coisas.”
“O que quer dizer?”
“Eu não acho que isso vá dar certo. Nós moramos em continentes diferentes, você está do outro lado do mundo. Além disso, somos muito jovens para namorar, você não acha?”
“É. Acho que tem razão.” A menina tentou esconder sua decepção.
“Mas eu não quero que tenha nenhum estranhamento entre a gente, agora que parece que o Mundo Digital está enfrentando forças malignas novamente.”
“Claro que não.” Mimi disse num tom reconfortante, mais para convencer a si mesma de que ela estava bem do que qualquer outra coisa. “Eu entendo totalmente.”
“Você não está chateada comigo, está?”
“Não, não.” Ela disse rapidamente. “Nós flertamos, não é nada demais. Não é como se eu estivesse esperando que nos tornássemos um casal.”
“Você está magoada.”
“Não, não estou.”
“O tom da sua voz diz tudo, Mimi.”
“Tudo bem, Eu preciso…” Ela desviou o olhar como se ouvisse alguém a chamando. “Eu preciso ir agora. Minha mãe está me chamando.”
“Mimi, por favor. Eu não quero que fique triste comigo.”
“Eu disse que não estou, Taichi. Eu só não posso falar neste momento. Podemos fazer isso outra hora.”
Antes que ele tivesse a chance de convencê-la a ficar, ela já tinha se desconectado. Taichi suspirou. Ele levantou da cadeira e andou até sua cama, onde ele deitou e olhou para o teto. Eu realmente a chateei. O que eu devo fazer agora?

Minha aula de balé tinha acabado de terminar e eu e minhas amigas decidimos ver os meninos jogando basquete. A aula deles era na quadra próxima da nossa sala. Eu sentei em um dos bancos mais altos e notei que o Takeru e o Daisuke estavam jogando em times diferentes. Não pude evitar pensar como as coisas seriam daqui em diante. Como o Takeru sabia que algo ia acontecer no Mundo Digital? O novo inimigo é tão poderoso que precisamos de ajuda de outro Escolhido? E essa evolução de armadura? Eu nunca vi uma coisa dessas.
“Hikari, você está bem?”
“O que?” Eu acordei dos meus pensamentos quando vi a Kae acenando com a mão na frente do meu rosto. “Estou bem, Kae.”
“Então como não viu o Takeru te chamando? Ele está parado lá há uns cinco minutos.”
“Ahn?” Eu olhei para onde Kae apontou e me levantei. “Eu vejo vocês depois.”
“Tchau, Hikari.”
“Desculpe, Takeru. Eu não percebi que estava me chamando.” Eu me desculpei com um sorriso quando me aproximei dele.
“Tudo bem, Hikari.” Ele retribuiu o sorriso. “Eu só achei que poderíamos conversar um pouco sobre… você sabe.” Ele olhou por cima do ombro para ver se alguém estava nos ouvindo. “O Mundo Digital.”
“Certo. Eu acho que devemos marcar um encontro. Ninguém além de nós e o Taichi sabem que há uma nova Criança Escolhida.”
“Estou preocupado em termos de enfrentar um inimigo forte o bastante para derrotar nós oito.”
“Você quer dizer mais forte do que o Apocalymon? Esse menino que se autoproclama o Imperador Digimon não parece ser, já que ele está sempre controlando um Digimon para nós derrotar.”
“Eu acho que haverá algo mais poderoso no final. Nossa nova jornada só está começando.” Ele olhou para baixo através da janela e eu o observei com preocupação. “Mas nós devemos discutir isso quando todos nós estivermos juntos.”
“Takeru, nossos parceiros não conseguem evoluir além de Tailmon e Angemon. Se você realmente estiver certo, como vamos destruir esse inimigo?”
“Eu não sei, Hikari.” Ele respirou fundo. “Talvez haja outros digiovos em algum lugar do Mundo Digital, apenas esperando por nós.”
“Você pode ter razão. Mas será um longo caminho até encontrarmos todos eles. Até lá, o Daisuke está sozinho.”
“Eu odeio não poder fazer nada para ajuda-lo!” Takeru esmurrou a parede e me assustou. “O parceiro dele não pode derrotar nosso inimigo sozinho.”
“Takeru, eu não gosto de ser inútil também.” Eu segurei o braço dele, embora estivesse tremendo. “Talvez haja um jeito de mudar essa situação. Não vamos nos preocupar antes de falar com os outros.”
“Está certa.” Ele relaxou e depois sorriu para mim. “O Koushiro provavelmente vai encontrar uma solução, certo?”
“Certo.” Eu o soltei e olhei para o céu. “Está ficando tarde. Devemos ir para casa.”
“O Taichi está te esperando?”
“Não, a aula de futebol dele deve ter terminado há algumas horas. Estou sozinha.”
“Bem, eu te levo para casa então.”
“Mas você mora do outro lado. Não quero que você passe por todo esse trabalho só por mim.”
“Não é trabalho nenhum. Eu quero fazer isso.”
“Tudo bem, Takeru. O Daisuke mora no mesmo prédio que eu. Ele provavelmente está indo embora agora também, mas eu agradeço a oferta.”
“Tem certeza?”
“Sim.”
“Está bem. Mas se precisar de companhia, não hesite em me pedir.”
“Claro. Obrigada.”
“Eu te vejo amanhã então.”
“Até amanhã.” Eu o vi sorrindo para mim e sorri de volta antes de ele se virar e ir embora.
“Hikari, por que ainda está aqui?”
“Estava esperando por você, para podermos ir para casa juntos.”
“Está falando sério?” Seu rosto se iluminou e eu não tive como não rir. Ele era tão óbvio às vezes.
“Sim, nós moramos no mesmo prédio afinal de contar.”
“Ótimo! Então vamos indo.”

