Hope

Acordei e levantei confusa. Que diabos tava acontecendo? Eu tava com... Tanta... Sede... Caminhei em direção a cidade parecendo uma bêbada. Puxei o primeiro cara que vi e o arrastei para um beco, bebi seu sangue até sua cabeça cair.

Não me preocupei em esconder o corpo, peguei um pouco de dinheiro da conta de tio Kol e comprei uma passagem de avião pra Luisiana, só tinha de conexão. Então eu teria de descer em Nova York e de lá pegar outro avião e ir pra NOLA.

Respirei fundo ao chegar a terra natal. Caminhei até o casarão, estava exausta. Alguns me olhavam como se eu fosse uma mendiga, e a levar em conta a roupa que eu estava usando, devia mesmo parecer uma mendiga (Look da Hope)

Entrei no casarão e respirei fundo, Marcel estava no pátio, lendo Hamlet, sorri.

– Marcel.- chamei-o, Marcel ergueu o olhar e sorriu jogando o livro por sobre o ombro. Marcel era pra mim, meu irmão, e eu o amava por isso, era sempre ele que cuidava de mim e me ajudava a fugir pra festas quando todo mundo tava dormindo.

– Baixinha.- ele disse, corri em sua direção e o abracei.

– Marcel.- sussurro enterrando o rosto em seu peito, ele me abraça com força.

– Que bom que voltou. Nova Orleans estava muito chata sem você.- Ele diz, sorrio e encosto minha cabeça sobre seu ombro... Ah, Deus... Que cheiro bom. Cheiro de sangue. A sede arde na minha garganta. Me afasto subitamente.

– Onde estão meus pais?- indago

– Lá em cima, eles vão adorar vê-la.- sorrio, e escuto o som de corações batendo lá em cima... 1, 2, 3... 3 corações batendo, batendo, bombeando sangue para o coração... Sangue... Sinto como se cacos de vidro arranhassem minha garganta, eu estava com tanta sede... Me virei e comecei a subir as escadas, pronta para me alimentar.

Entro na sala aonde os corações batem.

– Hope.- mamãe diz me olhando surpreendida, a olho um instante antes de desviar o olhar para os que tem o coração batendo, tio Kol, que ate onde eu sabia estava no corpo de um tal de Kaleb, tia Davina, e Camille, que era minha cunhada... (N/A: Camille namora o Marcel, quero ela bem longe do meu Klaus.) e seus corações batiam, eu sentia o cheiro de seu sangue...

Senti as veias ao redor de meus olhos saltarem, e minhas presas crescerem. Pulo sobre o pescoço de tia Cami que estava mais próxima. Bebi seu sangue e era tão bom, sangue era bom, a sede foi se sufocando, tia Cami gritava.

''Cale a boca''- pensei, senti então uma dor de cabeça, larguei tia Cami e coloquei as mãos na cabeça que latejava, olhei para tio Kol e tia Davina que estavam me dando um aneurisma.

Cai de joelhos no chão com as mãos na cabeça, mamãe deu sangue pra curar tia Cami, e tio Chato (vulgo Kol) e tia D pararam de fritar meus neurônios.

Levantei e olhei com atenção quem estava na sala, meus pais, tio Kol, tia Davina, tio Elijah, Marcel, Cami, Josh, Aiden (que eu transformara em híbrido a alguns anos), a fantasminha (vulgo tia Freya), tia Bek e tia Caroline, que alias, foi minha professora de ginastica olímpica.

– O que... Como ativou sua parte vampira?- Cami, lerda como sempre perguntou.

– Sabe quando o cara que você considerou seu melhor amigo te da uma facada pela frente?- indago

– Eu sei como é quando seu irmão faz isso.- garantiu tio Elijah me fazendo sorrir.

– Enfim, eu morri e agora sou parte vampira. E alias, tô morrendo de sede.- falo.

– Vou buscar bolsas de sangue do frigobar.- tia Bek disse levantando e saindo.

– Então... Nada de bem vinda de volta ou qualquer outra porcaria assim?- pergunto, meu pai se levanta e caminha em minha direção, fico tensa de imediato, lembrando-me de suas palavras e das pedras, ele me encara serio, aquele ar diabólico nos olhos, então... Ele me abraça.

– Me desculpe.- ele diz

– Você é um pai muito do chato.- digo o abraçando.

Tia Bek volta com uma bolsa de sangue na mão, que bebo rápido como se minha vida dependesse disso. Tia Bekah e tia Car então me arrastam pro meu quarto, onde eu tomo um delicioso banho de agua quente, elas separam uma roupa que eu logo visto. (Look da Hope), saio do quarto e voltei pra sala, sentando ao lado de meu pai, encostando a cabeça em seu peito e ouvindo as novidades.

Então, de repente, um cheiro familiar no pátio, um certo lobo que acabara de entrar.

Me afastei de meu pai e me virei, xingando Eric mentalmente, corri lá pra baixo, e o vi, na entrada do casarão. Ele sorriu pra mim.

– O que tá fazendo aqui?- grito, ele revira os belo olhos azuis.

– Ah, vim, ver a cidade.- ele diz.

– Você me matou.- falo

– Você mereceu.- ele disse.

– Você é um idiota, Eric.

– E você é uma chata.

– Estupido!- grito.

– Burra.- ele grita.

– Filho da puta.- grito novamente.

– Falou a puta.- ele disse, rosno, e ele rosna em resposta. E decido dizer algo que sei que vai feri-lo.

– Você é o pior Alfa desse mundo.- digo, notando apenas naquele instante o quão próximos estamos, com os corpos quase colados.

Noto apenas então o quão Eric é bonito, seus olhos azuis são brilhantes, o cabelo arrepiado esta mais pra castanho escuro do que pra preto, a pele clara, os lábios carnudos e avermelhados, o corpo de atleta... Lembro dos bons momentos que tivemos, as brincadeiras e os xingamentos, e o quão eu amava provoca-lo... Lá no Canada, ouço meu coração acelerar e sua respiração ficar irregular, ao notar a mesma coisa que eu, estávamos próximos, física e sentimentalmente...

Eric passou o braço esquerdo ao redor de minha cintura, pegou minha mão direita com sua mão livre, ergueu-as, deixando-as na frente de nossos lábios.

– Você também é uma Alfa muito sexy e eu nunca disse nada.- ele fala dando um sorriso torto malicioso. Eric entrelaça nossos dedos, eu entreabro os lábios, imaginando por um segundo como seria beijar Eric... Meus olhos então possam sobre uma coisa em sua mão, um anel, um anel com uma pedra preta. Uma obsidiana.

Um Anel da Lua.