POV's Natalie

Eu estava saindo de casa junto com minha amiga Mia, eu e ela vamos estudar em uma escola longe de casa, mas eu tenho um motivo para não sentir saudades de ninguém aqui, eu vi meus pais serem mortos, e meu irmão também, ou seja, estou sozinha, a não ser pelo meu tio, que mora aqui também, com certeza dele eu sentirei saudade mas nem tanta assim.

Mia entrou no carro e meu tio foi nos deixar no aeroporto, logo que chegamos lá ele nos deu um abraço apertado que quase quebrava nossas costelas. Entramos no avião e conversamos sobre a doida ideia de já estarmos indo para a faculdade, eu tinha 17 anos, Mia, tinha 16. Mas mesmo assim, estar indo para a faculdade já era um grande desafio, principalmente quando se vai morar sozinha com sua amiga.

- E ai Nat, o que acha de já irmos para a faculdade? - Perguntou Mia, tirando a atenção do livro que eu lia.

- Bom...acho ótimo, mas dá muito medo.

- Eu também acho isso, afinal, vamos morar sozinhas, finalmente uma casa só para nós.

- É. - Falei concordando completamente.

Seria ótimo dividir a casa com Mia, ela era sempre brincalhona, me fazia rir, interagia com todos e me divertia a toda hora, totalmente o contrário de mim. Que sou fechada, muito preservada, sofro sozinha, nunca interagi com ninguém mas vou tentar fazer amigos, não é a toa que eu só tenho Mia como amiga, e não sou difícil, sou seletiva.

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Quando chegamos na nossa nova cidade mal pude acreditar, não de termos finalmente chegado, mas o tamanho da casa, não era uma mansão, mas também não era um cubículo pequeno e apertado. Era uma casa média, com dois andares e uma escada grande até lá em cima. Entramos na casa e pudemos ver que tinha dois quartos, uma cozinha, uma sala e um banheiro em cada quarto.

- Nossa. - Disse May. - Isso tudo pra nós?

- É, isso tudo. - Respondi descendo as escadas devagar, ainda observando cada detalhe da casa.

- Acho que nunca tive uma casa tão grande. - Falou May, sentando-se no sofá e afundando no mesmo, ela riu divertidamente logo depois.

- Nem eu.

Ficamos a tarde toda conversando sobre coisas aleatórias. Até dar mais ou menos oito horas da noite. Pedimos pizza já que nem eu e nem Mia estávamos com a digníssima coragem de fazer alguma coisa para comermos.

- Que pizza vai querer? - Perguntou Mia. Pegando o telefone e discando o número da pizzaria.

- Não, escolhe qualquer uma, contato que não tenha anchovas e nem cebola tudo bem. - Ela assentiu com a cabeça e voltou a atenção ao celular.

Às vezes eu penso se eu vou ter mesmo uma vida boa aqui, não que eu não possa ter, sou uma ótima aluna e só tirava dez na minha antiga escola, mas agora eu vou para a faculdade, preciso arrumar um emprego nem que seja desnecessário, preciso guardar algum dinheiro para emergências. Claro que tio Pedro não vai concordar na hora, mas com um pouco de paciência consigo convence-lo.

Ás vezes eu só gostaria de viajar o mundo, conhecer as estrelas, não ter que sair de casa e falar com os outros, queria ficar sozinha, só eu e as estrelas. Nada mais.

" Prometi para mim mesma que tentaria viver feliz depois de ver a morte de perto, eu vou tentar, só não sei se vou conseguir... "