Vício escrita por Lady


Capítulo 1
Único.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Vício

Existe uma linha tênue entre o que as pessoas sabem sobre mim e o que as pessoas pensam que sabem sobre mim.

- Tsunemori Akane.

Mordeu o lábio inferior logo quando avistou a silhueta familiar por entre a escuridão mórbida daquele aposento. Sorriu. Era tão fácil para si realizar tal ato quando esquecia-se de que estava cometendo um crime. E então avançou alguns passos antes de a luz fraca de um abajur se espalhar e mostrar a mulher de curtos cabelos castanhos aquele que um dia fora seu mais precioso parceiro.

O sorriso que ele lhe dera foi faceiro antes de mais uma vez levar o cigarro aos lábios, um vício comum que até a mulher aderira logo após o desaparecimento daquele homem peculiar; e coincidentemente este mesmo homem viera a se tornar uma paranóia da dita mulher, e tal paranóia transformou-se num sentimento podre que nublava quaisquer julgamentos a respeito daquele criminoso em potencial. Talvez o pior de tudo sequer seja o fato de Tsunemori Akane estar apaixonada por ele, Kougami Shinya, mas sim os atos corruptos e impuros que realizava para e com o dito homem.

Ela sabia que estava errada, sabia que isso poderia lhe prejudicar, mas seu Psycho Pass jamais se alterou no longo ano em que mantiveram encontros escondidos. Seu Pass era limpo, tão limpo quanto Sibyl, mais limpo que o céu que agora escurecia sob aquela cidade abandonada de qualquer escâner cimático.

Ela o olhou, ao cessar os passos, e as íris predatórias que a fitaram em retorno apenas aumentaram a dose de adrenalina que corria por seu corpo. Mesmo que nunca viesse a pronunciar, ela amava aquilo nele. Amava cada pedaço dele, cada fio negro de seu cabelo, cada toque grosseiramente gentil daquelas mãos ásperas contra seu corpo delicado, simplesmente amava-o inteiramente; da mesma forma como ele profundamente amava a singela forma como ela andava o movimentar suave dos quadris, o balançar dos fios castanhos curtos contra o vento, mesmo aquele olhar vago e profundo o hipnotizavam, mas o que mais o dominava e o puxava para ela eram as inconseqüências que ela cometia isso sem contar na forma única como ela conseguia compreendê-lo como nenhuma outra pessoa era capaz de. Juntos eles eram perfeitos não importando o que estivessem fazendo.

Tragando uma última vez o cigarro, apagou-o no cinzeiro próximo antes de puxar a mulher pela cintura fazendo-a sentar sobre, consequentemente levantando a saia que a castanha trajava até então. E no silencio ela apenas ergueu os braços, envolvendo-os no pescoço de Kougami antes de unir seus lábios ao do mesmo. Era extasiante aquela sensação, ter seu corpo pequeno contra o do homem quase a fazia se considerar uma tola adolescente apaixonada por seu professor experiente; mas naquele momento, naquele quesito, ambos eram tão experientes quanto se pedia, eles se conheciam perfeitamente e se amavam profunda e perigosamente. E aquela era a melhor parte de tudo, por que o perigo apenas aumentava aquele sentimento que os consumia os levando a atos insanamente luxuriosos; por que quando eles começavam, quando seus lábios se encontravam e suas mãos percorriam o corpo um do outro buscando novas mudanças, eles não conseguiam mais parar, não enquanto ainda houvesse fôlego, não enquanto ainda houvesse algum desejo para saciar.

Nesses momentos em que havia apenas eles dois, largando peças de roupas pelo cômodo, movendo-se, acomodando-se um contra o outro em uma sincronia perfeita e eximia; ambos permitiam-se esquecer que ela não era uma inspetora e que ele não era um criminoso procurado, eram apenas um homem e uma mulher amando-se intima e profundamente, afogando o desejo e a saudade, apenas isso e nada mais.

Mas eles também sabiam que antes do amanhecer do dia seguinte deveriam se despedir. Ele, Kougami Shinya, deveria tornar a sumir dos olhos de Sibyl, deveria voltar para a cova onde se escondia, enquanto ela, Tsunemori Akane, retomaria a seu posto como inspetora cujo Psycho Pass inabalável derrubava todo e qualquer criminoso em potencial.

E enquanto despediam-se, eles mal podiam esperar para a próxima vez em que poderia sanar aquele magnífico, pecaminoso e doce, vício.

Fim.


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Notas finais do capítulo

Ficou boa?
Se sim, por favor, comentem.
Bye, Lady.
Ps: Quaisquer erros corrigirei em breve.



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