Eu entrei no apartamento e fui imediatamente recebida pela minha mãe enquanto colocava meus chinelos.
“Olá, Hikari. O jantar está quase pronto.”
“Tá bom. Eu vou tomar banho e depois podemos comer.” Eu respondi com um sorriso e segui até meu quarto.
Enquanto eu passava pelo corredor, eu vi a porta do quarto do Taichi entreaberta e ele deitado na cama. Eu gentilmente bati por educação e enfiei a cabeça.
“Está tudo bem, maninho?”
“Ahn?” Ele desviou o olhar do teto e olhou para mim. “Há quanto tempo está aqui?”
“Acabei de chegar. O Daisuke me trouxe até em casa.”
“Certo.”
Ele sentou enquanto eu entrava e sentava ao lado dele. Nós ficamos em silêncio por um tempo até que eu decidi quebrar o gelo.
“Por que está tão sério? Aconteceu alguma coisa?”
“Não, está tudo bem. Eu acho.”
“Diga-me.”
“O que?” Ele olhou para mim com um olhar confuso.
“Eu te conheço melhor que isso, Taichi.” Eu olhei direto nos olhos dele. “Você está sempre falando. Só fica quieto quando algo sério acontece.”
“Tudo bem.” Ele respirou fundo e prosseguiu. “Eu falei com a Mimi hoje.”
“Entendi. E?”
“Eu disse a ela que não daríamos certo como um casal porque somos muito jovens e ela eu acho que ela ficou chateada comigo.”
“Você realmente quis dizer isso?”
“Do que está falando?”
“Você realmente seguiu seu coração ou só disse isso porque ela está morando nos EUA?”
“Você acha que poderia funcionar?”
“Se seus sentimentos forem fortes o bastante, por que não? Eu acredito que tudo é possível quando há amor.”
“Você não é uma romântica assumida?” Ele provocou enquanto começava a me cutucar.
“O que eu sei? Só tenho onze anos.” Eu disse enquanto tentava me livrar dele. “Maninho, tem uma coisa que eu preciso te contar.”
“O que é?”
“Eu estava falando com o Takeru mais cedo e ele acha que devemos nos reunir para contar aos outros sobre a nova situação no Mundo Digital. Devemos estar preparados para o que quer que aconteça agora.”
“É uma boa ideia. Eu vou ligar para todo mundo e avisá-los para nos encontrar no parque amanhã à noite. No que está pensando?”
Eu o olhei com uma expressão preocupada. “Eu não sei o que esperar. Quero dizer, nosso novo inimigo deve ser diferente de tudo o que já enfrentamos até agora, para precisarmos de mais ajuda.”
“Acho que sim. Mas vamos encontrar um jeito de destruir todos eles. Nós conseguimos há três anos, e vamos conseguir novamente.”
“Espero que tenha razão. Porque neste momento não podemos fazer nada.”
“Pense positivo, Hikari. É o melhor que podemos fazer agora. Nossos parceiros vão poder evoluir de novo.”
“Torço mesmo para que esteja certo.”
Silêncio caiu sobre nós novamente até nossa mãe nos avisar que o jantar estava pronto.


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